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História Anne with an E - continuação da série - Corações em jogo - Pensamentos e desejos


Escrita por: roalves

Notas do Autor


Mais um capítulo, Espero pelos copmentários. Beijos.

Capítulo 27 - Pensamentos e desejos


Fanfic / Fanfiction Anne with an E - continuação da série - Corações em jogo - Pensamentos e desejos

 

GILBERT

Gilbert fazia a sua última ronda matinal daquele domingo. Ele gostava de visitar todos os seus pacientes antes de iniciar as consultas do dia. Cada paciente tinha o mesmo grau de importância para ele, por isso, Gilbert gostava de acompanhá-los de perto, incentivando-os a falar de suas vidas, de suas famílias, de seus sonhos. Gilbert pensava que este tipo de comportamento criava uma empatia entre médico e paciente, aumentando a confiança e consequentemente o processo de cura se tornava mais fácil   Era lógico que isso não era garantia de que o paciente iria melhorar

 Às vezes por mais que se tentasse, uma vida era perdida, o que deixava Gilbert extremamente arrasado. Mas, em sua concepção de vida, ele acreditava que milagres podiam acontecer e era desse tipo de crença que vivia um cirurgião. Ter fé era importante, pois além de alimentar a alma também podia fazer as pessoas escalarem muros imensos chegando no topo de seus sonhos.

Seu pai lhe ensinara isso, e durante todo o período de doença dele, Gilbert orou pedindo que ele fosse curado, mas o milagre não aconteceu desta vez, e quando ele morrera, Gilbert entendera que algumas coisas tinham seu tempo menor nesse mundo e a única coisa que podíamos fazer era amá-las enquanto ainda tínhamos a oportunidade para isso.

Como médico ele já presenciara quase tudo, e no início ele pensara que não conseguiria seguir em frente naquela profissão, pois era difícil demais lidar com questões como a morte, mas a experiência lhe trouxera a calma que precisava para enfrentar a realidade de sua profissão. Ainda era difícil perder um paciente na mesa de cirurgia, ainda era terrível ter que dizer a uma pessoa que seu tempo estava acabando, mas ele aceitava melhor o fato de que era apenas um homem e sempre fazia o melhor que podia, e que não tinha nas mãos o poder de mudar o destino de alguém.

O que estava escrito nas linhas do tempo era o que valia. Não era isso que seu pai dizia? Não que fosse uma pessoa conformista, ele jamais desistia de uma batalha fácil, mas trabalhando a tanto tempo dentro de um hospital e lidando com vidas humanas, Gilbert sabia exatamente quando devia continuar a insistir e quando era melhor parar de tentar, e assim ele parara de sofrer pelas coisas que estavam fora de seu alcance.

Ele acabou de examinar seu último paciente, e saiu para o almoço. A cafeteria do hospital estava lotada àquela hora por visitantes e funcionários do hospital, ele olhou com desgosto para a única mesa que sobrara e que ficava exatamente em frente de onde a enfermeira Nora estava sentada. Aquela mulher já estava lhe dando nos nervos. Vivia se insulando para ele mesmo sabendo que ele não estava interessado. Parecia que desde que soubera que Gilbert tinha namorada, seu interesse por ele redobrara.

Ela parecia ser daquele tipo de mulher que gostava de exibir uma conquista como um troféu, e Gilbert desprezava isso. Quando ele estava trabalhando, Nora parecia saber exatamente onde ele estava, pois Gilbert sempre acabava tropeçando nela pelos corredores e esse tipo de coincidência o estava cansando demais. Poderia denunciá-la por assédio, mas não queria ter que chegar aquele ponto. Ele não tinha provas para apresentar caso realmente se decidisse pela denúncia, mas não era algo difícil de conseguir, porque ela não disfarçava seu interesse nele, mas, Gilbert sabia que acabaria com a carreira dela se algo assim se tornasse público, e ele não queria ser responsável por isso. Afinal de contas, ela era uma boa enfermeira e os pacientes gostavam dela, por isso, Gilbert preferia resolver tudo com diplomacia.

Ele não contara a Anne sobre aquele fato, pois não sabia como ela reagiria, e não queria que nada perturbasse o namoro dos dois. Ela era ciumenta e acabaria enfiando caraminholas na cabeça, e Gilbert queria evitar discussões inúteis. Suspirando, ele se sentou à mesa, e logo um garçom veio anotar seu pedido. Gilbert notara o olhar de Nora sobre ele, e ele fechou a cara, esperando que ela entendesse que não desejava nenhuma aproximação por parte dela. Felizmente, Norah não tentou fazer nenhum contato com ele, deixando a cafeteria alguns minutos depois que ele tinha se sentado para comer, e Gilbert respirou aliviado porque pelo menos assim poderia almoçar em paz

Ele olhou para o celular e viu que havia uma mensagem de Anne, que dizia que à tarde ela iria se encontrar com Cole e Diana em Charlotte Town e esperava poder vê-lo por alguns minutos antes de voltar para casa.Gilbett sorriu ao ler as palavras dela e escreveu em resposta “ mal posso esperar".

 Então, ele tomou um gole de seu suco de maçã e começou a pensar sobre os últimos dias. Anne e ele tinham passado muito tempo juntos, embora seu trabalho exigisse muito de sua atenção. Estar com ela era sempre a melhor parte de seu dia, e o que era mais incrível era que Anne sempre que ia saber como tinha sido seu dia de trabalho, o que o deixava surpreso, porque qualquer outra mulher consideraria extremamente entediante ouvi-lo falar de sua rotina no hospital, mas Anne parecia genuinamente interessada, fazendo mil perguntas e prestando atenção a cada palavra que ele dizia como se estivesse ouvindo a história mais incrível do mundo.

Anne era uma mulher surpreendente muito mais do que qualquer mulher que ele tivesse conhecido antes dela. Ele não tivera muito envolvimentos românticos, mas as poucas que conhecera não se interessavam pelo trabalho dele daquela maneira, e Sarah já vivia naquele ambiente diariamente e quando não estavam no hospital suas conversas giravam em torno de outros assuntos.

Mas, Anne sempre fora assim, curiosa por natureza tanto que quando eram crianças ela passava dos limites algumas vezes, mas Gilbert nunca se irritava com ela e com a maior paciência explicava com detalhes o que Anne tanto queria saber. Ele podia dizer que aquela característica era um traço marcante da personalidade dela, pois fora a curiosidade dela que a levara a descobrir coisas que aguçaram cada vez mais sua inteligência, transformando-a nessa mulher extraordinária que era.

Gilbert esperava que um dia ela recuperasse seu interesse em lecionar. Ele tinha certeza de que ela seria uma excelente professora de literatura, pois seus conhecimentos nessa área eram extensos. Ele não conseguia se lembrar de nenhuma vez quando crianças de não ver Anne com um livro nas mãos. Até mesmo quando estavam lanchando ela estava com os olhos pregados em alguma página, e seu desejo de aprender era insaciável.

Gilbert também sempre gostava de ler, mas não como Anne. Seu interesse sempre fora mais por assuntos ligados a medicina, portanto William Shakespeare e Oscar Wilde nunca foram seu forte, deixava isso para sua namorada que adorava um bom drama e histórias impossíveis de amor.

Gilbert terminou seu lanche, e foi para seu consultório descansar mais um pouco antes de voltar para sua rotina dura no hospital. Ele se sentou em sua poltrona e sua expressão se suavizou ao pensar que logo veria sua garota.

Tinham se passado somente vinte quatro horas desde que estivera com ela, mas já sentia falta dela. Anne tinha tomado conta da vida dele serão forma que Gilbert às vezes não conseguia se lembrar de como ele era antes dela chegar. Tudo tinha mudado, como se um furacão tivesse passado e arrasado com tudo o que ele conhecia, para depois fazer renascer um pôr-do-sol cheio possibilidades, trazendo para sua vida um colorido sem igual.

Ele quase não podia acreditar na intensidade do amor que partilhavam. Depois de anos vivendo como se seu coração tivesse embernando dentro dele, Gilbert o sentia pulsar tão forte e incrivelmente apaixonado por seu anjo ruivo, que fazia seus dias tão felizes. Sempre que olhava para Anne ele ainda via a garotinha que ela fora, e seu coração se enternecida. Anne conseguira suavizar um lado dele que tinha se tornado tão duro com o passar dos anos, e o cinismo com o qual ele avaliava o mundo tinha desaparecido, e conseguia até rir de si mesmo com mais frequência. 

Anne o deixava leve, e era por isso que a amava tanto. O amor dela o salvara de uma vida sem propósitos. Se ela não tivesse entrado em sua vida novamente ele teria se tornado um desses médicos casados com a profissão enquanto sua vida pessoal iria por água abaixo. Anne era uma benção pela qual ele seria eternamente grato.

Gilbert se levantou e vestiu seu jaleco branco novamente. Teria mais algumas horas de trabalho até que pudesse ir para casa e relaxar, e com sorte em companhia da ruivinha mais linda do mundo.

 


Notas Finais


Boa leitura. Beijos


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