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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 49


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Bem vindos e boa leitura ♥️ até às notas finais.

Capítulo 49 - Capítulo 49


Anne acordou sentindo os raios de sol aquecerem em súbito o seu rosto a impedindo de abrir os olhos por completo. Resmungando pôs o travesseiro sobre a face e virou na cama, a breve consciência a lembrou que era domingo. Domingos não foram feitos para se dormir também? 

Marilla parecia não ter a mesma opinião já que estava de pé a horas e agora abria impiedosamente as cortinas do seu quarto, dizendo:

_ Bom dia Anne! Hora de acordar.

Anne se deu por vencida, e sentou na cama verdadeiramente insatisfeita por possuir um sono tão frágil a ponto de não conseguir dormir de novo. Deitou novamente buscando uma posição confortável, e deixando sua preguiça ranzinza falar por ela disse:

_ O dia ainda não começou Marilla. E como pode saber se é hora de acordar se o sono humano é relativo? A sua hora de acordar pode não ser a minha sabia?

A senhora arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços se divertindo da situação e em um falso tom sério perguntou;

_ Então quer dizer que sua vontade é passar uma eternidade aí? 

_ Exato.

_ E nada a faria mudar de idéia?

_ Nadinha.

Cantarolou. Marilla resolveu tecer o último artifício que julgou infalível:

_ Nem se eu lhe dissesse que Matthew acordou?

Anne abriu os olhos e sentou afoita, as tranças que usava para dormir totalmente desfeitas fizeram fiapos de cabelo ruivo caírem no seu rosto. Ela jogou as cobertas para o lado e saiu da cama calçando os chinelos de seda, quase escorregando no chão encerado e se pôs a correr até o final do corredor.

Quando chegou, irrompeu porta a dentro, e seus olhos caíram sobre Matthew sentado na cama, os olhos lúcidos e despertos com o curativo recém feito. Não esperou que ele a cumprimentasse e avançou na sua direção envolvendo-o num abraço apertado. A palavra atípica escapou dos seus lábios mais rápido do que pode calcular:

_ Pai!!

Mathew ficou estarrecido e inerte por alguns segundos, quando se deu conta do que tinha ouvido devolveu o abraço afetuosamente. A poucos minutos quando acordara já havia presenciado diversas reações positivas com a sua melhora, dês de Marilla a Jerry que veio timidamente ver como ele estava logo cedo, mas nem de longe aquilo se comparava ao que sentiu quando escutou aqula única palavra.

Anne se afastou com os olhos vermelhos, chorando de alívio inocente ao efeito das suas palavras, e quando olhou o rosto dele buscou qualquer sinal negativo e encontrou somente a expressão serena de sempre, porém com lágrimas ameaçando deixar os olhos azuis cinzentos:

_ Está tudo bem? Como se sente?

Matthew balançou a cabeça e segurou a mão de Anne com carinho a olhando nos olhos e respondeu:

_ Não ligue para mim minha filha. É a idade , acho que estou ficando um velho doido.

Anna se permitiu um sorriso amplo e falou:

_ Não diga isso. Estávamos todos esperando que acordasse Matthew. Eu volto já preciso contar isso a alguém!

Ele anuiu em silêncio com o seu costumeiro jeito de poucas palavras observando Anne deixar o quarto o contaminando um pouco com a sua alegria natural.

Anne voltou para o seu quarto finalmente voltando a racionalidade também. Tinha saído somente com a camisola branca amarrotada e sequer lavou o rosto.

Reconciliada consigo mesma após a higiene matinal, vestiu sua roupa e desceu as escadas encontrando Marilla a esperando com o café pronto e organizando o de Mattew em uma bandeija.

Curiosa perguntou:

_ Viu Hanna por aí hoje? 

Marilla limpou as mãos em um guardanapo de pano enquanto respondia:

_ Ela não tomou café direito hoje. Saiu antes de você e foi dar uma volta, com sorte você a encontrará nós arredores. Mas antes tome o seu café.

Terminou com uma advertência. Anne suspirou e concordou:

_ Sim Marilla.

Longe dali,

Kakweet estava recostada na cerca observando os pássaros levantarem vôo e pousarem nos galhos ou nas próprias estacas de madeira que davam sustentação a cerca. Sentiu inveja, desejou por um momento possuir a liberdade de um pássaro e voar para longe dali, onde não houvessem mentiras, onde não houvesse medo .

Alguém tinha atacado Matthew coincidentemente um dia depois de dar de cara com o Senhor Byron e ter recebido inúmeras ameaças implícitas.  Sendo Matthew a primeira pessoa que conversou assim que pôs os pés em Green Gables. Coincidência? Já era uma ofensa chamar aquilo de coincidência, estava mais para um crime.

Ela era imensamente grata por ter a hospitalidade da família adotiva de Anne, eram pessoas boas que a acolheram sem fazer grandes perguntas ou exigir algo, e pensar que eles poderiam se machucar porque queriam atingi-la indiretamente fazia seu estômago afundar. Era uma idéia inconcebível.

Mas como revelar suas dúvidas? Quem acreditaria nela sem que para isso tivesse que revelar sua verdadeira identidade ou explicar que o seu passado mal resolvido a colocava em perigo? Kakweet precisava confirmar a culpa de Byron sobre aquilo , não só para o mundo mas principalmente para si mesma para ter certeza de como agir ou dar os próximos passos.

Sentindo que não suportaria ficar mais um minuto parada, saiu da sombra da árvore pegando o rumo da estrada que a guiava para fora de Green Gables com a cesta em punho. Ao menos tinha a desculpa da lista de compras de Rachel para ir ao centro e caminhar para esfriar a cabeça.

Logo estava nas ruas apinhadas de gente, recebia muitos olhares e chamava muita atenção por onde passava mas já estava acostumada, afinal era uma índia em trajes de branca, deveria ser uma atração rara. Ao mesmo tempo esses olhares duravam pouco o suficiente até se darem conta de que ela não passava de outro ser humano , para que se misturasse novamente.

Olhando para os dois lados, deu de cara com a porta do armazém e encarou o próximo item da lista nenhum outro lugar em Avonlea possuía aqueles ingredientes. Quando se preparava para entrar esbarrou com um estranho no qual não fez questão de olhar nos olhos, ao ver sua cesta caída e todas as compras esparramadas pelo chão ela exclamou com raiva:

_ Será que é cego?!

O indivíduo pediu:

_ Desculpe senhorita.

Kakweet arregalou os olhos e endureceu a postura ao reconhecer o tom de voz inconfundível:

_ Você...

Mr. Bayron, se permitiu olhar em quem tinha esbarrado também e um sorriso tomou conta da sua face encovada dando um aspecto assustador ao rosto magro:

_ Que bela surpresa. Kakweet. Perdão.

Fingiu arrependimento.

_ Temo ter errado, devo chamá-la de Hanna ou simplesmente de mentirosa?

Terminou ácidamente. Kakweet com o rosto em brasas rosnou entre dentes:

_ Calado!

_ O que te incomoda? É tão ruim assim reconhecer que tenho razão? 

Ela ergueu a cabeça para olha-lo nos olhos sem deixar transparecer sua guerra interior na sua costumeira posição de desafio e respondeu :

_ Você nunca vai ter razão sobre nada ! Seus atos te condenam! Seu passado sujo, seu presente sujo... Tudo! Você é o retrato da imoralidade.

Mr. Byron não parecia nem um pouco abalado com as ofensas recém despejadas sobre si e riu escarninho:

_ Eu nunca neguei isso criança. Nossa conversa foi tão agradável que me esqueci de perguntar como vai o patriarca dos Cuntbhert... São uma família adorável não concorda? Avonlea inteira os conhece.

Kakweet fechou mais ainda os punhos com a respiração irregular, então ela não estava alucinando, suas perspectivas eram verdadeiras:

_ O que você está insinuando? Então foi... Você! Você fez isso! Diga! Diga como ? Como conseguiu invadir Green Gables?!

Gelou por dentro ao constatar que a fazenda era totalmente desprotegida. Mr. Bayron, tragou a fumaça do seu inseparável charuto e respondeu como se sentisse ofendido:

_ Acha mesmo que eu realizaria tal ato? Sujar minhas mãos assim vai contra todos os meus valores, não é difícil contratar alguém para fazer esse tipo de serviço e manter a honrra de um homem intacta.

Ela assumiu uma postura de revolta estava a ponto de cometer uma loucura e esbofetea-lo alí no meio da rua. Praticamente cuspiu suas próximas palavras:

_ E acha que pagar alguém para fazer o serviço sujo no seu lugar diminui sua culpa ou o torna limpo? Isento de responsabilidade?! Por que Mathew? Ele é um idoso, uma pessoa indefesa , inocente ele não sabe da metade do que eu passei nas suas mãos naquele maldito internato! Se for para perseguir alguém persiga a mim pois eu não tenho medo de lixos inescrupulosos como você!

O homem em evidente deboche disse:

_ Cada um possui sua concepção sobre valores minha cara. Isso é só uma amostra do que posso fazer caso desafie minha vontade, eu poderia levá-la agora mesmo comigo de volta para onde jamais você deveria ter saído! Junto com os selvagens da sua raça, mas não vou arriscar a ouvir seus gritos ou chamar a atenção em público. Por enquanto considere-se sob aviso, aguardo até que se decida a vir comigo de volta ao internato por vontade própria e sem dar um pio.

Kakweet tinha um rancor negro nos olhos:

_ Nunca.

A palavra escorreu dos seus lábios como um veneno recém expelido.

Mr. Bayron riu e tirou o chapéu em  uma mesura se despedindo e mergulhando na multidão.

Kakweet voltou a si e recolheu trêmula as coisas do chão e decidiu que aquela ida ao centro e as compras acabavam por alí.

Em meio aquela bagunça toda pensou em Billy, curiosamente quis estar com ele , buscar leveza na sua ironia ou na sua maneira prática de enxergar o mundo, nas suas mãos grandes que seguravam a suas como se não houvesse amanhã e se repreendeu por isso. Como poderia desejar a companhia dele em um momento de aflição se o próprio estava metido nisso até o pescoço? Billy era tão culpado da sua ruína como qualquer outro.

Logo a sua mente voltou a primeira opção a qual nunca deveria ter desconsiderado. Anne. Naquele marasmo de pessoas inescrupulosas ela era a sua tábua de salvação a deriva.

Ainda podia se lembrar da voz do seu pai dizendo que quem possuía um amigo possuía o suficiente se não tudo. Se aquilo fosse verdade, Anne saberia como ajudá-la. 


 



Notas Finais


Perdão pelos erros de português ❤️ obrigada por lerem e até o próximo ❤️


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