Primeiro Capítulo
NaruHina
Três meses. Faz exatos três meses que havia começado as aulas, terceiro ano no colégio Hinami Keiko. E eu estava vidrada naqueles grandes olhos azuis.
Eu simplesmente não sabia o porquê, ele não era uma pessoa chamativa. Classe média, bolsa de estudos. Um pai que trabalhava todo dia para conseguir manter a família. Mãe doente. Não havia nada de especial nele.
Mas era essa a questão. Um garoto pobre. Mas que não tinha interesse nenhum em mim. Havia apenas me cumprimentado e continuado a andar. Ignorando minha existência. Ele não se importava com meu nome. Aquilo era o suficiente para prender sua atenção. Se conseguisse convence-lo, seria uma relação sem que ninguém nunca descobrisse.
Nada de paparazzi, nem jornal ou pessoas comentando. Naruto me parecia estranhamente - interessante e esse era o motivo pela qual eu queria tanto me aproximar, mas era quase impossível isso acontecer. Ele parece odiar pessoas como eu.
Olhei para a porta quando ouvi alguém bater na porta, chamando a atenção dos alunos, o professor parou de falar e se virou para a porta, a vice-diretora estava parada olhando para Naruto.
- Sr.Uzumaki, peço por gentileza que me siga. – Vi ele levantar e sair com ela, vi eles se afastarem e logo parar, fiquei olhando sua expressão se tornar de pavor.
Vi ele entrar pálido na sala e arrumar seus matérias rápido, saindo logo em seguida, esquecendo o que parecia um caderno de desenhos em baixo da mesa. Apesar da curiosidade, jamais perguntaria o que aconteceu.
Com o final da aula, deu a hora de ir embora, arrumei minhas coisas lentamente enquanto via todos sair, após acabar fui até a mesa dele e peguei o caderno, ia abrir, mas me segurei. Isso é invadir sua privacidade.
Guardei o caderno e sai de lá, procurei na saída por algum dos amigos dele. Ao ver que todos já haviam ido, decidi entregar no dia seguinte.
Pelas duas seguintes semanas ele não apareceu, o que de certa forma havia me deixado preocupada. O que poderia ter acontecido de tão grave. Olhei para a mesa de Shikamaru, um dos amigos dele.
Andei em passos lento até ela. O garoto me olhou surpreso, depois voltou pro olhar de paisagem.
- Tenho uma coisa para entregar ao Uzumaki, poderia me passar o endereço dele? – Vi ele me olhar desconfiado.
- Pensei que ele tivesse deixado claro para ficar longe dele. – Falou e eu suspirei. Mordi o lábio e tirei o caderno da bolsa.
- Entregue a ele então. – Falei colocando o caderno na mesa e segui em direção a porta.
- Hyuuga.
Me virei, ele me estendeu o caderno, e havia um papel em cima, peguei e ele voltou para mesa. Havia o endereço, sorri e me virei saindo da sala. Não entendia o sorriso bobo teimoso nos meus lábios.
Ao chegar no local, paguei o taxi e desci do carro, andei até a casa, simples, com cercas baixas, mas apesar de ser bem simples, o lugar era lindo, um jardim bem cuidado na frente.
Andei até a porta e respirei fundo, peguei o caderno e apertei a campainha. Ouve um silêncio, após um tempo apertei novamente. Não havia som vindo de dentro, suspirei e me virei para sair, olhei para o sol e decidi que talvez esperar um pouco não se ruim.
Me sentei em um banquinho ali na área, me encostei e esperei. Não lembro em que momento acabei dormindo, mas quando ouvi uma voz ne chamar, enquanto me balançava, abri os olhos, estava deitada no banquinho.
- Me desculpa. – Falei sem graça me sentado.
- Aconteceu algumas coisa? – Perguntou parecendo preocupado.
- Não, eu vim entregar seu caderno. – Falei sem graça, ele me olhou sério.
- Tem ideia do quanto essa área é perigosa? O que acha que fariam com uma garotinha rica indefesa. – Me encolhi com a forma irritada que ele falou. – Sabia que não tinha juízo, mas não achei que fosse tanto.
- Me desculpa. – Olhei em seu rosto, pela primeira vez. As olheiras profundas. O olhar cansado. Ele se sentou ao meu lado. Pegando o caderno.
- Chame um Uber. – Falou e eu assenti.
Após pedir um, ficou um silencio estranho. Ele mexia as mãos constantemente, seu rosto parecia mais magro.
- Você já jantou? – Perguntei e ele me olhou.
- Ainda não. Vim para isso. – Falou e olhou para o lado, parecia envergonhado.
- Sem querer ser intrometida. Onde esteve esse tempo todo? – Ele pareceu pensar sobre o que ia falar.
- No hospital. – Segurei a vontade de fazer outras perguntas, mordi o lábio. Com a situação da família dele e a história de que a mãe está doente. Da pra imaginar o que aconteceu.
- Vai voltar para lá? – Perguntei e ele se mexeu desconfortável.
- Sim. – Olhei para minhas mãos.
- Quer jantar comigo? – Falei com o melhor tom amigável e um sorriso. – Eu adoro cozinhar, mas nunca tenho ninguém para experimentar o que eu faço. – Falei e ele me olhou parecendo surpresa.
- Você cozinha? – Falou parecendo não acreditar.
- Sim... são tão estranho assim? – Na verdade eu não cozinha, longe disso, sou péssima nisso.
- Bom... considerando que é rica e tem muitos empregados, acho que sim. – Eu arqueei uma sobrancelha.
- Que julgamento maldoso e precipitado. – Falei e me levantei. – Vamos??
Ele ficou me encarando por um tempo e então se levantou concordando, pedindo que esperasse ele levar o caderno para dentro, depois fomos. No Uber claro.
Quando chegamos, meu orgulho Hyuuga me impediu de falar a verdade e enfim, pesquisei algo fácil para fazer. Mas convenhamos, eu sou um desastre natural.
Ouvi passos corridos, quando a fumaça começou a subir, então o alarme disparou e água começou a descer. Suspirei e desliguei, Naruto me olhava assustado.
- Confesso que talvez eu tenha mentido. – Falei coçando a nuca.
- Eu imaginei. – Ele riu, fiquei admirando a risada calorosa, mordi o lábio. Ele é lindo sorrindo.
- Bom... acho que vou pedir algo. – Falei indo para a sala. Após pedir ficamos na sala esperando.
- Porque está tão interessada em mim? – Olhei surpresa para ele. Ele deu um sorriso pequeno, parecia triste. – Não há nada atrativo em mim, quer mostrar para os outros que pode bancar quem quiser?
- Não, claro que não. – Eu olhei para minhas mãos, dei um sorriso. – Você parece diferente dos outros, não tem interesse na minha aparência, nem no meu dinheiro. E isso me chamou a atenção.
- Você...
- Quer dizer, todo mundo tem dado em cima de mim, e tudo mais. – Suspirei, sem saber quais palavras usar. – Você...
- Você parece uma garota superficial. – Ele disse sério. – Não e o tipo de garota que me atrai.
- Eu...
A campainha tocou e parei de falar, suspirei e me levantei. Peguei a entrega e paguei, voltei para a sala e me sentei. Havia pedido comida de um restaurante ali perto, que eu gosto. Nos sentamos e comemos ali na sala mesmo, devido ao cheiro que estava na cozinha.
...
- Obrigado pelo jantar. – Eu sorri e o acompanhei até a entrada do prédio, ao chegar lá o Uber já estava esperando.
- Eu que agradeço por me acompanhar. – Sorri sem graça, e ele abriu a porta do carro entrando.
- Nos vemos no colégio.
- Ok.
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