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História Anjos Solitários - Wincest - O silêncio da dor


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Mais um capítulo,
mais emoções.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura !!!!!

Capítulo 50 - O silêncio da dor


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - O silêncio da dor

 

Castiel ficou parado no mesmo lugar, respirando lentamente, olhando cada milímetro do rosto amado, com quem dividiu muitos e muitos dias e noites de amor. Não conseguia assimilar que Baltazar realmente tinha deixado a vida. Encarou abismado quando as mãos de Baltazar antes segurando as suas, sobre o seu rosto, também amoleceram e repousaram ao lado do corpo dele.

Castiel colocou a cabeça no peito de Baltazar, buscando a batida do seu coração, assim como tinha feito por tantas noites, quando dormia no peito aconchegante de seu amor, para se sentir em paz de verdade, mas não encontrou nada, além do silêncio mais do que absoluto, nem mesmo o sobe e desce comum da respiração não existia mais. Fechou os olhos, e ficou ali, abraçado o corpo de Baltazar com a cabeça em seu peito, chorando tudo que em milênios não havia chorado, gritando sua dor, sendo consumido pela realidade da pele fria de Baltazar, da morte que tinha feito sua vítima. Aquele que o tinha feito a criatura mais feliz de todas, o tinha feito se sentir como nunca ninguém tinha o feito, com quem conheceu o amor, com quem dividiu as alegrias e tristezas. A certeza de que nunca mais veria os olhos azuis claros, não ouviria mais a voz calma, não poderia mais admirar em sua eloquência e extrema inteligência, era tão pesadora, quanto a certeza de que nunca mais ouviria e nem diria a ninguém o “eu te amo”, que antes era dito de forma clara e revestida de certeza, de prazer e do mais pleno amor que sentia.

Ludovico assistiu a tudo em silêncio, ouvindo cada vez menos, os longos soluços e gritos de Castiel, mergulhando em sua própria angústia, desacreditando no que estava se passando, seu amor estava morto, simplesmente tinha morrido diante dos seus olhos, já tão sofridos. Desiludido e confuso com seus sentimentos gritando no peito, mas tendo, mais uma vez em sua existência, que se conter, não gritou, não esbravejou, não urrou como um animal para liberar o grito entalado no peito, apenas se deixou desabar no chão mesmo, caindo de joelhos, chorando, enquanto se curvava, encontrando com a testa o chão frio, puxando seus ralos cabelos. Abafou seus gritos de dor, querendo rasgar sua pele, colocar a mão dentro do seu próprio peito e arrancar aquela dor, aquele sofrimento desigual com o tamanho de sua alma, sendo infinitamente maior que ele próprio. Ficou jogado no chão, se contorcendo, abraçando o próprio corpo, não sentindo mais nenhuma emoção de Baltazar, absolutamente nada, sentia somente sua própria e dolorosa emoção, seu coração estava tão morto quanto o corpo que jazia no abraço do arcanjo, sua alma se apagara novamente, tudo que tinha sido transformado havia retornado ao momento anterior a visão de Baltazar naquela sala de aula, quando havia se encantado com ele.

Longos minutos se passaram, sem que ambos se movessem dali, quando finalmente Castiel voltou a olhar o rosto de Baltazar, que parecia somente dormir sereno. Ouviu um som baixinho do chorando intermitente de Ludovico largado e  curvado no chão, com a cabeça tocando o piso entre os joelhos. Anestesiado pela dor em seu peito, se esforçou para fazer o que era o certo para a matéria de Baltazar.

Castiel: Ludovico....(Chamou calmo e num tom bem baixo)....Ludovico....pode vir até aqui....(Ludovico levantou a cabeça com imensos olhos avermelhados e inchados pelo choro)....venha se despedir, eu irei dar a paz eterna também para a matéria de Baltazar.

Ludovico mesmo não compreendendo muito bem a que se referia, fragilizado como estava, atendeu aquele pedido de Castiel, e se arrastou pelo chão, sem forças, até o leito, se prostrando ao lado de Baltazar, segurou em sua mão, olhou para Castiel que se manteve sentado do outro lado, dando espaço para Ludovico, e não tocando Baltazar naquele momento, assentiu levemente com a cabeça para que Ludovico prosseguisse com sua despedida.

Ludovico: (Concordou também com a cabeça e voltou seu olhar para o rosto de Baltazar).....Adeus Baltazar.....leve consigo minha última esperança, minha última luz, meu único e último amor.....(Choro mais sentido, apertando a mãos de Baltazar contra seu rosto e a beijando em seguida com sofreguidão)....adeus..... (Ergueu seu corpo e beijou levemente os lábios de Baltazar, com Castiel virando o rosto para não ver)....um único beijo gelado já me basta, nesse adeus ao seu corpo....(Juntou a mão de Baltazar de volta em seu peito e olhou para Castiel).

Castiel: Tudo bem, pode me esperar lá fora, por favor....(Disse secamente).

Ludovico: Sim....obrigado arcanjo....justo até nesse momento de dor....(Deu as costas e seguiu pelo caminho para si desconhecido, entre os entulhos no chão, almejando passar pela porta gigantesca de madeira, ainda de pé, da igreja velha).

Castiel ficou sozinho com Baltazar, e deitou sua cabeça novamente no peito imóvel dele, se abraçando ao corpo inerte.

Castiel: Me desculpe, mas como posso ter paz sem você....como posso?....Me ensina a voltar a ser eu mesmo....eu não quero mais ser ninguém sem você...(Pausou)......Adeus meu amor, adeus minha razão de viver.

Castiel se apertou contra o corpo de Baltazar, depois se sentou calmamente, chorando ainda, passou uma das mãos sobre todo o corpo de Baltazar, sem tocar nele, somente a centímetros de altura sobre o corpo, se lembrando dos bons momentos com Baltazar, deles sorrindo juntos, dos abraços e beijos, das vezes em se amaram. Até chegar na altura do rosto, novamente unindo ambas as mãos na face de Baltazar, olhou e tracejou cada centímetro da face com as pontas de seus dedos, contornando o maxilar, os olhos, o nariz e a boca de Baltazar, depois beijou carinhosamente sua testa e sua boca, molhando com suas próprias lágrimas o rosto do qual já sentia saudades.

Castiel retirou de seu bolso um terço de contas, no qual sempre fazia suas orações, juntou as mãos no peito dele, e entrelaçou o terço em seus dedos, beijou a cruz do mesmo, e se levantou do colchão, olhando uma última vez seu amor, agora dormindo ali.

Castiel: Adeus....amor...adeus....(Baixou a cabeça).

O arcanjo de Deus, destruído pela morte, pelo perecimento de seu amor, caminhou tranquilamente entre os pedaços de concreto no chão, com as mãos em seus bolsos, no sobretudo. Viu Ludovico do outro lado da rua, no meio fio, olhando para o nada, naquele local ermo, com construções muito antigas e muito afastadas umas das outras, e quase todas abandonas. Castiel parou ao seu lado, e se virou para a igreja abandonada, em ruínas, cercada de muros pelos dois lados e muito mato por todo lugar em volta. Ludovico se levantou e ficou paralisado olhando para Castiel, vendo o quanto o semblante de paz de Castiel tinha esmorecido, com aspecto exausto e endurecido.

Castiel olhou para Ludovico também, tocou em seu braço, o segurando com um leve toque, virou sua atenção para a igreja velha, estendeu a mão ao alto, estalou os dedos, e em seguida toda a construção, tudo que sobrava da igreja, estava em chamas, assim como o corpo de Baltazar que repousava no meio dela. Ludovico se remexeu inquieto, mas foi minimamente contido por Castiel, que ainda segurava em seu braço.

Castiel: (Encarando as chamas)..... Assim é melhor....ele já não habita aquele corpo há algum tempo....e não irei tolerar que nenhum maldito o tome por possessão....(Deixou uma última lágrima cair)....aquele que amamos está dormindo aos pés do Senhor nesse instante....e não temos mais acesso a ele....nem mesmo eu.....(Encarou Ludovico, o vendo muito ferido pela batalha com Lucifer)......vou te levar para sua família, para curar seus ferimentos do corpo e de sua alma.

Ludovico: (Ludovico agradeceu com um gesto).....Mas e depois....e quanto a você, Castiel?.....(Perguntou chorando).....Você pode ficar conosco....eu faço questão que fique perto de nós, nesse momento.....pode ficar mais perto de Dean também.....e.... (Foi interrompido pela mão ao alto de Castiel).

Castiel: Ludovico......Um dia eu voltarei....mas agora eu preciso ficar sozinho....(Sem medo de ser notado por alguém, abriu suas asas, agora, tão negras quanto a dos vampiros, o que Ludovico reparou, mas não teve tempo de perguntar sobre aquilo).

Ludovico sem esperar nada, após ouvir aquela frase, surgiu sozinho na sala da mansão de Dean, olhando em volta, buscando Castiel, sem o ver por perto e nem mesmo o sentir.

Ludovico: Não !!!!!.....(Gritou sozinho ali).....Não.....Castiel...nós podemos te ajudar.....nós somos sua família também......Castiel !!!!.........(Chamou pelo arcanjo na intenção de tentar ajudar na dor tão absurda do arcanjo, mesmo que a sua também fosse imensa, ele tinha sua família, e Castiel não tinha ninguém).....Castiel !!!!

Ludovico gritou mais uma vez, e se deixou cair no chão de joelhos, com a cabeça entre as mãos, chorando nervosamente, sendo ouvido por todos na mansão. E logo, Dean corria em direção ao avô.

 

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Dean e Sam tinham ficado na mansão, cuidando de todos os afazeres referentes a manutenção e proteção da mansão. Dean na frente da mesma e no comando dos vampiros espalhados na praia e Sam, após mais um longo dia de descanso e a recuperação total do grave ferimento em seu braço, que já estava com as ligações de músculos e tendões restaurados completamente, retomando os movimentos, quase normais ao mesmo, já as marcas dos abusos sofridos tinham desaparecido. Sam só não pensava nas marcas de seu espírito e coração, evitando até pensar em tudo que tinha lhe acontecido, e nos terríveis momentos passados com Gadreel,  até mesmo porque o momento de tensão na mansão lhe mantinha em pensamentos voltados tão somente em ajudar Dean naquela guerra, ignorando alguns flashes do pesadelo vivido que teimaram em lhe perturbar o sono, em seu descanso.

Sam ficou dentro da mansão, junto de Bobby e Jody, acatando a vontade de Dean, que o queria o tempo todo protegido e longe de qualquer janela ou porta, não queria passar o inferno que seu amigo Castiel estava passando com o sequestro de Baltazar. Assim Sam, ensinado por Dean, iniciou pequenas atividades como ficar monitorando os ataques dos demônios ao redor do mundo, e manter sempre contato com o empregados do castelo em Amalfitana, para saber as notícias sobre as mulheres que tinham ficado protegidas no local.

Dean manteve tudo na mais perfeita ordem, e a cada minuto parecia mesmo que os demônios estavam desistindo da guerra, diminuindo as aparições e confrontos com os vampiros. Dean acreditava fielmente que devia essa condição as armações do próprio Crowley que tinha voltado toda sua atenção ao rapto de Baltazar e sumido no mapa, até mesmo do acesso aos demônios, se escondendo da grande maioria, e Lucifer deveria estar muito ocupado no inferno com a visita de Ludovico e dos puros, para notar a traição e tomar frente da guerra que ele mesmo almejou. Os demônios com isso ficaram sem comando, e se dispersaram rapidamente, por medo dos vampiros e por falta de apoio dos demônios superiores.

Havia se passado uma noite e quase um dia inteiro, após a saída de Ludovico da mansão, e na tarde do dia seguinte, enquanto fazia a ronda, mais uma vez, na frente da mansão, foi, terrivelmente, surpreendido com a figura de Crowley encostado na parede da varanda que dava vista para o mar, de modo despreocupado, o encarando com o sorriso debochado de sempre, plantado no rosto.

Dean parou em frente ao demônio, sem entender o que o maldito fazia ali, já que não tinha nenhuma notícia de nenhuma resolução dos acontecimentos do rapto de Baltazar ou da batalha no inferno.

Dean: Era só que faltava.....(Encarou Crowley sério)....o que faz aqui...impuro....veio buscar sua morte?.....(Perguntou querendo mesmo saber alguma notícia de todos através dele, principalmente se fosse de Castiel ou Ludovico.

Crowley: Ah querido, acho que não está a par dos acontecimentos....(Rodou o dedo no ar).....mas não sou eu que vou te falar tudo que deseja saber, meu objetivo aqui é claro.....vim retomar as minhas atividades.....(Se aprumou melhor, ficando com o corpo reto e ajeitando a gola de seu blazer negro).....e agora, estou aqui, como, o rei do inferno....(Sorriu orgulhoso).

Dean: (Titubeou diante da informação oculta de que Lucifer estava eliminado)......Então quer dizer que Lucifer não existe mais ?

Crowley: Isso mesmo, jovem Fatinelli.....e sabe que acabou com ele, para minha grande surpresa quando voltei ao inferno....seu querido avô....o híbrido.....(Fez um gesto de “dar de ombros”)....sabe.....fiquei chateado pela pequena traição do arcanjo.....que tentou ir atrás de mim ao invés de acabar Lucifer, e mandou seu avô para fazer o serviço sujo no inferno.....mas não fundo eu não liguei tanto assim, já que fui recebido no inferno com as honras merecidas do novo rei...(Sorriu novamente).

Dean: (Ficou alerta com o que foi dito).....Mas porque está aqui, então?

Crowley: Essa é fácil, e já te disse, estou retomando as atividades....(Riu debochado)....meu trato com vocês, vampiros, acabou....(Riu mais alto).....definitivamente..... e isso quer dizer, que eu posso vir aqui, e, me vingar em você, pela grande mentira que pregaram, tentando acabar comigo....(Riu).....não que eu já não tenha me vingado antecipadamente.....mesmo antes de saber que estava sendo traído....pelo arcanjo......(Riu e colocou a mão no queixo em dúvida debochado).....e agora que sei que nem o arcanjo e nem o hibrido estão aqui...afinal devem estar chorando nesse momento....(Gargalhou, simulando lágrimas no olhos, bem teatral).....eu não posso perder a oportunidade de me divertir um pouco mais com os vampiros que ficaram para trás....vocês.

Dean: (Preocupado com Ludovico)......Do que está falando....porque os dois estariam chorando ?....(Perguntou, já sacando uma grande faca para um possível ataque contra si).

Crowley: Porque o amorzinho deles está morto.....(Riu alto, batendo as mãos nas próprias pernas, se contorcendo de rir).

Dean: Como é ?...(Questionou em dúvida).

Crowley: É isso mesmo.....tive que me livrar do peso extra.....aquele caído professor era a união dos dois seres mais poderosos, e essa ligação tinha que acabar para evitarmos mais problemas para mim....e outra coisa.....agora fiquei bem famoso  no inferno....todos me parabenizaram por enfrentar e matar o amor do arcanjo de Deus.....fiz um bom negócio afinal....(Riu).

Dean: (Não mediu suas palavras com a revelação).....Não....eu não posso acreditar.....meu avô e Castiel devem estar sofrendo com isso....seu maldito.

Crowley: Pode acreditar vampiro....e, a essa hora, seu avozinho e o arcanjo devem estar abraçadinhos chorando um no ombro do outro, no buraco onde deixei o caído...(Riu).

Dean: Como você é estúpido......(Crowley se virou para Dean rapidamente, surpreso com a ofensa).....ele vai acabar com tudo até encontrar você....(Se perdeu em seus próprios pensamentos).

Crowley: Ele quem, o híbrido?....(Sorriu debochando).

Dean: (Encarou Crowley)......Não....Castiel.....(Pausou, vendo o espanto do demônio)….você é burro....será que não percebe o que fez.....seu incauto....ele vai te caçar até te matar....nem que para isso ele acabe com a terra toda, com o inferno inteiro....não vai sobrar nada para governar......ele pode ser o arcanjo de Deus....mas ele fica fora de controle por causa do amor que sente por Baltazar.....você já pode se considerar morto.....ele vai atrás de você, cedo ou tarde............(Dean mesmo nervoso e triste pelo sofrimento que seu avô e Castiel estariam passando, sorriu diante do demônio estupefato, devido a perdição que ele havia cavado para si)

Crowley: (Com medo e irritado)....Do que está sorrindo, vampiro idiota.....eu que vou acabar com os dois, e vou começar por você....para chegar ao híbrido....(Bateu o pé no chão)....acabou a conversa.....eu estou aqui para retomar meu posto.....(Riu fraco, muito tenso, estalou os dedos no ar).....Demônios, Ataquem todos os vampiros....matem todos que estão na casa.....matem todos !!!! (Ordenou e sumiu no ar).

Imediatamente centenas de demônios começaram a brotar do solo, na fumaça negra, e já se colocavam em posição de ataque assim que se materializavam,  partindo para cima dos vampiros que protegiam o lugar. Dean ficou meio perdido no início, pela surpresa do ataque repentino, e seguiu, lutando, duramente, matando todos os demônios que lhe cruzavam o caminho, com a cabeça e o coração em Ludovico e Castiel.

Dean, em meio ao caos reinstalado em frente a mansão, como os demônios mais ágeis e em muito maior quantidade que antes, reagrupou os vampiros disponíveis e organizou tudo novamente para poderem cobrir cada metro quadrado da propriedade, tentando ao máximo evitar a aproximação de qualquer demônio que fosse, na mansão. Para onde olhava, durante as lutas que se seguiam, sempre observava um ou outro demônio mais abusado se aventurar para entrar na mansão, mas logo eram presos nas armadilhas e eliminados pelos transformados que estavam dentro da casa, protegendo tudo.

 

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Crowley assim que tinha deixado Baltazar e Castiel na velha igreja, foi direto para o inferno. Cismado, olhando tudo em volta do salão do trono, destruído, sem móveis, mas, principalmente sem Lucifer, que não tinha deixado quaisquer sinais de sua existência sob a face da terra, deixando somente os rastros da grande batalha que havia se firmado naquele lugar abalado. Crowley buscou informação de demônios que se encolhiam em outros tantos cantos dos cômodos do inferno, e logo ficou ciente de que os puros, junto com o híbrido haviam atacado Lucifer, e o exterminado, depois saído do inferno, com a ajuda do arcanjo, cuja presença foi sutilmente sentida em todos os arredores do inferno, diante de seu poder vindo de Deus, a luz marcante em meio ao lugar de trevas. Crowley também havia percebido, e por causa disso, somente após a conversa com os seus, que pode retirar a dúvida de quem realmente havia eliminado Lucifer.

A alegria de Crowley foi visível no mesmo momento da boa nova, e tão logo, retornou ao grande salão, o reorganizou, comandando os demônios inferiores, que conseguiu reunir para trazerem novas mobílias e um trono novo, o que não levou mais do que poucos minutos. E em seguida, já estava sentado ao trono, com ares de realeza, como sempre sonhou, reunindo, mentalmente, todos os demônios mais poderosos com os quais possuía tratos a cumprir, antes diversos pela Terra,  agora, chegando um a um, para a bajulação do novo rei do inferno, todos retomando seus lugares no grande salão, como se fosse um conselho organizado do novo rei, que sorria alegremente pra todos em meio aos gritos de parabenização pelos grandes feitos, incluindo a morte de Baltazar, em afronta ao arcanjo de Deus.

Com tamanha exaltação do seu orgulho gigantesco, Crowley resolveu fazer nova incursão contra os vampiros, que tinham deixado o jovem Fatinelli, praticamente, sozinho na mansão cercada, como tinha informações, e com isso, exaltaria mais ainda sua fama diante dos demônios grandiosos, aos quais queria ganhar a confiança para governar, sem traições dos mesmo sobre si, e por outro lado, havendo em sua mente vil, uma pequena vingança pela armação de Castiel em enviar Ludovico em seu lugar no confronto com Lucifer.

Crowley cego pelo poder, sequer notou contra quem estava mais uma vez plantando suas más intenções, e ainda, ignorando e subestimando o poder de Castiel, a quem tinha acabado de ferir mortalmente. Nem se deteve, em uma possível ameaça de Castiel querer revidar ou se vingar de algum modo. Como Dean tinha acabado de o alertar.

E agora estava, distante da mansão, Crowley estava escorado, mais uma vez numa árvore, observando o ataque de seus demônios aos vampiros, agradecendo por ter trocado as palavras com o jovem vampiro, apesar do receio de rever Castiel e Ludovico Fatinelli. Covardemente, retomou seu caminho de volta ao inferno, de onde comandaria os novos ataques, sem, contudo, se atrever a enfrentar a ira do arcanjo e do híbrido, que retornariam a qualquer momento. Mudando seus planos mais uma vez, de grande ataque com força total, com ele à frente e com sorte, teria  a morte de mais um Fatinelli e de todos os demais vampiros daquela mansão, para, ataque com quase todos seus demônios, com ele no inferno, protegido pelos outros demônios que não poderia mais destacar para aquele lugar, pois tinha que se preparar para o que viria, para as reações da morte de Baltazar, ou até mesmo planejar uma fuga, caso fosse surpreendido no próprio inferno, já que ambos os poderosos já haviam se atrevido adentrar ao mesmo. O híbrido com sua coragem e  força, e, o arcanjo, desrespeitando as leis de Deus sem se importar com nada. Crowley, depois de tudo que tinha feito, pela primeira vez, sentiu medo de verdade.

 

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Após alguns minutos todo o ataque estava controlado pelos vampiros que continuavam matando os demônios facilmente com as armas especiais, e, por causa do momento controlado, Dean teve que se ausentar de seu posto, deixando um transformado em seu lugar, para poder atender aos gritos de seu avô, acreditava ele, que estranhamente clamava por Castiel, vindos de dentro da mansão.

Dean se adiantou em correr até a voz que chamava pelo arcanjo, encontrando seu avô, Ludovico caído no chão, com as mãos arriadas ao lado do corpo, chorando de forma ininterrupta, gemendo e soluçando baixo, vertendo lágrimas, fartamente, em seus olhos cinzas.

Dean: Vô, vô.......eu já sei....ah...vem....(Dean se ajoelhou de frente a Ludovico e o abraçou forte, o puxando para si, já ciente da morte de Baltazar).

Ludovico se agarrou a Dean e foi entregando seu corpo, se deixando pesar contra o peito de Dean, que se ajeitou sentado no chão, com Ludovico sentado e escorado em seu peito, onde se contorcia agitado, extravasando toda sua dor.

Ludovico: Dean, ele morreu....ele morreu....(Gritava contra o rosto de Dean, que alisou a face amada e o puxou novamente para se abraçar a ele).

Sam chegou correndo na sala, após ouvir os gritos, e ficou próximo dos dois, sentado no sofá que tinha ao lado de ambos sentados no chão, e ficou passando a mão carinhosamente nas costas de Ludovico, mesmo com receio da reação dele, mas sentiu a necessidade de ajudar a confortar ele de alguma forma, tentando aliviar os soluços fortes de Ludovico, trocando olhares assustados com Dean.

Ludovico afundou seu rosto no ombro de Dean, e ficou longos minutos chorando sob o embalo do corpo de Dean, que se balançava suavemente com ele aconchegado ali. Ludovico queria gritar naquele pesadelo em que estava vivendo, mas nem forças tinha mais, estava ferido e esgotado, suas emoções eram confusas e controversas, queria morrer junto com Baltazar ao passo que tinha como compromisso, continuar vivendo por sua família, para cuidar dos seus filhos. Via Dean chorar por o ver em sua própria dor e sofrimento, e queria fugir de tudo, não querendo levar tristeza aos seus também, já que não conseguia mais esconder e evitar que essa se explicitasse.

Noah chegou na mansão, junto aos puros, presenciando essa comovente cena assim que adentrou ao local, e depois de tudo que tinha vivido no inferno com Ludovico, não teve outra atitude a não ser se jogar ao lado de Dean e abraçar Ludovico, junto com seu filho do coração.

Noah: (Segurou em uma das mãos de Ludovico que estava no ombro de Dean).....Vem.....fica comigo....eu estou aqui por você.....vem por favor...eu te prometi que vou te ajudar.....vem comigo.....(Puxou quase de forma possessiva Ludovico do peito de Dean e o acolheu em seu abraço).

Dean cedeu seu conforto para que Noah o exercesse por si, estranhando um pouco a atitude de seu pai, mas percebendo que havia muito mais do que poderia enxergar, por trás daquela atitude, e quando ouviu os sussurros de Ludovico repetindo a frase de que Baltazar tinha morrido no ouvido de Noah, entendeu que seu pai não sabia da notícia ainda, o que fez com que Noah, segurasse Ludovico com mais carinho ainda, e o erguesse para que fossem para o sofá ao lado de Sam, e ali repousaram seus corpos. Ludovico entre os braços de Noah, dormiu após muitas horas de choro pesado, liberando anos, décadas e séculos de sofrimento, preocupações e tristezas contidas dentro de si mesmo, repetindo seu momento de fraqueza, mas com certeza, sendo esse o pior de todos, presenciados por Noah, que acompanhou até a última lágrima derramada, e depois, ao sono por exaustão de Ludovico.

Noah acordou no dia seguinte, atordoado pela ausência de Ludovico de seu abraço, já que tinha adormecido no sofá mesmo, junto dele, abraçado carinhosamente a ele, o acolhendo em seu colo, como tinham se ajeitado, logo após, Dean e Sam terem se retirado para continuarem lutando na frente da mansão, e dessa vez com Sam ao lado de Dean, se utilizando de suas técnicas de luta como caçador, para combater demônios, para os quais também tinha na ponta de sua língua todo o encantamento para expulsão e queima dos espíritos imundos, além das armas que estava carregando e de sua força extra como vampiro.

Noah ficou preocupado, com a ausência de Ludovico, mas se recompôs com banho e higiene matinal, se alimentou e se atualizou de toda a situação dos novos ataques que estavam sofrendo, vindos diretamente das ordens de Crowley.  E sentiu, não mais que inesperadamente, a presença de Ludovico na mansão, assim que o buscou novamente, e o encontrou encolhido em sua cama, transtornado e apático para tudo, sem qualquer reação, nem mesmo quanto a aproximação de Noah para si, mantendo somente seu abatimento e choro contido novamente. Noah não ficou mais aliviado com o retorno de Ludovico, mas no estado em que estava, se preocupou infinitamente mais.

Noah: Vô, onde esteve?.....O senhor tem que tomar um banho e se alimentar....eu vou te ajudar....(Noah tentou tocar em Ludovico para o ajudar, mas foi repelido pelo mesmo).

Ludovico: Noah.....eu quero que assuma meu lugar na família...(Falou sacudindo a cabeça, encolhido contra a cabeceira da cama)......por favor.....eu não consigo mais.....eu não consigo mais viver....(Falou em meio as lágrimas ressurgidas em seus olhos).

Noah: (Tentou segurar Ludovico para o abraçar novamente e foi repelido mais uma vez).....Não diga isso.....o senhor é tão forte, tão grandioso, vai conseguir superar....depois de um tempo.....eu sei que sim.....irei lhe ajudar.

Ludovico: Não ! (Gritou)......você não entende....eu o perdi, Castiel o perdeu......ele está sofrendo tanto.....ele se isolou porque não aguenta mais  a dor......e não tenho o direito de continuar vivendo sem ele.....eu não suportaria....é tanta culpa dentro de mim.....doí tanto....eu estou sentindo a dor de Castiel também, eu consigo sentir o sofrimento dele.....e está tudo acumulado dentro de mim.....doí demais....(Ludovico falou sufocado, e Noah com toda a paciência do mundo o abraçou apertado, mesmo com ele relutando contra o contato).

Noah: Para com isso.....tudo vai amenizar....calma.....calma....nós te amamos, nós precisamos do senhor.....volte por nós.....por favor.....(Noah sentiu Ludovico relaxar em seus braços, e ficaram juntos, tentando controlar mais um surto de fragilidade do grande híbrido).

                         

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Castiel  sem se importar, sem, sequer se atentar, com os chamados de Ludovico, simplesmente se transferiu para o único lugar onde poderia ter e se sentir perto de Baltazar, que era tudo que precisava e queria naquele momento. Seu espírito cansado e sua matéria preenchida com sua graça opaca e sem vida, deitaram na cama do quarto que dividiu com Baltazar. Se encolheu em posição fetal, após calmamente retirar os sapatos e o sobretudo, puxar a coberta para cima de seu corpo, e repousar sua cabeça nos travesseiros de Baltazar, tudo estava com o cheiro dele, e podia sentir a presença do seu amor em cada detalhe daquele quarto, em sua pele em contato com suave tecido do travesseiro e lençol com perfume do seu amor.

Castiel chorou muito, chorou por horas, pela madrugada que não viu passar. Chorou sem se mexer na cama, com medo de deixar escapar a presença que sentia de Baltazar, com medo daquela frágil ilusão se desfazer, e por um segundo que fosse, deixasse de sentir o cheiro dele. Castiel não pensava em nada, somente relembrava. Nem mesmo a Deus recorreu mais, mesmo em sua maior agonia, em seu maior desespero, se calou, porque queria chorar até se desfazer, até sumir, queria chorar até poder morrer, e não mais sentir.

A vida deixava seu valor morrer com Baltazar, e na manhã do dia seguinte, não querendo mais usufruir dos pequenos prazeres do cotidiano, que tanto amava dividir com Baltazar, como dormir ou comer, já que seu corpo não precisava de nada, mas o fazia pelo prazer que sentia na experiência, Castiel se arrastou da cama, entrou no closet e retirou algumas peças de roupas de Baltazar, e as levou para cama, se abraçando as mesmas, sentindo o calor das mesmas e buscando cada vez mais sentir o cheiro do perfume dele.

Castiel urrou em sua dor e em seu sofrimento, sendo seu pranto ouvido por todos os anjos do céu e os que estavam na Terra, pela ligação que possuía com todos, passando seu pesar para cada um deles, que entoavam orações a Deus, pedindo pelo arcanjo, para que ele conseguisse ficar em paz. Mas Castiel se entregava ao abismo vazio que ficou em sua alma. Nem de longe pensava em sair daquele quarto, daquele apartamento, não queria tomar nenhuma atitude para cuidar dos bens de Baltazar, queria somente ficar quieto em seu canto, o lugar comum de ambos, e o máximo de tempo que conseguisse para saciar seu desejo.

Tudo se resumia em ficar naquela cama com as lembranças dos seu amor e algumas roupas dele, como o cachecol preferido, que Baltazar sempre usava, no qual Castiel enrolava em suas mãos para levar ao nariz e chorar cada vez mais alto e sofrido.

Castiel sequer percebeu que do lado de fora da pequena sacada que tinha naquele quarto, com a mão apoiada no vidro, para não cair, pelo seu enorme desespero, Ludovico assistia sua dor há alguns minutos, sem ter coragem de entrar, sem ter coragem de o confortar, porque estava tão quebrado quanto o arcanjo, queria tanto poder estar no lugar dele, e ter a liberdade de poder ter o que lembrar, de poder ter uma peça de roupa dele, onde pudesse reconhecer sua presença e seu cheiro. Mas diferente de Castiel, não tinha nada, somente a dor da perda, mas nada em que pudesse se agarrar, nem mesmo a uma lembrança concreta. Alçou voo de volta para mansão, mas diferente de quando saiu, à espreita no raiar do amanhecer, agora voltava com toda dor de Castiel, além da sua própria, pois de algum modo conseguiu ler as emoções do arcanjo, e o que era insuportável, tinha ficado pior.

 

CONTINUA....


Notas Finais


Gente amada,

MUITO OBRIGADAAAAAA POR TUDO SEMPREEEEEE !!!

AMO MUITO CADA COMENTÁRIO.....MUITO OBRIGADA POR ESSA INTERAÇÃO.

BJSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


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