História Another Way Of Saying Love - Primeiro Dia De Aula

Thalia's POV

- Bom dia minhas flores! - Exclamou Silena.
- Cala a boca Silena... - Piper murmurou.
- Ah... Levantem suas preguiçosas! É o primeiro dia de aula! - Ela gritou e começou a pular. - Vamos! São seis e meia! 
- Silena... Faltam duas horas. - Falei.
- Eu sei! Ainda tem muita coisa para fazermos! Eu tenho que passar maquiagem, e escolher uma roupa legal, e fazer um post no Facebook, uma foto pro Instagram, um Tweet... Ainda não temos horário! - Ela exclamou.
- Silena, cala a boca e me deixa dormir! - Gritou Annabeth.
- Tá bom, estressadinhas. - Rendeu-se ela.

Eu suspirei, me virei para a parede e voltei a dormir.
 

Acordei às sete e cinco com o despertador no celular de Annabeth,  acho que era 5 Seconds Of Summer... 

       " Sério Annabeth? "
 

Me levantei e parecia um zumbi. Silena já estava quase pronta.
  Fui até meu guarda-roupa e escolhi uma regatinha solta preta, legging e All Star cano médio também preto ~só um pouco trevosa.
- Annie, que horas são?- Perguntei passando rímel no olho direito. 
- Ahn... Vinte e cinco para as oito. - Me informou olhando em seu celular.
- Obrigada... Dá tempo. 
- Vamos gente! - Gritou Silena.
- Silena, acho que você é a única animada aqui. - Disse Piper.
- Não, a Annie também está!
- Não... Eu não estou. - Ela respondeu.
- O que? - fizemos coro Silena, Piper e eu.

- É gente, eu estou tanto faz. – Nós a olhamos incrédulas. – Qual é?

- É... As pessoas mudam... – Disse Piper.

- Ah, Piper! Shiu, todas vocês mudaram! E não é que eu não goste mais da escola, só não estou tão ansiosa para voltar às aulas... - Annabeth revirou os olhos.

- Tá. Esquece. Agora conta... Onde você estava todo esse tempo? – Falei, desviando totalmente do assunto.

- Ah... Na França. – Disse dando de ombros. E nós ficamos pasmas, Silena e Piper deixaram seus queixos caírem, a boca em “O”.

- Como assim? Conta tudo amiga! – Exclamou Silena.

- Tá. Vamos para... 2011. – Nós assentimos. – Bem, na quinta-feira, penúltimo dia de aula, mamãe estava conversando com um cara em nossa casa. Eu não entendi nada do que eles diziam, mas depois de umas duas horas, mamãe sorriu, concordou e assinou algum contrato. Então ela subiu pro quarto dela e começou a guardar várias coisas em caixas e malas. Eu não sabia oque estava acontecendo, mas depois ela foi guardar tudo que era meu. E eu achei que fosse algo normal, só uma organização de tudo. Ela me contou na noite de sexta-feira que iríamos viajar, eu perguntei quando e ela respondeu que seria no dia seguinte e que não sabia quando nós voltaríamos. Eu a ajudei arrumando minhas coisas, e antes de irmos para o aeroporto, passei nas casas de vocês, e deixei um bilhete para cada um. – Sorri, pois eu ainda guardava o meu, junto do All Star que Annabeth me deixara e que eu sabia ser um de seus favoritos. – E nós fomos para a França. Eu não tinha o número de ninguém, e nem sabia sequer falar a língua daquele país. Minha mãe comprou outro telefone para ela, e perdeu todos os contatos, incluindo os seus. Eu não tinha como me comunicar com vocês, não sabia nada sobre aquele lugar, e ainda não conhecia ninguém, eu estava apavorada, chorei todos os dias durante um mês. – Nós já estávamos saindo do quarto, eram quinze para as oito. Peguei minha mochila e o celular e as acompanhei. Silena fechou a porta, enquanto Annabeth continuava contando sobre sua vida na França. – Mamãe arranjou um professor particular de francês para nós, e em uns dois meses e meio, eu já era quase fluente. Fui para a escola em setembro, o período letivo deles é como o nosso, mas também é bem estranho. Tem a “École Élémentaire” que é como o fundamental I, as aulas vão das 08:30 às 16:30 e não tem aula nas quartas. Tem o “Collège” que é como o fundamental II, e nas quartas tem aula só em meio período. E tem o “Licée” que é como o ensino médio e tem aula período integral a semana toda. Eu me atrapalhei um pouco com o horário da escola, e também o fuso, mas depois foi de boas. Conheci Louis e Heloísa, que se tornaram meus melhores amigos, eles me ajudaram com a língua e eu lhes ensinei bastante do inglês. – Agora já descíamos as escadas entre o quarto e terceiro andar. – E bem... A vida na França é maravilhosa né. Mas confesso amar Nova York bem mais, porque tenho vocês aqui! – Ela soriu.

- Ownt! Que amor! – Exclamou Silena a abraçando, e nós rimos.

- Tá, agora quero saber da vida de vocês! – Annabeth disse empolgada.

- Nossa... Vamos precisar de um dia inteiro! – Falei e todas rimos.

            Chegando no refeitório, pegamos nossos cafés da manhã e nos sentamos em nossa mesa de sempre, aguardando os garotos.

- Que saudades disso... – Disse Annabeth, colocando uma enorme garfada de bacon e ovos mexidos na boca.

- Não tem bacon e ovos na França? – Perguntou Piper.

- Até tem... – Respondeu Annabeth de boca cheia – Mas não se come no café da manhã. Na verdade, não é muito comum em nenhuma refeição.

- Que fim de vida! – Exclamei. – E oque eles comem?

- Geralmente têm suco, café ou chá e tortas, frutas e croissant, muito croissant.

- Nossa... Annabeth, como você sobreviveu a isso durante tantos anos? – Eu estava indignada.

- É diferente, mas é bom. – Ela respondeu sorrindo. – Vocês gostaríam.

            Logo os meninos chegaram, e aquele clima de novo. Percy evitando Annabeth. Annabeth sentida.

            Ela estava mais animada que no dia anterior, mas quando ele chegou... Foi quase pior.

- Bom dia gente! – Disse Luke, se sentando na ponta da mesa. – Ansiosas?

- Sim! – Quase pulei na cadeira, batendo palmas. Thalia revirou os olhos, mas Luke sorriu.

- Só ela mesmo, não se empolga.

- Deixa de chatice Thalia! Fala que você está feliz, eu sei que está! – Disse ele.

- Não. Não estou nem um pouco feliz. Você sabe por que? Porque minhas maratonas no Netflix acabaram! – Thalia gritou, nos fazendo rir.

            Continuamos conversando e tomando o café.

Annabeth’s POV

            Eu estava bem, me sentia melhor. Mas foi ele chegar...

            Thalia, Luke e Silena conversavam sobre a animação de Silena, Piper e Jason riam de alguma coisa no novo HQ dele, e Percy comia quieto sua torrada com geleia.

            Continuei apreciando meus ovos com bacon, e pensando na França. Que saudades eu já estava de lá...

“Deveria não ter voltado.”

            Eu tinha ótimos amigos, uma casa super legal, morava em um bairro calmo e próximo á praia, deveria ter morado lá até o fim de meus dias. Pelo menos não passava por aquilo tudo com Percy.

- E você Annie? – Perguntou Jason, me tirando daqueles pensamentos.

- Ahn?

- Você está animada para voltar às aulas? – Ele repetiu a pergunta. Luke e ele me olhavam, pois as meninas já sabiam a resposta. Percy deu-me um olhar de relance, e isso foi oque me incentivou a falar.

“Dane-se ele. Se está bravo comigo, então que fique. Se não quer me ver, nem ouvir, então farei de tudo para que minha felicidade seja esfregada em sua cara.”

- Estou normal. – Sorri, dando de ombros.

- Como assim normal? – Perguntou Luke, como as meninas mais cedo.

- Normal. Tanto faz.

- Você está bem? Pegou algum resfriado? Tem febre? Sente alguma coisa? – Questionou Jason.

- Ótima! – Sorri, e as garotas riram.

            Continuamos conversando, até Luke perguntar:

- E em quais turmas vocês estão?

- Ainda não temos horário. – Disse Thalia.

- Como assim? Os horários já estão disponíveis desde a semana passada. – Falou Jason.

- Foi Piper quem nos disse que ainda não estavam prontos! – Exclamei.

- Oque? – Exclamou ela.

- Foi você Piper! – Disse Thalia. – Achei que fosse verdade.

- Desculpa tá! Eu não sabia.

- Ei, calma gente! – Jason apartou aquele início de discussão. – É só um horário!

- É, mas agora eu vou levar um ano na secretaria de besteira, porque a Piper fez confusão e tem um monte de aluno que deixa isso para hoje! – Exclamou a Grace.

- Para de reclamar Thalia, eu vou para você. Quer? – Perguntou Luke.

- Não, valeu. Eu quero ir, e quero que aquilo esteja cheio, para eu poder esfregar na cara da Piper que é tudo culpa dela!

- Thalia, você é tão boazinha! – Ironizei, fazendo referência à Star Wars.

            E pude ver, pelo canto dos olhos, que Percy dera um sorriso contido. Pelo menos eu sabia que ele não estava tão bravo assim, a ponto de não pegar uma referência.

            Thalia disse que o local estaria cheio, e estava mesmo. A secretaria, que era uma espaçosa sala, agora estava tão lotada que não se podia respirar lá dentro. Os meninos insistiram em ir conosco, oque só piorou a situação.

- Eu te mato Piper. – Murmurou Thalia. Faltavam dez  minutos para as aulas começarem e nós estávamos presas lá.

            Foram mais sete minutos, até Petúnia entregar nossos horários.

- Eu sou A2. – Disse Piper enquanto nos apressávamos para chegar ao corredor dos armários.  – E vocês?

- A2 também! – Exclamou Silena, batendo a mão com a de Piper.

- É isso aí! Luke e eu somos B2! – Comemorou Jason.

- Gente, eu realmente não entendo isso, vocês podem me explicar oque significa eu estar no A1? – Eu estava perdida.

- Deixa eu te explicar... E a propósito, também sou A1. – Disse Thalia. – É assim: nessa escola só tem alunos do primeiro, segundo e terceiro médio, mas tem muitos, acho que são uns trezentos garotos e trezentas garotas mais ou menos. Bem, para as salas não serem muito cheias, esses alunos, que somos nós, são separados por turmas. Se a série for muito grande pode acontecer de ter três ou até quatro turmas, mas na nossa são apenas duas. A turma A é referente às meninas, e a B aos meninos, assim como os prédios, e quartos, e tudo nessa escola. Os horário do A1 batem com os do B1, e os do A2 batem com os do B2. E nós temos algumas aulas juntos, por exemplo: educação física, química e sociologia, as duas turmas na sala-auditório.

- Ah tá, entendi. – Assenti com a cabeça.

            Nós chegáramos ao corredor principal, corri para pegar meus materiais em meu armário, que era próximo aos de Luke e Thalia e olhei meu horário da primeira aula: Inglês.

            O corredor estava cheio, e assim que o sinal bateu, todos correram para suas salas. Fui junto de Thalia para o outro prédio. Nós tínhamos cinco minutos para estar em sala antes da aula começar, me explicou ela.

            Chegamos à sala faltando um minuto para as 08:35. Logo a professora entrou, apresentando-se como Mary Elizabeth Swan. Era uma Nova Yorkina cinquentona casada, ela parecia ser legal.

            Me sentei na segunda carteira da terceira fileira e Thalia, ainda que de má vontade, sentou-se comigo. Dei uma olhada na sala, que era bem grande, deveriam ter uns noventa alunos, e logo avistei uma cabeleira ruiva. Ótimo, era tudo que me faltava!

            Mais para o fundo da sala pude ver Percy sentado com um cara alto e moreno, forte, de cabelos negros e que aparentava jogar futebol com bolas de metal. Voltei-me para frente e comecei a copiar oque a Sra. Swan passava na lousa.