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História Another Life - Mentira


Escrita por: JDreamygirl

Capítulo 59 - Mentira


Eu estava… Eu não sei muito bem dizer, avoada eu acho. Eu não estava mais com raiva, não estava triste e definitivamente também não estava feliz, eu quase poderia dizer que eu estava fazendo as coisas no automático. Eu fazia, por que tinha que fazer, do caso o contrário eu apenas estaria em casa sentada no meu sofá com um balde de pipoca e um filme qualquer passando na televisão. Eu não sei, a vida parecia meio chata, entediante eu deveria dizer, quando foi que isso tinha acontecido? Respirei fundo terminando de trocar de roupa e guardando a lingerie da coleção no closet terminando de calçar o tênis rapidamente.

Ambre - Ainda está aqui? (Ela disse chamando a minha atenção, me fazendo apenas olhar pra ela e assentir com a cabeça terminando de amarrar o tênis.) Você está tão quieta ultimamente que eu tenho que me certificar de que você está mesmo por perto. (Hum… Eu acho que eu não tinha argumentos contra isso, por que no final das contas era verdade.)

Anne - Me desculpe. (Eu disse no automático, eu não sei reatamento o por que eu estava pedindo desculpas, era quase como se eu tivesse apenas dizendo qualquer coisa para não ter que ficar calada por que ela tinha acabado de falar sobre isso.)

Ambre - Eu não gosto de te ver assim. (Ela disse respirando fundo se sentando no sofá fechando o roupão ao redor do seu corpo e eu apenas dei de ombros me levantando e terminando de guardar as coisas dentro da mochila.) É sério, você parece tão… Perdida. (Talvez essa fosse a palavra pra me descrever no momento que eu mesma não conseguia achar.)

Anne - Eu só estou cansada Ambre, não se preocupe, eu estou bem. (Eu disse sorrindo minimamente fechando a mochila e indo até ela lhe dando um beijo no rosto.) Eu só preciso descansar um pouco, nada demais. Eu estou indo pra casa. (Ela não iria comprar essa, mas ao menos ela não perguntaria demais; era uma boa maneira de sair logo dali.)

Ambre - Não, espera! (Ela disse me segurando pelo pulso rapidamente.) Eu sei que você vai me dizer que não, então eu vou apelar. Por favor, estamos indo em uma festa hoje, é aniversário do Kyle, eu queria que você me acompanhasse. (Franzi as sobrancelhas sem entender.)

Anne - Achei que você o odiasse. (Ela respirou fundo e revirou os olhos antes de me responder.)

Ambre - E eu odeio, é por isso que eu preciso da sua companhia. (Sua lógica não fazia o menor sentido, mas aparentemente pra ela era realmente irrefutável.)

Anne - Não seria mais fácil não ir à festa? (Ela me olhou como se eu tivesse dito a coisa mais estúpida que alguém poderia dizer no universo, quase pensei que eu estivesse ficando louca e duvidasse de que ainda estávamos falando de uma festa mesmo.)

Ambre - Claro que não! Não é uma opção, por favor. (Como eu tinha pensado… Irrefutável a sua lógica na cabeça dela.)

Anne - Ambre… (Eu disse respirando fundo, a última coisa que eu queria agora era estar em um ambiente tão cheio assim.)

Ambre - Por favor, por mim, eu preciso de você comigo lá. (Ótimo, ela realmente tinha dito que iria apelar. Como eu poderia dizer não? Afinal de contas, eu não precisaria fazer muito a não ser passar a minha noite sentada em uma mesa qualquer esperando a levar pra casa caindo de bêbada.)

Eu apenas respirei fundo e assenti com a cabeça concordando em ir com ela. Eu também não sabia, poderia ser uma boa coisa arejar um pouco a cabeça e respirar um pouco novos ares. Eu estava me sentindo sufocada, eu estava me sentindo perdida e eu acho que sinceramente eu estava mais pensativa em relação a mim mesma do que ao Lys. Eu sentia como se eu fosse duas pessoas diferentes como a Ambre tinha dito, com ele eu era uma pessoa e sem ele eu era outra, então… Quem eu era realmente e quem eu queria ser? 

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Nelly - Nossa, eu achei que você fosse ficar enfurnada dentro de casa o resto da vida. (Ela disse entrando no quarto me vendo calçar o tênis.)

Anne - Pois é, parece que não. (Ela sorriu minimamente e se encostou no batente da porta com os braços cruzados.) Pode dizer, anda logo. (Eu disse percebendo que ela queria me dizer alguma coisa e estava praticamente se mordendo para ficar quieta.)

Nelly - Você me parece meio… Triste eu acho, esses dias. (Eu respirei fundo sorrindo minimamente.)

Anne - Eu sei que está preocupada comigo, pra falar a verdade eu também estou, e sei que isso tem algo a ver com o Lys, mas não tem. (Ela assentiu com a cabeça parecendo concordar comigo sem muito esforço. Ela se desencostou da porta e se sentou na cama ao meu lado.)

Nelly - Eu sei, eu percebi isso. (Oh, ok então.) O que está acontecendo? (Eu balancei a cabeça de um lado para o outro e dei de ombros.)

Anne - Eu não sei de verdade, eu sinto como se eu estivesse em um lugar na minha vida em que eu estou vivendo controlada novamente, mas dessa vez não pelos nossos pais, mas por mim mesma. (Ela continuou prestando atenção ao que eu estava dizendo.) Sabe, quando eu deixei o Dake eu não sabia o que fazer da vida e eu também não tinha a menor ideia do que eu queria. Eu tive uma oportunidade, mas eu acho que eu nunca achei realmente algo que eu quisesse fazer, que eu gostasse, que eu realmente me importasse, nada nunca teve um propósito que não fosse não passar fome. (Eu terminei dizendo com humor a fazendo rir levemente.)

Nelly - E você entrou nesse espiral de crise existencial apenas por causa da garota grávida? (Sim, mas tinha um por que disso.)

Anne - Basicamente, mas dizendo assim parece estúpido. É como se eu revivesse tudo o que eu já vivi, mas agora eu tenho menos tempo do que eu tinha antigamente, as coisas são diferentes, então por que eu sinto que sou a mesma? Eu nunca realmente parei e pensei nas escolhas que eu tinha feito, nunca pensei demais em muita coisa, mas parando pra pensar agora, não faz sentido, falta algo, falta um objetivo. (Ela não parecia entender muito bem do que eu estava falando, mas mesmo assim ela assentiu.) 

Nelly - Hum… Ok, acho. (Ela não estava me entendendo da maneira como eu gostaria. Respirei fundo antes de continuar.)

Anne - Vou te dar um exemplo. Eu acho que eu nunca realmente quis ser modelo, quero dizer, é legal e tudo mais, eu me interessava pelo mundo da moda, com certeza foi uma ótima oportunidade pra quanto eu estava precisando de um emprego que eu realmente gostasse e me importasse, mas agora tudo parece tão… Banal. (Eu dei de ombros.) Eu não me importo mais e pra falar a verdade, eu acho que eu nunca me importei de verdade, era só algo que eu gostava de fazer. (Eu precisava de dinheiro antes e agora não precisava mais e isso era só uma das coisas que eu tinha começado a questionar.)

Nelly - E você está pensando em sair da agência? (Eu sei que uma hora ou outra isso iria acontecer, tanto por causa de mim quanto por causa da idade, mas eu dei de ombros.)

Anne - Eu não sei, mas esse não é o ponto. O fato é que eu não sei realmente o que eu quero da vida por que eu nunca deu importância à isso, ao futuro, apenas quando eu estava com o Lys, e eu acho que isso não é saudável. (Ela pressionou os lábios e assentiu com a cabeça.) Enfim, quer ir na festa comigo e a Ambre? (Ela torceu o nariz não muito animada com a ideia.) Qual é, você está saindo de casa ultimamente só para procurar um emprego, vamos, é bom arejar a cabeça um pouco. (Eu disse com humor a cutucando a fazendo finalmente aceitar a minha oferta.)

Ela não precisou de muito tempo para se arrumar, até por que não estávamos indo a uma festa de gala nem nada do tipo. Era apenas uma festa, ela não estava acostumada a ir a esse tipo de festa, então convencê-la que ela precisaria apenas de tênis, calça, blusa e um bom rim para aguentar beber tinha sido difícil. Como eu tinha plena certeza dengue a Ambre iria beber, quem tinha ficado por conta de dirigir tinha sido eu, Nelly não tinha carteira então eu fiquei sendo a motorista da noite. Castiel não era uma opção, como a Nelly também estava indo conosco, a festa passou a ser basicamente a noite das meninas, então ele não tinha sido convidado pra ir junto. Rapidamente já estávamos no carro indo para a festa colocando o endereço no gps, não demorou cerca de 10 minutos e já estávamos estacionando no outro lado da rua, provavelmente eu demorei mais tempo procurando por uma vaga do que chegando no local. Estava bem cheio, haviam carros estacionados por toda a rua na frente da casa e o som alto era notável até ao chegar ao fim da rua, na esquina.

A noite estava se passando bem, eu até que não senti falta do álcool mesmo estando rodeada de pessoas que já não estavam lá no seu melhor estado de sobriedade. Passei a noite tomando suco e refrigerante sentada em uma das mesas conversando ora com a Nelly e ora com a Ambre que apareciam na mesa vez por outra. Terminei de beber o suco que estava no meu copo olhando em volta, Nelly tinha ido ao banheiro e a Ambre tinha ido fazer um favor qualquer para uma amiga. Continuei olhando em volta até ver uma garota conversando com a Ambre, pegando algo que ela lhe tinha entregado distraidamente a vendo a agradecer. Franzi as sobrancelhas tentando ver um pouco melhor, eu acho que eu conhecia aquela garota, eu tinha quase certeza de que conhecia a loira conversando com a Ambre. Ela pegou o copo que tinha deixado ao seu lado abraçando a Ambre me deixando ver o seu rosto. Celina! Claro, eu reconheceria essa loira em qualquer lugar. Ela não parecia lá no seu estado mais normal, ela já tinha ingerido uma boa quantidade de álcool um pouco mais alta, mas ela não deveria estar bebendo não é mesmo?

Ambre - E aí? Tem certeza de que não quer andar por aí? Tenho uns amigos que se interessaram em você. (Eu torci o nariz e balancei a cabeça.)

Anne - Conhece ela? (Eu perguntei apontando para a loira agora praticamente do outro lado da festa conversando com um grupo de garotas. Ambre assentiu.) Ela está grávida, não acha que ela não deveria estar bebendo? (Ela riu, como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do universo e isso me fez franzir as sobrancelhas. O que era tão engraçado?)

Ambre - Quem está grávida? Celina? Eu duvido. Ela toma anticoncepcional. (Ela disse com humor e balançou a cabeça tomando o restante de sei lá o que que estava em seu copo.)

Anne - Ele não funciona 100% das vezes, você sabe disso muito bem. (Ela revirou os olhos e respirou fundo ainda rindo e balançando a cabeça de forma negativa.)

Ambre - Acredite em mim Anne, ela não está grávida, não tem como isso ser possível. (Ela continuou dizendo com humor e uma certeza imensa do que estava falando me fazendo estranhar isso. Por que ela tinha tanta certeza de que a garota não estava grávida? Tinha a possibilidade dela não ter contado aos amigos e ser apenas irresponsável por estar bebendo.)

Anne - E como você pode ter tanta certeza sobre isso? Ela pode apenas não ter te contado que estava. (Franzi as sobrancelhas sem entender a vendo revirar os olhos novamente e puxar um absorvente de um dos bolso. Ok?)

Ambre - Ela acabou de me pedir um desses por que precisava trocar. (O que ela tinha dito? Franzi as sobrancelhas ainda mais, completamente estarrecida pelo que eu tinha acabado de ouvir, parecia surreal.) Ela não está grávida Anne. (Filha da…Eu não pude evitar de olhar para a garota do outro lado da festa novamente a vendo levemente alterada ainda conversando com o grupo de meninas.) Mas por que você está tão preocupada com isso? Por acaso você a conhece? (Se fosse possível, eu diria que eu estava apertando os dentes uns contra os outros dentro da boca de uma maneira tão forte que era possível arrancar os esmalte deles. Eu não a respondi, eu simplesmente me levantei da mesa e fui em direção a Celina.) Ei! Aonde você está indo? (Ela perguntou, mas a sua voz já estava bem longe agora e eu não tinha lá muito tempo para ficar explicando a história para ela agora, até por que ela não me entenderia, estava bêbada, mal se lembraria do que teria acontecido.) 

Saí dali praticamente correndo, andando pelo meio das pessoas tentando evitar as centenas de pessoas bêbadas e dançando por todos os cantos. Por um momento eu a perdi, acabei me distraindo tentando passar pelas pessoas, mas acabei a perdendo, ela já não estava mais no mesmo lugar que ela estava antes. Droga! Eu praticamente andei por todos os cantos da casa procurando a tal da Celina, eu precisava falar com essa garota, eu não sabia exatamente o que eu diria para ela, mas eu precisava achá-la e conversar com ela. Essa garota era completamente doente, não era possível. Como era possível alguém conseguir fazer uma coisa dessas? Mentir sobre isso? Andei durante alguns minutos até que eu a vi conversando com algumas garotas na cozinha e fui até elas.

Anne - Andem! Passeando, eu preciso falar com a Celina. (Talvez eu tenha soado mais assustadora do que eu realmente gostaria, a vi pular de susto quase derramando a bebida que ela estava segurando nas mãos e as garotas que estava com ela saíram quase que automaticamente antes de se olharem assustadas, bem… Agora já tinha ido.) Eu acho que você não deveria estar tomando isso. (Eu disse mais séria a vendo retomar a compostura e sorrir de maneira debochada, ela de cima a baixo antes de balançar a cabeça possivelmente achando a situação cômica depois do susto.

Celina - Quem você pensa que é por acaso? (Eu acho que ela não se lembrava de mim e ela não parecia nem um pouco preocupada pra falar a verdade. Ela parecia tão… Nova, não em relação a idade, mas sim de cabeça. Por um momento eu entendi que ela não era doente, eu entendi por que ela tinha feito o que fez, ela era basicamente uma criança, agia como uma. Ela não era má, só era estupida.)

Anne - Não sabe quem eu sou? (Eu perguntei a vendo balançar a cabeça e ela deu de ombros ainda rindo. Ela tentava passar uma imagem de pessoa superior, quase me dava pena pra falar a verdade. Era triste ver alguém agindo dessa forma.)

Celina - E por acaso eu deveria saber? (Oh deveria. Eu não queria brigar com ela, pelo menos não mais. Por um momento de raiva quando a Ambre tinha me falado sobre a sua mentira eu tive vontade de voar no pescoço da garota e apertar até ela parar de respirar, mas agora não mais, ela parecia ter tomado essa decisão no total desespero e chegava a dar pena.)

Anne - Talvez você devesse perguntar ao Lysandre o que ela pensa sobre a ex namorada grávida estar se embebedando hoje? (Eu praticamente a vi perder a cor da sua pele, foi como se ela tivesse sentido o tempo parar a sua volta e o desespero era presente no seu rosto. Seu sangue deveria ter parado de circular no corpo e ela arregalou os olhos assustada, se não fosse um exagero, eu poderia dizer que estava escutando o seu coração bem mais rápido e bem mais forte.)

Celina - Oh meu Deus, você é a Anne. (Ela disse quase sussurrando, como se dizer o meu nome fosse um mau presságio e se ela o falasse em voz alta, alguma coisa de ruim é o seria acontecer automaticamente. Ela olhou para a própria mão parecendo pensar no que ela deveria fazer e rapidamente largou o copo em cima do balcão ao seu lado como se o mesmo estivesse queimando as suas mãos.) Hum… (A vi engolir seco e começar a suas hiperventilando enquanto eu continuei apenas calada olhando pra ela com os braços cruzados esperando que ela dissesse alguma coisa.) Por favor não conte ao Lys é só que… (Ela estava gaguejando e suando de nervosismo. Ela tinha ficado tão nervosa que eu diria que ela poderia desmaiar a qualquer momento.) Eu… Eu precisava relaxar um pouco e com tudo isso que está acontecendo, eu só… Eu estou nervosa com a ideia de ser mãe e… Eu não sei muito bem o que fazer. Me desculpe eu não deveria ter feito isso. (Por Deus ela também iria mentir na minha cara mesmo? Claro que iria, ela queria manter a mentira.)

Anne - Então eu tenho um conselho pra você. (Ela engoliu seco e assentiu com a cabeça quase que automaticamente.) Da próxima vez certifique-se de estar realmente grávida pelo meno, ou pelo menos seja mais cuidadosa para que ninguém note que isso é uma mentira. (Ok, agora ela estava tão branca quanto um fantasma ou como se tivesse visto um.)

Ela não parecia ser uma pessoa ruim e é claro que eu poderia estar completamente errada, mas eu achava que não é geralmente eu tinha uma opinião certa sobre as pessoas, eu era uma boa observadora, eu não gostava dela é claro, isso era mais do que óbvio por motivos também muito mais do que óbvios. Mas ela não parecia uma má pessoa, apenas mal orientada e com péssimas escolhas também.

Celina - Como você…? (A frase ficou entalada na sua garganta, ela simplesmente não conseguiu terminar de dizer, não conseguiu terminar a sua própria frase.)

Anne - Alem do óbvio de você estar bebendo sabendo que está grávida, o que se você estivesse grávida de verdade seria muita irresponsabilidade da sua parte. Você pediu um absorvente para pessoas muito próximas a mim, péssima escolha. (Eu não precisava explicar, mas quase me senti na obrigação de dizer à ela. Ao menos ela não tentou negar quando a confrontei.)

Celina - Por favor, não conte à ele, por favor. Eu sei que você gosta dele e que eu causei muitos problemas pra vocês dois e me desculpe por tudo isso, eu realmente sinto muito, mas… Eu o amo, eu realmente amo, eu não pensei direito, eu acho que eu faria qualquer coisa para tê-lo de volta. (Eu respirei fundo me sentindo cansada de todo esse drama, ela estava quase chorando, praticamente me implorando para que não contasse à ele.)

Anne - Não vai ser assim que vai conseguir o que quer, não se pode forçar ninguém a gostar de você. (Ela pressionou os lábios e encolheu os ombros apertando suas mãos em seus braços, completamente sem graça, parecendo encurralada.) Conte a verdade à ele, ele não merece ser enganado. (Foi a única coisa quebrei disse à ela antes de virar para poder sair dali, eu sinceramente estava tão cansada de tudo isso que eu estava me sentindo fisicamente e mentalmente esgotada. Ela me segurou desesperadamente me impedindo de ir embora com os olhos cheios de lágrimas.)

Celina - Você não vai contar pra ele? (Ela perguntou com uma mistura de sentimentos entre surpresa e desesperada. Neguei com a cabeça a fazendo franzir as sobrancelhas sem entender a minha posição.)

Anne - Não, eu não vou contar, não é um problema meu, então não é a minha responsabilidade arcar com os seus erros, ou me envolver neles. (Eu disse e fui embora dali não querendo extender o assunto por muito tempo a deixando parada ali completamente estarrecida.)

Provavelmente ela estava esperando que eu gritasse com ela ou que a amassasse, o que eu acho que eu seria muito capaz de fazer antigamente, mas agora parecia fútil ao menos tentar. Bem… Pelo menos eu tinha entendido por mim mesma como eu funcionava agora, eu definitivamente não era mas a mesma e eu definitivamente não queria ser. Estava tudo bem! Estava tudo bem mudar, estava tudo bem envelhecer e amadurecer, seus gostos mudam com o tempo, sua cabeça e modo de pensar também ficam diferentes, é normal, a vida é assim. Demorei um pouco para voltar ainda evitando as pessoas, mas finalmente depois de alguns minutos eu cheguei na mesa conferindo as horas no células, estava tarde, mas eu agradeci mentalmente quando vi q Nelly e a Ambre sentadas na mesa conversando.

Anne - Hora de ir para casa meninas. (Eu disse assim que cheguei perto das duas as escutando resmungar, mas não protestarem muito para continuarem ali.)

Foi uma surpresa pra mim, mas Nelly tinha se divertido, não era obtido de lugar que ela estava acostumada a frequentar então tudo para ela era muito novo, talvez esse tenha sido um dos motivos pelo qual para ela a festa tinha sido incrivelmente divertida. Ambre a apresentou a algumas pessoas e o seu bolso estava lotado de papéis com alguns telefones, por que ao Deus sabe onde ela tinha enfiado o próprio celular. Ela não tinha telefones apenas de garotos que tinham demonstrado algum interesse nela, mas também de algumas garotas que tinham gostado da sua companhia, e para alguém como ela que não tinha muitos amigos fora o círculo de amizades que ela tinha feito na faculdade e pessoas relacionadas à família ou a classe social da mesma, era ótimo! 

Ao chegar em casa as duas praticamente apagaram na cama, Castiel já estava dormindo e mesmo que as duas tivessem chegado trocando as pernas pela quantidade de álcool ingerida, batendo em tudo pelo meio da casa ele não tinha acordado, tinha um sono pesado e não havia nada no mundo que o acordasse. Ao contrário do que pensei, eu não demorei a pegar no sono e pela primeira vez em alguns dias, eu não dormi pensando em todos os problemas que eu tinha. Eu tinha simplesmente aceitado que certas coisas eram impossíveis de serem mudadas, haviam coisas que eu não poderia fazer absolutamente nada para resolver e mesmo sabendo que a gravidez da Celina era falsa, isso não me fez pensar em contar ao Lys, não me deu nenhuma esperança de voltar com ele, na verdade, eu não pensei em nada relacionado à ele. Eu precisava de um tempo pra mim mesma, literalmente aproveitar a minha companhia, o que até o momento eu nunca tinha feito, por sempre estar com alguém, mesmo que por apenas uma única coisa. Eu estava mais preocupada em descobrir quem eu era agora.


Notas Finais


Até a próxima sexta ♥


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