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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 33- Uma moça do Queen's


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Como Vocês estão? Quero agradecer por todos que deram uma chance a minha fic, agora a história tem tantos rumos e eu tenho alterado tanta coisa que sinceramente fiquei com receio de mexer tanto nas coisas originais. Tentei não perder a essência de nenhum dos personagens, e gostaria imensamente de saber a opinião de vocês ❤️ tenho uma fic paralela a essa ( uma short-fic uma fic curtinha que se desenrola por três caps ou mais) essa short- fic é sobre um tema super fofo e avança um pouco no tempo onde a Anne já está casada. Bom era só isso, Espero que tenham todos uma boa leitura ♥️ até às notas finais !

Capítulo 33 - Capítulo 33- Uma moça do Queen's



Diana lia sozinha a correspondência enviada por Jerry, parecia conseguir distinguir a voz grave e melodiosa na sua mente em cada linha escrita com uma letra simples e sem floreios. 

Querida Diana

Minha Diana, perdão por escrever desse jeito, quase especificando você como algo meu. Acho que demorei tanto tempo pra te ter que não resisto em te chamar assim as vezes.

Mine May me contou sobre o seu baile em Indra Hall e preciso dizer que você será uma das garotas mais lindas desse lugar. Sinto muito por não estar aí, mas eu sei que uma semana passa rápido e em breve nos veremos novamente. 

E pensar que nesse dia vou finalmente vou ter "aquela conversa" com os seus pais me dá um misto de ansiedade e satisfação. Tentei aprender a comer com aquelas colheres estranhas da sua casa, venho tentando e tenho me saído bem, não é tão difícil depois de um tempo.

Provavelmente minha carta deve ser desnecessária já que nem vamos ficar tanto tempo separados , mas creio que extravagâncias e exageros românticos tem se tornado muito comuns da minha parte.

E a culpa é toda sua, afinal, você fez o que nenhuma outra fez comigo até hoje Cherri. Tenho ido bem nos estudos de direito e a fazenda próspera como nunca. 

Não necessito de resposta, somente de você o mais rápido possível em casa. Com carinho

Jerry Baynard.

Diana terminou abraçando o papel contra o peito sorridente. Sentia o mesmo em relação ao baile, iria ser o seu primeiro baile e de algum modo sempre sonhou em conceder todas as suas danças a Jerry. Mas por enquanto se contentaria com a companhia de Colle ,  porém com a certeza de que todas as suas melhores danças e as mais importantes pertenciam ao apaixonado autor daquela carta.

A voz de Anne ecoou pela segunda vez no corredor;

_ Diana?! Está pronta?!

_ Já vou!!

Gritou de volta, se dirigindo a cômoda abriu a gaveta e retirou uma caixinha branca, pressionou os lábios contra a carta sentindo o cheiro do papel semelhante a um livro novo e depositou-a alí, em seguida fechou e trancou a gavetinha com um extremo cuidado. Corrigiu pela última vez a aparência no espelho satisfeita com o reflexo e desceu.

Anne a esperava no pé da escada junto com Rubby e não estava menos encantadora tinha escolhido para ocasião da palestra um vestido branco com um corset externo bordado com flores vermelhas em um fundo marrom.

Se sentiu levemente invejada, a amiga sempre combinou com tons mais frios ou fortes. Anne bateu o pé e perguntou:

_ Por que demorou tanto ?

_ Estava lendo a minha correspondência.

Anne trocou um olhar malicioso com Rubby e Diana sentiu as bochechas esquentarem. Apressou as outras desconversando:

_ É melhor andarem e não quero uma palavra não me olhem assim. Vamos estamos atrasadas!

O auditório de Indra Hall estava abarrotado de estudantes de Letras e do magistério. Quem daria a palestra aquele dia era Lucy Maud Montgomery. Célebre escritora canadense da época.

Anne assistia encantada, já tinha lido as obras publicadas mas nem nos seus melhores sonhos teria imaginado a autora como ela era. Lucy era uma mulher inspiradora, inteligente e bem humorada respondia com respeito a todas as perguntas que lhe eram feitas, ora fazendo alguma piada e recebendo risadas fervorosas da platéia.

Dava sua opinião sincera até sobre as pautas mais polêmicas e curiosamente não era censurada, talvez fosse a sua bagagem cultural ou o respeito que a sua presença impunha naturalmente, sendo impossível não tecer minutos de uma conversação agradável.

Anne em meio a tanta gente não conseguiu formular ao menos uma das inúmeras perguntas que tinha, por mais que levantasse os braços freneticamente. Um jovem ao fundo levantou a mão e foi atendido:

_ Senhorita Montgomery. É verdade que encontrou dificuldades para publicar seus livros? Se sim quais foram?

Lucy ouviu a questão com atenção para só então começar a falar:

_ Bom, eu sempre soube que mulheres romancistas não eram (se ainda não são) tão bem vistas assim. No início usei pseudônimos em minhas obras, quando elas foram publicadas e começaram a fazer sucesso tornei a autoria pública. Recebi o ódio de uns... A aprovação e os parabéns de outros... Enfim não se pode agradar a todos não é? Fato é eu digo a vocês, não é impossível , todos podem se dedicar a literatura caso desejarem. Se não foi impossível para mim não será para ninguém.

Assim se encerrava a palestra sob os aplausos calorosos dos alunos. Anne suspirou e apertou o exemplar entre os dedos , precisava de uma dedicatória.

Todos se dispersaram seguindo para o salão de festas onde seria servido um pequeno chá. 

Ela entrou varrendo o olhar pela multidão de pessoas, garçons passavam de um lado para o outro no salão iluminado com suas bandeijas servindo a todos. Viu um pequeno aglomerado de gente próximo aos instrumentistas e pode distinguir o chapéu chamativo e colorido de Lucy.

Talvez tivesse pouco tempo até que ela resolvesse ir embora, seguiu a passos firmes abrindo caminho entre as pessoas, quando estava a um passo da sua assinatura sentiu um braço forte barra-la colocando-a a meio metro no campo de visão da escritora. Era um homem provavelmente um dos empregados que costumava acompanhar Lucy nos eventos. Sua voz grave se fez ouvir:

_ Perdão mocinha. A palestra já terminou a senhorita Montgomery não está disponível.

_ Mas eu só queria que ela assinasse meu livro! Por favor , prometo não demorar. 

Disse com a voz suplicante.

Ergueu o objeto a altura dos olhos como para dar ênfase ao que falava.

O desconhecido estava irredutível:

_ Acho que a mocinha não entendeu. A senhorita Montgomery não está disponível.

Anne respondeu agora impaciente:

_ Quem não está entendendo é o senhor! eu preciso...

_ Não! 

Foi interrompida. Viu que os argumentos não teriam vez e partiu para a ação, tentou caminhar na outra direção e quando se deu conta estava quase brincando de pique com o "brutamontes" de terno.

Ele a ergueu do chão e Anne ficou desesperada se debateu com força dando socos nas costas dele. Gritava:

_ Me solte!!! Me ponha no chão maldito!!! Ogro!! Me solteee! Agora pra que eu possa te ensinar como tratar uma dama!!!

As pessoas ao redor começavam a olhar, em um último ato desesperado Anne deu uma cotovelada certeira na orelha do homem. Ele a largou imediatamente.

Se levantando novamente cambaleou na sua direção, Anne se abaixou arrependida do que iria fazer pois seria uma grande vergonha mas sentiu que valeria a pena.

De quatro no chão rastejou por entre as pessoas murmurando:

_ Desculpe, com licença... Desculpe... Belos sapatos.

Já no outro lado o homem recém atingido se perguntava: onde aquela desordeira escorregadia tinha ido?

Lucy terminava seu champangue rindo de alguma coisa dita pelo barão quando sentiu surpresa a barra do seu vestido ser puxada para baixo e seu nome ser chamado:

_ Senhorita Montgomery... Por favor...

Anne se pôs de pé ofegante e disse com certa dificuldade:

_ Poderia assinar meu livro?... Por favor... Eu sou uma grande... Grande...

_ Adimiradora? - Completou Lucy divertida e intrigada.

_ Sim. - Anne respondeu com um sorriso.

Nesse momento uma mão pesada tocou seu ombro:

_ Te encontrei! - Ele gritou- _ Senhorita Montgomery perdão eu tentei impedi-la....

_ Solte-a Peter, não é necessário eu vou assinar.

Interveio Lucy com uma voz séria. Anne até então cabisbaixa e prevendo o pior levantou o olhar em uma alegria genuína que arrancou um sorriso da outra mulher. 

Peter a contra gosto a soltou e observou o que viria a seguir.

Lucy tirou uma caneta tinteiro do bolso sob o olhar curioso de Anne, percebendo, explicou:

_ Ando sempre com uma. Sabe, caso apareçam acasos inspiradores.

Ela estendeu o livro na sua direção encantada. Se no passado considerou Senhorita Stacy uma inspiração de modelo feminino a ser seguido, Lucy Montgomery estava além dos seus ideais. 

Lucy começou a escrever e perguntou:

_ Como se chama?

_ Anne. Com um "e" por favor.

Ela riu.

_ Ok Anne com um "e", parece que você realmente "rasteja" pelo que quer não é?

Deu uma piscadela brincalhona. Anne ficou levemente vermelha. Em seguida tornou outra pergunta:

_ Então, onde estuda?

_ No Queen's, pretendo ser educadora ! 

Respondeu Anne com certo orgulho. Lucy comentou:

_ Meus parabéns, é uma profissão nobre. Precisamos de mais pessoas dispostas a ensinar e levar o conhecimento.

_ Mas minha grande paixão é a escrita! Eu escrevo dês de sempre espero conseguir publicar algum dia.

Quando se deu conta do que tinha falado ficou sem jeito, nem era seu objetivo contar aquilo mas quando se deu conta a informação pulou dos seus lábios. 

Lucy terminou de escrever e tampou a caneta dizendo;

_ Bom, seja lá o que for escrever, dês de que seja escrito com paixão vai dar certo eu tenho certeza. Infelizmente já tenho que ir. Mas foi um prazer.

Soltou um leve suspiro, sempre tinha uma estadia curta em eventos como aquele, mas sempre valia a pena.

Se afastou se despedindo do Barão com uma mesura. Anne a observou sumir no aglomerado e abriu bobamente a capa do seu livro lendo a dedicatória numa caligrafia caprichada:

A querida Anne.

Uma moça do Queen's. Espero continuar levando inspiração aos seus dias. Com carinho

Lucy Maud Montgomery.

Em êxtase fechou a capa novamente. Começou a caminhar em meio a multidão de novo precisava achar Diana e Rubby para contar aquilo.

Foi quando ouviu seu nome ser chamado por uma maldita e encantadora voz familiar:

_ Anne.

Se virou, encontrando Gilbert de pé, no seu melhor terno que marcava seus ombros largos através do tecido. Tinha uma gravata borboleta azul marinho quase preta que contrastava lindamente com o seu cabelo de aspecto macio com os cachinhos sempre naquele desalinho gracioso. Quando será que pararia de se sentir assim na presença dele? Esse deleite que a envolvia e a deixava inerte.

Seu olhar era ansioso quase aflito, perguntou:

_ Será que podemos conversar? Por favor.

Como resistir quando ele pedia algo assim? Como se precisasse do seu sim como uma planta precisa da água para viver. Cedeu:

_ Claro.

Gilbert pareceu respirar novamente e sugeriu:

_ Então vamos até o jardim. Lá teremos mais privacidade.

Ofereceu o braço. Anne repassando na mente os últimos acontecimentos recusou se limitando a dizer:

_ Tudo bem. Mas eu não posso demorar.

Gilbert tentou não transparecer a sua frustração e a tristeza diante da recusa. Ao menos ela tinha aceitado conversar, sem mais a seguiu na direção da porta.

A noite era estrelada e uma lua minguante brilhava discretamente acima das suas cabeças. O vento anunciava uma provavel geada e fazia as folhas farfalharem num sussuro calmamente aos ouvidos.

Anne e Gilbert caminhavam lado a lado , inesperadamente ele tirou o terno ficando apenas com a camisa social e o colete. Envolveu os ombros dela e murmurou:

_ Vista. Está esfriando. 

Anne estremeceu , não pelo frio, mas pelo cheiro da colônia masculina impregnada na peça de roupa. Não recusou o gesto, realmente foi eficiente para aplacar o frio que sentia, mas precisava perguntar:

_ O que queria falar comigo Gilbert?

_ Eu... queria... Pedir desculpas. Não acho que fui justo no modo como te tratei.

Silêncio. Anne tinha abaixado a cabeça afetada. Gilbert queria olha-la nos olhos, tocou o rosto pequeno com a palma da mão e pediu:

_ Olhe pra mim. Por favor.

_ Por que Gilbert?  Por que disse todas aquelas coisas?

Ele respirou pesadamente e começou a falar:

_ Não era eu falando. Eram os ciúmes falando por mim. E antes que você diga alguma coisa é perfeitamente normal que eu me sinta assim as vezes, por que eu te amo. Você é linda demais e inteligente, poderia ter qualquer um desses caras que estão aqui hoje na palma das suas mãos. As vezes não entendo o que você viu em mim. Mas eu prometo que a partir de hoje vou dizer sempre como eu me sinto antes de armar uma cena.

Terminou o desabafo com uma sinceridade genuína no olhar. Anne ficou mexida, era fato que ela também tinha tido suas crises de ciúme nada agradáveis e não tinha sido tão sincera com o que sentia também. Estava disposta a mostrar que Gilbert era tão digno dela como qualquer rapaz ali ou mais. Buscou as mãos dele e apertou os dedos grandes entre os seus o olhando nos olhos:

_ Então vamos prometer. Sempre que algo nos incomodar por mais absurdo que seja. Vamos contar conversar, e tentar resolver isso juntos.

_ Eu prometo.

Respondeu ele plantando um beijo cheio de devoção na sua testa. A olhou de cima, ambos em silêncio, gostando da visão que tinha, a boca levemente vermelha e entreaberta convidativa.

Se abaixou capitando os lábios femininos entre os seus, em um ato expresso de puro desejo.

Anne rodeou os braços ao redor do pescoço dele ficando na ponta dos pés , sentindo as mãos grandes apertarem sua cintura e a língua ávida e e experiente buscar a sua. Os corpos em um encaixe perfeito.

Gilbert era o único capaz de transformar seu sangue em lava pura e incandescente borbulhando em suas veias como se a fizesse entrar em estágios de erupção.

*

Naquela noite, os dois se despediram depois de um longo período sob promessas fervorosas e apaixonadas de se verem mais tarde ou no dia seguinte.

Anne chegou aliviada a porta do dormitório do alojamento feminino notando as luzes apagadas. Isso sinalizava que suas amigas ainda não tinham chegado. Se encostou na parede suspirando tinha sido um dia e tanto, parecia que a sua vida finalmente voltava ao estado de quase plenitude do qual jamais deveria ter saído.

Sonhadora e distraída pôs a mão na maçaneta para entrar mas foi arrancada para a realidade violentamente por um grito. 

Alguém berrava dento do quarto em puro pavor, assustada, ela forçou a porta a abrindo com um estrondo e a imagem não era nada agradável.




Notas Finais


Obrigada por lerem até aqui 😇


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