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História Anne with an E - continuação da série - Corações em jogo - Pensamentos Proibidos


Escrita por: roalves

Notas do Autor


Olá, pessoal. Capítulo novo. Espero que gostem e por favor comentem, gosto de saber a opinião de vocês. Beijos.

Capítulo 26 - Pensamentos Proibidos


Fanfic / Fanfiction Anne with an E - continuação da série - Corações em jogo - Pensamentos Proibidos

Capítulo 26

Anne

Era Domingo e Anne se arrumava em seu quarto enquanto ouvia Marilla se movimentar pela casa. Ela era sempre a primeira a se levantar e Anne se lembrou que ela sempre fora assim, incansável por natureza, ativa demais para perder tempo na cama, parecia nunca ter sono, e sempre encontrava milhares de coisas pela casa para fazer, principalmente quando se tratava de cuidar dos outros.

Marilla não tivera uma vida fácil. Desde cedo tivera que abandonar a escola para ajudar a mãe em casa, principalmente quando ela adoeceu, e depois do pai que se entregar a bebida após a morte da mãe e seguira o mesmo destino dois anos depois.

Sozinha no mundo, tendo apenas seu irmão Matthew como apoio, ela decidira tocar a fazenda. Não sabia muita coisa sobre administração, mas sabia muito bem como cuidar de uma casa, assar bolos e tortas, cozinhar todos os tipos de comida possíveis. Ela então se empenhara em tocar sua fazenda para frente vendendo o que cozinhava para fora enquanto Matthew se ocupava com a lavoura.

No início, perderam um bom dinheiro por causa de estiagens longas ou períodos incoerentes de chuva volumosa, sobrevivendo apenas com o que Marilla vendia de seus bolos e tortas, ou das marmitas de comida feita que alguns trabalhadores vinham buscar pessoalmente atraídos pela propaganda boca a boca que exaltava as qualidades de cozinheira de Marilla.

Com o tempo tanto ela quanto Matthew se adaptaram às tarefas da fazenda, se lembrando sempre de estocar o que colhiam das plantações nos tempos de boa colheita, para não passarem falta dela nos tempos das vacas magras, e assim se tornaram os excelentes fazendeiros que eram.

Anne nunca soubera se Marilla algum dia se apaixonara ou tivera sonhos de se casar. Ela apenas ouvira falar que acontecera entre ela e John Blythe um namorico nos tempos de escola, mas que acabara assim que ele fora embora da cidade, e voltara depois de alguns anos casado e com um filho nos braços.

Anne também ouvira falar que houvera um outro pretendente que Marilla descartara logo, pois ela preferira dedicar sua vida à sua fazenda e ao irmão Matthew, pois já não tinha mais vontade de se casar e constituir família, o que era uma pena, pois na opinião de Anne, Marilla teria sido uma ótima mãe e esposa.

Mas, a vida tivera outros planos, e Anne acabara se tornando a filha que ela nunca teve, e Marilla parecia em paz com sua escolha, e nunca reclamara por ter decidido continuar sozinha ao invés de se aventurar em  um bom casamento.

Anne terminou de prender seus longos cabelos em um rabo de cavalo e desceu para o café. Naquele dia ela acompanharia Matthew e Marilla até a igreja para o culto dominical do qual eles semanalmente participavam. Ela nunca fora uma pessoa religiosa, mas sempre fazia suas orações antes de dormir como Marilla a tinha ensinado quando ela viera viver em Green Gables. Em Nova Iorque ela costumava ir com sua tia à igreja local em sua adolescência, mas quando começar a trabalhar como modelo a vida seguira outro rumo, e ela perdera aquele hábito, mas agora que estava em Avonlea, ela decidirá participar de alguns serviços religiosos de vez em quando, por que só de estar naquele lugar maravilhoso se sentia espiritualizada.

Entrar na pequena igreja de Avonlea trouxera mais lembranças a Anne do que ela esperava. A maioria dos seus conhecidos estavam lá, inclusive Diana e Jerry que lhe acenaram do banco da frente onde estavam sentados com suas respectivas famílias. Anne pensou em Gilbert que estava de plantão naquele domingo no hospital onde trabalhava, e sorriu das memórias que tinha dos dois quando eram crianças e se viam obrigados a estarem ali quando claramente preferiam ter ficado em cada e dormindo até mais tarde.

Eles sempre sentavam no último banco onde não podiam ser vistos, e ficavam conversando baixinho enquanto o culto era realizado. Uma vez eles adormeceram encostados um no outro, e foram descobertos por Marilla que lhes passara um sermão depois, dizendo que deviam ter mais respeito com a casa do Senhor com o que eles concordaram na hora, mas cinco minutos depois já tinham se esquecido.

Anne também se lembrava de uma conversa que tivera com Gilbert quando ela tinha treze anos e que sempre lhe voltava a cabeça quando se mudara para Nova Iorque e por alguma razão pensava nele.

- Anne, você pensa em se casar? - Gilbert lhe perguntara.- ela olhara para ele surpresa pela pergunta  e respondera:

- Nunca pensei nisso, mas, acho que vou querer me casar algum dia no futuro.

- E com quem gostaria de se casar? - Gilbert perguntara novamente.

- Não sei, talvez com alguém famoso e lindo. Acho que seria o máximo se eu pudesse me casar com Matt Damon.- os olhos dela brilhavam quando dissera aquilo, pois aquele ator era o seu favorito.

- Você tem mesmo muita imaginação, porque não escolhe alguém mais comum? Duvido que algum dia vá conseguir chegar perto desse cara.- Gilbert dissera fazendo cara de desprezo. Mal sabia ele que Anne acabaria conhecendo Matt Damon no futuro por conta de sua profissão, mas seu encanto por ele já tinha desaparecido, mesmo ele sendo uma pessoa adorável e um perfeito cavalheiro.

- Quem por exemplo? - Anne perguntara com a sobrancelha arqueada.

- Eu por exemplo.- Gilbert respondera com as bochechas coradas, e Anne arregalara os olhos surpresa e se apressara em responder:

- Credo, Gilbert! Você é como se fosse meu irmão, e irmãos não podem se casar. Você deveria pensar em outra pessoa para ser sua esposa.

- Não consigo pensar em outra pessoa com quem queira  me casar a não ser você.  Não somos irmãos de verdade, e você é minha melhor amiga. Então, acho que poderíamos nos casar quando ficarmos mais velhos.- Gilbert falara daquilo de um jeito que deixara Anne sem graça.

- Por que não se casa com Ruby? Ela sempre teve uma queda por você   

- Ruby Gillis? Ficou maluca? Eu jamais me casaria com alguém tão pegajoso, ainda tem aquela voz infantil que me irrita, e ela sempre chora por qualquer coisa. – Gilbert disse, torcendo o nariz para a escolha de Anne.

- Que tal Josie Pye? Ela é bem bonita.- Anne sugeriu enrolado uma mecha de seus longos cabelos nos dedos.

- Josie é legal, mas não faz o meu tipo.

- E quem faz o seu tipo? - Anne perguntara curiosa em saber aquele detalhe, por que quando se tratava de garotas, Gilbert não conversava muito com ela.

- Meu tipo é vo..- eles foram interrompidos por Matthew dizendo que já estava na hora de irem embora. Assim, aquela conversa nunca mais fora retomada e por muito tempo Anne se perguntava sobre qual resposta Gilbert lhe daria. Naquele momento Anne sabia que Gilbert iria responder que era seu tipo era ela, mas naquele tempo era jovem demais para compreender que seu velho amigo já a amava, e que quase o confessara ali mesmo naquela igreja.

Não era mesmo ironia do destino pensar que Gilbert também sempre fora o único com quem quisera se casar, mas que somente admitira aquilo para si mesma, depois de anos tentando encontrar o par ideal?

Ela sentiu alguém a observando e deu de cara com o par de olhos odiosos de Billy Andrews sobre ela, e estremeceu. Ele era uma das pessoas mais desagradáveis que conhecera, e parecia que continuava a ser. Como Marília sempre dizia, uma onça dificilmente consegue esconder suas pintas por muito tempo, e no caso de Billy Andrews, ele parecia ter piorado com o tempo.

Continuava asqueroso e a maneira como a olhava lhe causava arrepios na espinha. No passado, aqueles olhos zombavam dela enquanto seus lábios a ofendiam com os piores apelidos que conseguia pensar, mas agora o que via ali era um desejo velado, avaliando-a como mulher, e deixando claramente explícito o que pensava, ao mesmo tempo em que seu olhar deslizava pelo corpo dela parecendo querer despir o vestido branco que ela usava com o poder do seu pensamento e ver o que havia além.

Anne sentiu seus calafrios aumentarem, e desviou os olhos daquela figura horrível, voltou a pensar em Gilbert e começou a se sentir segura de novo. Tinham passado noites incríveis nos últimos dias, e Anne sempre voltava para casa com a sensação que não tivera o bastante.

Ela riu para si mesma ao pensar que estava se tornando uma garota moderninha demais, e se lembrou das vezes que condenara suas amigas de Nova Iorque, chamando-as de pervertida por fazerem sexo todas as noites com os namorados, e agora ela se via na mesma situação que elas, com a exceção de que ela e Gilbert não transavam todas as noites, por conta do trabalho dele, mas ficava apenas imaginando na loucura que seria se tivessem a oportunidade. A rainha de gelo tinha se derretido afinal, e ela parecia estar queimando em uma eterna fogueira de desejo quando estava com Gilbert. Aquele homem era sua perdição. Quem poderia culpá-la por querer passar todas as noites com ele? Quando adolescente Gilbert tinha sido muito atraente, mas não tinha nem a metade do charme que possuía agora, com aqueles olhos castanhos que se transformavam em pura luxúria quando ele amava, e aquelas mãos de cirurgião que além de competentes no trabalho, faziam maravilhas em seu corpo.  Cole tinha razão. Dr. Gilbert Blythe era tão sexy quanto era gostoso, e se perder em seus beijos era como se derreter nas lavas de um vulcão.

Anne corou com o teor de seus pensamentos. Olhou para Marilla que continuava com o olhar fixo no pastor que falava alguma coisa sobre perdão, e se sentiu aliviado pelos pensamentos não serem transparentes senão já estaria condenada ao fogo do inferno, só por ter aquele tipo de devaneio em solo sagrado. Mas, se pudesse queimar com Gilbert, não valeria a pena?

Céus! O que estava pensando? Onde aprendera a ser depravada assim? A culpa era de Cole por colocar ideias em sua cabeça, agora não conseguia parar de pensar nisso.

 Ela se forçou a prestar atenção no que o pastor dizia, pois, seus pensamentos estavam dispersos demais. A única coisa que lhe passava pela cabeça era como faria para ver Gilbert naquela noite, talvez pudesse ir visitá-lo e tomarem um café juntos. Não planejara uma noite tórrida, pois nunca sabia se o plantão dele seria esticado ou não, mas só de vê-lo por algum tempo já a ajudaria a dormir melhor.

Estava mesmo tão apaixonada assim? Ela se perguntou passando as mãos pelos cabelos. Estava mesmo tão envolvida com Gilbert que passava suas noites só pensando nele? Ela não quis buscar pelas respostas por medo de descobrir que já estava tão perdida que não tinha mais volta.

Ela não pretendera que sua paixão por Gilbert chegasse aquele ponto, mas depois que se entregara para ele e revelara todos os seus sentimentos ficara difícil demais de resistir todas as vezes que sentia seus braços rodearam sua cintura.

Anne tinha medo de se magoar como no passado, quando mergulhara demais no que sentia e ganhara um coração partido. Mas, ela tinha que se lembrar que eram outras pessoas agora, tinham amadurecido, e não havia nada que os impedisse de se amarem como queriam ou será que tinha?

Anne afastou todos os pensamentos de vez e se levantou do banco onde estava sentada, pois o culto terminara, e ela percebeu culpada que não se lembrava de uma palavra do que fora dita pelo pastor. Passara quase as duas horas em que durara o culto pensando em Gilbert Blythe e em suas mãos.  Ela ficava só imaginando o que Cole diria quando se encontrasse com   ele e Diana mais tarde, como tinham combinado naquela semana. Já podia ouvir as piadinhas dele quando ela lhe contasse sobre seus pensamentos pecaminosos durante o sermão do pastor.

Cole era tão mundano que duvidava que ele se chocasse com aquele fato, mas Diana com certeza a olharia com os olhos assustados tentando ainda encontrar traços de sua amiga bem-comportada do passado que desde que começara a namorar Gilbert tinha se tornado uma libertina.

Sendo engraçado ou não, o fato era que não conseguia mais se libertar da volúpia que Gilbert despertara, e estava completamente enfeitiçada pelos efeitos de seus beijos em seu corpo, e não havia milagre que a salvasse daquele amor sem limites ou rédeas porque tudo o que sentia era profundo demais. Seu corpo e seu coração pertenciam apenas a Gilbert, e nunca haveria outro homem que a tivesse tão completamente em sus mãos.

Anne acompanhou Marilla na saída, e quando estavam falando com uma antiga conhecida da boa senhora, Anne viu Josie passar. Ela a tinha observado quando chegaram e Josie tinha a cabeça concordando baixa e não olhava para ninguém, e naquele momento caminhava do mesmo jeito, como se tivesse pressa e quisesse sair logo dali. Anne a chamou e ela parou de repente, olhando para a ruivinha constrangida.

- Oi, Josie. Não nos falamos mais depois daquele dia em sua casa.- a garota deu um sorriso forçado e respondeu:

- Sim, eu andei ocupada. Mas, se quiser podemos marcar outro dia.

- Claro. Quando quiser.- Anne respondeu educadamente enquanto observava que Josie usava uma blusa de manga comprida em uma manhã relativamente quente.

- Bem. Preciso ir. Nos falamos outro dia.- ela se inclinou para beijar Anne no rosto, e sem querer ela olhou para os pulsos de Josie que ficaram por um instante descobertos, pois a blusa dela era larga naquele ponto e se afastaram um pouco deixando Anne ver pequenas manchas roxas com o se ela tivesse sido agarrada por alguém como muita força.  Mas, foi somente por um momento, pois Josie notando seu olhar, puxou logo as mangas cobrindo aquela parte de seu corpo e se despediu de Anne apressadamente indo em direção ao marido que já a olhava impaciente.

Anne ficou intrigada com o que vira, e alguns pensamentos passaram por sua cabeça, mas não comentou nada com Marilla, por que não quisera deixá-la preocupada com suas suspeitas. Precisava ligar para Ruby e marcar um encontro com ela para saber se ela tinha mais informações sobre o casamento de Josie e o seu marido, pois se alguém sabia da vida de Josie era Ruby porque tinham sido amigas íntimas a vida toda. Anne não costumava se meter na vida das pessoas, mas se Josie estava com problemas ela queria ajudar, pois tinha meios para isso.

- Vamos para cada, Anne? – Marilla a chamara e ela abandonou suas reflexões para caminhar em direção a boa senhora, e irem juntas com Matthew para casa, onde um belo almoço de domingo esperava por eles.

 


Notas Finais


Boa leitura. Beijos.


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