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História Anne with an E - continuação da série - Corações em jogo - Esse sonho de amor


Escrita por: roalves

Notas do Autor


Olá, Outro capítulo. Espero que apreciem. Beijos. Espero pelos comentários.

Capítulo 12 - Esse sonho de amor


Fanfic / Fanfiction Anne with an E - continuação da série - Corações em jogo - Esse sonho de amor

Capítulo 12

Esse sonho de amor

GILBERT

Anne tinha ido para casa somente algumas horas atrás e Gilbert já sentia falta dela.  Era engraçado como semanas antes ele somente se preocupava com sua carreira, seus pacientes e o que comprar para encher sua geladeira sempre vazia, pois passava sua vida em grande maioria no hospital, e somente em suas folgas é que tinha tempo de ir ao supermercado mais próximo, e comprar o que faltava. Normalmente era Sarah quem se preocupava mais com isso, e ele sempre deixava a cargo dela o que comprar.

Entretanto, naquele momento, apenas a imagem de uma garota ruiva ocupava seus pensamentos, e isso o enchia de grandes expectativas para aquela noite. Ele até enviara a Anne uma mensagem lembrando-a do compromisso marcado. Temia que ela se esquecesse ou mudasse de ideia, mas para seu alívio ela respondera que estaria pronta no horário combinado.

Gilbert se sentou na pequena cozinha de seu apartamento e pequenos fragmentos do que ocorrera na noite anterior vieram a sua mente em um rápido flash. Ele ainda estava intrigado com as palavras de Anne sobre a mágoa que ele tinha causado a ela no passado. Embora, ela dissera que aquelas palavras foram frutos de sua bebedeira, e que não havia o menor fundo de verdade, ele não acreditara nela totalmente. Ele conseguia perceber que havia alguma coisa que ela não estava lhe contando, pois isso explicaria muitas coisas que aconteceram desde que Anne voltara. A raiva dela em determinados momentos, a insistência de Anne em ficar longe dele, aquela sombra nos olhos dela sempre que falavam do passado.

Gilbert tentará se lembrar de alguma coisa que tivesse feito ou falado em algum momento quando eram adolescentes que pudesse ter provocado aquela animosidade que Anne demonstrará por ele em várias ocasiões, mas não encontrara nada.

Quando pensava naquele tempo, somente se lembrava dos bons momentos que tiveram juntos. Eles quase não discutiam, a não ser sobre qual filme assistir ou qual música ouvir quando estavam na casa de Gilbert, e ela passava a tarde estudando com ele.

As outras lembranças eram somente de quando eram crianças ele carregava Anne para todos os lados como uma sombra. Ele a ensinara a nadar, jogar futebol melhor que um garoto, raciocinar para realizar aqueles problemas de matemática  enormes que ela odiava, e lhe confidenciara todos os seus segredos.

Na adolescência, fora dele o primeiro beijo de Anne, e depois de compreender seus sentimentos por ela, se tornaram mais inseparáveis do que nunca. Era divertido olhar as estrelas com ela, fazer piquenique no parque, ou simplesmente tê-la deitada em seu colo enquanto conversavam sobre coisas sem importância. Fora um tempo mágico, de descobertas, e Gilbert não se lembrava de sequer ter olhado para outra garota desde seus nove anos. Era como se Anne tivesse sido enviada dos céus especialmente para ele. Aquele rosto lindo o acompanhara por toda a vida, e em seu coração ela estaria com ele até o fim de seus dias.

Ele se lembrava do tempo que estava na faculdade, e se pegara pensando nela no dia da formatura.  Como ele desejara que ela estivesse lá com ele, pois Anne fora a primeira pessoa com quem conversara a respeito de ser médico.  Naquele tempo, ele ainda tinha muitas dúvidas sobre se queria ser astronauta ou se formar em medicina, pois as coisas relacionadas ao universo o fascinavam tanto quanto os mistérios do corpo humano.

- Ora, Gil. Eu acho que medicina é sua vocação.  Cada vez mais tenho certeza disso, porque te observo todos os dias, e vejo como você se preocupa com as pessoas.  Você não poderia cuidar delas com tanto zelo se fosse astronauta. – Ela lhe dissera em um Sábado quando tinham saído para andar de bicicleta, e pararam perto de um. lago para descansar.

- Você acha que serei um bom médico, Anne? – Ele lhe perguntara enroscando os dedos nos cabelos ruivos e brilhantes dela, que também era uma de suas paixões.

- Você será o melhor médico do mundo. Até posso ver você trabalhando em seu próprio consultório particular com uma plaquinha na porta dizendo “Dr. Gilbert Blythe, cirurgião".

- Você tem tanta fé em mim assim? - ele lhe perguntara surpreso admirando os olhos dela que brilhavam como dois oceanos.

- Claro que sim. Não confiaria minha vida a mais ninguém. – Ele não disse nada, tocando o rosto dela com a ponta dos dedos.

- O que foi, Gilbert? Por que está me olhando assim?

- Você sabe que adoro seus olhos, não ê?

- É mesmo? –Ela corara um pouco com as palavras dele.

- Sim, eu adoro seus olhos tanto quanto adoro te beijar. – E seus lábios se colaram em um beijo intenso.

Gilbert sorriu com essas lembranças tão doces que aqueciam seu coração.  Fora Anne que o fizera se decidir pela medicina, e sem a presença dela no dia da formatura quando alcançara sua maior conquista diminuira um pouco o brilho daquele momento importante. Então, pensando em tudo isso, ele não conseguia encontrar nenhum indício da magoa que ela mencionara.Tentaria falar com ela sobre aquilo de novo em outro momento, pois não queria nada mal   resolvido entre eles.

Custava a acreditar que convencera Anne a lhe  dar uma chance.Ele pensara que isso nunca aconteceria, mas mesmo que ela tivesse lhe dito não, Gilbert sabia que continuaria insistindo a vida inteira se preciso fosse. Anne estava em seu destino, era como uma luz a iluminar seu caminho pela vida.Somente agora Gilbert reconhecia que os sete anos sem ela foram difíceis demais. Talvez se ela tivesse compartilhado com ele cada etapa pela qual ele passara, as coisas tivessem sido conduzidas de maneira mais suave. Ele lutara para se destacar, para ter as melhores notas, para provar seu valor como  cirurgião, lutara para encontrar o verdadeiro sentido daquilo tudo. Não podia tirar o mérito de Sarah. Ela o ajudara muito como amiga e companheira nos momentos em que ele não sabia se estava no caminho certo, se a carreira de médico era mesmo para ele. Justamente por isso, tinha que esclarecer tudo com ela,pois Sarah merecia todo o seu respeito e consideração, pela pessoa que ela era e pelo que representara para ele nos  momentos mais difíceis

Não seria uma tarefa fácil  dizer que depois de anos juntos, ele descobrira que amava outra mulher, ou pior, dizer que era alguém que nunca deixara de amar mesmo estando comprometido com ela.  Não havia outra forma de dizer, e ele não queria mentir. Sarah tinha que saber tudo e ele contaria a ela a história que havia entre ele e Anne. Gilbert não esperava que ela o perdoasse, eram coisas demais para uma pessoa só assimilar. Ele apenas queria fazer o que era certo, e o único jeito era ser o mais sincero possível.

O telefone celular tocou, e ao olhar para a tela, percebeu que era Sarah. Gilbert se sentiu aliviado por ela ligar. Ele estava preocupado por ela não ter mandado notícias sobre o real estado do pai dela.

Ele atendeu e a voz suave dela soou em seu ouvido.

- Oi, querido.  Desculpe-me por não enviar notícias antes, mas é que as coisas foram um pouco complicadas por aqui, e somente  hoje consegui uma folga para falar com você.

- Como está o seu pai? - a ligação estava meio ruim, então Gilbert tinha que se esforçar para ouvir o que ela estava dizendo.

- Ele está melhor. O pior já passou. Ele vai sair amanhã, e enfim poderemos levá-lo para casa.

- Vocês estão precisando de alguma coisa? Posso ajudar de alguma maneira? - ele perguntou solicito.

- Não se preocupe. .Meu pai está sendo muito bem tratado aqui.

- Quando você volta para casa? -ele não quis parecer ansioso demais, então, controlou o tom de sua voz para que Sarah não percebesse nada. Mas, por dentro seu coração estava apertado. Queria resolver logo aquele assunto com ela, e esperar mais tempo era prolongar sua agonia. Mas, ele entendia que ela estava passando por uma situação delicada naquele momento, e ele não podia exigir- lhe nada.

- Ainda não sei, querido.  Meu pai precisa de cuidados médicos, e vou ficar para ajudar no que puder.Talvez demore ainda algumas semanas. – o coração de Gilbert pareceu afundar dentro do peito. Anne não ia gostar nada daquela novidade, pois ela dissera que não iam assumir nada enquanto Gilbert estivesse comprometido com Sarah, e pelo andar da carruagem aquele assunto ainda iria se estender por um longo tempo, somente esperava que Anne tivesse paciência e compreendesse o momento pelo qual ele estava passando. Ele sabia que já tinham esperado muito, e temia que Anne se cansasse e desistisse de tudo, e Gilbert não estava preparado para perdê-la uma segunda vez. Aquilo arrasaria com seu coração para sempre. Porém, ele se forçou a responder com um tom de voz que escondia totalmente o tumulto de seu coração:

- Fique tranquila. Espero que seu pai se recupere logo, Se precisar de alguma coisa, me ligue.

- Pode deixar. Ágora tenho que desligar, assim que puder, te ligo de novo.

- Está bem. Vou ficar esperando.

- Até a volta. Beijos.

- Beijos. – ele respondeu, deligando o telefone assim que a linha ficou muda.

Gilbert passou as mãos pelos cabelos cada vez mais preocupado com aquela situação. Conversaria com Anne naquela noite e tentaria fazê-la ver que o cenário daquilo tudo não era tão ruim assim, só teriam que ser mais um pouco pacientes. De repente, ele não via a hora de estar com ela. Cada segundo era precioso e ele não queria perder nada.

Para passar o tempo, ele resolveu fazer algumas coisas pela fazenda. Sebastian e a família somente retornariam na próxima semana de sua pequena viagem, então, ele teria várias tarefas para realizar antes do dia acabar.

Ele alimentara os animais, depois concertara uma cerca que estava quebrada. Concertou o chuveiro do quarto de hóspedes, organizou alguns livros, e trabalhou um pouco na contabilidade da fazenda. Sebastian era bem organizado, e cada entrada ou saída de dinheiro tinha sido devidamente anotada.

 Gilbert tinha plena confiança em Sebastian desde que o contratara a muitos anos atrás. Se tornaram grandes amigos, e quando precisava de um conselho, ele sempre falava com ele, ao invés de confiar em qualquer outro de seus amigos. Sebastian tinha uma vivência que poucas pessoas não tinham, e as experiências pelas quais passara o tornara aquela pessoa extraordinária. Gilbert nunca o vira reclamar de nada, estava sempre disposto para trabalhar a hora que fosse, e sempre tinha um sorriso nos lábios quando terminava o dia. Sua esposa Mary, era exatamente como ele, e Gilbert se perguntava como duas pessoas podiam ser tão parecidas.

Sempre que Gilbert vinha para a fazenda, Mary tinha um bolo de milho a espera dele, pois sabia que essa era a sobremesa favorita de Gilbert. A filha dos dois, Delfina, era uma graça de menina, aos sete anos ela já exibia aquele olhar inteligente que lembrava muito Anne aos nove, e Gilbert adorava brincar com ela, satisfazendo sua curiosidade infantil acerca do mundo. Ela às vezes lhe fazia perguntas que o deixavam em uma saia justa, pois não sabia como responder, mas tentava ao máximo deixá-la satisfeita com as respostas que dava.

Era nesses momentos que Gilbert pensava no quanto queria ser pai. Adoraria ter um menino ou uma menina como Delfina, e sabia que se sentiria extremamente realizado no dia em que isso acontecesse. Antes, tentara imaginar Sarah como mãe de seus filhos, mas nunca realmente conseguira vê-la naquele papel. Ela mesma lhe dissera várias vezes que não pensava em ser mãe tão cedo, pois tinha que se firmar em sua carreira primeiro, e Gilbert até achara na época que ela tinha razão em querer adiar a maternidade por um tempo até que se sentisse pronta para isso, mas agora, ele conseguia ver claramente que ela nunca se permitiria ser mãe, pois simplesmente aquilo não cabia na vida que estava tentando construir para si.. Ele não sabia o que Anne pensava sobre o assunto, mas sempre que pensava em filhos desde época de sua infância ele conseguia vê-la com muitas crianças ao seu redor, e Gilbert agora acreditava que se tivesse filhos um dia queria que fosse com Anne.

Gilbert sentou em sua varanda e ficou olhando para o horizonte que mudava de cor conforme a tarde caía. Só mais um pouco e logo ele estaria com Anne, e seu coração se acelerou em expectativa, Ele esperava que ela se sentisse tão bem quanto ele quando estavam juntos, e ele nunca se sentira tão feliz quanto naquele momento.

 

 

 


Notas Finais


Boa leitura.


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