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História Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 51


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Boa leitura a todos. Considero seus comentários importantes, caso nunca tenham comentado se sintam a vontade para darem suas opiniões. Espero que gostem desse capítulo , perdão pelos erros de português e lembrando que eu posso alterar algumas coisas durante a correção. Agora sem mais enrolação, o capítulo. Até às notas finais ❤️

Capítulo 51 - Capítulo 51


Fanfic / Fanfiction Anne With Ann "E" - Para sempre ( EM REVISÃO ) - Capítulo 51

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O fim de tarde lançava matizes de tons infinitos no céu. Anne o olhando da janela do seu quarto desejou ter o talento do seu amigo Colle para eternizar paisagens assim, onde o sol se despedia como um espetáculo natural para ceder espaço as estrelas gloriosas. Deixando a janela de lado, caminhou até o centro do quarto parando na frente da penteadeira.

Mirou seu reflexo no espelho e prendeu dois últimos grampos no seu penteado, curiosamente por mais que os achasse bonitos sentia muito pouca liberdade nos coques. Por tanto se contentava com semi-coques como apelidou, onde deixava as mechas presas no topo da cabeça e o resto corria livre pelos seus ombros e costas.

Olhou com um leve desconforto para as suas sardas, mesmo tendo ganhado tanto em auto estima, Anne ainda sabia que elas chamavam atenção, e isso a deixava aflita por esconde-las. Não possuía maquiagem e também não fazia muita questão, isso certamente seria resolvido com um pouco de pó de arroz, porém quando o usava Anne se sentia pálida como um fantasma. Suspirou e pegou o copo sobre o tampo da penteadeira.

Tirou dali uma colherzinha de prata embebida em uma geleia de frutas vermelhas e lambuzou a ponta do indicador o levando aos lábios. Aquilo havia sido um velho truque que aprendeu com Rubby e Diana, geleias de frutas vermelhas substituam um batom.

Claro que não chegava perto das mulheres da França que pintavam seus lábios do carmim mais escuro e saiam a luz do dia quase obscenas de tão livres, mas lhe dava certa cor. Foi o suficiente.

Sorriu, estava se sentindo confiante e alegre. Alisou o vestido lilás claro com detalhes azulados e a saia imensa que se distribuía em camadas até o chão. Pôs as luvas,conferiu o corset e pegou sua bolsinha de mão.

Iria se divertir, em parte por insistência de Mathew que achou a situação injusta e praticamente persuadiu Marilla e ela a comparecerem no jantar de Sebastian e mandarem suas lembranças ao amigo. No fim acabaram concordando pois Kakweet e a senhora Lynde se ofereceram para fazer companhia a ele durante o tempo que permaneceriam fora.

Desceu lentamente as escadas e a visão que teve na sala enterneceu seu coração. Gilbert e Matthew sentados lado a lado conversando animadamente sob a luz fraca do candeeiro. Os dois homens da sua vida a aguardando bem na sala. 

Sorridente, saltitou na direção dos dois, abraçou Matthew  e beijou Gilbert na bochecha com carinho.

Ele se virou na sua direção e ficou de pé:

_ Como sempre você faz qualquer espera valer a pena.

Anne sorriu, como se fosse sutilmente acariciada por cada palavra pronunciada. Se Gilbert soubesse que produzia encantamento semelhante nela... Naquela noite talvez fosse somente a chama do candeeiro ou não mas seus olhos castanhos pareciam mais claros e as pupilas cintilavam.

Quando Marilla entrou na sala os dois desviaram o olhar um do outro.

Ela usava um vestido em um dos seus costumeiros tons terrosos porém tinha luvas de seda e um chapéu cuidadosamente bordado e um simples e discreto broche em camafeu. Gilbert a cumprimentou e disse:

_ Está igualmente adorável senhora Cuntbhert.

A venha mulher enrusbeceu com o elogio e murmurou um agradecimento. Da cozinha atrás dela surgiram Rachel e Kakweet uma seguida da outra. 

Gilbert pôs as mãos no bolso e perguntou;

_ Podemos ir?

Anne enlaçou seu braço e respondeu:

_ Perfeitamente.

Antes de saírem foram parados pela senhora Lynde que os parou;

_ Queridos! Esperem. Menino Blythe!

Gilbert se virou curioso e Rachel sinalizou a bochecha próximo a orelha:

_ Anne deixou uma "marquinha"em você.

O rapaz corou e tirou um lenço limpando cuidadosamente a mancha vermelha. Anne ficou igualmente tímida.

Kakweet riu e se sentou na poltrona observando de longe. A velha senhora Lynde lançou um olhar malicioso para os dois e gritou enquanto esses cruzavam a porta:

_ Divirtam-se. E juízo.

Os grilos já cantavam. Enquanto se arrumava Anne parecia ter perdido a noção do tempo e teve a sensação de estar atrasada porém Gilbert a acalmou dizendo que tinha anoitecido a pouco e tinham tempo. Durante o trote lento da carruagem ela aproveitou para aspirar a brisa noturna e fresca de Avonlea.

Pelo canto do olho observou Marilla com a travessa de tortilhas recheadas coberta na mão. Já podia ver as sobrancelhas erguidas de modo orgulhoso no rosto da senhorita Stacy dizendo que tinham comida o suficiente.

Mas cozinhar para os amigos e pessoas próximas era apenas a maneira que Marilla encontrava para mimar as pessoas. 

De longe já avistavam as luzes da fazenda e na varanda ampla Hazel com Delphine nos braços. Anne ergueu o braço acenando , haviam chegado.

Enquanto isso em Green Gables, Kakweet olhava para a chama da lareira acesa brincando com a xícara pensativa. 

Senhora Lynde e Matthew jogavam damas em um canto da sala, e hora ou outra podia ouvir os resmungos que Rachel soltava depois de ser vencida alegando que tinha sofrido uma trapaça.

Aquele era o momento perfeito para resolver isso. Terminou o chá em um único gole e ficou de pé indo até eles:

_ Senhora Lynde?

_ Sim menina.

_ Poderia me dar permissão de sair um pouquinho ? Não demoro mais que uma hora. Volto antes que dê pela minha falta.

Rachel ergueu os olhos do tabuleiro desconfiada e perguntou;

_ Mas a onde vai a essa hora? 

Kakweet revirou os olhos impaciente e respondeu:

_ Não importa. Se trata de uma emergência.

_ Que tipo de emergência?

Ela olhou para o chão enquanto pensava em uma desculpa coerente, e respondeu:

_ Uma amiga precisa muito da minha ajuda. Fiquei de ajudá-la hoje cuidando dos afazeres dela pois o pai está com... Caxumba. Sim, uma caxumba terrível!

Rachel já podia sentir o cheiro da mentira, por isso,  fez mais perguntas:

_ Eu a conheço?

_ Por motivos de discrição não posso revelar o nome.

_ Ora.

_ Por favor senhora Lynde. Como você cansa de me ensinar quando vamos a igreja nas manhãs de domingo às vezes: O padre diz que devemos ser caridosos com o próximo.

Aquilo era um golpe baixo e Kakweet sabia disso, não podia se sentir pior ao apelar para a religiosidade fervorosa de Rachel Lynde. Mas não teve escolha. A mulher concordou porém exigindo que voltasse no prazo de uma hora e nem um minuto a mais.

Matthew não fez questionamentos e se limitou a assistir o diálogo calado.

Antes de sair ainda pode ouvir a voz dela gritando ao longe:

_ Mais tarde vai ter que me contar quem é essa Amiga!

Kakweet ignorou e levou a rústica lanterna consigo. Do lado de fora habilidosamente desviou de uma poça a fim de não sujar seu único par de botas e rumou para a direção da fazenda dos Andrews. 

Para Billy o jantar era servido cedo pontualmente as oito horas. Ele não costumava descer para jantar, seu pai nunca estava em casa, sua mãe parecia estar na mesa cumprindo um ato mecânico de pura obrigação que parecia a encher de desgosto. E suas irmãs salvo Prissy comiam separadas.

Jane saia para cortejar todas as noites quando estava em casa, e Prissy era a única que fazia companhia a mãe.

Desse modo , Billy preferindo evitar a "amenidade" irritante de jantar com as mulheres da sua própria família o fazia no quarto enquanto lia contratos comerciais ou relacionados a fazenda.

Não estava esperando naquela noite pelo que viu. Quando foi fechar a janela para abafar os insetos que ali entravam, seu coração quase saltou do peito ao ver parada no seu jardim Kakweet com uma lanterna a gás nas mãos, enrolada em um casaco fino. Ela o chamava sinalizando para que decesse. Porém seu sorriso morreu ao encontrar a expressão preocupada no rosto dela.

Kakweet ergueu a barra do vestido e se sentou próximo a um pé de liláses brancas que cresciam ao redor do banco branco de gesso que enfeitava o jardim finamente decorado. Billy surgiu caminhando na sua direção, vestido casualmente com os suspensórios bonitos e uma camisa salmão clara. Talvez o tivesse pego em um momento que se preparava para dormir. Por um momento ela teve vontade de esticar a mão e tocar o cabelo loiro para brincar com a textura lisa e macia entre os dedos.

No entanto freou essa vontade;

_ Olá Hanna. O que veio fazer aqui? Por acaso sou tão tentador que sentiu minha falta com tão poucos dias sem me ver?

Abriu um sorriso canalha e tão atraente quanto. Ela balançou a cabeça e ficou séria:

_ Sem brincadeiras Billy. Por favor. Precisamos conversar.

Ele parou, em outra situação, Kakweet devolveria seu comentário com uma ironia bem pensada que o faria rir. Mas agora ela não dava indícios de não estar falando sério:

_ Sobre o que quer falar?

_ Espero que depois do que eu vá falar , você não mude sua opinião a respeito de nós.

Billy riu de nervoso:

_ Já chega está me assustando.

Kakweet fechou os olhos, resolveu não dar mais voltas e foi direta:

_ Vou precisar sair de Avonlea. Vou viajar e não sei quando volto.

Silêncio. Um silêncio desconfortável, Billy encarava os próprios pés pensativo. Kakweet ficou apreensiva e pediu:

_ Fale alguma coisa por favor.

_ O que quer que eu diga?!

O tom ríspido a pegou de surpresa. Tentou formular alguma resposta mas Billy foi mais rápido:

_ Eu juro que tento te entender mas não consigo. Você quer que eu assuma um compromisso com você e não me deixa conhecer sua família adotiva, faz caso para falar com os meus pais. E agora isso, estava esperando que eu dissesse o que? Que iria te esperar? Você só faz o que quer, está sempre fugindo e tenho a impressão que esconde tudo de mim.

Kakweet apertou os punhos, não estava sendo as mil maravilhas para ela também. É claro que ela não era egoísta a ponto de pedir que Billy a esperasse, e em outras circunstâncias já teria tomado atitudes melhores em relação aos dois. Pacientemente tentou explicar:

_ Não fique zangado comigo. São coisas complicadas demais que me levam a sair daqui. Você não entenderia.

_ Talvez. Mas você não me conta.

O olhar de Kakweet se tornou sombrio :

_ Se eu te contasse teria que me afastar de você.

Billy riu em ironia:

_ Você já faz tudo para se afastar de mim.

_ Billy por favor...

Kakweet práticamente suplicava por compreensão. Billy se sentiu mal por ver tormento nos olhos dela, mas se perguntou se ela não via ou era indiferente ao seu tormento pessoal também:

_ Quer saber? Faça o que tiver vontade. Eu não queria que as coisas terminassem assim, mas você insiste em impor essa distância entre nós dois  derrepente. Pense direito, tenho quase certeza que você se sente como eu mas nega isso de todas as formas. Infelizmente eu não posso te prender a mim. Se quiser ir vá, mas não precisa mais voltar.

Kakweet engoliu em seco. Billy tinha um olhar genuinamente magoado. Se levantou do banco, ela abaixou a cabeça e pegou a lanterna para olhar as feições agora tão familiares pela última vez:

_ Adeus Billy.

Foi o sorriso mais falso que já deu em toda a sua vida, seus olhos negros e brilhantes estavam inundados mas não deixaram uma gota sequer rolar e ela tinha consciência que Billy via essa nova face da sua fraqueza. Mas não se importou.

Billy por outro lado  observou  a última coisa da qual se orgulhava de ter em sua vida cruzar o imenso portão e ir embora. Ele tinha aberto as fraquezas dele também de alguma forma, mas não viu retorno naquilo e uma revolta crescente o acometeu de início.

Mas agora alí sozinho no sereno o único sentimento que ficou foi o da amarga decepção.




Notas Finais


Obrigada por lerem até aqui e perdão mais uma vez por qualquer erro de português envolvendo ortografia ou coerência. Até o próximo!❤️


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