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História Anjos Solitários - Wincest - Amor predestinado


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Desculpem a hora, mas o dia foi bemmm atribulado.

Antes de tudo.
Tenho que agradecer os mais de 200 Favoritos. OBRIGADAAAA !!!!

Segue um capítulo mais curto,
mais cheio de paz.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura

Capítulo 52 - Amor predestinado


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - Amor predestinado

 

Baltazar tinha acordado naquele ambiente desconhecido, assustado, e rapidamente, se sentou na cama e levou sua mão ao lugar onde deveria haver o ferimento fatal, que tinha doído tanto, antes de dormir, porém não havia mais nada no lugar, nem mesmo a maldita dor, e conseguia, milagrosamente, respirar, sem problemas, sem se sentir afogando, com o pulmão cheio e obstruído, como antes estava sentindo,  e seu coração não parecia diminuir uma batida a cada segundo. Verificou todo o seu corpo, respirando fundo, não encontrando mais nenhuma dor, em lugar algum, por contrário, sentindo uma incrível leveza em todo o peso de seu próprio físico.

Baltazar olhou em volta, não reconhecendo nada, naquele imenso lugar, sem paredes e sem teto, um campo aberto, não conseguia ver o chão coberto por névoa branca,  e ao redor havia somente mais névoa branca, menos condensada, que a do chão, mas o lugar era tão imenso, que não conseguia visualizar o que estava além da distância que a névoa acumulada permitia ver, assim, parecia cercado de paredes brancas de nuvens, que eram ilusórias, pois a todo momento se desfaziam e se renovavam continuamente. Nem mesmo reconheceu a cama com alvos lençóis e travesseiros brancos que dormia, há momentos antes. Olhou para si mesmo, vendo uma camisa branca e uma calça bem larga branca também. Por estar sentado, seus pés descalços tocavam o chão firme, sem contudo, entender como era possível, diante da nuvem espeça que assistia passar pelo chão, que não parecia ser sólido.

Não havia nada e nem ninguém, mas Baltazar se sentia acolhido, aquecido, com uma sensação permanente de prazer na temperatura do ambiente, exata para sua pele, nem sentia calor e nem frio, e acima de tudo, não sentia mais nenhum tipo de ansiedade e sofrimento, mesmo se lembrando de ver Castiel chorar, por saber que estava morrendo. Se sentia plenamente em paz, algo tão imensamente tranquilizante, como se estivesse anestesiado, e o único sentimento que identificava claramente dentro de si, era o amor a Castiel, o que fez Baltazar sorrir, em meio àquela analise, se sua mente continuava a mesma naquele lugar, já que seu corpo estava bem modificado. E diante do quadro inóspito, que se desdobrava em frente a seus olhos, não sentia nem mesmo medo, só amor, e através dele, teve a real idéia de onde estava, já que se lembrava perfeitamente de estar morrendo, antes de dormir e acordar naquele lugar.

Castiel, seu grande amor, seu anjo salvador, que o salvou de si mesmo, o arcanjo, o guerreiro general de Deus, era a razão principal de sua vida, e Baltazar se lembrava de tudo, assim, associou, sem demora, onde estava. Baltazar se levantou, definitivamente, e deu alguns passos vacilantes em direção a lugar nenhum, sorriu e chorou ao mesmo tempo. Como um louco, gritou e agradeceu, chamando a Deus, exaltando o nome de seu criador e Senhor. A emoção tomou conta de todo o seu ser.

Enfim, estava no céu, na morada de Deus, Baltazar iria ter o seu julgamento, conseguiu ser recebido por Ele no céu, e receberia o toque de Seu imenso amor. Deus lhe permitiu voltar. Era tão grandiosa a sensação de amor dentro de si, a transformação de suas dores físicas, em plenitude de prazer e paz. Baltazar se pôs de joelhos em adoração, e tamanho era seu choro que ao invés de gritar como antes, balbuciava o nome de Deus e pedia pelo perdão, o mesmo que vinha pedindo a todos os dias em suas orações diárias, desde que caiu na terra.

Baltazar sentia o elo com Castiel mais forte que nunca, pulsante em sua alma, na certeza de que o encontro de seus almas havia sido um plano de Deus para a vida de ambos, e através dele, Deus resgatou sua própria alma, Deus conseguiu rever em si o amor que tanto almejou reconhecimento, Deus lhe viu, enfim. Deus sempre esteve consigo, e o reencontrou através do grande amor que partilhou com Castiel. Na verdade seu amor por Castiel lhe ajudou a encontrar a Deus, pois apesar dos clamores que dedicava ao Senhor a séculos, só se sentiu merecedor de ser ouvido de verdade, após amar Castiel. E aprendeu a amar corretamente a Deus, por amar a Castiel. Seu coração se abriu verdadeiramente, após encontrar sua alma espelhada na alma de Castiel. Sua luz somente conseguiu alcançar seus dias escuros, depois que Castiel se juntou a si.

Baltazar no lampejo de seus pensamentos, teve a clareza de tudo que Castiel significou em sua vida, e o que ele significava em sua morte terrena. Deus deu a ele esse vislumbre de seus próprios planos, ao colocar Castiel em seu caminho, ao semear o amor mais puro e grandioso do que os amores terrenos comuns, no coração de ambos, que mesmo tendo a proximidade com os sentimentos humanos, esses não chegavam a ser uma centelha do que era o amor real que sentiam, em grandiosidade, especialmente. Castiel foi seu amor verdadeiro e o salvador de sua alma, e agora estava certo disso, mas do que em qualquer outro momento em vida.

O sorriso fácil e as lágrimas escorridas em sua face se misturavam, em alegria, e mesmo de joelhos, batia as mãos juntas no chão e as levantava ao alto, confuso de seus movimentos, pela enormidade e transbordamento de amor e agradecimentos que ofertava a Deus. Se abraçou, tocando em seu tórax, tocando em seu próprio rosto, e sua alma era tão real quanto o seu corpo físico na terra.

Baltazar novamente sorriu para si mesmo, em sua alegria incontrolável, não cabendo em si de tão feliz, mas o seu momento foi interrompido pelo arfar baixo de alguém que lhe admirava em silêncio, e quando se virou, encontrou um anjo parado, em seu resplendor e perfeição, com o corpo semelhante ao humano, cabelos compridos em tom castanho e olhos profundos verdes, claros como a água, no rosto plácido, vestido com uma toga branca com detalhes bordados por fios dourados que formavam letras, suavemente, marcadas nas barras da toga. O anjo lhe sorriu.

Uriel:: Olá, Baltazar, seja bem vindo de volta.

Baltazar: (Sorriu largo e se aproximou encantando com a presença do anjo, lhe observando inocentemente).....Então eu estou certo em pensar que estou no céu.....(O anjo assentiu, arrancando mais algumas lágrimas e sorrisos de Baltazar).

Uriel: (Depois de algum tempo, colocando a mão no ombro de Baltazar para ele se acalmar)....Venha, meu irmão, nosso pai o aguarda....(Pediu, conduzindo Baltazar a o seguir).

Baltazar: (Sorriu)....Irmão?...Me chamou de irmão.....irmão?.....(perguntou confuso e feliz)....na Terra, os anjos não chamam os caídos de irmãos....(Sorriu).

Uriel: Sim.....somos irmãos na fé ao nosso pai....(Uriel piscou simpático para Baltazar e lhe sorriu).

Seguiram juntos por um longo tempo, dentre a névoa, que aos poucos foi se abrindo e revelando paredes brancas gigantescas, que não possuíam teto de ligação, pois acima deles, somente haviam mais nuvens brancas, resplandecentes, como se a luz do sol estivesse constantemente por trás das mesmas. Logo passaram a ver o chão por onde caminhavam, e era, de igual forma, branco, num piso liso e inteiriço, que por vezes se quebrava em degraus largos, como se estivessem em um terreno irregular, e a subida se fazia necessária. Baltazar podia ver ao longe, enormes degraus que levavam a um ponto especifico, a um nível mais elevado do chão, e nele estava o grande trono de Deus, como uma continuação do próprio chão, era branco, numa estrutura como paredes, numa imensa poltrona desenhada em linhas curvas, marcadas por grandes sulcos em dourado, como ondas na areia, revelando as mesmas letras que estavam descritas na toga do anjo Uriel, dentre muitas outras mais, que formavam listras verticais no trono. Assentado ao mesmo estava Deus, revelando Sua imagem e semelhança ao humanos, porém Seu rosto não era de todo revelado, senão pela imensa luz que brilhava como o sol do meio dia, e ofuscava os que tentavam firmar os olhos em Seu semblante.

Baltazar sorrir insistentemente, sem desmanchar os lábios formados naquela expressão de sua felicidade. E assim que subiram os últimos degraus para ficarem de frente ao grande trono, Baltazar se jogou aos pés de Deus, O adorando fervorosamente.

Baltazar: Meu pai, me perdoa.....eu te peço, meu Senhor, perdão....perdão por tudo e por todos os pecados que cometi....perdão por ter traído sua confiança, pai....perdão....(Implorou, ainda feliz, buscando o seu  julgamento).

Deus levantou Sua mão, interrompendo Baltazar, que notou uma suave brisa passar por seu corpo, somente com o levantar da mão do Senhor.

Deus: Baltazar, seu único pecado foi amar....e eu reconheço isso....o seu coração nunca te traiu....e nunca me traiu....o seu coração é puro e se entregou ao amor por Gabriel....esse, sim, era insano pecador, e me traiu em ganância pelo meu trono no céu.....mas você.....você.....(Deus desceu de seu trono, e se agachou pegando nos braços de Baltazar, revelando sua face real ao mesmo, que olhava para Ele, chorando, admirado).....você, meu filho, somente amou.

Baltazar: (Se levantou pelo impulso dado por Deus que o segurava pelos braços, carinhosamente).....Meu Senhor.....como pode dizer isso?.....Eu o traí, me deixei enganar pelo sentimento....acompanhei a Gabriel em seu intento....fui omisso....(Segurou forte na mão de Deus, e a beijou)....me perdoa, meu pai, tudo que mais busco, é Seu julgamento, para minha alma aflita.

Deus: (Deus retirou sua mão do aperto de Baltazar e o puxou para si, num abraço terno de um pai amoroso).....Você já foi perdoado, meu filho.....dentre todos que me traíram verdadeiramente....você era o único que estava perdido naquele meio de anjos e arcanjos ambiciosos e falsos, e, foi jogado na Terra pelo arcanjo Miguel, que viu que não pecou contra mim, mas preferiu lhe deixar cair na Terra a lhe matar, por piedade.....Miguel viu somente amor dentro de você, um amor sem pecados, um sentimento tão puro, que o cegou, mas não o condenou diante de Meus olhos, filho.

Baltazar se separou do abraço de Deus, finalmente entendendo o motivo pelo qual Miguel havia poupado sua vida, o que nunca tinha compreendido. De certo modo, Miguel o salvou e o matou, pois o salvou da morte certa por suas mãos poderosas, que já haviam matado a Gabriel, mas o fez cair, o expulsou para a Terra, sem que tivesse visto nele qualquer pecado que justificasse seu ato. Sua expulsão para a Terra o condenou a viver como os humanos, e sem motivo algum, foi classificado como todos os outros anjos que caíram na Terra por serem vis pecadores. Baltazar olhou um pouco confuso para Deus, que leu todos seus pensamentos duvidosos e ainda meio confusos.

Deus: Eu estava longe, Baltazar......longe da guerra que Meus filhos travaram, pois Eu sabia que teria um fim, assim que se revelasse o verdadeiro líder entre os anjos puros.....(Deus sorriu)......o meu puro e benfeitor, arcanjo Castiel.....(Deus falou orgulhoso).....e quando regressei, não lhe salvei....pois Meus planos para ti, estavam traçados, e, esses eram cruzados ao caminho do meu general....planos que há pouco revelei a você, assim que acordou aqui no paraíso.

Baltazar levou a mão na boca, aturdido com as palavras de Deus, entendendo tudo, compreendo o sentido de tudo a sua volta, a razão por tudo que tinha vivido na Terra, e soluçou, chorando novamente, num misto de felicidade e emoção.

Deus: Você salvou meu arcanjo, ensinou o amor a ele....assim como ele o salvou e lhe ensinou o verdadeiro amor.....os dois são metades de uma só alma....sempre houve um plano para meu arcanjo e você sempre esteve nele.....(Baltazar se curvou, ajoelhou e colocou as mãos no chão, chorando muito, emocionado, pensando em Castiel).....ah, meu filho.....você salvou Castiel de se perder em meio as criaturas que habitam a Terra, ele foi salvo de viver eternamente em dor pelo amor, que não era o destinado para ele, por um vampiro, que sequer poderia corresponder ao amor dele, e isso faria ele se arrastar enquanto vida o vampiro tivesse.....mesmo que o amor que ele sentia fosse puramente carnal, não o amor verdadeiro.....e nem mesmo para o vampiro, era o arcanjo, o seu amor verdadeiro.....o amor que ele sente por ti, esse, sim, é puro e verdadeiro....a lição real do sentido da vida....e ele, como meu arcanjo, tinha que aprender a sentir e reconhecer.....e eu destinei você para isso.....eu lhe dei a mesma graça que concedi a meu arcanjo....aprender o verdadeiro amor, o amor abençoado por mim....(Deus se agachou e acarinhou a face de Baltazar).....suas lágrimas tem um sentido, sempre tiveram, mas agora, elas cessarão.....(Deus sorriu e recolheu as lágrimas de Baltazar, carinhosamente).

Baltazar: (Soluçando).....Meu Senhor....meu pai....então....eu estou perdoado?

Deus: (Sorriu)....Baltazar, você nunca pecou, somente como humano, que cometeu poucos pecados.....(Baltazar olhou esperançoso)......Sim, meu filho, está perdoado de todos os seus pecados....(Sorriu e mais uma vez ergueu Baltazar pelos ombros)....não chore mais, meu anjo amado......irá retomar sua posição no céu.....(Baltazar arregalou os olhos)....será mais um de meus filhos novamente.

Deus tocou suavemente na testa de Baltazar, e passou a graça dos anjos para ele, por meio de um fio intenso de luz azulada, que entrou na pele de Baltazar, no lugar em que Deus o tocou. Baltazar fechou os olhos, sentindo todo o seu ser renovado e fortificado, recebendo de Deus a imortalidade dos anjos e todos os poderes que possuem, reconhecendo-os de quando era um anjo. Baltazar sorriu, se lembrando de Castiel mais uma vez, sabendo que agora estaria sendo um soldado sob o comando de Castiel, ou seja, o reveria, e toda a felicidade do mundo recaía novamente sobre si, o fazendo sorrir cada vez mais intenso, naquela esperança quase real. Deus sorriu, lendo os sentimentos de Baltazar por Castiel e ainda a pura felicidade que emanava dele.

Baltazar:.....Senhor.....meu Deus...(Quase se ajoelhou em agradecimento novamente, mas Deus o segurou ainda).....obrigado, senhor, meu Deus, obrigado....é tudo, muito mais do que eu sempre quis.....eu só queria ser perdoado.....mas tudo que me deu....é infinitamente maior.....(Não conseguiu se conter)....e o Castiel...eu vou poder revê-lo....(Sorriu).....nós poderemos nos reencontrar.

Deus: Baltazar.....sim, meu filho.....agora você é um anjo novamente......porém ainda tenho outros planos para ti....me escute.....(Deus o soltou com um sorriso e voltou a seu trono).

Baltazar: Sim......meu Deus, tudo que quiser para mim, eu obedeço.....eu quero ser merecedor de sua graça em mim.....eu só agradeço....obrigado Senhor...(Se curvou em agradecimento e respeito).

Deus sorriu e suspirou em meio ao sorriso, de modo a transmitir um pouco de seu pesar, quebrando o momento emocionante, pois sabia o que viria, após dizer parte do que pretendia para Baltazar.

Deus: Baltazar.....você não poderá rever Castiel....(Baltazar fechou o sorriso sem perceber).

 

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Castiel, após longas horas na presença de Deus, onde sequer conseguiu falar, mas expôs toda sinceridade de seu coração e alma, que em seu pensamento insistia em justificar seus pecados, apesar de saber da gravidade dos mesmos aos olhos do Pai, teve seu sofrimento visto e compreendido por Deus.

O acolhimento num abraço paterno envolveu o corpo e mente de Castiel na paz que vinha do Senhor, porém seu coração ferido não esquecia o que tinha vivido. Por detrás de seus olhos cansados, revelou a Deus os motivos, mas não o arrependimento necessário ao perdão do Senhor.

O amor fraterno não poderia em nada suprir o grande sacrilégio do arcanjo do Senhor desobedecer as ordens de Deus e intervir no equilíbrio entre as espécies da Terra. Assim, o Senhor em único gesto, isolaria Castiel na terra, não o permitindo voltar ao céu, enquanto não resolvesse os problemas entre as espécies e acabasse com a guerra, por vontade Dele. Castiel foi designado para dar um fim a situação que a morte de Lucifer provocou, deveria urgentemente restabelecer a paz entre as espécies, fosse do modo que melhor entendesse, como era da confiança de Deus.

Os nomes dos vampiros foram citados por Deus, para que Castiel se doasse, mesmo em meio a sua dor, e descobrisse por si só, um novo objetivo na sua vida eterna, que ele voltasse a sentir o amor da caridade, e assim ajudasse a todos, sem olhar a quem, para que a guerra terminasse. Deus desejava ver Castiel fortalecido com sentimentos puros, dignos de um anjo, como era, e não somente, de forma egoísta, tomar atitudes e amar ao ponto de se afogar em seu próprio sofrimento, sem pensar no sofrimento dos próximos, e para isso, Deus mostrou a Castiel a mais dura lição que poderia aprender, mostrou Ludovico, e tudo que ele sentia e todas as suas atitudes em tentar ajudar a Castiel, quando esse estava derrotado no apartamento de Baltazar.

Castiel surpreso pelas imagens em sua mente que elucidaram o caráter de Ludovico, caiu de joelhos, arrependido, ao ver o quanto o seu próximo, o híbrido, sofria. Deus mostrou que desejava que Castiel salvasse Ludovico de sua dor, em mais uma lição, assim como Ludovico almejou salvar a ele.

Ao seu perguntado por Baltazar, Deus ocultou sua presença no céu, afinal, os planos eram outros para ambos, que permaneceriam separados. Baltazar no céu, reaprendendo a ser um anjo, e Castiel na Terra, reaprendendo a ser digno de ser chamado de arcanjo do Senhor. Sem se verem ou se tocarem, sem contato algum, esse era o plano de Deus.

 

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Ludovico acordou de mais uma longa noite, de poucas horas de sono, conduzido por fortes remédios humanos, por vontade de Noah, que via o cansaço progressivo de noite após noite de insônia do seu avô, que lutava em se manter acordado para sofrer cada vez mais, se isolando num canto e chorando, ou somente ficando apático para tudo. Noah aproveitou o sono pesado de seu avô e, mais uma vez, foi render a Dean no posto de vigília em frente a mansão, deixado Ludovico sozinho por algum tempo, acreditando que esse estava dormindo e descansando.

Ludovico foi despertado, não de forma natural, mas pelo sentido da presença do arcanjo do Senhor em frente a porta de vidro de seu quarto, que dava vista para o oceano. Ludovico se assustou e sentou na cama, tentando não desabar, com sua cabeça rodando. Imediatamente sentiu algumas emoções de Castiel, sempre voltadas a Baltazar, oprimindo seu coração.

Ludovico: (De cabeça baixa entre as mãos, com cotovelos apoiados em seus joelhos)....Onde você esteve?....Eu estava preocupado com você, arcanjo....(Falou sincero, apesar da voz arrastada e inexpressiva).

Castiel: Eu sinto muito....(Castiel olhou o estado em que Ludovico estava, igual ao que também estava há dias).....pelo seu sofrimento....(viu os olhos vazios de Ludovico sobre si, apertando seu coração)....eu não quis ver nada além do meu próprio sofrimento....mas eu sinto muito....e por isso estou aqui.

Ludovico: (Bufou)....Ah, Castiel.....(Se levantou, apoiando as mãos trêmulas nas paredes).....Nós não merecemos nada disso....mas eu compreendi o que você estava sentindo.....fomos destruídos por um só golpe...(sorriu triste).

Castiel: (Foi até Ludovico e apoiou seu braço em seu ombro, e o ajudou a ir no banheiro, como esse indicou que queria).....Sim....mas eu não vi você....eu vi somente a mim mesmo.

Ludovico: (Lavou o rosto e escovou os dentes com dificuldades, parou e se apoiou na pia)....Não pense assim, pense que sua dor é tão grande que o cegou para os demais acontecimentos e pessoas no mundo....é perdoável.

Castiel: (Ficou em pé na porta do banheiro)....Perdoável?.....Não.....(Se lembrou das palavras de Deus, sacudiu a cabeça em negação).....Justificável, mas não perdoável....a minha falta de amor para com o mundo, as pessoas e os meus próximos não podem ser perdoáveis.....justificadas pela dor....mas não posso repetir tais erros, eu fui egoísta, puro e simplesmente, mesmo sofrendo, eu deveria ter me lembrado de quem eu era....(Disse triste, se lamentando por tudo, e seus olhos ficaram lacrimejados).....mesmo sofrendo, eu tinha ordens a cumprir, eu tinha pessoas que dependiam de mim....o meu sofrimento não pode ser maior do que a minha consciência....minhas lágrimas se estenderam além do tempo que a necessidade do meu retorno se fez presente.....(Abaixou a cabeça, secou uma lágrima e voltou a olhar fixamente para Ludovico)

Ludovico ficou parado e pensativo, encarando Castiel, e mesmo, ainda sob o efeito das drogas para dormir, viu seu rosto sofrido próximo a luz do banheiro, notando, enfim, o quanto o semblante de paz de Castiel havia o deixado, sobrando somente um rosto amargurado e sofrido. Ludovico se compadeceu de Castiel mais uma vez, e lhe dirigiu um pequeno sorriso, tentando ser reconfortante, mas falhando em sua intenção.

Ludovico: Arcanjo do Senhor Deus.....eu fui um tolo mesmo....eu jamais deveria ter me metido nessa sua história com Baltazar.....(sorriu incrédulo de suas próprias palavras).....o seu amor é infinitamente maior e mais bonito do que o que eu sinto....me desculpe por isso.

Castiel: Então me procurou para se desculpar novamente.....ficou me observando escondido no apartamento de Baltazar para se desculpar?....(Castiel sabia que não, reconheceu as intenções puras de Ludovico, mas que insistia em esconder de Castiel).

Ludovico: Não!.....Eu....eu...queria te ajudar.....mas acho que você já tinha dito que não queria.....que precisava ficar sozinho....me desculpe....eu fiquei preocupado com você....(Se enrolou em sua explicação)... .eu vi como ficou....aliás eu ainda vejo....(abaixou a cabeça se apoiando na pia, apertando o mármore com força para não cair, se sentindo fraco e com a mente cansada).

Castiel: (Sorriu fraco)....Agora sim, vejo a verdade.....não se desculpe....você tentou ser melhor....alguém melhor, apesar de tudo....e isso foi obra do amor que sentiu por Baltazar, o que também já te ajudou, hibrido....Deus tem um plano para tudo....e esse era o plano dele para você....tenho certeza.

Ludovico ficou em silêncio, se deixou dominar por mais lágrimas, diante de palavras amigas de Castiel, cambaleou e foi segurado por Castiel que o levou de volta para a cama, o deitando com cuidado na mesma, e se sentando ao lado dele, que procurou a mão de Castiel.

Ludovico: (Agradeceu assim que teve sua mão segura pela do arcanjo)... Obrigado....eu não mereço seu cuidado e seu perdão.....nós nunca fomos amigos, né mesmo?.....Mas eu quero muito te ajudar também Castiel.....eu não suporto passar por isso sozinho, e sei que também não....só ainda não sabe disso....(Pausou)....fique aqui, conosco....me ajude e se ajude.

Castiel: Durma, híbrido.....eu estarei ao seu lado para se recuperar....e depois iremos juntos resolver nosso maior problema....Crowley....(Falou com nojo o nome do demônio).....tenho que restabelecer a paz na Terra.....mas quero que faça parte disso....quero que recupere o orgulho de si mesmo e seja um líder para sua família novamente...(Falou baixo, mas claramente determinado).....eu voltei do céu para acabar com tudo...(sorriu de forma enigmática).

Ludovico: (Sonolento)....Compreendo....e se nos ajudarmos, conseguiremos nos libertar de tudo que nos cerca, de nossas próprias obrigações, e seremos livres até mesmo para sofrer.....(Riu sem humor).....mas posso te pedir uma coisa, Castiel?....(Encarou o arcanjo).....não me chame mais pela minha espécie única.....eu ainda me sinto muito mais do que um hibrido para os de minha família....me chame pelo meu nome sempre....por favor....(Apertou levemente a mão de Castiel)....e você já é de minha família.

Castiel apertou os olhos em concordância e juntou as mãos de Ludovico em seu peito, e o cobriu, se levantou, olhou em volta, observando cada momento de sofrimento que Ludovico havia passado naquele quarto, conseguindo sentir a energia da dor sentida por ele, conseguiu sentir e confirmar o que Deus havia dito, que Ludovico havia puxado para si, suas emoções, e quase o levou à loucura. Castiel se lamentou profundamente por ter mergulhado tanto em seu pesar, ao ponto de não ver o que Ludovico sentia, e ao ponto de não se importar com ele, buscando sofrer e sentir pena de si mesmo, se isolando, enquanto alguém poderoso, mas mais fraco que ele, sofria calado da mesma dor.

Castiel: (Foi até a porta do quarto de Ludovico, o vendo lutar um pouco contra o sono).....Acho que agora, posso te chamar de amigo....(Suspirou)....depois de tudo que vivemos....(Fechou a porta, deixando o quarto escuro).

Ludovico: (Respondeu acreditando que Castiel não ouvia mais).....Sim......amigo....(Disse para si mesmo).

Castiel sorriu atrás da porta e seguiu seu caminho em busca do outro vampiro que havia lhe procurado, para o consolar, de algum modo, que tinha sido realmente seu amigo, em tentar o ajudar, seu amigo eterno, Dean.

 

 

CONTINUA....


Notas Finais


Pessoal amado,

Muito obrigadaaaa por tudo sempre.....BJSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS


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