História Anônima - Camren - Será?

 POVs Lauren

Eu fiquei com a cara no chão depois de ver a garota mais bonita do colégio me secando. Realmente nunca havia parado pra olhar de outra maneira, já que meu pensamento era de que eu nunca teria uma abertura dela.

Depois do intervalo fui pra aula de biologia, e quando entrei vi os livros de Camila no chão. No mesmo instante fui ajudar ela a juntá-los de lá, como qualquer pessoa faria. Ela estremeceu, quando sem querer coloquei minha mãos em suas costas e por um segundo pude jurar que ela ficou nervosa. 

Após meu ato heróico que mudou muito a vida dela (ironia), fui me sentar do outro lado da sala como sempre. Louis e Ally estavam me esperando pra ajeitar as coisas na mesa. 

-Aquela garota tá te secando faz tempo, você é muito lerda, Lauren - Louis cruzou os braços.

-Deixa de fogo, ela só derrubou os livros - eu revirei meus olhos, como se fosse óbvio.

-Lauren, tenho que concordar com o Tomlinson. Você é muito devagar, essa garota tá te olhando e não é de hoje, presta atenção nas coisas - Ally arqueou as sobrancelhas.

Pronto, agora vão me jogar pra garota mais hetero do colégio todo. Estão pedindo pra eu ser trouxa de graça.

-Que viagem, ela é a garota mais bonita de dentro desse colégio e a mais popular. Ela pode ter quem ela quiser, ou melhor, o garoto que ela quiser. Ela provavelmente é hétero - falei com certa irritação.

- Lauren, querida, se você fosse virgem, ela teria tirado sua virgindade só de te comer com o olhar. Ela não é hétero ‐ gargalhei com sua fala.

-Nossa, que delícia - rebati em brincadeira.

-Que inadequado. Tomem rumo na vida, seus infantis - Ally comentou em um tom sério.

-Allyluia - Louis acabou rindo da minha resposta.

Era óbvio que aquilo tudo era um delírio coletivo entre eles. Eu teria notado se ela me olhasse tanto como eles falam e eu sei que ela não olhou. Mesmo que eu quisesse que sim.

Enfim. Tinham duas aulas seguidas de biologia. Pior matéria existente. Pra nossa surpresa, o professor chegou atrasado e deixou o resto da aula pra conversarmos. Ficamos eu, Louis e Ally falando algumas coisas idiotas e rindo feito três crianças de 5 anos. Nada fora do normal.

O sinal pra ir embora tocou, eu tinha que ir guardar meus livros no armário. Esperei todos saírem, como de costume e quando sobrou só a gente, fui de encontro ao meu armário pra guardar tudo.

Ao abrir a porta do meu armário, quase não percebi o papel de folha rosa que caiu dali de dentro. Franzi o cenho com curiosidade.

Uma carta? Mas... quem é que manda cartas hoje em dia?

Guardei no bolso de trás da calça e segui como se nada tivesse acontecido. Não queria ser indiscreta, pra nenhum dos idiotas que chamo de amigos me encherem o saco com isso. Confesso que fiquei bem curiosa em saber o que estava escrito ali. 

Pensei na possibilidade de ser alguma gracinha de um deles, e isso me deixou menos empolgada em ler.

Fui pra casa a pé já que minha casa não era longe da escola. Quando cheguei subi as escadas e me joguei na cama, me sentando na ponta e pegando a carta pra ler.

"Eu até tinha uma cor favorita, mas quando vi a cor dos teus olhos, mudei de ideia imediatamente. Brega, eu sei. :D

Ass: Anônimo(a)".

Droga. Agora vou ficar morrendo de curiosidade pra saber quem é. Confesso que me surpreendi, é bem bonitinho, mas com certeza vai atiçar minha ansiedade.

Dobrei e coloquei dentro de uma das gavetas vazia, onde ninguém mexe. Depois, fui deitar na cama e acabei pegando no sono, pensando em quem seria a pessoa a mandar aquilo. Até agora eu não tinha nenhuma pista.

Acordei de tarde com a Taylor me empurrando. Essa menina é doida pra apanhar de mim, só pode.

-O que foi, cacete? - Lutei para abrir os olhos.

-Vou sair, preciso que me acoberte - andou até minha poltrona cinza e se jogou lá. 

-Primeiro, tira a bunda da minha poltrona. Segundo, onde você vai, sua pirralha?

-Para o papai e a mamãe você vai dizer que eu fui dormir na casa de uma amiga. Na realidade eu vou em uma festa.

-Taylor, isso vai dar merda. Melhor não - alertei.

-Te dou 30 dólares. 

-O que é isso? Uma festa infantil? Quero 50 dólares e não se fala mais nisso.

-Saco - revirou os olhos e pegou o dinheiro de sua bolsa - toma, vê se não abre a boca - me entregou e eu conferi, a olhando de cima a baixo.

-Vaza.

Só perturbou meu sono, mas tudo bem. Ganhei 50 dólares pra ficar quieta. Fiz o que ela pediu quando meus pais chegaram em casa. Não tinha nada pra fazer em casa então voltei a dormir, precisava acordar cedo como sempre, amanhã.

...

O sol de Miami bateu contra meu rosto e eu grunhi com sono. Descobri que sim, é possível ter mais sono depois de dormir por horas. Eu sou a prova viva, em todos os dias.

Demorei 5 minutos pra levantar de vez da cama e vi que ainda estava cedo. Por milagre dos céus eu levantei sozinha, fiz minha higiene matinal e fui me arrumar.

Eu e minha camiseta preta do Nirvana, calça jeans cinza e um all star preto nos dirigimos pra fora do quarto, esperando Louis chegar, ainda na cozinha.

Tomei meu café junto dos meus pais e logo escutei a buzina tocar em frente minha casa. Peguei minha bolsa com umas coisas necessárias e saí em direção ao carro do Louis.

-Bom dia senhorita colírio para os olhos de Camila Cabello - mal o olhei e já queria socar o murro na boca dele.

-Bom dia, insuportável - respondi humorada e ri.

Ele ainda estava com a estúpida idéia de que a Cabello queria algo comigo. Louis é burro, sim ou claro? Só dou um desconto porque é meu melhor amigo.

POVs Camila 

Ontem tomei coragem e escrevi uma carta pra Jauregui. Não sei se ela gostou. Eu acharia brega e choraria pois é muito fofo. Que seja, tenho que fazer isso mais vezes. É libertador.

Antes de ir pra escola, peguei outra folha daquelas e comecei a escrever, já que lá eu não teria privacidade pra isso.

"Seu sorriso melhora meu dia. Sorria mais vezes, seu humor tem estado ótimo esses dias.

                                               Ass: Anônimo(a)."

Eu não levava jeito pra escrever cartas românticas. Pra falar a verdade, eu era péssima. 

Fiquei pensando em como é que eu vou saber que ela gostou da carta? Talvez eu pudesse pensar em algo pra descobrir.

Minha mãe me trouxe até o colégio e eu encontrei meus amigos. Eu e Shawn demos uma desculpa qualquer e fomos sozinhos pra dentro da escola. Shawn entendeu o que eu ia fazer e me deu cobertura até o armário da Jauregui.

-Rápido, Camila. Antes que alguém veja - me apressou e eu fiquei mais nervosa ainda.

-Pronto - falei depositando a carta na fresta do armário da Jauregui.

Fomos rapidamente pra fora e nos juntamos aos outros amigos nossos. Não muito depois vi Lauren chegar de carro com o amigo. Observei de longe Harry secar o Tomlinson e fiquei curiosa.

Nunca havia visto ele olhar pra algum garoto daquele jeito. Na verdade, que eu saiba o Styles é hetero. Bom, eu também era, até o começo do ano. Só não sou de ferro. A Jauregui era o tipo de qualquer pessoa.

Ela tava maravilhosamente linda. Como se algum dia eu fosse dizer o contrário. Aquele óculos escuro dava um ar bem mais sexy do que o normal. O ruim é pensar que as pessoas achavam o mesmo. E eu ficava com ciúmes disso.

Sim, ciúmes de alguém que não tem nada comigo.

Queria ver a reação dela, mas se eu fosse lá pra dentro ia ficar suspeito. Nem encará-la eu poderia, para não dar margem aos amigos espertos dela.

Olhei pro céu, porque era o único lugar que dava pra me tirar a atenção daquela garota. Ela passou perto de nós, e eu senti seu cheiro doce, o mesmo do dia em que eu seguidamente derrubei meus livros e ela me ajudou.

Shawn me viu farejar o ar e gargalhou, fazendo Dinah entender o que eu estava fazendo e rir junto.

-Fecha a boca aí, Camila - Dinah provocou, colocando a mão no meu ombro.

-Cale-se - Rebati e dei risada. - Vamos entrar?

Concordamos os três e fomos pra aula. Matemática, minha matéria preferida em que a professora não passava nada e no final tinha que dar nota de graça ou dar alguma coisa pra gente ler.

Sentei no meu lugar, empolgada feito criança só pela aula ser aquela e olhei para o lado, encontrando a Jauregui encarando a carta.

Ela lia e lia inúmeras vezes, como se tivesse não estivesse satisfeita o bastante com as informações e analisava feito profissional. Ela... Gostou?

Até lendo distraída ela é linda. Ainda mais lendo o que eu escrevi.

-Aquela carta é a sua? -Shawn perguntou, sussurrando discretamente.

-Sim, ela mesma - concordei enquanto olhava fixamente pra Jauregui - a não ser que mais alguém tenha mandado uma carta romântica também... - eu franzi o cenho, numa careta, ao pensar na possibilidade.

Observei ela terminar de ler, dobrar cuidadosamente o papel e sorrir de canto, balançando a cabeça negativamente, ainda com um sorriso no rosto.

São detalhes que me deixaram feliz de uma maneira absurda. Ela estava sorrindo, e pela primeira vez eu era o motivo.

Brilhou uma lâmpada em cima da minha curiosa mente e eu tive uma ideia pra conseguir me comunicar com ela, obtendo suas respostas.