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História Another way - Provações


Escrita por: nanyseskiene

Notas do Autor


Olá, meus lindos e lindas de mai rárt! Como todo bom dia, eu só escrevo de madrugada e por estar tão criativa na madruga, trago a vocês, mais um capítulo da saga. Hoje, com a explicação daquela charadinha. Tiveram dificuldade pra adivinhar a resposta? Procuraram no Gúgli? Hihihi. (Eu procurei no Gúgli pra lançar a charada. kkkkk)

Quando vocês pensam que as maluquices de Miyako já tinham acontecido, não, moçada. Elas nem sequer despontaram no horizonte. Construir coisas bizarras que ninguém sabe pra que serve? Nah, isso não é nem um quinto do que tem naquela linda cabecinha de Kaiserin. E hoje veremos um pouco da maluquice extravasando.

E... VAI PIORAR.

Obrigada pelo carinho até agora e...

Espero que gostem!

Capítulo 4 - Provações


- Ok. Qual a charada, Jyureimon? – Daisuke perguntou.

- Vamos lá... Essa é a charada:

‘Três irmãos compartilham um esporte familiar: A maratona "Non Stop".

        O mais velho é gordo, baixinho e corre lentamente.

        O irmão do meio é alto, magro e mantém um ritmo constante.

         O mais jovem corre como o vento, com muita velocidade.

        Os irmãos mais velhos dizem: "Ele é muito jovem... Então o deixamos correr. Com certeza ele é o número um, mas, de certa forma, ele é o segundo".

        Quem são os três irmãos?’

 

Os garotos se entreolham com a pergunta.

- Essa é muito difícil! – Motomiya reclama coçando a cabeça. – Não tem como trocar?

- Tem sim. Vocês podem ir embora e voltar amanhã. Daí será outra charada. 

- Mas você é espertinho, hein? – V-mon reclamou olhando para o Digimon árvore.

- Me orgulho de minha sabedoria.

Os Digiescolhidos sentam numa roda, fazendo considerações sobre a charada.

- Três irmãos e uma maratona... – Ponderava Takeru. – Irmãos que tinham jeitos diferentes de correr. Ainda assim, treinavam sempre juntos.

- Parece a metáfora de alguma coisa. – Tailmon observou. – Esses três irmãos devem ser alguma outra coisa.

Um som de ‘hmmm’ coletivo foi feito.

- E que tal carros? – Armadillomon disse. – Se fossem carros de diferentes tamanhos, podia fazer sentido.

- É, podia fazer sentido. – Hikari concordou. – Mas o que teria a ver com ser o segundo?

Um novo som de ‘hmmm’ coletivo foi feito.

Quase uma hora se passou e a resposta não vinha de lugar nenhum.

Daisuke se levantou com raiva, desarrumando o cabelo com as mãos.

- Ahhhh... Estamos perdendo tempo com essa charada idiota! V-mon, digivolva, vamos forçar nossa passagem!

V-mon se preparou todo, com os punhos fechados em bolinhas de ansiedade e Jyureimon arregalou os olhos escuros, surpreso com a atitude do garoto, já pensando em se cobrir para se defender de um ataque. Mas Iori deu um grito.

- Espera aí, Daisuke-san! O tempo! É o tempo de um relógio! – Os outros olhavam pra ele com curiosidade. E ele sorria porque, de repente, parecia tudo muito lógico na cabeça dele. – O irmão maior e lento é a hora... O irmão magro e constante é o minuto e o irmão mais jovem, veloz... É o segundo. ‘com certeza ele é o primeiro, mas de alguma forma, também é o segundo’!

Jyureimon, um pouco aliviado, virou para eles e acenou positivamente com sua cabeça de folhas, derrubando mais algumas cerejas quando o fez.

- Ele tem razão. Vocês adivinharam minha charada e podem continuar.

As crianças continuaram seu caminho e subiram o próximo lance de escadas. Esse lance era consideravelmente maior do que o primeiro. Eles foram obrigados a parar algumas vezes para descansar pelo caminho. Finalmente, atingiram o segundo andar da torre. Não havia nenhum Digimon. O chão era feito com vários quadrados onde cabia uma pessoa. Alguns quadrados possuíam desenhos e outros não. Na sala, também havia um grande cubo, aparentemente feito de espuma com pontinhos pintados. Acabaram se dando conta que se tratava de um dado. Na parede da esquerda havia uma placa. A placa dizia:

‘Isso é um jogo de trilha.

Vocês devem andar somente o estipulado pelo dado.

Tentativas de atravessar sem seguir o jogo acarretarão em punições.

As punições são diversas e afetarão cada membro de forma aleatória.

Cada membro deve passar sozinho e sem a ajuda dos outros.

Bom divertimento.’

- Quem quer que tenha criado esse lugar é um sádico. – Hikari falou com um beicinho.

Daisuke colocou o pé no primeiro quadrado que dizia ‘largada’, depois o outro. Por enquanto, tudo parecia bem.

- Alguém pode jogar o dado pra mim?

Takeru lançou o dado pra cima e caiu em três.

- Deu três! – Iori respondeu.

Motomiya pulou um, dois, três. Havia um desenho de um relâmpago sob seus pés e ele logo entendeu o porquê.  Num instante, ele tomou um choque. Era um choque leve, porém. Como aqueles que tomamos quando apertamos a mão de uma pessoa com uma campainha elétrica.

- FILHO DA...! Quando eu pegar essa tal Kaiserin, eu vou fazer picadinho dela! – Ele esbravejou e deu um passo para fora do quadrado em que estava, em direção à frente. Como resposta a isso, V-mon também tomou um choque.

- Daisuke, o caminho! – O Digimon reclamou.

- Ah! Que droga! – O garoto voltou para o quadrado do choque. – Joga esse dado de novo que eu quero ir embora!

Até que todos passassem, várias horas foram necessárias. Quando terminaram a passagem, Hikari estava coberta de lama, Takeru estava se coçando por causa de um pólen que jogaram nele, Armadillomon carregava Iori em suas costas, porque ele havia adormecido graças a uma das ‘punições’.  

Depois que todos eles atravessaram, subiram mais um lance de escadas. Esse era bem estreito e só passava uma pessoa por vez. Ao chegar lá, acharam quatro portas. Cada porta estava trancada e tinha um símbolo desenhado. Eram todas da mesma cor: azul.

- Como vamos saber que porta tem que ser? – Comentou Daisuke. – Tem uma pra cada, mas...

Os Digimons se entreolhavam. Eles sabiam o que os símbolos significavam. Tailmon em especial estava um pouco risonha.

- Acho que cada porta quer dizer um defeito. Olhem... ‘Idiota’, na primeira porta. ‘Frio’, na segunda porta. ‘Intrometido’, na terceira porta. ‘Falso’, na quarta porta.

- Mas... Isso quer dizer que nós somos isso aí? – Takeru perguntou e soltou um suspiro. – Tá, mas quem é o que?

Daisuke olhou para eles e rolou os olhos.

- Como se eu não soubesse... – Ele parou diante da porta que dizia ‘idiota’ e pegou na maçaneta dela. Mas diferente do que ele pensou, a porta não abriu. Ele ainda sacudiu um pouco a porta, com a intenção de abri-la, mas a porta não cedeu. – Ué, todo mundo sempre diz que eu sou o idiota e agora na única hora em que isso pode me servir de alguma coisa, não dá certo?

- Talvez não sejam defeitos afinal... – Ponderou Patamon. – Vamos tentar porta por porta, Takeru?

- É o jeito, né? – Ele deu de ombros e se aproximou da mesma porta ‘idiota’. A porta não abriu, mas acendeu algumas luzinhas do lado, como se tivesse respondido à presença dele.  – Epa, conseguimos um efeito diferente. Talvez as portas só abram se forem acessadas ao mesmo tempo.

Concordaram com aquela lógica e resolveram esperar mais um pouquinho até que Iori acordasse. Explicaram-lhe o que acontecia e ele concordou. Cada um fez o respectivo teste nas portas e as reações resultaram no seguinte: Takeru com a porta que dizia ‘idiota’.

Daisuke ficara com a porta que dizia ‘frio’. Iori com a porta que dizia ‘intrometido’. Hikari com a porta que dizia ‘falso’. Eles se posicionaram diante delas e um toque foi necessário para que se abrissem.

- Vejo vocês do outro lado! – O herdeiro do brasão da coragem disse e foi entrando, acompanhado de V-mon. Os amigos riram da casualidade e entraram também em suas respectivas portas. – Vamos lá qual o truque agora? – Diante de Daisuke, se apresentaram duas novas portas. ‘Sim’ estava escrito na vermelha. E ‘não’ na azul. Havia também uma placa que dizia:

 ‘Você acabou de entrar numa escola nova e faz um novo amigo. Esse amigo é muito legal com você e faz você se sentir em casa. Alguns dias depois, você vê seu amigo batendo num outro garoto com muita força. O garoto que está apanhando pode morrer. Você não sabe porque eles estão brigando. Você intervém e seu amigo diz que aquele garoto fez uma coisa muito horrível e que se fosse impedido de descarregar a raiva nele, nunca mais falaria com você. Você salvaria o garoto que está apanhando mesmo sabendo que seu amigo nunca mais vai falar com você e sem saber o real motivo dele estar apanhando?’ 

- Que bom, essa é muito fácil, né, Daisuke? – V-mon olha para a face do parceiro que franze as sobrancelhas.

- Não é tão fácil não...

- Claro que é. Você tem que ajudar seu amigo!

O garoto olha para o chão.

- Sabe, isso depende um pouco do que se pode ser considerado ajudar... Impedir que meu amigo batesse naquele outro garoto, por mais que significasse que ele não vai mais falar comigo, também podia significar que ele não vai ser pego pela polícia. E antes ter um amigo que não fala comigo porque não quer, do que um que não fala comigo porque não pode. Por outro lado, se aquele garoto for a pessoa horrível que meu amigo diz, ele pode fazer uma coisa ainda pior... Talvez até matar meu amigo. E morte é ainda pior que cadeia. Logo deixa-lo bater até ao menos aquele cara desmaiar, depois pedir ajuda pra polícia ou algo assim, me parece uma possibilidade. – Ele se coloca de cócoras e remexe no cabelo de novo. – Que porcaria de pergunta idiota! Tanto faz, eu iria salvar aquele cara de apanhar e se fosse necessário, ia pedir desculpas o resto da vida pro meu amigo! Eu só não ia deixa-lo se tornar um criminoso de jeito nenhum! – Com isso em mente, ele abre a porta do ‘sim’.

A próxima porta tem mais uma escolha de sim e não. A pergunta que se apresenta é a seguinte:

‘Você está profundamente apaixonado por uma pessoa. Essa pessoa bebeu de um líquido mágico que a tornou imortal e jovem para sempre. Essa pessoa corresponde ao seu amor e pede para que você também beba o líquido para se tornar imortal. Só há líquido o bastante para uma pessoa. Se você beber, deverá se lembrar de que verá todos os seus amigos e familiares envelhecerem e morrerem. Se não beber, você vai perder alguém que pode ser sua alma gêmea. Você bebe o líquido?’

Ele não pôde evitar em lembrar o puro sorriso de Hikari lhe oferecendo a tal bebida que o deixaria imortal.

- Viver pra sempre... Pra sempre com a Hikari-chan... – Ele sorriu idiotamente e V-mon o cutucou.

- Acho que eu não posso viver pra sempre, Daisuke... Que pena... Quer dizer que vamos nos separar em algum momento...

- V-mon... Eu não tinha pensado nisso... – Ele mordisca o lábio e a realidade que sua mente o faz confrontar dói mais do que pensou. - Meus pais, minha irmã... Takeru, Iori... Mesmo Ichijouji e Miyako... Os digimons de todos eles... Os Digiescolhidos veteranos... Todas essas pessoas iriam desaparecer e eu só teria Hikari-chan ao meu lado. Será que seria uma vida de lembranças tristes para nós? Será que valeria a pena uma vida como essa? – Ele não pensou duas vezes. Abriu a porta do ‘não’. – Se algum dia ela me oferecer isso, eu vou perguntar por que ela bebeu em primeiro lugar...

Finalmente, passou para a terceira porta. Mais uma escolha de ‘sim’ ou ‘não’:

‘O mundo foi tomado por um vírus mortal. Pessoas estão caindo mortas em questão de dias em todos os lugares. A única forma de salvar o mundo é matando seu Digimon com suas próprias mãos para que, através do sofrimento dele, ele libere a única substância conhecida capaz de curar o vírus. Quanto mais ele sofrer, mais potente a substância será. Você faria esse trabalho infame para salvar o mundo?  

PS: para todos os efeitos dessa pergunta, os Digimons não renascem na cidade do princípio. Ele será sacrificado para sempre.’

Ao invés de responder, Daisuke deu um soco na placa que estava pendurada diante dele e outro e outro.

- Isso lá é pergunta que se faça? – Ele apertou os punhos e ficou fungando algumas vezes pra segurar as lágrimas. Ele se aproximou da porta que dizia ‘não’ e entrou por ela.

- Mas, mas... Daisuke... E o mundo? Não podemos deixar que...

- Não acredito em nenhuma cura que seja através da dor dos outros.  – Ele respondeu limpando as poucas lágrimas que conseguiram cair. – Sobretudo das pessoas que eu gosto. Vamos embora, V-mon.

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Miyako observava, em telas diferentes, o avanço dos Digiescolhidos na torre. Sobretudo, essa cena da atitude do velho amigo.

- Tão frio... Ele deixaria muitas pessoas morrerem por uma só. – Mas apesar do que disse, não estava brava ou chocada. Ao invés disso, tinha um sorriso no canto da boca. – Eu admito que estou um pouco ansiosa para que eles cheguem logo no último andar.

- E por que tanta ansiedade? – Ken mordia o interior de sua bochecha antes de perguntar aquilo.

- Porque nós estaremos lá quando chegarem.

- O que? Nós vamos para lá?

- Sim. Estaremos lá, esperando por eles. – Ela riu sapeca e saiu pulando como se fosse uma personagem de desenho animado. – Preciso escolher uma roupa bonita!

Ele voltou o olhar para a tela diante dele e apertou os punhos.

- ‘Sinto muito por ter colocado vocês nessa brincadeira. Mas eu preciso saber qual é o plano dela e se tiver que trabalhar com ela por isso, eu o farei.’

- Ken-chaaaan, vem me ajudar a escolher a roupa! – Ela gritou de longe e a face dele ficou pintada com uma interrogação.

- Escolher a sua roupa? Mas... Você nunca teve problemas pra escolhê-las... – Prova clara foi aquela roupinha militar toda coladinha cuja mera memória o fez se arrepiar.

- É verdade. Mas é uma ocasião importante. Senta aí. – Ela o empurrou contra uma cadeira e com um sorriso e se enfiou dentro do closet.

Ela demorou até se trocar. Demorou muito mais do que ele gostaria de estar esperando. Quando ela saiu, estava usando um kimono de oiran[1]. A gola caía os ombros, o obi era amarrado na frente, para ser fácil de tirar. Tinha numa mão uma piteira chique e na outra, um leque. Seus cabelos estavam presos num coque no alto da cabeça. E a única coisa que destoava da produção era seus óculos de Kaiserin.

O outro aspirou profundamente e sacudiu a cabeça.

- Não. Essa não. De jeito nenhum.

Ela deu um passo à frente e se inclinou na direção dele.

- Quer dizer que não estou bonita assim?

Ele fecha os olhos e vira a cara para o lado, vermelho como poderia estar.

- Claro que está. Mas que tipo de reunião vamos ter com os outros Digiescolhidos para você precisar de uma roupa assim?

- Ohhh... Agora que você falou, realmente não tem nada a ver. – Ela pensou por um instante e voltou a sorrir, se enfiando mais uma vez dentro do closet.

Quando ela saiu, ele se inclinou para frente também, com as mãos sobre o colo, se escondendo.

As outras roupas não foram nada melhores que aquela. Eram sempre sexys, chamativas. Super coladas. Ele não fez muita cerimônia em negar cada uma delas.

- Se continuar assim, vou ter que ir pelada, Ken-chan. – Ela disse sacudindo uma mão no ar, toda displicente.

- Se não quer minha opinião, não devia ter pedido. – Ele soava irritado. Mas não sabia por que estava irritado. Ela gostava tanto assim de se exibir pra todo mundo?

- Está bem... Está bem. Vou parar de brincadeira. – Foi para o closet uma última vez e voltou vestida. – E então? Essa está boa, não?

Dessa vez, ele não protestou. Não dava. Ela estava linda, perfeita naquela roupa. Não era provocante de forma alguma e ainda assim, mexia com sua cabeça! Ele só acenou com a cabeça, corado.

- Mas ainda não entendi por que vamos até lá.

- Sem problemas, meu adorado. Eu explico. – Ela sorriu.

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Finalmente haviam chegado ao fim da provação das portas e encontraram o próximo lance de escadas. Também era um lance largo. Naquele andar, encontraram uma porção de roupas em manequins. Ternos de diferentes tipos e uma gama de vestidos de festa. Duas meninas com roupa de freira apareceram.

- Sejam bem-vindos, Digiescolhidos. Eu sou Sistermon Blanc. – A primeira, uma freira com roupas brancas e uma toca que parecia com as orelhas de um coelho. Ela sorria alegremente e deu as mãos com cada um dos jovens e também de seus parceiros.

- Peraí, elas são digimons? – Perguntou Hikari baixinho para Tailmon que acenou positivamente com a cabeça.

- Mas é muito raro encontra-las. – A gata digital continuou. – Deve ser um evento muito importante para elas estarem aqui.

- Já pode parar com isso, Blanc. – A outra freira, com roupa negra, parecia entediada. E como único cumprimento, fez uma breve reverência. - Sou Sistermon Noir. Estamos aqui para ajudá-los com os preparativos.

- Preparativos para que? – Iori amarrou um pouco a cara. Ainda sentia a moleza do sono que foi forçado no jogo de trilha e os efeitos das escolhas trágicas que teve que fazer nas portas logo no andar anterior.

- Só um segundinho, tenho que checar algo! – Blanc puxou um relógio gigante do bolso – e deixava a dúvida de como ele se encaixava ali para começo de conversa – e enquanto olhava para ele, começou a correr apavorada de um lado para o outro.  – Aaaaah, pelos bigodes de Jupitermon! Não podemos mais perder nenhum minuto.

- Jupitermon não tem bigodes, sua cabeça de vento! – A digimon de roupa negra bate com o cetro na cabeça da outra, fazendo que ela caia no chão, com os olhos girando. – E você tem razão. – Noir deu uma espiada no relógio grande e o enfiou de volta no bolso da irmã. – A hora chegou. – Ela aponta o cetro na direção dos Digiescolhidos e eles dão um passo sincronizado para trás, se preparando para a uma possível batalha. Com direito a punhos cerrados e tudo o mais.

Noir levanta o cetro para cima e de repente, uma porção de digimons em forma ‘em treinamento’ começam a cair do teto em cima deles. Os garotos escapam dessa chuva fofinha por pouco, fazendo poses estranhas para poder desviar. Quando a sala já tem digimonzinhos por todo lado, eles se amontoam ao redor dos visitantes e carregam cada um deles para um lado, apenas levando os parceiros deles como companhia.

Houve gritos, reclamação e risadas vindas de todo o lado. Finalmente, os Digiescolhidos voltaram à sala de antes. E agora, estavam trajados em roupas de festa. Os meninos foram vestidos em smokings. Cada um deles, com gravatas e faixas de cintura que combinavam com as cores de seus D-3[2]. Hikari chegou um pouco depois deles, com um vestido rosa, com detalhes de flores[3].  A maquiagem leve que realçava seus olhos e cabelos castanhos. Seu cabelo foi preso de uma forma diferente, com uma franjinha caindo sobre a face.

- Você está linda, Hikari-chan. - Takeru foi o primeiro a elogiá-la. Apesar de ter ficado com o coração disparado com a surpresa, tentou segurar a emoção no lugar onde ela devia ficar. Dentro de sua cabeça.

- Muito linda, linda como uma princesa! – Daisuke, ao contrário, nunca foi e nunca seria sutil quanto ao que pensava. Deixou bem claro que Hikari estava mais que linda e isso estava claro em seus olhos brilhando, como se tivessem corações desenhados no lugar das íris.

- Estou de acordo com eles, Hikari-san. – Terminou Iori com um aceno de cabeça.

- Parem com isso... Estou tão sem graça! – Ela cobriu o rosto um pouco, tomando cuidado para não tocar na maquiagem e estragar todo o trabalho feito.

Os Digimons também foram arrumados, mas não tinham sido vestidos, exceto por gravatinhas - que combinavam com as dos parceiros - e Tailmon que tinha um lindo colar no pescoço.

- Estão magníficos! – A Sistermon Blanc colocou a mão no rosto, com os olhos brilhando. – Perfeitos para serem convidados da festa! Não acha, Noir?

- Qualquer coisa que você disser, Blanc. – A outra disse sacudindo a mão sem nem olhar.

- Não liguem, ela é meio antissocial mesmo. Sigam-me, por favor.  - A pequena guia o caminho para a próxima escada.

O lance final estava todo enfeitado de flores, tule e laços. Havia um tapete cobrindo a escada.  Logo ao chegar ao andar, seus D-3 apitam de novo, mais forte.  À sua frente se desdobra o interior de uma pequena igreja. Havia um noivo lá no altar, de costas para eles. Contrariando todas as tradições atuais, ele vestia preto[4] e não branco. Presidindo a cerimônia, havia um Cockatrimon vestido com uma roupa de padre.

- Um… um casamento? - Daisuke olhou para os lados como se esperasse ser atacado por alguma coisa. – Como assim, um casamento no Digimundo?

Os outros se entreolharam concordando com a dúvida do outro.

Não houve tempo para fazerem mais considerações, um par de Mamemons os conduziram para se sentar nos bancos da Igreja. A marcha nupcial começou a tocar e a noiva entrou, acompanhada de um BanchoLeomon. Também devidamente vestido com um terno e não com seu habitual traje de líder yankee.

A noiva vestia um vestido vermelho e branco[5]. Seu rosto estava coberto por um véu. Ela caminhou até o altar e foi entregue ao noivo pelo Digimon. Não foi possível ver o rosto do noivo, já que o Digimon felino esteve na frente por algum tempo. Quando saiu, os dois já estavam virados para o altar.

- Estamos aqui para celebrar a união dessas pessoas. – Cockatrimon começou, lendo as coisas num livro que estava em sua mão. – De acordo com as leis divinas e... – Ele leu de novo, apertou os olhos e simplesmente jogou o livro para trás. – Bom, você, rapaz, aceita essa garota como sua legítima esposa?

- Sim, eu aceito. – Ele disse e a voz era estranhamente familiar.

- E você, garota, aceita esse rapaz como seu legítimo esposo? – O Digimon ave disse para a noiva.

- Sim, eu aceito. – A voz da noiva era ainda mais familiar e tal familiaridade fez com que Daisuke e Iori arregalassem os olhos e olhassem um para o outro.

- Eu os declaro, marido e mulher. Você pode beijar a noiva!

Os noivos viraram de lado. O rosto do noivo ficou visível finalmente enquanto ele levantava o véu da noiva. Os cabelos preto-azulados, os olhos índigos, a pele claríssima. A noiva também fez jus ao que os dois amigos haviam notado antes. Os cabelos lilases, os óculos redondos!

- Nem mesmo numa hora como essa, ela tirou? – Daisuke deu um grito no meio da Igreja. Takeru tapou a boca dele e o puxou para baixo.

- Quieto, vamos ver o que está acontecendo! Deve ter uma razão por trás disso tudo.

- Está brincando comigo? A gente procurando por esses dois panacas feito malucos e eles estão aqui, se casando? Jura?

Os noivos se posicionaram num abraço. As mãos dela repousaram sobre os ombros dele. Os lábios de ambos estavam projetados para frente num biquinho de antecipação. Um único beijo para selar aquele momento.


Notas Finais


[1]Uma 'Oiran', seria como uma 'prostituta' da época feudal do Japão. Como a prostituição hoje em dia é proibida por lei, elas meio que se tornaram um 'cult' pra algumas pessoas. Um bom exemplo que nós temos de Oiran é a Yumi de Rurouni Kenshin:

http://www.yareyaredaze.com/wp-content/uploads/2014/01/Yumi.png
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[2] Os respectivos smokings dos meninos(que trabalhinho pra encontrar imagens. Nunca procurem isso em inglês no Google. Vai te dar resultado de tudo, menos de roupa. ;-; ):
Dai: http://www.blackrigor.com.br/img/produtos/g/smoking-de-formatura-novo-03022016083713-56b1d859942c3.jpg
Take: http://www.blackrigor.com.br/img/produtos/2/p/smoking-de-formatura-03022016081516-56b1d3345572e.jpg
Iori: http://www.blackrigor.com.br/img/produtos/g/smoking-de-formatura-novo-03022016084747-56b1dad3cdfab.jpg
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[3]Vestido da Hikari:
https://drive.google.com/open?id=0Bxwc44LUb7fXVVFQTjFiNndaRjQ
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[4] Terno do noivo a.k.a Kenzinho:
https://drive.google.com/open?id=0Bxwc44LUb7fXa2NKMXN6S1BSb3c
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[5] Vestido da noiva a.k.a Miyako:
https://drive.google.com/open?id=0Bxwc44LUb7fXQ2lOLWZrZW1WMWc

E com vocês, uma homenagem ao episódio de hoje:

https://www.youtube.com/watch?v=E0oyglKjbFQ

A dica de botar aqui foi da fofa, maravilhosa LuIshida. <3


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