1. Spirit Fanfics >
  2. Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) >
  3. Capítulo 130

História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 130


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Boa leitura a todos.

Capítulo 130 - Capítulo 130


A medida que o choro sacudia o garoto, mais e mais Rachel Lynde se sentia constrangida.  Nunca antes uma pergunta retórica foi motivo de causar uma reação tão atípica. Vermelha como uma beterraba, olhou para o chão, em seguida para o menino e uma onda inesperada de compaixão e pena se abateu sobre ela. Dando alguns passos a frente, se envolveu no xale e arrastou um dos caixotes se sentando ao lado da figura amuada.

_ Vamos...Não fique assim. Eu...Não fazia idéia!

Ele a encarou com os olhos vermelhos, ainda arisco e limpou o rosto com a manga do casaco púido. 

_ Tanto faz agora. - disse com a voz rouca. 

Mais uma vez ficaram quietos,  encarando um ao outro, até que o garoto desviasse o olhar como se pusesse a contar os grãos de poeira nos próprios sapatos que necessitavam de uma boa graxa. 

_ Faz muito tempo? 

_ Hã? 

_ Que seu pai morreu? 

_ Uma semana...-murmurou baixinho e  puxou o ar para dentro emitindo uma fungada. 

_ E você não tem mais parentes não é? 

Diante do silêncio do menino, Rachel concluiu que sim.  Já estava perto da hora do almoço, e por mais que ele não desse nenhum sinal de estar faminto, a idéia de deixa-lo alí naquela feira vazia cercado de catadores esvaziando os restos de caixotes com verduras sem a garantia de que ele se alimentaria, lhe pareceu incômoda. Ora! Ela não era nenhum monstro! A fim de evitar qualquer peso futuro na consiência, sugeriu :

_ Ouça. _ O menino a olhou _ Vou para casa, farei comida. Moro com o meu marido, mas ele está sempre fora e é desagradável almoçar sozinha. Se quiser pode vir e me fazer companhia, há ensopado de sobra e eu normalmente não dou conta de tudo. O que me diz? 

O garoto a olhou fixamente, desconfiado. 

_ Não precisa ir comigo se não quiser, afinal nem nos conhecemos. Mas se estiver com fome, só me acompanhe coma e se sinta a vontade para ir embora quando quiser. 

Rachel não acreditava que tinha dito aquilo. Mas não retirou as palavras, simplesmente levantou-se e as deixou no ar; tinha  feito a sua parte.  Como o garoto não ofereceu qualquer sinal de que aceitaria, simplesmente apanhou suas compras e enfim se preparou para ir embora. 

Enquanto caminhava para longe dalí, escutou, primeiro o barulho de um caixote caindo com um baque surdo. Em seguida, o som de solas de sapato batendo no chão. Então se virou com um sorriso e aguardou que o menino esbaforido terminasse de correr e a alcançasse.

Ele parou com as mãos nos joelhos e se ergueu rapidamente. 

_ Vamos. -declarou. 

Rachel deu de ombros e assim seguiram lado a lado na estrada. Em algum momento do trajeto ela perguntou : 

_ Qual o seu nome, filho? 

_ Jimie. Jimie Davies. 

Ela emitiu um ruído de compreensão e trocou o peso dos pacotes com pão e as cestas de verduras para a outra mão a fim de não cansar os braços. 

_ Rachel. 

Atraiu-lhe a atenção. 

_  Rachel Lynde. 

• 

Ele parecia incrédulo, um pouco afetado talvez.  Prissy estava desconfortável, Theodore não esboçava nenhuma outra reação a não ser aquela. 

_ Isso é verdade?

Pela primeira vez ele parecia estar respeitando a distância segura entre os dois. 

_ Sim -ela fechou os olhos como quem buscava desesperadamente encerrar o assunto. _ É verdade. 

Todo o brilho pareceu se apagar dos olhos dele, agora as íris terrosas e escuras pareciam mortas. Tão tristes e tão envolventes... Prissy ficou tonta e resistiu firmemente a olha-las novamente. 

Theodore não cedeu, e continuou a encara-la como se exigisse uma explicação. Engoliu secamente,  os músculos da garganta se moveram denunciando o ato. 

_ Gosta mais dele do que de mim? 

Direto. Sempre tão direto...Prissy encolheu os ombros e alisou nervosamente as saias do vestido claro. Ele prestava atenção a cada movimento seu. 

_ Dominic é uma pessoa maravilhosa. Ele me trata muito bem, nos damos muito bem, temos sintonia, temos...

_ Gosta ou não gosta? 

Interrompeu-a pacientemente. Prissy sentiu seu auto controle esvair-se, sem perceber estava se explicando. Era ela quem deveria se explicar? 

_ Eu acho que não preciso dizer que não lhe devo mais satisfações! Você perdeu qualquer direito quando sumiu me deixando só uma maldita carta! 

A essa altura já estava de pé, gesticulando fortemente. 

_ E não percebe que é por isso que voltei? ! _ Ele se levantou também. _ Não estava nos meus planos. Quando pretende me dar uma oportunidade e escutar o meu lado da história? 

_ Já chega Theodore. Vá embora da minha casa. 

Ele se aproximou lentamente como se pretendesse gravar cada linha do seu rosto na memória antes de ir. 

_ Você não o ama. _ Afirmou. _ Você ganhou hoje Prissy, eu vou embora. Mas você não o ama e eu sei disso. 

Passou as mãos pelo cabelo se recompondo. E saiu desaparecendo pelo portão sem olhar para trás. Prissy ficou sozinha e as palavras ecoaram no vazio  jogando todas aquelas verdades na sua cara. 

Horas mais tarde, o sr. Andrews entrou furioso batendo a porta . Prissy despertou dos pensamentos os quais esteve imersa dês de que Theodore saiu e viu que a exatos três minutos estava estagnada no mesmo ponto de crochet. 

_ Péssimo dia! - Exclamou o homem. 

Ela encarou o pai, e esperou que ele dissese o que havia de errado. Era confortável saber que não era a única a lidar com crises internas. 

_ Não vai acreditar para que o tribunal entimou minha presença!

_ Algum documento que precisa ser atualizado suponho? 

Indagou tediosamente. 

_ Não - riu o outro. _ Parece que possuo uma sociedade ilegal na empresa, que envolve uma instituição de fachada e mineração ilegal! 

• 

Anne deixou o próprio livro na mesa para observar Jerry na outra ponta da sala, sentado na poltrona. Green Gables estava calma, e como nos dias anteriores, durante a pausa para as lições, Jerry lhe fazia companhia. 

Ele segurava um livro enorme da constituição, a versão mais atualizada um caro presente de segunda mão. E fazia hora ou outra anotações em um bloco pequeno.

Anne não continha o sorriso de orgulho. Como toda amiga que desejava o sucesso do outro era tomada por uma onda de afeição quando  o via lendo tão bem e escrevendo melhor ainda. A caligrafia de Jerry era sem nenhum floreio, porém mais clara e precisa que muitas. 

_  Muitos processos, futuro homem da lei? _ brincou, virando uma página. 

Jerry a olhou com um sorriso e respondeu: 

_ Eu já sou um se quer saber. Cumpro todas as leis, e respondendo a sua pergunta, ainda não tenho muitos.  

_ Terá eu tenho certeza. No momento dizem até que você é o primeiro da turma em Carmody...ou é apenas boato? 

Anne estreitou os olhos azuis divertida. 

_ J 'essaie...

(Eu tento...)

Disse ele dando de ombros. 

_ Oh não! Droga! Não vai começar a falar tudo em francês não é? Sabe que ainda não domino cem por cento essa língua e não entendo quase nada quando resolve falar assim. 

Jerry alargou o sorriso e se remexeu na poltrona. 

_ Fique tranquila, eu já domino ambas. -assumiu um ar relaxado. _ Tanto o idioma local como o francês. 

_ Metido...- Anne murmurou baixinho. 

Ele se voltou na sua direção e deu uma piscadinha. 

_ Je ne peux pas non plus vivre sans toi. Je vous remercie! 

( Eu também não vivo sem você. Obrigada!)

_ Fale direito Jerry! O que raios está dizendo agora? 

Anne bufou de raiva e fechou o livro de poesias. Nesse momento, Diana surgiu pela porta aberta dando duas batidinhas suaves.

_ Com licença? 

_ Entre Diana! _ convidou Anne de imediato animadamente. 

Com a cesta pequena nos braços, ela entrou sob o olhar atento do rapaz sorrindo para ele abertamente, que largou os livros. Fechando-os tomou um gole do café sobre a mesinha de centro e se levantou.

_ Acho que por hoje está bom. 

Caminhou até Diana e lhe deu um beijo carinhoso na bochecha. 

_ Bonjour belle chose! 

(Bom dia coisa linda! )

_ Bonjour - Respondeu ela rindo. 

_ À plus tarde. 

(Até mais tarde.)

_ À plus tarde. 

Assim ele deixou o cômodo e fechou a porta. Diana ainda um tanto área, pendurou o cachecol com uma felicidade indisfarçável. 

Anne suspirou e disse : 

_ Se vocês não fossem tão adoráveis iria mata-los por falarem coisas incompreensíveis na minha frente. 

Diana revirou os olhos e se sentou diante da amiga com o cesto de costura entre as duas e retirou um bordado pela metade. Vir fazer companhia a Anne durante as tardes tinha virado um costume e uma grande distração. 

Enquanto passava a linha pela agulha a punha a par das novidades. 

_ Estou tão feliz que estejam todos bem! 

_ Pois é, segundo a professora Stacy, as crianças vão dormir provisoriamente onde hoje funciona a nova escola de Avonlea. Mas estamos cogitando pedir ao padre para que fiquem na igreja da paróquia até que localizemos as famílias de todos ou quase todos.

Fez uma careta involuntária. Achar as famílias de todas aquelas crianças era um trabalho de formiguinha. 

_ Minha matéria está quase pronta e tem um relato enorme sobre o que presenciamos. Não vejo a hora de conseguir os depoimentos das crianças. Nsse tempo todo tentando curar esse "buraco"  presa em Green Gables e confinada nessa casa, escrever é o que me mantém produtiva. 

Havia carinhosamente apelidado a ferida do tiro de "buraco". Em certos momentos, a pequena Anne Shirley do passado que gostava de dar nome as coisas vinha a tona. 

Anne sorriu com os olhos vagos como se imaginasse. 

_ Só de pensar no número de páginas e na qualidade do texto sinto um arrepio de deleite Diana! Só torço para que algum jornal amante da verdade e sem censuras aceite publica-lo!

Diana lhe ofereceu um sorriso amável de volta. 

_ Creio que já deu tudo certo Anne. 

_ Só uma coisa ainda me deixa um pouco triste...Quero mais que tudo acreditar que estou errada em relação a isso , e creio que você irá me entender.

Anne mudou suas expressões para uma de profundo chateamento. Quando ergueu os olhos novamente para Diana ela se sentiu incomodada com a pergunta :

_ Por que nesse meio tempo, Kakweet não veio me visitar? 

Ela piscou várias vezes e apertou as mãos. Por pouco não deixou que agulha do bordado lhe furasse o dedo. Internamente desejou que sua linguagem corporal não a entregasse, do contrário, Anne analítica como era saberia que ela estava mentindo. 

_ Não faço idéia. _ disse. 

Anne puxou alguns fios ruivos soltos para trás da orelha e disse com convicção :

_ Isso não me parece certo! Tenho certeza que houve alguma coisa, Kakweet jamais agiria assim. 

Ao se lembrar dos últimos ocorridos no período em que Anne esteve desacordada e relembrar o tom dos gritos da fatídica discussão, Diana franziu o cenho e soltou mal humorada: 

_ Não sei por que se preocupa tanto Anne! 

_ Como é? 

_ É o que ouviu, você recebeu a visita de muita gente, a minha, Jerry, Ruby, Cole, os amigos de Gilbert, Sebastian,  e até mesmo Moody apareceu pois a senhora Sprougeon lhe fez um bolo. Não acredito que a visita de uma única pessoa tenha feito tanta falta!

Anne a encarou tentando compreender o comentário como se Diana fosse de outro mundo. 

_ Essa "única pessoa " é nossa amiga também, e pelo que me lembro, ajudou Cole a encontrar um lugar para você morar em Charlotte Tow. 

_ Não estamos falando de mim!_ seu tom saiu um pouco mais seco do que pretendia, e ela surpreendeu-se consigo mesma. 

Anne com um vinco irônico entre as sobrancelhas, disse : 

_ Não precisa ficar irritada. Foi apenas um comentário! 

_ Acho que já está tarde. Vou embora. 

Diana se levantou, recolheu os materiais de costura e foi até o gancho apanhando o cachecol. 

_ Até amanhã Anne. 

Dito isso, saiu rápida como um raio porta a fora. Anne não entendeu embora quebrasse a cabeça diante da atitude , agora igualmente avessa resolveu que lidaria com isso em outro momento. 






Notas Finais


Alguém aí tem facilidade em disfarçar as coisas? Obrigada por lerem. Farei revisão até os próximos gente e perdão pelos erros de português 💗💗 bye 💕


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...