História Anônimo - Sozinha Por Aí

Um tempo atrás, Blake e Luana tinham chegado em casa. No caminho, foram até o mercado e compraram um refrigerante.

            Depois de chegar em casa, Luana começou a ligar mais uma vez para Robert. Ele não atendeu novamente. Benjamin também não.

            Luana estava com o coração apertado. Aquilo não parecia ser bom.

            Passaram-se meia hora. Ao olhar para a rua, Luana viu que já havia escurecido. Robert e Benjamin já deviam ter voltado do rio Iowa, então a falta de sinal em meio ao mato não seria mais um problema. Luana pegou seu BlackBerry e tentou ligar para Robert, um pouco mais ansiosa que o comum. Ele não atendeu.

            Droga.

            Tentou ligar para Benjamin. Não atendeu também.

            Luana fechou os olhos com força. Tentava não pensar no pior. Mas não pensar no pior com Anônimo por perto não era fácil.

            O celular de Luana começou a tocar. Ela ficou entusiasmada e foi correndo atendê-lo. Infelizmente, não era nenhum número gravado. A menina pensou em não atender, entretanto, na situação que se encontrava talvez fosse alguma coisa importante.

            — Alô?

            — Luana!!! — exclamou uma voz do outro lado da linha. — Fico tão feliz que me atendeu!!!

            Luana reconheceu a voz. Era Robert.

            — Robert! — Luana sentiu-se aliviada. — Por que não atendeu minhas ligações? E nem o Benjamin? Onde vocês estão?

            Robert silenciou-se. Luana conseguiu ouvir a respiração pesada do namorado pelo telefone.

            — Oh meu Deus!!! — a mesma sensação de terror voltou para Luana. — Onde vocês estão, Robert Stevens? Responda!!!

            — Presos!!! — soltou Robert. — Nós estamos na prisão!!!

            Simplesmente, Luana caiu em sua cama. Não podia ser verdade. Aquilo não podia ser verdade.

            — M-Me diga... Q-Que é mentira, Robert — gaguejou Luana.

            — Não é Luana! — Robert ficou com a voz fraca. — Anônimo armou para nós! Fomos pegos!

            O corpo de Luana desabou. Ela começou a bater em sua própria cabeça.

            — Isso não pode estar acontecendo — resmungou Luana. — Não pode...

            — Mas está! Está acontecendo sim, Luana! O detetive Slater nos pegou com a faca ensanguentada e nos trouxe para a prisão!

            — Que bosta!!! Como vocês puderam deixar isso acontecer? — Luana sentia raiva. — Agora eu estou sozinha aqui fora!!! Só eu e Anônimo!!!

            — Sim, eu sei disso!

            Luana ouviu um barulho estranho vindo da rua. Ela olhou pela janela e viu um vulto passar por ali. Aproveitou e fechou sua janela que ainda estava aberta.

            — Escute, linda — começou Robert. — Exatamente por você estar livre, é que precisa fazer alguma coisa!

            — O que eu vou fazer? — Luana bufou. — Sair por aí falando para o detetive Slater que eu recebo mensagens de boa noite de uma pessoa mascarada? Acha mesmo que isso vai adiantar alguma coisa?

            — Não, não é isso que estou querendo dizer! — Robert falava rápido. Provavelmente ele tinha tempo controlado para falar no telefone da prisão. — Você precisa encontrar alguma coisa importante!

            Luana mexia em seu cabelo nervosamente.

            — Precisa encontrar alguma coisa que prove minha inocência e a de Benjamin!

            — Como eu faço isso? — suspirou Luana. Ela estava disposta a fazer qualquer coisa que precisasse desde que pudesse ter Robert ao seu lado novamente.

            — Olhe, não acho que seja muito bom falar sobre isso agora — falou Robert. — Tem outras pessoas aqui.

            — Vou até aí amanhã — decidiu Luana.

            Robert concordou fazendo um ruído.

            — Estamos na Johnson County Jail — contou ele. — Vamos pensar em alguma coisa juntos. Não se preocupe.

            Luana simplesmente começou a choramingar. Ela escutou uma voz firme vindo do local onde Robert estava.

            — Preciso ir, linda — Robert fraquejou. Ele tinha percebido que Luana estava chorando. — Fique segura.

            — Ok. Até mais.

            — Até mais.

            Robert desligou.

            Ela nem sequer tinha lembrado de falar o que queria quando tentou ligar. Sobre ter visto Nolan e Monique comendo juntos. Não importava. Ela iria visitar Robert no dia seguinte. Então, os dois poderiam tentar ao mínimo, colocar um fim em toda aquela confusão que acontecia de uma forma descontrolada. Os últimos dias tinham sido os piores da vida dela desde que sua mãe falecera.

            Luana colocou as mãos nos olhos e deixou-as encharcarem de lágrimas. Ela estava com medo. Estava assustada. Não conseguia imaginar que aquilo era real. Não conseguia, e não queria. Pensar que agora teria que fazer as coisas sozinha, era uma ideia terrível.

            O que poderia provar a inocência deles? Era uma pergunta que a incomodava.

            Blake e o sr. Chesterfield estavam rindo, e Luana os escutou. Como ela contaria para eles que o namorado dela estava preso? Eles nunca acreditariam que Robert era bom. Antes já tinham suas dúvidas em relação ao garoto, agora deveria ser pior. Por enquanto, era melhor não falar nada. Luana precisava tirar Robert e Benjamin da prisão. Não poderia ficar sendo vítima de Anônimo sem ninguém para apoiá-la.

            O celular de Luana apitou. Ela, sem vontade de pegá-lo, já sabia muito bem de quem era a mensagem.

            Agora somos só você e eu, Luana. – ANÔNIMO.