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História Anormal - Separação


Escrita por: Mia_Giu

Capítulo 16 - Separação


Jimin 

Andava tão rápido que nem via onde estava aindo, apenas queria pensar que era um pesadelo. Entrei no dormitório com os rosto molhado pelas lágrimas, minha respiração estava falha e meu coração doía. Parecia que foi quebrado em pedacinhos, mas foi quebrado... Pelo alfa que sempre confiei, apenas me usou como objeto, meu pai tinha razão. 

— Jimin me deixe explicar. — Jungkook adentrou no cômodo desesperado, um grande falso. 

— Não tem nada para explicar, ok? — enxuguei minhas lágrimas furioso. — Eu já entendi tudo, você apenas me usou e traiu minha confiança. Pensei que você era diferente, Jungkook. Tudo o que aconteceu entre nós foi puro fingimento, você nunca se importou comigo. Agora me diga por que fez tudo aquilo? Para me iludir? Para brincar com o idiota? 

— Não é nada disso, nada foi fingimento realmente eu queria te proteger e te ver bem. Não quero seu mal, meu erro foi não ter falado que gostava da Jennie. Lembra quando a gente combinou que era uma amizade colorida? — assenti — Então, você concordou com isso. Não sabia que você iria se apaixonar por mim. 

— Como não iria saber?! Dormirmos na mesma cama como casal, andamos de mãos dadas e até tivemos encontros. Até passamos o cio juntos, como não iria me apaixonar? Você foi o primeiro alfa que deixei entrar na minha vida assim, eu me senti acolhido por você. Você consegue Jungkook, fazer tudo o que fizemos sem sentir nada por mim? — Questionei irado e ele ficou em silêncio de cabeça baixa. — Se fingiu de sonso, você é muito frio para enganar assim. Nem sei mais o que sentir. 

— Hyung...

— Quando começou a gostar da garota? — perguntei friamente — Responda! 

— Dês do primeiro ano, mas isso não interessa. 

— Interessa sim, você queria ficar com ela, já que não conseguiu, decidiu brincar com o palhaço. Ela é o padrão de toda Coréia, a mais bonita da escola e eu sou apenas um ômega com corpo de alfa. Eu deveria saber que você nunca iria se interessar por um ômega feito eu, gosta dos padrões que nem todos. Fui apenas seu lanchinho por algum tempo, sua vadia de entretenimento. — ri sem humor.

— Cala a boca, Jimin! Não sou assim, fala como se eu fosse um cafajeste. Você não me conhece direito, está fazendo tempestade em copo d'água, eu iria contar pra você sobre a garota. — Se exaltou — Eu realmente gosto de você, não me importo com sua aparência, só não estou apaixonado. 

— Ah! — ri — Se realmente você gostasse de mim, me diria dês do início sobre a menina. Assim não me iludiria com você, mas acha que agora eu confio em suas palavras? Está enganado. Você e ela até combinam, são ricos, tem o ótimo futuro. Já eu... — ri sem humor. — Ninguém sabe, vou na sorte. 

— Por favor, Jimin! Eu não quero ir embora brigado com você. Isso me machuca. — implorou com os olhos marejados.

— Suas mentiras me machucaram muito mais, Jeon. Como fui burro. — bufei irritado. — Quer saber?! Que se foda, desapareça da minha vida, seu desgraçado.

— Para com isso, me deixe te acalmar um pouco. — Se aproximou, mas dei um soco em seu olho fazendo o mesmo urrar de dor. 

— DESAPAREÇA! — gritei rosnando, os amigos do mais novo vinheram acalmar a situação. Yoongi me segurava e Namjoon segurava Jeon. — ME SOLTA, SE NÃO VAI SOBRAR PARA TODOS VOCÊS. 

— Você é um selvagem, não sei porquê quis te ajudar. — Jungkook falou irado. — Eu vou embora com todo prazer, uma pena que nossa relação tenha acabado assim. — Deu as costas pegando a mala indo embora sem olhar para trás. Namjoon foi atrás e Yoongi também, tudo farinha do mesmo saco. Me sentei na cama chorando, por ainda amar aquele idiota, por me sentir abandonado por ele. Antes que me desse outra crise de ansiedade, pego meu remédio e tomo com água. O beta entrou no quarto eufórico, sentando perto de mim, alisando minhas costas. 

— Jimin, o que houve? Eu vi o tumulto e acabei vindo pra cá. Jungkook te fez algo? 

— Tae, você tinha razão, Jungkook não sente nada por mim. Ele ama a Jennie, disse na minha cara que queria ter filhos com ela. — Solucei. — E-ele me enganou esse tempo todo, eu achava que era diferente. Como sempre eu me ferro, sou um idiota. 

— Você não é idiota, foi ele que errou. — falou baixinho. — Ele não iria embora no final do ano? 

— Foi antecipada, mas é bom que ela vá mesmo. Assim não olho pra cara daquele nojento, me usou apenas para fazer sexo. Alfas não prestam, nunca vão prestar. — Desabafei 

— Suas lágrimas por ele não vale a pena, Hyung. — falou Tae. — Se quiser posso dormir com você hoje, assim não se sentirá sozinho. 

— Obrigado! — sorri fraco. 

— Oi Jimin, como está?! — entrou Namjoon e Yoongi sérios. 

— E como acha que estou? Feliz?! Por que estão aqui? — falei com raiva. 

— A gente não veio para brigar. — Disse Namjoon — Só queremos dizer que ele não é uma péssima pessoa, avisamos a ele sobre você, que poderia se apaixonar, mas Jungkook tinha certeza que estava tudo normal. 

— Sei que querem defender o amigo de vocês, mas o papo não cola. — falei debochado. — Ele fez merda e pronto. 

— A gente não defende ninguém, Jungkook é um Jumento, não sabe fazer nada sem estragar tudo. — disse o branquelo. — Eu sabia que não iria dar certo, mas fazer o que?! Aquele idiota não pensa. Sinto muito, Jimin! 

— E também somos seus amigos, lembra? Não precisa odiar a gente. 

— Amigos da onça só se for. — Tae revirou os olhos 

— Eles tem razão, mas não apaga o fato que o amigo de vocês foi um babaca. — falei 

— Sim, mas não pode se lamentar disso o tempo todo. Sei que será difícil tirar uma pessoa da cabeça, mas precisa ocupar sua mente com coisas produtivas. — Falou Namjoon — Como por exemplo focar nos estudos e o vestibular que vem aí. A gente sabe que está faltando muito as aulas, deve frequentar mais. Garanto que aos poucos irá superar, eu já estive no seu lugar, Jimin. 

— A gente pode se reunir para estudar, claro se você quiser. — Sorriu Yoongi

— Acho uma boa ideia, não é Chim? — Tae questionou 

— Sim, uma boa ideia. — sorri 

— Combinado, segunda a gente começa. Fique bem Jimin, Tchau!  — Yoongi saiu primeiro depois, Namjoon que sussurou: Tenha um bom final de semana. 

Eu e o beta nos arrumamos para dormir, deitei na cama me sentindo enjoado. Tudo por causa daquela briga toda, não trocamos nenhuma palavra, Tae fazia carinho em minhas madeixas, enquanto minha mente estava em confusão. Amar nunca doeu tanto como agora. 

-X-

— Ji, cheguei! — Papai falou alto

Em meu quarto, olhava pela janela as crianças brincarem lá fora, elas jogavam futebol, me lembram da época que eu jogava bola com o papai na rua. Eu sempre admirei as crianças, são tão inocentes e fofas, queria voltar a ser criança para não ter problemas e nem pensar como o mundo é podre. Deixei meus livros de lado para admirá-las, estou me esforçando muito na escola, Namjoon me ajudava com o Tae, agora percebi o quanto aprendia rápido as matérias. 

Namjoon e Yoongi ficaram mais próximos de mim, decidi dar uma chance a eles, agora parecemos que somos amigos de longa data. Por incrível que pareça estava empolgado para estudar e passar o vestibular, quero estar na mesma universidade que eles, porém ainda não sabia o que cursar. 

Muitas vezes lembrava do alfa, mas quando fazia algo para me distrair esquecia. Tenho que focar em mim e no meu futuro agora, o futuro do Jeon já estava desenhado. 

Levante-me da cama, indo para a sala de estar, vendo meu pai sentado com óculos de grau, curvando o corpo para frente, com vários papéis em mãos.

— Olá, papai! — sorri fraco 

— Contas e mais contas — bufou — Ah, oi Ji. 

— As contas estão muito caras? — sentei no sofá.

— A da água nem tanto, mas a da luz caríssima. Ainda tem o cartão com a dívida dos móveis. Estou ganhando muito, mas não o suficiente pra pagar tudo de uma vez. 

— Ah, eu preciso arrumar um emprego. Sei lá, pelo menos de entregador. — suspirei. — Me sinto culpado, poderia te ajudar com as dispesas. 

— Querido, eu disse que não precisa pensar em trabalhar agora. Quero que se concentre em seus estudos, não pense nesses problemas, são meus. Eu vi você no quarto estudando, nunca te vi tão empenhado.

— É para o vestibular, quero ganhar uma bolsa de estudos. 

— Hum, mas também percebi que estava cabisbaixo, um olhar meio pra baixo. Você não estava assim antes, o que houve? 

— Impressão sua! 

— Não queira me enganar, Ji! Te conheço. Aconteceu algo, o que foi? 

— Só alguns problemas pessoais, não é nada de mais. Estou cansado e nervoso com essas provas. 

— Certo, o que você vai cursar se for aprovado? — Perguntou empolgado.

— Não sei bem, são tantos. 

— Posso dar algumas ideias, você pode cursar algo como educação física, já que adora treinar e esportes. Pode ser nutricionista, fisioterapeuta. 

— Isso é brilhante, mas acho que não quero fazer nutrição e nem fisioterapia. — fiz careta. 

— Sabe, eu vi você observando aquelas crianças e me lembrei dos nossos momentos. Você até me ensinou como jogar vôlei. Por que não ser professor de educação física? Você pode lidar com crianças e adolescentes. 

— Oh, é mesmo! — falei empolgado. — Já decidi o que quero ser. 

— Gostou da minha ideia? 

— Sim, quero ser professor. — abracei o mais velho. — O senhor é o máximo. — sorri largo.

— Olhe, eu trouxe um lanche. — levantou do sofá, pegando uma sacola, me entregando. Quando abri era um hambúrguer recheado. Nunca mais tinha comido isso. Dei a primeira mordida gostando muito do molho que tinha dentro. — Gostou? 

— É muito bom. — falei, dando várias mordidas, comendo sem parar. Tava tão bom aquilo que não paro de mastigar, poderia comer tudo, mas do nada senti enjoos. Parei de comer ficando cabisbaixo e minhas mãos gelaram. Acho que não vou poder comer o lanche todo hoje. Guardei o resto do hambúrguer na sacola branca e relaxei um pouco no sofá, sentindo um bolo na garganta. 

— O que foi, Ji?! 

— Acho que vou deixar para comer mais tarde, estou enjoado. — fiz careta — Vou deitar na cama.

— Claro, anjo! — Papai pegou o lanche e eu fui para o quarto deitar. 

No dia seguinte caminhava sozinho pelos corredores da escola, quando menos esperei fui puxado para uma sala vazia e vi que são os mesmos garotos que me batiam.

— Saudades?! Senti falta de te dar uma surra. — sorriu maldoso.



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