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História Anne with an e- continuação da série - Paraíso conquistado


Escrita por: roalves

Notas do Autor


Olá, pessoal. Estou postando mais um capítulo dessa minha longa saga que venho escrevendo a mais de um ano. Quero agradecer por todos os comentários e visualizações, e por sempre me incentivarem a continuar todas as semanas. Esta história tem sido um desafio e tanto, porque sempre me entrego demais aos capítulos que escrevo, e espero sinceramente que vocês não estejam cansados dela. Eu sei que os capítulos são longos, e tento escrevê-los de maneira agradável para que não se tornem cansativos para vocês e espero estar conseguindo, e espero que ao terminá-la eu ainda tenha todos vocês comigo para vermos juntos o desfecho final dessa linda história de amor. Muito obrigada por tudo, e os erros vou corrigir assim que puder. Beijos.

Capítulo 107 - Paraíso conquistado


Fanfic / Fanfiction Anne with an e- continuação da série - Paraíso conquistado

 

ANNE

- Quando soube que estava grávida, Anne? - Gilbert perguntou brincando com os cabelos dela.

Eles estavam sentados no Central Park, embaixo de uma árvore imensa cujas flores eram incrivelmente perfumadas. Gilbert tinha suas costas apoiadas no tronco de  carvalho antigo, enquanto Anne estava deitada com a cabeça no colo dele, suas mãos espalmadas na coxa direita masculina e sentindo uma calma que pairava pelo ar e entre eles,

Fazia exatos quinze dias que ele acordara da cirurgia, e tudo tinha se tornado bem mais leve desde então. Depois da surpresa de que seria pai passara, Gilbert adquirira uma postura nova diante da nova realidade de ambos. Anne temera que ele não aceitasse bem a novidade, porém, mais uma vez ele lhe emocionara com suas palavras, e ela soube naquele instante que seriam felizes não importava de que maneira, porque depois de tudo o que ela vivera com Gilbert, cada risada, cada lágrima, cada olhar compartilhado, cada abraço e cada sonho, ela não tinha mais dúvidas de que sua vida estava recomeçando de um ponto de vista diferente, pois o homem ao seu lado era real, o sentimento que tinham  um pelo outro era real, o filho que ela esperava era real, e era assim que ela sentia que o futuro lhe sorria pela primeira vez.

- Foi no dia em que eu sai com a Sharon para comprar um presente para a sogra dela. Eu passei mal na loja e desmaiei. Acabei sendo levada para o hospital, e assim eu descobri que estava grávida de um filho nosso.- ela entrelaçou seus dedos nos de Gilbert e depois olhou para ele que  a fitava com o rosto cheio de surpresa:

- Anne, isso quer dizer que descobriu antes da minha cirurgia?

- Sim, por que? Ficou chateado por eu não ter te contado?

- Não, eu só estou surpreso por ter conseguido esconder isso tão bem de mim. Então, aqueles enjoos matinais não foram causados pela tensão, e sim pela sua gravidez?- ele perguntou para ter uma confirmação de seus pensamentos.

- Sim.- Anne respondeu brincando com os dedos da mão esquerda dele.

-  Em algum momento, eu confesso que desconfiei, mas, depois achei que era coisa da minha cabeça, um desejo antigo que tive que reprimir para não magoar você.- ele disse apertando a mão dela entre as suas, e fazendo Anne levantar a cabeça  levemente para apoiá-la em seu peito.

 - Você realmente  está feliz com esse bebê, Gilbert? Eu sei que tínhamos combinado de não pensarmos sobre isso agora por conta da sobrecarga de responsabilidades, e mesmo porque, as minhas chances de engravidar eram pequenas. Eu quero que saiba que não foi de propósito, eu sempre tomei o maior cuidado assim como você, e não sei em que momento isso pode ter acontecido, mas creio que as coisas saíram um pouco fora de controle com a sua cirurgia tão inesperada e complicada.- ela estava com tudo aquilo dentro dela  incomodando  a algum tempo, e Gilbert tinha que saber como as coisas tinham de fato acontecido, pois não queria que ele pensasse que ela tinha planejado tudo aquilo pelas costas dele, levada por uma vontade de ter um filho, o que não seria muito difícil de imaginar já que ela agira por impulso algumas vezes, mas, naquele caso, ela estava totalmente inocente, e engravidara quando já não tinha mais esperanças que isso acontecesse.

- Ei, amor, o que está dizendo? Você não fez este bebê sozinha. Eu tive muita participação nisso.- Gilbert disse com um sorriso maroto, e depois continuou.- Eu jamais pensaria que você faria algo assim, e sim, estou realmente feliz com esse bebê. Na verdade, me sinto totalmente apaixonado por esse amendoinzinho dentro da sua barriga.  – o olhar de ternura que ele lhe lançou a deixou toda derretida por dentro. Ela sonhara demais com aquele momento, e partilhá-lo com Gilbert estava sendo melhor do que imaginara. Era tão bom ver que ele já amava aquele bebê tanto quanto ela.

Naqueles quinze dias, ele vinha tratando-a com todo cuidado, como se ela pudesse se quebrar de repente, e Anne sabia exatamente porque ele a tratava assim. Gilbert tinha medo de sua gravidez se constituir em um risco para a saúde dela, mesmo depois dela ter dito que estava tudo bem. Ela sentia todos os dias os olhares dele sobre ela, o zelo excessivo, seus esforços para que ela se sentisse bem, sua preocupação com os enjoos matinais, e sua vigilância sobre a sua alimentação. Anne se sentia grata por ele cuidar tanto dela assim, e por dar-lhe todo o apoio que precisava. Dali a uma semana, ela iria fazer o exame sanguíneo para saber o sexo do bebê, e Gilbert dissera que queria ir junto, pois ele afirmara que já havia perdido muitos momentos com Anne, e naquele, ele fazia questão de estar presente.

Era engraçado vê-lo tão protetor com ela em um  momento em que quem deveria ser cuidado era ele, e quando Anne abordara aquele fato, Gilbert dissera que ele estava bem o suficiente para ser o “marido” que ela precisava, e Anne acabara rindo e dizendo que eles não estavam oficialmente casados, portanto, ele não precisava levar tão a sério aquele papel ainda, e Gilbert respondera:

- Conforme-se, Sra. Blythe. Você nunca mais vai se livrar de mim.

- E quem disse que quero me livrar?- Anne respondera o que lhe valeu um beijo de tirar o fôlego.

Anne olhou para o rosto de Gilbert, observando-lhe cada detalhe, e suspirou. Era tão fácil amá-lo, aliás, sempre fora tão fácil amá-lo, desde o começo, o que não fora fácil antes era reconhecer que ela precisava dele mais do que tudo, que Gilbert era  a pessoa certa e confiar que ele não a magoaria. E ela tinha que admitir que Gilbert a magoara, assim como ela a ele, mas superaram cada fase  sempre confiantes no amor que sentiam, e saíram mais maduros, mais experientes e mais conectados um com o outro. Anne não sabia como teria sido sua vida se não tivesse ido parar em Avonlea, conhecido Diana e Cole, e encontrado Gilbert. Talvez a lousa que quebrara na cabeça dele tivesse mesmo servido como um cupido tão eficiente que nunca mais foram capazes de ficar longe um do outro, porém, tudo o que vivera foi importante para provar a si mesma que era alguém de valor, que merecia ser amada e que merecia sim construir uma família ao lado de Gilbert Blythe.

A órfã feia e magricela tinha descoberto seu caminho, feito amizades que levaria pela vida a fora e encontrado o amor verdadeiro ao lado da pessoa menos provável de se apaixonar por ela, o garoto mais popular da escola, o mais cobiçado por todas as garotas da sociedade de Avonlea, o rapaz gentil que segurara em sua mão um dia, e que a tinha visto com os cabelos curtos mais horrendos do mundo e não a ridicularizara por isso, e ainda dissera por tantas vezes que Anne era a garota mais linda que ele já tinha visto. Logo ela, que odiara seus cabelos por tanto tempo, que odiara se olhar no espelho e ver suas inúmeras sardas estragando seu rosto claro, e que se sentira inferior por não conhecer sua família biológica. E assim, ela se apaixonara, não apenas pela beleza incrível de Gilbert Blythe cujos cabelos cacheados lhe davam um charme adicional, mas, sim por aquela alma nobre que  sempre a colocara em um pedestal, que sempre a fizera se sentir uma princesa mesmo estando longe de ser uma, que sempre a incentivara  a buscar o melhor de si mesma, e que sempre a amara incondicionalmente.

O beijo suave de Gilbert em seu rosto a fez acordar de seus pensamentos e prestar atenção no que ele dizia:

- Está com medo?

- Bem, creio que toda mãe de primeira viagem tem um certo receio sobre o seu bebê. Eu acredito que a pergunta maior que paira em nossas cabeças é se seremos uma boa mãe. Talvez para mim essa pergunta seja ainda mais séria, porque não tive uma base sólida na qual me basear, já que minha mãe faleceu antes que eu pudesse saber como seria ter uma figura materna em minha vida. Marilla fez o melhor que pôde, e me ensinou muitos valores que eu não conhecia, mas, não posso dizer que convivemos muito como mãe e filha.

- Você será a melhor mãe do mundo, eu tenho certeza disso. Eu já te vi com crianças, e a maneira como seus olhos brilham é a coisa mais maravilhosa de se ver. – Gilbert disse abraçando-a apertado.

- Obrigada, amor. Saber que estará a meu lado quando a hora do bebê nascer chegar faz uma enorme diferença.

- Você nunca mais estará sozinha, eu te prometo.- Gilbert disse beijando-lhe os cabelos.

- Tem uma coisa que realmente tem me preocupado nos últimos dias.- Anne confessou com a cabeça deitada no ombro de Gilbert.

- Conte-me o que é.- ele disse suavemente.

- Eu sei que Matthew ficará nas nuvens quando souber do bebê, mas, eu não tenho certeza do que Marilla vai dizer. Eu sei que ela apoiou minha inda a Nova Iorque com você, mas, não creio que fará a mesma coisa quando souber que estou grávida sem estar oficialmente casada.

- Acha que ela pode ficar zangada?- Gilbert perguntou sentando Anne em seu colo.

- Não sei se ficará zangada,. Creio que decepcionada seria a palavra mais correta a se dizer nesse caso. Ela sempre me julgou muito madura para minha idade, mas, talvez pense que eu não tenha agido com muita inteligência ao engravidar sendo solteira ainda.- Anne disse com tristeza. Decepcionar Marilla era a última coisa que gostaria de fazer, e embora Anne não se envergonhasse de forma nenhuma da vida íntima que tinha com Gilbert, e do bebezinho que estava esperando, não queria que a boa senhora se sentisse ofendida pelo seu estado.

Anne imaginava o que Rachel Lynde diria quando soubesse. Apesar de ter amaciado a sua  maneira  de olhar para Anne através dos anos, a ruivinha não tinha ilusões quanto ao que a amiga mais antiga de Marilla espalharia aos quatro ventos sobre sua índole. Talvez dissesse que aquilo não era de se espantar vindo de um garota sem base sólida familiar, como se ser órfã fosse o pior crime do mundo. Anne nunca se afeiçoara a muito a Rachel por conta de sua maneira grosseira de se referir as pessoas e as suas vidas, mas, sabia reconhecer que ela não era  totalmente má, ela era apenas fruto de uma sociedade que escondia seus pecados embaixo de grossas camadas de falso decoro para apontar sem piedade as “faltas” que outros cometiam, e que destoavam completamente do que era considerado aceitável e moral.

- Não quero que se preocupe com isso agora. Tudo o que precisa fazer é se preocupar consigo mesma e o nosso filho. Lidaremos com esse problema em outra ocasião.- Gilbert disse olhando para o rosto de Anne.

- Você até agora não disse o que prefere.- Anne falou deslizando suas mãos pelos cabelos de Gilbert que já tinham crescido bastante naqueles dias, e o lugar onde ele levara os pontos da cirurgia já estava quase todo encoberto. Era maravilhoso vê-lo tão animado de novo, e fazendo planos com ela sobre o bebê.

- Não creio que se deva ter preferências quando se trata de um filho, mas, se eu pudesse realmente escolher, eu com certeza ia querer uma garotinha ruiva exatamente como  a mãe dela.- Anne o olhou surpresa e disse:

- Eu pensei que ia dizer que preferia um garotinho para surfar e jogar futebol com você

- Bem, se vier um garotinho eu também vou amar, mas, confesso que sou apaixonado por uma ruiva, e ter uma réplica sua em uma filha nossa seria um desejo realizado.- depois dessa declaração, Anne o beijou, e Gilbert correspondeu com ardor. Em segundos as mãos dele deslizavam pelo seu corpo, e Anne se agarrava no pescoço dele colando seus corpos. Fazia tempo que não tinham uma intimidade mais intensa, além dos beijos e toques antes de dormir que Anne cuidava para que não se tornassem quentes demais, levando os dois a cometer uma loucura, mas, ela podia sentir que Gilbert já estava no fim do seu controle e mais um pouco, ele  ultrapassaria os limites impostos por sua convalescença. Por isso, quando sentiu que ele a  apertava contra seu corpo, e as mãos dele acariciavam discretamente seus seios sobre  a blusa, ela se afastou e disse:

- Gilbert, você sabe que não devemos.- ele a olhou frustrado e disse:

- Eu não aguento mais ficar longe de você assim.

- Eu também estou com saudades, mas, peço que aguente mais um pouco. Essa separação forçada está com os dias contados. Você precisa pensar em sua recuperação completa, meu amor.

- Eu sei que tem razão. Desculpe-me pela minha ansiedade.

- Tudo bem. Que tal de fizéssemos uma coisa agradável agora?

- E o que sugere?- Gilbert perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Que tal se tomássemos um sorvete enorme de casquinha?

- Está bem, mas, eu escolho o sabor.- Gilbert disse se levantando do chão junto com ela.

- E qual será o sabor escolhido?

- De chocolate.- Gilbert disse com os olhos brilhando feito um  garotinho.

- Eu adoro chocolate. Como adivinhou?- ela disse brincando.

- Acho que não preciso lembrá-la desse detalhe não é?

- Claro que não, Gilbert Blythe. – Anne disse rindo ao se lembrar da noite em que fizeram amor e que Gilbert usara o chocolate como afrodisíaco. Seu noivo era sempre criativo nesses momentos, e ela não podia reclamar de monotonia.

 E assim, eles caminharam de mãos dadas até a sorveteria do centro da cidade, onde além de namorarem mais um pouco, se deliciaram com a guloseima gelada pelo resto da tarde.

 

GILBERT

Anne estava sentada no sofá da sala com um livro em mãos enquanto Gilbert a observava . Ela estava linda com seu cabelos soltos, o rosto suave, uma expressão de satisfação no rosto que a deixava irresistivelmente atraente.
Gilbert nunca se cansava de olhar para ela. Mesmo depois de todo aquele tempo juntos, ela tinha o poder de fascina-lo como ninguém, e não havia um só dia que seu coração não batesse apaixonado por ela.

Ele não conseguia pensar ou sequer se lembrar de quando não fora assim, pois quando tentava se recordar de sua vida antes de Anne, parecia que tudo o que acontecera apenas o preparara para o momento em que a conhecera, como se ela sempre estivesse destinada e inserida na sua linha da vida, e assim a perfeita harmonia que fazia com que tudo entre eles combinassem totalmente era assim porque as leis do universo determinara que seriam a metade um do outro.

Gilbert afastou o livro que também estivera lendo, mas que no qual  nos últimos dez minutos sequer prestara atenção porque seus olhos estavam presos a figura encantadora de sua noiva que naquele exato momento jogou o cabelo do lado, e tal movimento deixou descoberto a pele macia e branca do seu pescoço fazendo com que Gilbert sentisse uma necessidade imediata de beijá-la ali.

O rapaz se aproximou sem que ela percebesse de pronto, e desceu seus lábios úmidos na região perto da orelha e depositou ali um beijo suave que deixou a pele de Anne toda arrepiada. Ela o encarou com seus olhos azuis, e percebendo a maneira como Gilbert a olhava, perguntou

- Por que está me olhando assim?

- Assim como? - Gilbert rebateu com outra pergunta enquanto se sentava ao lado dela no sofá

- Como se quisesse desvendar algum segredo meu. - Ela disse com um sorriso

- E você tem algum segredo a ser desvendado, Srta.Cuthbert? - ele perguntou com ar de riso

- Toda mulher tem seus segredos. - ela disse enigmática.

-  E você vai me deixar descobrir quais são os seus?- ele disse abraçando-a pelo ombro.

- Talvez eu o permita um dia

- Isso quer dizer que existem coisas a seu respeito que eu ainda não sei

- Claro. Não teria graça nenhuma se você já conhecesse tudo sobre mim. Você perderia o interesse rapidamente. - ela disse com um sorriso maroto

- Isso é impossível, meu amor. Mas passarei minha vida inteira desvendando todos os segredos dessa mulher fascinante que é minha noiva com prazer.- ele disse puxando Anne para um beijo calmo, que fez com que o   coração de ambos batessem na mesma medida

- Como se sente hoje?- ele perguntou tocando suas bochechas com o polegar.

- Me sinto bem.- ela respondeu curtindo o carinho de olhos fechados

- Sem enjoos?- ele desceu a mão pelo pescoço dela e parou no ombro.

- Pelo menos até agora não senti nenhuma náusea.- ela respondeu abrindo os olhos e encostando a testa na de Gilbert

- Não está mentindo para mim, não é?- ele segurou os pulsos dela com firmeza.

- Não estou mentindo para você. - ela afirmou

- Quero que seja absolutamente sincera com tudo o que for relacionado a essa gravidez

- Eu prometo que não vou omitir nada de você. - Anne encostou sua face na se Gilbert e ele pôde sentir-lhe a maciez quente e aveludada

- É sério, Anne. Eu te conheço bem e faz qualquer coisa para não me deixar preocupado, só que dessa vez quero participar de tudo, sem exceção.

- Já disse que não vou te esconder nada. Eu não te contei da gravidez por motivos óbvios. Você estava para fazer uma cirurgia importante e não podia ter nem um pouco de estresse, o que fatalmente aconteceria se eu tivesse te dito sobre isso. Eu quis te poupar, meu amor. - Anne disse beijando-o no rosto e Gilbert respondeu:

- Eu te agradeço por isso, Anne, mas, você sempre coloca as outras pessoas acima de suas necessidades, e eu não quero mais que faça isso. Eu estou com você até o final disso tudo, e desta vez não vai ter que decidir tudo sozinha.

- Está bem.- Anne respondeu simplesmente. Ela o abraçou e ficaram assim enquanto Gilbert pensava na mania que Anne tinha de se preocupar com as outras pessoas quando deveria se preocupar consigo mesma.
Aquele filho era importante demais para os dois, pois, iniciava uma nova etapa na vida deles que deixava todo o amargor do sofrimento pelo qual passaram com o aborto dela anterior mais doce. Ela precisava dele, e dessa vez Gilbert não a decepcionaria. Quando relembrava de cada parte do processo de sua própria aceitação e a de Anne pela tragédia que tinha se abatido sobre eles no ano anterior, Gilbert ainda sentia calafrios. Porém, seu sentimento de culpa por não ter sido o homem que Anne merecia na época não o incomodava mais. Levara um tempo para entender que não poderia ter  feito nada, e que estava além de suas forças ter protegido Anne do mal que destruíra a fé e a esperança dela na época.

Contudo, dessa vez ele faria de tudo para estar ao lado de Anne a cada desenvolvimento de sua gravidez, e ela nunca teria motivos para se arrepender de estarem vivendo isso juntos. A vida lhe dera uma nova oportunidade de provar a si mesmo e a Anne que poderia ser o marido com o qual ela sonhara, e o pai que ela desejara para seus filhos, e não ia decepcioná-la desta vez. Estavam perto demais de ter tudo o que sempre sonharam e ele não deixaria que nada se perdesse, ele daria tudo a Anne o que lhe prometera um dia, e começaria fazendo-a mais feliz do que um dia ela fora.

- No que está pensando?- Anne perguntou enquanto seus dedos suaves deslizavam pela face de Gilbert

- Em você- ele disse sem pestanejar. A maior parte de seus pensamentos eram sobre ela, e mesmo quando tinha outras coisas em mente, Anne estava lá escondida em cada nota mental que pudesse ter. Era com ela que queria compartilhar cada minuto do seus dias, era para ela que queria contar como tinha sido sua rotina, era para ela que sempre deixava em aberto seus sentimentos, deixava que soubesse de suas preocupações, era com ela que dividia seus anseios, até mesmo o receio de não chegar aonde tanto sonhava em sua profissão. Porque falar com ela, sempre lhe dava uma alma nova, e Gilbert acabava encontrando as respostas que precisava para prosseguir. Com Anne, ele não tinha vontade de desistir de nada, porque só de olhar para ela, Gilbert encontrava mil e uma razões pra continuar firme em seu propósito.

Ele tinha muitas vezes escondido sua cabeça na areia, fugindo dos problemas que continuavam  no passado quando Gilbert criava coragem para olhar para trás, mas, esse tinha sido o garoto que fora embora de Avonlea, e que não suportara o próprio peso dos sonhos pelos quais não tinha coragem de lutar naquela época. O homem que era agora sabia que não havia caminhos fáceis, e que as lutas por mais difíceis que fossem tinham um sabor maravilhoso quando vinham acompanhadas das vitórias e da superação de si mesmo, e isso, Gilbert conhecia muito bem. Ele tivera que se superar muitas vezes para encontrar os valores que hoje tinha, e Anne fizera parte de cada uma  de suas quedas e subidas, e era por isso que sua vida só tinha  aquele sol maravilhoso brilhando sobre ele, porque fora ela que o fizera descobrir porque valia a pena existir em um mundo onde bem poucas belezas podiam ser eleitas como verdadeiras.

- E o que estava pensando sobre mim?- ela perguntou intrigada.

- Está curiosa, Sra. Blythe?- ele riu com gosto  e ela revirou os olhos ao dizer:

-Vai me dizer ou não?

- Eu estava tentando imaginar como você vai ficar quando essa barriguinha linda começar a crescer.

- Acha que vou ficar bem pouco atraente?- ela  perguntou para ele séria.

- De forma alguma, meu amor. Acho que vai ficar mais linda do que já é.

- Eu realmente não me importo com esse tipo de coisa. E acho que nenhuma mulher grávida deveria se importar tanto com a estética. O que é essencial é que o bebê se desenvolva com saúde.

- Eu me surpreenderia se você pensasse o contrário. Essa é a minha Anne, sempre mais coração do que carne.

- Sua Anne?- ela disse provocando-os com os olhos.

- Sim, minha Anne, só minha, de mais ninguém.- ele a abraçou enquanto a ouvia rir, e então buscou lhe os lábios, e a  beijou como gostava, cheio de uma paixão e desejos que não podiam ser extravasados naquele exato momento, por isso, o autocontrole teve que ser maior daquela vez.

- Daqui a uma semana estarei livre desse repouso forçado, e então, eu estava pensando em fazer uma reunião aqui em casa para os nossos amigos da faculdade, você se importa?- Gilbert perguntou assim que desgrudaram seus lábios.

- Não, se é o que quer, podemos fazer sim. Vou gostar de tê-los por perto novamente.

- Eles se tornaram uma grande família para nós, não é?- Gilbert perguntou acariciando-lhe os braços.

- Sim , mas, ainda assim sinto falta dos nossos amigos de Avonlea.- Anne disse, e Gilbert concordou com ela. Ele sentia falta de Muddy e Bash, assim como Anne devia sentir de Josie e Diana.

- Podemos visitá-los em breve se quiser, e assim, poderemos contar sobre o bebê.- Gilbert sugeriu e ficou feliz ao ver que ela sorria.

- É uma boa ideia. Podemos também planejar fazermos algo juntos, como nos velhos tempos.- Anne disse.

- Claro que sim. Na verdade, isso é uma grande ideia, amor. Vamos nos programar para fazermos isso daqui a duas semana.- Anne o abraçou assentindo, e então Gilbert disse:

- Agora, vamos almoçar, pois  a futura mamãe precisa se alimentar.- Gilbert a puxou pela mão, levando-a até a cozinha onde um delicioso almoço foi preparado e saboreado por ambos.

Mais tarde, enquanto Anne dormia sua sesta da tarde, ele resolveu sair e falar com Jonas sobre  a reunião que daria em seu apartamento dali a alguns dias, pois assim, ele podia convidar os outros amigos por ele, já que estavam de férias e não tinha como contatá-los fora da Faculdade.

Assim que pisou na rua, sentiu o ar agradável de primavera envolvê-lo. Aquela estação em Nova Iorque também era adorável, mas, não mais que em Avonlea. Ele sentia falta do perfume do roseiral de Marilla Cuthbert assim como das flores que Mary cultivava em seu jardim. Era um cheiro que lhe trazia boas lembranças seu passado doce, de suas tardes na praia com seus amigos,  suas noites com  Anne  que eram  a melhor parte  de tudo aquilo, e a sensação de que ali era seu lar e o seria para sempre.

Uma ternura imensa tomou conta de Gilbert ao pensar no bebê inesperado.  Que surpresa incrível ganhara e nem era Natal ainda. Estava feliz demais para poder descrever com clareza como se sentia, mesmo que sua reação no primeiro momento tinha decepcionado Anne, ele realmente ficara emocionado, apenas custara deixar a ficha cair, e depois de muito tempo acreditando que aquilo não seria possível, e vendo Anne se afundar em crises de depressão que iam destruindo-a por dentro, aquilo o deixara sem palavras.

Parecia que ele tinha saído do mundo dos sonhos para entrar em outro completamente encantado, e tentava imaginar a si mesmo como pai, mas ainda não conseguia ter uma imagem concreta, porém, sabia por instinto que iria amar ser o pai  do filho de Anne, como nunca amara outra coisa na vida, além dela. Ele se sentia tão leve, se pudesse gritaria para o mundo sua felicidade, mas, como nunca fora uma pessoa dada a rompantes, sentia-se tímido ao tentar liberar suas emoções assim, porém, o sorriso constante em seu rosto o denunciava, e era como se recomeçasse a viver naquele instante, enquanto seu sangue se enchia de adrenalina, e seu corpo de oxigênio. Ele estava vivo, e aos vinte anos, ele teria um filho com  a mulher da sua vida, o que mais poderia desejar a não ser casar com ela o mais rápido possível?

Desde que Anne contara sobre o bebê, Gilbert vinha pensando nisso. Eles tinham planejado casar no próximo ano, mas, diante das circunstâncias, por que não agora? O que realmente faltava para que dessem aquele passo? Já moravam juntos, tinham um relacionamento íntimo de um casal, dividiam tudo, por que não se unirem oficialmente, especialmente agora que um bebê estava a caminho? Anne dissera que tinha medo de decepcionar Marilla, mas, ele pensava que se falassem sobre o bebê e anunciassem o casamento para dali a pouco tempo, Marilla não teria porque ficar magoada com Anne, e todos seriam finalmente felizes como deveria ser. Enquanto caminhava até o dormitório de Jonas que ficava a dois quarteirões do apartamento, Gilbert fez suas considerações sobre aquele assunto, e de tanto pensar, ele tomou uma decisão. Escreveria para uma pessoa que poderia ajudá-lo no que queria, e só depois da confirmação dessa pessoa, Gilbert falaria com Anne sobre o casamento. Ela lhe dera aquela presente tão lindo, e ele também queria presenteá-la com algo que era o sonho da vida dela, e com isso em mente, ele chegou onde Jonas vivia.

Logo que bateu na porta, o rapaz apareceu, totalmente a vontade de shorts e camiseta que deixou Gilbert espantado, porque todas as vezes que o vira, Jonas estava impecavelmente arrumado, mas, era lógico que em seu próprio espaço,  ele se vestiria de maneira diferente.

- Ei, Blythe, que surpresa. Como está, meu amigo?- ele disse dando um abraço em Gilbert.

- Cada dia melhor, Graças a Deus.- Gilbert disse sorrindo, entrando no dormitório de Jonas, assim que o rapaz o convidou.

- Fiquei sabendo da gravidez de Anne, e ia mesmo te fazer uma visita para te dar os parabéns. Como está com a novidade?

- Acho que nunca fui tão feliz. Depois que tudo que eu e ela passamos, esse bebê foi um presente incrível que ganhamos esse ano.- Gilbert sentou-se na primeira poltrona que encontrou e cruzou os braços na altura dos ombros, enquanto Jonas o fitava sorrindo.

- Eu posso imaginar. Se qualquer outro amigo meu me dissesse que seria pai aos vinte anos, eu juro que diria que era uma loucura, porém, sabendo do amor que vocês dois sentem e de tudo o que já viveram, eu acredito piamente que vocês nasceram para isso.

- Acho que você deve saber que Anne perdeu um bebê na época da minha amnésia.- Gilbert disse sério, sentindo uma pontada que a lembrança daquilo ainda lhe causava.

- Sim, Dora me contou na época, e senti muito por isso, mas, como você nunca tocou no assunto, eu não me achei no direito de te perguntar.- Jonas disse se sentando em outra poltrona , de frente para Gilbert.

- Não foi apenas isso, Jonas. Ela se envolveu em uma briga com Sabrina, e a garota a empurrou, ela caiu no chão e como bateu  a barriga no chão, Anne sofreu uma lesão que roubou-lhe cinquenta por cento de chance de engravidar. Ela sofreu muito tempo com isso, teve várias crises de depressão, e por conta disso, ela passou a se consultar com um terapeuta. Apesar de ter melhorado, ela nunca realmente se recuperou desse trauma, e você pode imaginar o que esse bebê significa.

- Meu Deus, Blythe! Que história. Eu nunca pensei que Anne tivesse passado por tantas coisas assim. Se não me engano, ela é órfã, não é?

- Sim, viveu toda a sua infância em um orfanato até ser adotada pelos Cuthberts. Sofreu todo o tipo de preconceito até ser aceita pela pessoa incrível que é . Então, agora talvez você possa entender porque eu a amo tanto.- Gilbert disse emocionado.

- Ela é uma pessoa admirável. Sharon a adora, e eu e os rapazes também, principalmente Carlos que diz que Anne é uma princesa. Mas, não se preocupe, que toda essa devoção dele por ela tem muito de um amor de irmão. Você sabe que Carlos perdeu sua irmã caçula a três anos, e pelo que ele me contou, a personalidade dela era muito parecida com a de Anne, e é por isso, que ele a trata com tanto carinho.

- Ah, eu me lembro dessa história, parece que a menina morreu de leucemia.- Gilbert disse se recordando que fora Carlos que mencionara aquilo em um aula que tiveram sobre a doença. Fora a única vez que falara da irmã, e Gilbert imaginava o quanto  aquilo ainda devia doer no coração do amigo.

- Sim, e na época, tanto ele quanto seus pais ficaram arrasados. Apesar de Carlos nunca falar sobre ela, eu sei que ele ainda sofre com isso, e por isso, todo esse apego por Anne. Eu me lembro que você costumava ficar morto de ciúme toda vez que ele chegava perto dela, mas, saiba, Gilbert que Carlos sempre teve um amor de irmão por ela, apesar de toda aquela pinta de galã e sedutor, eu nunca o vi dizer qualquer coisa inapropriada para Anne. É por isso,  que naquele caso seu e de Dora, ele ficou do lado dela, apesar de te conhecer a muito mais tempo.- Gilbert balançou a cabeça concordando.

- É verdade, eu até pensei que os motivos dele tivessem sido outros.- o rapaz disse arrependido.

- Até eu pensaria se não soubesse dessa história.- Jonas afirmou.

- Bem, é bom saber que Anne tem com que contar em um caso de  emergência aqui em Nova Iorque.- Gilbert disse sorrindo.- Bem, eu vim aqui para te dizer que que eu e Anne vamos fazer uma reunião em nosso apartamento daqui a uma semana. Você poderia convidar os rapazes por mim? Eu ainda não posso ficar zanzando muito por aí, e sei que você pode contatá-los mais rápido do que eu.

- Claro, Gilbert. Eu faço isso sim, e vou levar champanhe para comemorarmos o novo pai do ano.- Jonas disse em tom de brincadeira.

- Obrigado, Jonas. Agora vou voltar para casa, pois Anne ficou lá sozinha, e no estado dela, não quero me ausentar muito.

- Já cuidando da cria, Blythe?- Jonas disse em tom de deboche.

- Claro, e você vai ver quando chegar a sua vez. Vai agir do mesmo jeito.

- Espero que demore bastante.- Jonas disse fazendo o sinal da cruz, e Gilbert riu alto ao ver aquele gesto.

Assim, ele voltou para casa sentindo que tudo estava finalmente em seu lugar, mas, uma coisa não saía de sua cabeça, e por isso dava graças muitas vezes. Gilbert nunca pensara que apenas o mero fato de respirar, ouvir ou ter a capacidade de enxergar tantas coisas belas que haviam nesse mundo o fariam repensar o real significado   delas, e pela primeira vez desde que saíra da cirurgia e voltara para os braços de Anne completamente ileso, é que ele sentia dentro de si e em sua própria pele o quanto era bom estar caminhando com seus próprios pés,  o quanto era maravilhoso estar vivo, e ele sabia que esse sentimento permaneceria em sua alma e em seu coração para todo o sempre.

ANNE E GILBERT

 

 Anne olhou para a  enfermeira que espetou uma agulha em seu braço e sentiu seu estômago embrulhar ao ver o líquido vermelho enchendo a seringa que ela usava para coletar seu sangue.

- Tudo bem?- Gilbert perguntou ao vê-la pálida e quase desfalecendo.

- Sim.- a ruivinha respondeu. Na  verdade nunca fora muito boa para esse tipo de coisa, e ainda não entendia como Gilbert conseguia  estudar e trabalhar com isso diretamente. A pessoa realmente tinha mesmo que nascer com o dom para cortar e costurar coisas, e olhar para aquela coisa viscosa que a seringa sugava de seu braço sem ter um treco como ela.

- Pronto, querida. Terminamos. Acho melhor fazê-la comer algo antes que desmaie. Na sala de espera tem café e rosquinhas.- a enfermeira avisou amigavelmente.

- Farei isso.- Gilbert respondeu, pegando no braço de Anne e a encaminhando para fora daquele recinto . Ao chegarem à sala de espera, o rapaz a fez tomar uma xícara de café e engolir três rosquinhas, notando satisfeito que a cor do rosto dela voltava devagar. – Sente-se melhor?- ele perguntou, e Anne balançou a cabeça concordando.

Aquele momento, a secretária do Dr. Miller pediu que entrassem e assim que se sentaram à mesa dele, o médico olhou para Anne com simpatia e perguntou:

- Como está se sentindo, Sra. Cuthbert?

- Sinto-me bem. – Anne respondeu tentando sorrir.- Apenas não posso ver sangue, o meu principalmente. Não sei como vocês médicos conseguem.- ela fez uma careta e o Dr. Miller respondeu:

- Ossos do ofício, minha querida.- ela respondeu sorrindo.

- Quando o exame fica pronto, doutor?

- Daqui uma semana. Estão ansiosos pra saber o sexo do bebê?-  O Dr. Miller perguntou, ajeitando seus óculos enormes em cima do nariz.

- Estamos sim. Gilbert disse que é menina, e eu  estou apostando que é um menino. O senhor tem algum palpite?- Anne perguntou curiosa.

- Prefiro ficar imparcial, mesmo porque não saberia  dizer com certeza.- o médico respondeu sorridente.- De qualquer maneira, nós saberemos daqui a uma semana.

- Dr. Miller, eu gostaria de fazer-lhe alguma perguntas sobre a gravidez de Anne, se o senhor não se importar.- Gilbert disse respeitosamente ao falar com o médico.

- Claro, Gilbert. Pergunte o que quiser. Estou aqui para informar e ajudar no que precisar.

Deste, modo, ambos conversaram bastante. Anne às vezes participava com uma pergunta ou outra, mas, na maior parte das vezes, ela preferia ficar quieta, pois, eles usavam termos médicos que nem sempre ela conhecia, e por isso, se manifestou poucas vezes durante a conversa, no entanto, ela estava feliz por ver como Gilbert estava envolvido com sua gestação, e como ele já cuidava dela  e do bebê protetoramente. Isso era um alívio, depois do receio que tivera de que ele não aceitasse sua gravidez tão bem como desejara, mas, tinha que reconhecer que ele reagira levado pela surpresa de algo que nenhum dos dois esperava. Felizmente, fora apenas uma reação momentânea, pois ela já podia ver o quanto Gilbert se mostrava emocionado com tudo aquilo assim como ela.

Eles saíram do consultório em estado de graça. Gilbert não parava de olhar para Anne que segurava a mão dele e de vez em quando a apertava suavemente com a sua. Ele seriam pais e estavam felizes, apesar da loucura que seria conciliar suas vidas com um bebê a caminho, mas, não estavam reclamando e nem se sentiam intimidados com aquilo, apesar de se constituir em um novo desafio,  eles estavam amando cada segundo de descoberta e de saberem que teriam mais aquele laço entre eles para sempre.

- Eu ainda acho que vai ser menino.- Anne disse com um sorriso.

- Eu tenho certeza de que será uma menina.- Gilbert olhou-a com se a desafiasse e foi isso que a fez dizer:

- Temos uma aposta, Gilbert Blythe?- ela estendeu a mão e ele a apertou ao respondeu:

- Com certeza , Sra. Blythe.. E o que o vencedor ganha?- ele perguntou.

- Bem, quem perder terá que fazer todas as vontades do outro por uma semana.- Anne disse  sorridente,

- Eu sei exatamente qual vontade terá que satisfazer.- ele disse com seu olhar cheio de malícia e Anne deu-lhe um tapa de leve dizendo.

- Gilbert Blythe, você está ficando cada vez mais depravado.

- Eu nem disse ainda o que vou querer.- ele disse com ar sapeca.

- Eu já posso imaginar.- Anne revirou os olhos.

- Depois sou eu que tenho a mente depravada.- ele reclamou, mas estava se divertindo com aquela situação toda. Não havia nada que o deixasse estimulado do que jogar com Anne. Sempre foram bons naquele tipo de desafio, e estava contente que Anne não tivesse perdido seu espírito competitivo.

Eles chegaram no apartamento e resolveram começar os preparativos da reunião que Gilbert vinha planejando nos últimos dias. Tinha finalmente findado seu confinamento e agora era hora de comemorar o início de uma nova vida, e a família que começava a construir com Anne. Os convidados começariam a chegar a partir das sete, por isso, alguns petiscos eles tinham feito em casa e outros eles tinham comprado prontos, e foi só perto das cinco horas que Anne percebeu que tinham esquecido de comprar mais bebidas. Gilbert estava no banho, por isso, ela pensou que ela mesma poderia comprá-las em um supermercado perto do apartamento, por isso, ela deixou um bilhetinho avisando Gilbert de onde tinha ido, e saiu apressadamente.

A rua àquela  hora estava tranquila, e poucas pessoas estavam passando por ali saindo do trabalho, e como estavam em período de férias, não havia o natural zumzumzum de estudantes pelo caminho. Assim, Anne caminhou até o seu destino confiante, pensando apenas na reunião que aconteceria mais tarde onde ela reencontraria Sharon, a quem não via a alguns dias.

A ruivinha entrou no supermercado, e foi direto para a sessão de bebidas. Ela não pretendia comprar muita coisa alcoólica, pois não gostava desse tipo de bebida, mas além de sucos e refrigerantes, ela comprou algumas cervejas, pois os amigos de Gilbert apreciavam algo mais forte, embora não fossem de exagerar. Enquanto estava examinando uma marca e checando seu teor alcoólico antes de comprar, ela ouviu uma voz chamar seu nome, e se virou para encarar Roy Gardner que caminhou em sua direção com um sorriso no rosto, enquanto seus olhos permaneciam frios feito gelo, o que causou certa má impressão em Anne, mas, a ruivinha disfarçou e sorriu de volta, dizendo:

- Olá, Roy. A quanto tempo.

- Sim, faz bastante tempo mesmo. Você nunca mais me procurou para conversarmos.- ele disse bem próximo dela, o que fez Anne dar um passo para trás.

- Espero que entenda, Roy. Eu voltei para o meu noivo, e ele teve problemas de saúde e acaba de passar por uma cirurgia  séria, então, eu realmente não tenho tido cabeça para mais nada. Porém, creio que ainda somos amigos, não é?- o rapaz não respondeu e continuou a olhá-lo de um jeito estranho que não agradou Anne de forma nenhuma, por isso, ela decidiu sair dali o quanto antes. – Preciso ir. A gente se vê na faculdade depois das férias.- ela se virou em direção contrária e ele, mas, Roy segurou em seu pulso, impedindo-a de ir, e logo em seguida, ele fez uma pergunta que a surpreendeu imensamente:

- Diga-me que é mentira que está grávida?

- Quem contou isso para você?

- Eu fui até o hospital outro dia com meu pai, e ouvi sem querer Jonas conversando com outro rapaz que já vi  em companhia de seu noivo sobre a sua gravidez.- Anne olhou para o rosto de Roy que exibia uma expressão muito zangada, seus olhos brilhavam perigosamente, e ele continuava a segurar em seu pulso com força. Ela pensou em mentir apenas para que ele  a deixasse livre, mas, ela decidiu dizer a verdade, pois se encontrariam na faculdade, e ele veria sua barriga crescendo, e saberia que ela lhe mentira, e não estava disposta a enfrentar  a ira de Roy em outro momento sobre algo que nem lhe dizia respeito.

- Sim, é verdade.

- Como pôde fazer isso comigo, Anne?- os olhos dele estão escuros de raiva, e o rosto bonito totalmente distorcido por sua indignação. Anne o olhou sem entender o que ele quisera dizer om aquela pergunta, pois, pelo que ela se lembrava sempre esclarecera que nunca deixara de amar Gilbert, e que entre eles só poderia existir amizade.

- Roy, nós nunca tivemos nada além de amizade, então, não estou entendendo pelo que está me cobrando.- ela começou a ficar nervosa, e olhou para os lados em busca de ajuda, mas, somente estavam os dois ali.

- Eu te amo, Anne. Como pode me tratar assim? Me Magoar? Eu pensei que tínhamos algo importante juntos, mas, você me traiu.- Anne o olhou como se estivesse ouvindo alguém fora do seu juízo perfeito falando. Será que Roy tinha perdido a razão? Ela o olhou tentando encontrar alguma evidência  que lhe indicasse que ele estava brincando ou algo assim, mas, tudo o que encontrou naqueles olhos castanhos foi um buraco negro isento de emoções.  Ela não conseguiu se conter e quase gritou:

- Ficou maluco? Nós nunca tivemos nada. Como posso ter te traído?

- Você me beijou, então, nós tivemos sim alguma coisa.- Anne tentava se libertar do aperto em seu pulso, mas, Roy não a largava, e ela já estava começando a se sentir desesperada.

- Eu te expliquei sobre o beijo, e  me desculpei também. Você sabe que amo meu noivo, e que nunca deixei de amar,  então, pare com essas fantasias em sua cabeça. Eu nunca te enganei, você fez isso consigo mesmo sozinho..

- Algum problema, senhorita?- Anne ouviu outra voz masculina dizer e viu o segurança o supermercado se aproximar. Imediatamente, Roy a soltou, e Anne respirou aliviada por aquela aparição repentina, e logo se apressou em dizer:

- Não, foi apenas um mal-entendido, mas, já foi resolvido.- ela viu o olhar de Roy em sua direção cheio de raiva, e então, pegando sua cestinha de compras,  Anne se encaminhou para o caixa.

- Eu a acompanho, senhorita.- o segurança tornou a dizer, e Anne assentiu agradecida, indo embora sem se despedir de Roy que ficou parado no corredor com seus punhos cerrados .

Anne saiu do supermercado tremendo da cabeça aos pés. Ela nem soube como chegou ao apartamento. Quando percebeu, já estava abrindo a porta, e bastou Gilbert olhar para ela para perceber que Anne não estava nada bem.

- Anne, o que aconteceu?- ela se atirou nos braços dele e começou a chorar, sem conseguir falar o que tinha se passado no supermercado entre ela e Roy. Somente após alguns segundos, quando seu choro tinha cessado, e sua voz tinha se firmado foi que  ruivinha falou finalmente. Após ouvir o relato de Anne, Gilbert estava furioso, e ameaçou ir atrás e Roy, mas, Anne não permitiu.

- Por favor, Gilbert. Vamos esquecer isso. A culpa foi minha. Eu não devia ter permitido tanta aproximação entre nós. Mas, naquela época, nós estávamos separados, e eu me sentia fragilizada e Roy acabou me servindo como apoio. Mas, eu juro que nunca passou de amizade e eu nunca o enganei como ele me acusou.- Anne disse fungando alto.

- Eu acredito em você, e a culpa não é sua por ele ser um cara doente. Não se aproxime mais dele, e se algo assim acontecer de novo, eu juro que não vou ser convencido tão facilmente por você a não ir  atrás dele e quebrar-lhe a cara. Tem realmente certeza de que não quer que eu vá até a faculdade e o denuncie por assédio?

- Deixa isso para lá, Gilbert. Essa atitude só vai colocar mais lenha na fogueira. Eu só quero esquecer tudo isso, e terminar de preparar tudo para nossa festa, Daqui a pouco, nossos amigos vão começar  a chegar, e ainda temos que terminar de arrumar a mesa com os petiscos.

- Deixa que eu termino. Agora falta pouco. Por que não vai tomar um banho e aproveita para relaxar? Você tem certeza de que está mesmo bem?- ela tocou-lhe o rosto com carinho e respondeu:

- Estou sim, fique tranquilo. Vou aceitar sua sugestão e tomar banho. Volto daqui a pouco.- ela beijou o rosto de Gilbert e foi em direção ao banheiro, tomar banho e se arrumar  para a festa.

Gilbert a viu se  afastar com uma raiva tremenda de Roy Gardner. Aquele sujeito estava atravessado em sua garganta a muito tempo, se ele fizesse qualquer coisa para prejudicar Anne, ele acabaria com a raça dele sem piedade. Ficaria de olho naquele rato, pois de caras como ele podia-se esperar tudo.

Anne voltou toda arrumada, e apesar de suas roupas simples, ela estava linda como sempre. Assim que se aproximou de Gilbert, ele a beijou no rosto e sussurrou em seu ouvido:

- Maravilhosa. - porém, antes que Anne pudesse responder, a campainha tocou e os primeiros convidados começaram a chegar, e assim com a animação de seus amigo e a leveza da noite, Anne conseguiu esquecer o episódio desagradável daquela tarde e se permitiu relaxar.

Gilbert colocara algumas músicas suaves para tocar na vitrola que eles tinha no apartamento, e quase não usavam a não ser em ocasiões especiais, porém, aquela noite, Gilbert fez questão de frisar como especial, pois era a primeira entre várias  em que ele queria celebrar sua nova vida que se iniciara a partir do momento em que abrira os olhos daquela cirurgia ,e em sua frente vira o rosto mais maravilhoso de todos, e isso foi o sinal que precisava para entender que sem sombras de dúvida, Anne era o seu futuro.

- Pessoal, eu queria levantar um brinde a minha vida que recomeça, a mulher linda que sempre me apoiou em tudo e que será minha esposa, e ao filho que ela vai me dar em breve. O que mais um homem precisa para ser feliz?- Gilbert disse, olhando para Anne cujo olhos pareciam duas joias aquela noite pelo tanto que brilhavam. Todos brindaram e aplaudiram as palavras de Gilbert que não cabia em si de alegria por tudo estar finalmente se encaminhando para o melhor.

Anne teve uma noite incrível ao lado de Sharon e de todos os amigos que por intermédio de Gilbert, ela fizera em Nona Iorque, mas, ainda assim, ela sentiu falta de Diana e de Cole que não pudera comparecer aquela noite por conta de um compromisso, além é claro de Muddy e Josie que se tornaram também parte da família Blythe. Ela esperava que pudessem se encontrar em breve e comemorarem juntos aquela boa fase.

Quando o fim daquela reunião chegou, Anne se sentia feliz e tão  leve como não se sentia a muito tempo, e foi com um sorriso nos lábios que ela se despediu de Sharon e Jonas que foram os últimos convidados a irem embora naquela noite.

Finalmente estavam sozinhos, Gilbert pensou com um sorriso, depois de semanas de apenas toques furtivos, ele estava louco para tê-la em seus braços de novo. Ele passara a noite toda observando os movimentos dela, admirando o sorriso, se lembrando de cada detalhe daquele rosto angelical, sentindo o perfume dela aguçando-lhe os sentidos, deixando-o cada vez mais consciente da presença dela a seu redor como uma energia forte e viciante, assim como Anne sempre fora desde o princípio arrebatando-lhe o coração.

Anne se movimentava aleatoriamente pelo apartamento, recolhendo copos e pratos sujos, em seguida, levando-os para a cozinha onde seriam lavados no dia seguinte. Não havia um motivo para toda aquela atividade que ela desenvolvia naquele momento, mas, o olhar de Gilbert sobre ela a deixava tensa.

Ela sabia o que significava ter aqueles olhos castanhos seguindo-a por todos os cantos, e isso além de atrai-la irremediavelmente, a deixava nervosa. Ela acabou rindo desse pensamento, pois depois de tanto tempo de intimidade, Gilbert ainda causava esse frisson dentro dela como se fosse a primeira vez. Anne pensou que isso nunca mudaria, mesmo agora que sabia o toque dele de cor, e como era ser amada por ele completamente, aquele frio na barriga estava sempre presente, em todas as vezes que ela sentia o desejo dele colidir com o dela como agora. Ela notava em si mesma aquela sensação de querer que Gilbert a abraçasse e a fizesse sentir que estavam muito além de sentimentos mundano, mas ela hesitava em dar o primeiro passo, e não sabia se ou quando Gilbert o faria, e a espera a deixava ansiosa.

Ele parou na porta da cozinha, e ficou olhando enquanto Anne terminava de ajeitar a louça na pia, e quando ela lhe sorriu um tanto distante, Gilbert franziu o cenho intrigado, tentando entender porque ela estava agindo daquela maneira estranha.

- Acho que vou tomar sorvete. Você quer?- Anne perguntou indo até a geladeira onde havia sorvete de chocolate do outro dia que tinham ido a sorveteria, e trazido um pouco para casa

- Quero sim.- Gilbert respondeu suavemente, vendo Anne pegar o pote de sorvete, passar por ele e se sentar no sofá da sala.

Anne estava se sentindo uma idiota em agir daquele jeito com Gilbert, e o desejo pelo sorvete nada tinha a ver com a gravidez, e sim com seu nervosismo que sempre a fazia ter necessidade de comer algo doce, e sorvete era a única coisa que se lembrara que tinham em casa doce o suficiente para acalmar sua tola ansiedade.

Gilbert se sentou ao lado dela no sofá, e ela lhe entregou uma colher, com a qual eles dividiriam o pote de sorvete. Eles tomavam a sobremesa gelada devagar, com os olhos perdidos um no outro, como se quisessem dizer algo mais. não se atrevendo a quebrar a magia entre eles tão forte aquela noite por tudo que compartilharam com os amigos, e agora era somente os dois sozinhos no apartamento, sem um ruído que pudesse desviar sua atenção, com a vitrola ainda tocando a seleção de músicas que Gilbert escolhera.

O rapaz não desviava o olhar de sua noiva que o fitava em expectativa, enquanto Gilbert era  atraído por aqueles lábios vermelhos e úmidos cobertos de chocolate. Sem se conter mais, ele se aproximou, tirando o pote de sorvete quase vazio das mãos de Anne, colocando-o sobre a mesinha da sala. O coração dela se acelerou e as mãos tremeram fazendo com que Gilbert perguntasse intrigado:

- Você está nervosa?

- Você sempre me deixa nervosa.

- Por que?- ele perguntou surpreso.

- Talvez porque seja difícil demais  conseguir controlar o que eu sinto quando estou com você, e não ser dona de mim mesma nesses momentos me deixa sem saber o que fazer.- ela respondeu com sinceridade, em seguida Gilbert a puxou para ele, afastou os cabelos dela, deslizando sua língua por toda extensão alva e perguntou:

- Isso te deixa nervosa?- Anne não conseguia responder, pois tudo o que conseguia sentir era o toque gelado e ao mesmo tempo quente que  a fazia se sentir incrivelmente arrepiada. Como sentira falta disso, e como aquilo era bom demais. Suas mãos correram pelo peito dele sobre  a camisa, e jogou a cabeça para trás deixando Gilbert explorar a pele  sobre sua garganta, o hálito dele  provocando-lhe sensações arrebatadoras. Ela desceu as mãos pelos braços dele, e subi-as novamente parando-as no ombro onde apertou com força. Ela adorava sentir os músculos dele se ondularem à sua vontade, mesmo ele ainda estando completamente vestido.

Gilbert  a pegou no colo e a levou para o quarto onde a cama convidativa os esperava. Quando a depositou de joelhos sobre o colchão, ele despiu toda a roupa dela, deixando a nudez rosada de Anne completamente exposta a seus olhos que devoravam cada pedacinho dela, tentando se lembrar de cada detalhe que naqueles vinte dias excitaram apenas sua imaginação, pois fora proibido de tocá-la, e agora que Anne estava de novo ao seu alcance, Gilbert queria fazer aquele momento durar a vida inteira.

- Deus! Como eu te quero.- ele disse quase sem controle, seus lábios de novo correndo sobre a pele dela, desejando-a mais que tudo. Anne também o fez se despir, sem pensara mais em nada. Ela também o queria e muito, e fez Gilbert compreender sua necessidade dele através do toque e seus beijos de fogo que o enlouqueciam pouco a pouco. O gosto dela era bom demais, e ele tentava se controlar e ir devagar, mas, como impedir seu corpo de reagir desesperadamente quando estava sedento dela? Vinte dias tinham deixado seu autocontrole por um fio, e até respirar estava difícil quando sentia Anne mover seu corpo sobre o dele agora que estavam completamente deitados na cama. Ela era macia e deliciosa como uma fruta feita para ser saboreada por seus lábios, e ele queria saciar sua fome por ela a noite inteira.

- Eu quero você.- ela disse com sua voz suave, sentindo que precisava falar como se sentia naquele momento, e depois de tantos beijos ela já não conseguia desejar outra coisa a não ser aquele homem que podia dar tudo o que ela quisesse com suas carícias divinas.

Os sentidos de Gilbert se inflamaram, seu sangue era puro fogo incendiando suas veias de um jeito insuportavelmente torturante. Era como se uma fogueira inteira tivesse sido ateada em seu corpo e nem toda água o mundo poderia contê-la se ele não pudesse ter Anne completamente. Os  lábios dela em seu abdómen o estavam enlouquecendo a ponto de ele ofegar e dizer:

- Eu preciso de você demais,- e Anne lhe ofereceu o inferno e paraíso ao mesmo tempo fazendo sua alma se queimar naquela luxúria que poderia levar o espírito de um homem a uma eterna agonia, e ainda assim conduzi-lo ao mais maravilhoso dos paraísos com um único beijo. Se tivesse que passar a eternidade perdido naquela loucura, ele o faria, porque o prazer que viria depois compensaria qualquer momento de lucidez. Anne era uma feiticeira ruiva que sempre o enredava em seus encantos, e fazer amor com ela era o único pecado do qual nunca pediria perdão, então, se tivesse que ser condenado pelo mais doce dos pecados, ele pagaria por ele com prazer desde que tivesse o corpo  dela colado ao seu.

- Quero ser sua.- ela implorou no limite de sua racionalidade, e Gilbert a possuiu com um ardor que nem mesmo ele esperava por sua própria impetuosidade. Anne respirou fundo, ao sentir Gilbert se mover dentro dela, levando-a a se movimentar no mesmo ritmo que o dele, gemendo o nome dele baixinho muitas vezes, enquanto ele a enchia de beijos cada vez mais ousados e quentes. Seus corpos se chocavam a cada nova investida de Gilbert, seu ápice chegando quase que instantaneamente. E como uma estrela cadente eles brilharam juntos, e também explodiram juntos em uma onda violenta de prazer como se fossem arrastados para a praia mais  remota do universo, e assim como um arco-íris depois da tempestade, eles sentiram a paz invadir seus sentidos até que nada mais restassem em seus corpos a não ser uma sonolência profunda que exigia a reparação de suas forças.

E assim, mais uma noite de amor aconteceu, tão bela quantas as outras, e mais intensa do que qualquer outra, porque sempre que Anne e Gilbert se uniam em seu balé secreto de paixão, mais um degrau era alcançado no território de seus corações.  

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 


Notas Finais


Qual será o sexo do bebê na opinião de vocês? Façam suas apostas. Beijos


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