1. Spirit Fanfics >
  2. Anti Social Social Club >
  3. Anti hétero (de Taubaté)

História Anti Social Social Club - Anti hétero (de Taubaté)


Escrita por: smollsoo

Notas do Autor


oi gente... (ಥ﹏ಥ)
no momento estou me sentindo uma autora desleixada e acho que vocês podem pensar o mesmo de mim. Mas alguns de vocês sabem que junho foi um mês muito difícil pra mim por conta da faculdade e diversos. Eu realmente sinto muito por esse sumiço de um mês inteiro, e sei que sentiram falta de ASSC, porque eu também senti. Mas agora estou de férias e vou dar meu melhor para escrever mais!
Hoje estou finalmente respondendo os comentários dos capitulos anteriores (uhuuu), me lembrem de nunca mais acumular essas coisas <3

Capítulo 16 - Anti hétero (de Taubaté)


Fanfic / Fanfiction Anti Social Social Club - Anti hétero (de Taubaté)

BaekHyun olhou de KyungSoo para JongIn, de JongIn para KyungSoo. Respirou fundo e cruzou os braços vendo o atleta coçar a nuca e acompanhar YiFan sumindo do campo de visão do clube e agregados.

— KyungSoo. Você tem algo pra me falar?

— O quê?

— KyungSoo, eu não vou perguntar de novo, se você não me responder eu pulo em você e arranco essas tarântulas que você chama de sobrancelha.

KyungSoo suspirou segurando mais forte o celular na mão. Mordiscou os lábios e negou com a cabeça.

— Não tenho absolutamente nada para falar além do que já te contei, Byun. – mentiu, sentindo aquela pontada de arrependimento dentro do coração, aquela pontadinha que o separava de ser um babaca, aquela pontada que fez a decência de ignorar para não causar situações piores. – Agora eu realmente tenho que ir pra casa, já passou do meu horário. Vai comigo, Min?

— N-n-não. – disse baixinho olhando os pés – JongDae-ssi ligou para meu pai, ele está vindo me buscar.

— Vocês voltam juntos pra casa? – ChanYeol perguntou surpreso.

— Quando o KyungSoo não tem outros compromissos... – JongDae sussurrou tão baixo como se quisesse que só ele escutasse seus pensamentos, mas KyungSoo ouviu e de imediato, tossiu para que ninguém mais tivesse a oportunidade de escutar.

Depois de um pequeno drama por parte do Byun, KyungSoo conseguiu finalmente se desvincular da ceninha e foi embora. Enquanto o garoto de óculos deixava o colégio com uma boa companhia, BaekHyun suspirava no corredor, todo nervoso.  ChanYeol dava tapinhas no ombro dele, JongDae segurava o impulso de entrelaçar sua mão na de MinHee de novo porque bem, a sensação foi ótima, e JunMyeon e YiXing sentavam-se abraçados no chão.

— Quem vai pra festa?

— Vocês não são o grupo antissocial? – JunMyeon perguntou, e recebeu como resposta um olhar muito discriminatório do menorzinho de todos.

— Eu estou perguntando as pessoas que realmente interessam, não a ralé do clube de comédia. – respondeu de nariz em pé, JunMyeon riu e levantou só pra bagunçar o cabelo do menor, que o deu um tapinha fraco na mão.

A verdade era que não importava o quanto BaekHyun tentasse, ele era fofo demais para as barbaridades que fala servir como ofensa. Era como apertar um brinquedo fofinho de borracha e ele apitar. Igualzinho.

— Eu e o Lay vamos. O YiFan o chamou há um tempão.

BaekHyun virou para YiXing sem entender.

— É que a gente é chinês. – deu de ombros – Aí você sabe como é...

— Não sei não. – cruzou os braços fazendo bico. Como ia saber como era se não era chinês, ué?!

— Acho que o que o YiXing tá tentando dizer é que como chineses eles passam por muita coisa aqui, então se unem nessas ocasiões de festas e tudo mais, pra permanecer unido. – JongDae respondeu, e o chinês assentiu sorrindo e mostrando as covinhas. JunMyeon quis se enterrar ali por mais um segundinho.

— Ah... Entendi.

— Eu ainda não sei se vou para festa. – JongDae suspirou – Por mais que meu espírito diga que é uma oportunidade incrível de fotos novas para o anuário, não estou no clima. – mordeu a bochecha e olhou de soslaio para MinHee, que se encolheu mais.

Foi meio que inevitável. Ele passou o braço ao redor do ombro dela a puxando para perto de forma que a garota ficasse encostada em seu peito. MinHee foi de pálida para escarlate. JongDae não conseguia não acha-la a pessoa mais doce que já viu na vida. Se pudesse, tiraria fotos dela o dia inteiro, só pra ver se alguma conseguiria capturar um pouquinho de toda a dimensão encantadora de MinHee.

BaekHyun ao ver a cena começou a ter um tremelique na boca e mãos, quase um derrame. Nem conseguiu falar nada, ChanYeol ao ver, quis ajudar até o JongDae, já que o melhor amigo havia sido legal com a MinHee, e assim, puxou BaekHyun pela cintura o abraçando por trás, colocou a cabeça na do Byun e ficou assim.

Parecia uma competição de quem ficava mais vermelho.

— P-P-Park. Me larga.

— Não. – ChanYeol sorriu passando a cabeça como um gatinho no cabelo do Byun – Eu vou pra festa se você for. Aí a gente pode ficar juntinhos lá.

— Park. M-me larga agora.

ChanYeol o abraçou com mais força. BaekHyun estava se transformando em gelatina derretida.

JunMyeon riu.

— Vocês são muito bonitinhos juntos. Baek, quer uma escada pra beijar o Park?

— Isso daria uma foto linda. – JongDae riu.

— EU VOU MATAR TODOS VOCÊS. A GENTE JÁ FALOU QUE NUNCA MAIS VAMOS TOCAR NESSE ASSUNTO. – gritou soltando-se de ChanYeol num pulo.

Com algumas risadinhas que escapuliram, o assunto de fato foi encerrado e MinHee já estava longe o suficiente de JongDae para o Byun não ter um infarto do coração. Tudo parecia caminhar bem, ao menos por um momento.

***

Kim JongIn e Do KyungSoo estavam molhados e com as roupas parcialmente grudadas no corpo. O caminho curto da escola para casa não era o suficiente nem para secar seus cabelos. KyungSoo fingiu ignorar o fato de que JongIn ficava ainda mais bonito assim. JongIn não quis ignorar o que havia acontecido na piscina e mordiscava a boca hora ou outra, suspirando alto.

— Ah... A Toki ligou lá pra casa, disse que você passou lá essa semana e levou uma comida deliciosa pra elas.

— Foi só o japchae que você me ensinou a fazer semana passada. – JongIn deu de ombros, KyungSoo assentiu. – Seu pai está chateado que você me ensina a cozinhar e ainda se recusa a praticar esportes?

— Ele tem reclamado mais da minha pançinha. – deu de ombros e sorriu ao ver JongIn rir. – Mas alguém falou que eu estava ótimo desse jeito, então, acho que vou acreditar.

JongIn o olhou de soslaio com um sorriso brilhando nos lábios. Balançou a cabeça ainda sorrindo, mas o sorriso se perdeu quando percebeu que já estavam em frente às suas casas. Não queriam entrar. A verdade é que o momento na piscina havia sido mágico demais, e eles sabiam que assim que entrassem em casa e se perdessem do olhar um do outro, talvez não houvesse uma continuação.

KyungSoo parou na frente dele com um suspiro. Ficaram se encarando por alguns segundos que pareceram minutos, invejando cada gotinha de água que pingava do cabelo e escorria pela pele ainda úmida. KyungSoo mordeu os lábios.

— Você deveria entrar... – diz por fim – Sua boca já está roxa.

— Eu acho que gosto de você.

KyungSoo sorriu soprado e desviou o olhar para só depois admirar as orbes castanhas do jogador de basquete. JongIn sorriu.

— Eu sei.

— Ah, você não deu uma de Han Solo pra cima de mim, deu? – brincou, se fazendo de ofendido. KyungSoo sorriu e se aproximou mais um passo.

— Eu não dei uma de Han Solo. – JongIn levantou as sobrancelhas como quem diz “mesmo?” e KyungSoo riu, de novo. – Você disse “eu acho que gosto de você”, não “eu te amo”.

— Eu deveria dizer isso então? – cruzou os braços, todo brincalhão, KyungSoo não conseguia não sorrir – Ah, KyungSoo, você quer adiantar demais as coisas.

— Só me beija logo, JongIn.

— O que? – descruzou os braços e piscou duas vezes, quase desnorteado.

E KyungSoo riu, se colocou na ponta dos pés e com a mão na nuca no capitão do time, selou seus lábios. JongIn fechou os olhos e deixou as mãos repousarem na cintura do menor enquanto sentia o beijo o esquentar de uma só vez. E de repente, era como se tudo estivesse certo, como se fosse só JongIn, um garoto normal do ensino médio apaixonado por outro garoto não tão normal assim. Ali, beijando KyungSoo, sentindo o gosto do garoto em sua boca, cada centímetro dos lábios carnudos se encontrando com os seus, JongIn pensou que talvez devesse ter dito só “eu gosto de você”, afinal, não havia dúvida alguma em seu sentimento.

Foi KyungSoo quem se afastou primeiro, e quando JongIn achou que tinha acabado, o garoto lhe roubou mais um rápido selo. O sorriso foi inevitável.

— Eu já vou entrar. – disse colocando uma mecha do cabelo úmido do moreno para trás da orelha – Toma um banho quente pra não ficar gripado.

JongIn quis fazer uma piadinha, mas mordiscou os lábios e deu um beijo na testa do menor.

— Tá bem, Kyung. Você também.

KyungSoo assentiu, e relutante, deu as costas. Ele não queria realmente  dar as costas, mas tinham alguns pontos importantes que o fizeram tomar essa decisão:

1. JongIn era fofo demais e KyungSoo já havia extrapolado a cota diária de Kim JongIn, mais um segundo e explodiria (parece que KyungSoo entende Park ChanYeol, não é mesmo?);
          2. O beijo de JongIn foi, sem dúvidas alguma, como ficar com a boca encostada no néctar dos deuses, e KyungSoo nunca tinha feito isso, mas tinha certeza que beijar JongIn era igual ou até melhor.
            3. Ele também achava que gostava de JongIn. Ou tinha certeza e não queria admitir.

JongIn acompanhou com o olhar KyungSoo sumir pela porta da casa ao lado, e só então se permitiu dar um alto suspiro e colocar a mão na boca, só pra ver se ainda sentia os lábios cheinhos de KyungSoo formigarem nos seus. Se alguém contasse para ele que beijar era tão bom assim talvez ele tivesse se aventurado antes, mas no fundo JongIn achava que só foi maravilhoso assim porque dividiu o primeiro beijo com KyungSoo, e só isso importava.

Agora tinha que ir contar a JongDae o que aconteceu, o melhor amigo iria ficar muito feliz por ele.

Enquanto JongIn entrava em casa todo afobado para se jogar na cama e contar a JongDae o que havia acontecido, KyungSoo tentava ignorar o coração batendo rápido demais enquanto caminhava até o banheiro para tomar um bom banho. Quem sabe assim se livrava daquele sorriso insuportavelmente bobo que temia em dançar em seus lábios.

E foi depois de um longo banho que o inesperado aconteceu.

Byun BaekHyun, Park ChanYeol e Zhang YiXing estavam sentados na sua cama. O primeiro batendo o pé enquanto era encarado pelos dois últimos, como se esperassem alguma ordem. E KyungSoo não entendeu absolutamente nada, mas deu graças a todas as divindades por ter se vestido no banheiro como de costume.

— Finalmente. – Byun levantou-se assim que o avistou.

— O que vocês estão fazendo aqui e como entraram? – cruzou os braços apoiando-se na parede.

— O JongDae agora sabe quem você é e onde mora, então pedimos a ele o endereço. – ChanYeol que respondeu, ainda sentado na cama.

— E quando a gente foi chegando sua mãe tava vindo também, e a gente se conheceu. Ela me deu biscoitos e disse pra gente esperar você no quarto. – YiXing sorriu mostrando as covinhas.

— E – BaekHyun parou na sua frente, com os braços cruzados e deu uma pausa dramática na fala – viemos te arrumar para a festa.

KyungSoo não riu, ele gargalhou jogando a cabeça para trás, o que fez Byun e ChanYeol piscarem os olhos algumas vezes sem entender enquanto YiXing acompanhava a risada mesmo sem entender o motivo. O Do chega soltou uns “ai ai” e colocou a mão na barriga quando acabou de rir.

— Que festa, BaekHyun? Você acha mesmo que eu vou?

— É claro que sim, eu peguei roupas do meu irmão pra você vestir algo que te faça existir ao menos por uma noite. – respondeu indignado.

— E você acha que eu quero existir? – cruzou os braços e bufou soltando um risinho.

— Não sei o que você quer, KyungSoo. – foi sincero, e suspirou – Mas acho que estou cansado das pessoas não saberem quem você é. Elas, por mais que eu não goste da maioria, merecem conhecer alguém como você. E é isto.

KyungSoo piscou algumas vezes sentindo os braços ficarem moles e caírem para o lado do corpo. BaekHyun então agiu como se não tivesse dito nada de legal e virou alcançando a mochila que trouxe e começando a arrancar as roupas do irmão mais velho de dentro, falando de coisas aleatórias. KyungSoo já sabia que BaekHyun era muito mais que um baixinho imaturo do Ensino Médio, mas por alguma razão, Byun continuava o surpreendendo.

***

A casa de Wu YiFan deveria ter um quintal muito bonito durante o dia, mas essa noite tinha muitos adolescentes e copos vermelhos pela grama. O som alto talvez incomodassem os vizinhos, mas o Anti Social Social Club – menos a MinHee, que acabou não indo – tentou não pensar nisso enquanto entravam juntos pelo que BaekHyun descreveu como rito de passagem da adolescência.

YiFan é alto e tem um sorriso gengival reconfortante, ele que os recebe na porta, BaekHyun tenta não fazer nenhum comentário sobre o tom platinado do cabelo dele, então sorriu amarelo invés de perguntar que tipo de problema ele tinha pra fazer aquilo. Mas ouviu ChanYeol elogiando e repetiu em pensamento que estava gostando da pessoa errada.

— E aí, Xing. – cumprimentou o chinês e rapidamente, os dois ficaram de papinho em mandarim na porta enquanto os outros três garotos adentravam mais o espaço.

BaekHyun havia arrumado o KyungSoo com uma calça do tamanho menor do que o garoto realmente vestia, o que deixava as pernas fartas dele extremamente atraentes, além de pentear os fios que cresciam para frente e implorou para que não usasse os óculos por uma noite. De fato KyungSoo era quase irreconhecível assim, mas BaekHyun continuava com o moletom e jeans, alegando que não tinha tempo para pensar numa roupinha para si.

A música alta fazia com que precisassem quase gritar para conversar, mas estavam tão acostumados com os gritos de Byun que aquilo nem foi empecilho. Tiveram, entretanto, que manter certa distância do sofá, que era onde SeHun, Tao e LuHan sentavam.

Byun às vezes sentia que estava a um passo de perdoar SeHun, mas era só vê-lo do lado dos dois chineses insuportáveis que o ódio todo retornava.

— E aí, querem o que pra beber? – YiFan perguntou dando um aperto de mão com ChanYeol. – Estão gostando da festa?

— Da festa sim, das pessoas...  – BaekHyun suspirou apoiando o corpo na parede.

— Ei, o Dae comentou comigo sobre o que fizeram com o clube de mandarim na feira, tá tudo bem? – ChanYeol perguntou ainda segurando a mão do outro.

YiFan deu de ombros.

— Tem gente babaca em todos os lugares, não é? – ChanYeol assentiu deixando a mão escorregar e quebrar o contato – Vem cá, eu te conheço? – tombou a cabeça para o lado apontando para KyungSoo, que suspirou fundo sem nem ouvir a pergunta, é que JongIn havia acabado de passar pela porta e estava a coisa mais linda do mundo.

— Esse aqui é o KyungSoo – BaekHyun logo se animou e empurrou KyungSoo para frente, o apresentando – Não se engrace para o lado dele, porque somos um clube antissocial, só estou apresentando porque todo mundo nesse colégio é cego e só tem olhos para o “hurdur eu boto a bola numa cesta” aka Kai e ignoram o resto de nós.

YiFan nem se deu o trabalho de responder, só assentiu e preferiu se afastar para cumprimentar os outros convidados.

E foi assim que a festa teve seu início. YiXing sempre vinha com suco e refrigerante para eles, mesmo passando a maior parte da noite dançando ao lado de JunMyeon, que como dançarino era um ótimo comediante. JongIn tinha garotas e garotos ao seu redor enquanto trocava mensagens com KyungSoo, a maioria falando sobre o quanto queria o beijar novamente, e então levantavam o olhar e se encaravam, fingindo não sorrir. SeHun estava com a cabeça apoiada no ombro de LuHan enquanto ZiTao fofocava e LuHan bebia. JongDae não havia dado o ar da graça pela primeira vez, o que foi uma surpresa para ChanYeol, mas este se aproveitou disso para dar toda sua atenção a BaekHyun.

As coisas começaram a sair do controle quando Park aparentou ficar tonto e cambaleou jogando o corpo pra cima do Byun, que a reação imediata foi o empurrar para o lado fazendo careta.

— Baek, eu queria muito te beijar, mas não sei mais como chegar em você, tem como você dar em cima de mim, por favor? – perguntou todo torto no ouvido do menor, que arregalou os olhos no mesmo segundo.

— Você pode, por favor, parar de falar essas coisas?! – quase gritou, tapando as bochechas para impossibilitar do Park ver suas bochechas coradas.

ChanYeol riu e o abraçou apertado demais. Byun não o empurrou e nem protestou, só ficou ali enfiado no peito do maior e sentindo o cheirinho de lavanda de roupa recém lavada que o Park tinha. Talvez gostasse mais do Park do que sabia. E talvez isso fosse bom.

— Você é tão lindo, Baek.

— Cala a boca.

— Quero te beijar agora.

— Eu vou te bater tanto que sua mãe vai ter que te enterrar com o caixão fechado pra ninguém ver o estrago que vou fazer nesse seu rostinho lindo.

— Você falou que meu rostinho é lindo? – ChanYeol segurou o riso.

E acabou o momento pseudo romântico que viveram quando BaekHyun, ao notar o que havia dito, começou a socar o peito do Park para sair do abraço. A cena acabou com ChanYeol no chão segurando a perna de BaekHyun enquanto este tentava inutilmente se afastar e gritando para o Park o largar.

— Acho que ele bebeu, não é possível. – KyungSoo suspirou ajudando BaekHyun a se livrar de ChanYeol, que deitou no chão e começou a fazer birra.

— Ele bebeu? – perguntou olhando ChanYeol no chão fazendo bico e esticando as mãos para o alcançar.

— Provavelmente. – O Do deu de ombros olhando para JongIn de relance.

— Ai, ChanYeol. – BaekHyun sentou-se no chão e colocou a cabeça do maior em seu colo – Pra que você bebeu, hein? A gente nem tem idade pra isso, não pode. – bufou irritado.

— Por que você é tão lindo, hein?

— Shi, cala a boca. Vou pedir pro YiXing trazer água.

BaekHyun ficou mordendo a bochecha enquanto passava as mãos pelos cabelos do Park. Ele não queria admitir, mas estava mais que óbvio que se preocupava demais com ChanYeol. O Park fechou os olhos sentindo o cafuné gostoso de BaekHyun. A festa, o som alto e as pessoas não existiram por um breve momento. Era apenas ele e BaekHyun, o garoto que ele estava perdidamente apaixonado e não escondia para ninguém.

— YiXing, por favor, traz água para o ChanYeol? – BaekHyun pediu, sentado com as costas na parede no chão com ChanYeol ainda deitado.

— O que aconteceu com o Chan? – perguntou se colocando de joelhos e deixando JunMyeon parado todo suado atrás.

— Acho que ele bebeu.

— Ué, mas eu trouxe refrigerante e água pra ele a festa inteira porque ele pediu pra não deixar ninguém colocar nenhuma gotinha de álcool na bebida dele pra ele passar a noite toda com você. – BaekHyun abriu a boca em escândalo. Park abriu os olhos e um sorriso – Como foi que você disse mesmo? “Não quero perder nenhum segundinho com o Baek”.

— Como é que é? – fuzilou ChanYeol só com um olhar enquanto Park levantava devagar de seu colo.

— Eu acho melhor sair daqui... – YiXing disse baixinho se afastando devagar dos dois.

— Ah, Baek, não me julgue, você fica muito fofo preocupadinho comigo. – apertou a bochecha do menor e falou com voz infantil.

Claro que ganhou um tapão na mão antes de BaekHyun levantar todo emburrado e começar a amaldiçoar todas as suas futuras gerações (coitado dele, mal sabe que para o Park as futuras gerações dos dois seriam as mesmas). ChanYeol levantou logo em seguida, ignorou a olhada julgadora de KyungSoo e abraçou BaekHyun novamente, pedindo desculpas pela sua atuação.

— Admita que sou um ótimo ator, ao menos.

— Não vou falar nada. – bufou sentindo as mãos de ChanYeol apertarem sua cintura enquanto o maior escorregava com as costas grudadas na parede para que ficassem da mesma altura.

— Então você poderia me dar um beijo? – perguntou fazendo bico e puxando o menor mais para perto.

BaekHyun corou e não teve coragem de responder. Uma partezinha, bem pequenininha mesmo, queria dizer um audível sim, porque não foi nada mal beijar o Park. A outra, mais pequenininha ainda, dizia que deveria manter seu orgulho e mandar ChanYeol catar coquinhos. Optou por ficar calado, com a boca semi-aberta e encarar ChanYeol. Se fosse pra acontecer, ChanYeol entenderia o recado.

Claro que ChanYeol entendeu. Trouxe BaekHyun mais pra perto, suas pernas se esbarraram e as respirações descompassadas se chocaram. Byun, nervoso, umedeceu os lábios enquanto ChanYeol respirava fundo, segurando mais forte sua cintura. ChanYeol fechou os olhos inclinando o rosto em direção para o menor.

E então, Byun ouviu quando a música acabou e demorou de começar a próxima.

— Calma, SeHun... Não fica assim...

Virou o rosto em direção à voz e os lábios de ChanYeol se chocaram em sua bochecha. O Park piscou algumas vezes sem entender, mas assim que acompanhou o olhar do menor, achou ter compreendido tudo.

SeHun estava no sofá sendo abraçado por ZiTao. Na bochecha, os vestígios de lágrimas estampavam a pele rosada. BaekHyun piscou vendo o Oh esfregar o nariz com a manga do moletom que usava, moletom este que o próprio Byun havia o dado de presente. Atônito, retirou as mãos de ChanYeol de sua cintura e caminhou até SeHun.

— Vem comigo. – disse baixinho, alcançando a mão do melhor amigo que assentiu, sem protestar.

ZiTao respirou fundo e sorriu sem mostrar os dentes para Byun enquanto este, SeHun e Park (que obviamente foi atrás) sumiram nas escadas. BaekHyun percebeu que sentia falta de andar por aí de mãos dadas com SeHun como se fossem super-heróis gays que enfrentavam tudo pelo mundo.

O quarto de YiFan estava vazio e foi lá que os três se sentaram. ChanYeol na pontinha da cama, BaekHyun no meio e SeHun na cadeira, segurando a mão do Byun com uma das mãos enquanto a outra ainda coçava o rosto.

— O que aconteceu? Você quer conversar? – perguntou meio incerto.

— E-eu não sei se posso falar com ele aqui. – SeHun respondeu, segurando as lágrimas que ameaçavam se formar de novo.

BaekHyun respirou fundo olhando de soslaio para ChanYeol.

— Pode confiar nele. ChanYeol sabe dar bons conselhos.

E então, SeHun começou a desabafar com um longo suspiro.

Oh SeHun e LuHan estudavam no mesmo colégio há algum tempo, mas nunca conversaram até que as férias deste ano chegassem. SeHun contou que foi logo na primeira semana de férias, foi no mercado comprar coisas para o pai e encontrou LuHan na fila, acabaram conversando por algum tempo e no dia seguinte o chinês o chamou nas redes sociais. Sabia que BaekHyun não gostava muito do chinês, então preferiu não falar nada, afinal, eram só algumas mensagens sem nenhum compromisso.

Até que LuHan disse que estava gostando dele pouco antes das aulas voltarem. E ele já estava perdidamente apaixonado. Mas LuHan não queria se assumir como homossexual, disse que não podia, que os dois deveriam namorar em segredo, que seria melhor assim. E SeHun, apaixonado, aceitou, mantendo segredo.

— Como assim não era o Tao? O que tá acontecendo? Eu não tô entendendo, SeHun, eu não tô.

— Como assim o Tao? – SeHun perguntou juntando as sobrancelhas – Você não lembra que eu sempre odiei os sapatos dele?

— Mas...

— Não, Baek! – fez careta e riu. Que saudades que estava do melhor amigo. – Eu e o Tao somos só amigos, nunca nunca aconteceu nada. Nunquinha, eu juro.

— Mas como assim o LuHan?! Ele é hétero!

— Não é não. – SeHun fez bico e ficou murcho de novo. – Quer dizer, não é, mas finge. Eu prometi que não contaria pra ninguém da gente, e até comecei a andar com o pessoal que ele andava pra passar mais tempo com ele. Mas... – respirou fundo – acho que eu e o LuHan nunca vamos ser nada de verdade.

Durante a festa, onde SeHun, LuHan e ZiTao estavam sentados conversando no sofá, uma garota aproximou-se do Lu, perguntou se ele não queria ir atrás da casa com ela, onde alguns casais estavam ficando. LuHan negou, disse que “estava bem ali”. SeHun respirou fundo segurando o sorriso e entrelaçou suas mãos embaixo da almofada. E então o baque veio. A garota comentou como quem não quer nada que “tudo bem então, mas era melhor ao menos sair desse sofá se não quiser ser confundido com um homossexual também”. E LuHan sorriu amarelo. Soltou a mão do namorado. E saiu.

BaekHyun ficou boquiaberto com a mão livre no coração.

Havia sido um péssimo amigo. O pior de todos.

— Eu vou matar aquele hétero falso. – levantou-se movido a ódio largando a mão de SeHun e andando de um lado para o outro no quarto – Ah, eu vou. Como ele ousa fazer uma coisa dessas com você?! Quem ele pensa que é? Ah, não, não. Sashay away pra ele, ele acha que vai quebrar seu coraçãozinho e sair impune? Há-há-há. Eu, olha eu...

— SeHun, você gosta dele? – ChanYeol falou pela primeira vez desde que entraram no quarto. SeHun assentiu e BaekHyun se calou, ainda em pé – Por que você acha que ele é assim?

— A família dele é militar, ele acha que se ele se assumir vai ser muito ruim. – fez bico encarando os próprios pés.

— Você acha que ele merece perdão?

SeHun deu de ombros confuso.

ChanYeol assentiu e respirou fundo junto com Byun. Então ouviram batidinhas tímidas na porta. BaekHyun foi quem abriu. E a fechou imediatamente, com uma força que nem pertencia àquele corpo todo miudinho.

— Eu não vou abrir a porta pra um cretino. – cruzou os braços e fez bico.

— Shi. – ChanYeol pediu – SeHun, você quer conversar com o LuHan?

SeHun ficou calado e depois de alguns segundos assentiu. ChanYeol concordou a cabeça e passou o braço ao redor do ombro de BaekHyun levantando. Os dois – um deles indignado – deixaram o quarto e LuHan adentrou todo incerto e cabisbaixo.

Park e Byun sentaram-se no topo da escada. Byun ficou batendo o pé inquieto. SeHun havia passado por momentos difíceis e ele não estava lá para o ajudar. Talvez se tivessem conversado mais, se ele não falasse tão mal do LuHan, SeHun teria o contado mais cedo sobre o namoro e nada disso estaria acontecendo, porque BaekHyun teria dado um sermão de duas horas e meia sobre os contra de namorar alguém assim, tudo aprendido na internet, porque o próprio nunca teve experiência nenhuma. Mas SeHun também poderia ter contado, poxa. Esclarecido algumas coisas, não era como se BaekHyun fosse espalhar para os quatro cantos do colégio que LuHan gostava de garotos. Quem Byun queria enganar? SeHun nunca o contaria. SeHun era bom demais para contar um segredo de alguém, mesmo que confiasse plenamente nele.

Levou algum tempo até LuHan saísse do quarto, e logo depois SeHun. O Oh sentou-se no meio de Park e Byun enquanto o chinês descia as escadas. Ficaram em silêncio por um tempo. BaekHyun quis perguntar o que aconteceu. Mordeu as bochechas e os dedos tamborilaram no próprio braço.

— Quer dormir lá em casa? Te faço o milk-shake de Nutella que eu se que você gosta.

SeHun sorriu. ChanYeol sorriu.

— Quero! – os dois responderam juntos.

BaekHyun estava ferrado.

***

A família Byun estava toda dormindo quando o filho chegou em casa com dois convidados. Caminharam até o quarto – ChanYeol parando a cada porta retrato de BaekHyun pequeno – e lá se acomodaram. Byun abriu a cama de apoio e a forrou com um lençol da Hannah Montana que havia comprado quando criança depois de juntar o dinheiro do lanche. Depois tentou encontrar alguma roupa que desse nos dois garotos, e por fim lembrou-se que guardava as roupas que SeHun esqueceu lá numa gaveta, e assim, permitiu que os dois fossem tomar banho um depois do outro enquanto ele ia fazer o milk shake que prometeu.

Quando voltou para o quarto, SeHun e ChanYeol já vestiam pijamas de bichinhos e conversavam animados deitados na sua cama. Ele tentou não revirar os olhos e derreter de ciúmes com seu melhor amigo e seu... Que rótulo podia colocar em ChanYeol?! Seu alguma-coisa super animados conversando. Deixou o milk shake com eles e tomou um banho rápido também, vestindo um macacão azul que ficava folgadinho em seu corpo, mas cobria até os pés – literalmente.

Os três sentaram-se na cama do Byun e começaram a conversar tomando milk shake. BaekHyun contou sobre o Anti Social Social Club, SeHun disse que agora sabia falar mais mandarim do que antes e até entendia um pouquinho de moda, apesar de não ligar, ChanYeol disse que BaekHyun era lindo e especial.

— Eu perdoei o LuHan. – SeHun disse depois de um tempo em silêncio. – Mas demos um tempo. Acho que ele precisa entender o que quer primeiro antes de namorar alguém.

ChanYeol assentiu, BaekHyun continuou quieto, querendo muito abraçar o amigo.

— Você fez certo, vai por mim. – sorriu o Park bagunçando os fios negros do Oh.

Conversa vai, conversa vem, SeHun foi o primeiro a bocejar.

— Como vai ficar pra dormir? Só tem duas camas. Eu durmo em cima com o Baek e o Yeollie dorme embaixo? – perguntou sonolento. Como assim “Yeollie”? Já?

— N-não! – ChanYeol respondeu rápido. – Eu durmo com o Baek, você precisa dormir bem confortável depois do dia cheio de hoje.

BaekHyun foi balançando a cabeça em negativa enquanto ChanYeol ajudava SeHun a se deitar na cama de apoio. O Park até cobriu SeHun e o deu um beijinho na testa! ChanYeol voltou para cama todo cheio de sorrisos sentando na frente dele.

— Você não presta.

— Não finja que não gosta de mim. – fez bico.

— Você fez “shi” pra mim hoje. – fechou a cara, ChanYeol assentiu – Se você pensar em fazer “shi” pra mim de novo, se só pensar, eu vou arrancar todos seus dentes e aí você nunca mais vai conseguir fazer shi pra ninguém, entendeu? Hein?

ChanYeol riu baixinho e assentiu, ajeitando uma mecha do cabelo de BaekHyun para trás da orelha.

— Cadê sua estrela da morte?

— Minha Estrela da Morte? – os olhos de Byun brilharam quando ele levantou da cama todo empolgado.

A escultura feita em Lego ficava exibida na bancada do quarto, mas estava escondida atrás de alguns livros esse dia. Byun, cheio de cuidado a tirou de lá levando-a para cama. Começou a contar a Park como foi construir, quanto tempo levou, todos os mínimos detalhes, e até sugeriu que desmontassem tudo no dia seguinte para montarem juntos, que seria divertido.

ChanYeol não entendeu porque sentia o coração bater tão rápido dentro do peito mesmo que ele estivesse sentado na cama sem fazer nenhum esforço. BaekHyun só estava ali falando animado de algo que gostava, e ele estava se emocionando sem nem entender o motivo. Talvez fosse o sorriso do BaekHyun que era tão lindo e contagiante, ou talvez ChanYeol só tivesse percebido naquele momento o quanto gostava do baixinho.

 Então, sem nem pensar muito, puxou Byun pelo pulso o deitando em cima de si e o abraçou apertado. Graças a todas as entidades divinas a estrela da morte já estava no criado mudo e não caiu no chão. BaekHyun ficou calado sentindo o coração de ChanYeol bater junto com o seu, a mão grande do garoto passando por seu cabelo enquanto sentia o sorriso do Park tocar sua bochecha.

— Baek, eu tô tão apaixonado por você. Tão, tão, tão apaixonado.

BaekHyun mordiscou a boca sem graça e corou.

— Eu... – disse baixinho – Eu acho... Ai, eu acho que também gosto de você. Só um pouquinho – mostrou um espaçozinho mínimo entre o polegar e o indicador – mas gosto.

ChanYeol já sentia que os olhos iam marejar quando sorriu com o coração explodindo de amores dentro do peito. Então BaekHyun apoiou a testa na sua, ficaram se encarando em silêncio, só o som de suas respirações – e do ronquinho baixo de SeHun – e milhões de sentimentos sendo trocados. ChanYeol selou seus lábios num beijo calmo e BaekHyun passou os braços ao redor de seu pescoço enquanto Park o mantinha num abraço apertado. Foi um beijo calmo e de tirar o fôlego. Doce e inocente. Foi ChanYeol, explodindo de amores e BaekHyun declarando que o pouquinho estava mais para um montão.

Quando o ar se fez necessário ChanYeol sorriu e os dois coraram violentamente ao se encarar. BaekHyun tossiu e saiu de cima do Park, deitando-se de lado na cama, de forma que ficasse de costas para ChanYeol.

— Boa noite. – disse baixinho.

ChanYeol sorriu e deitou de lado também, o abraçando apertado.

***

O Sol brilhava do lado de fora da casa dos Byun, onde SeHun e BaekBeom desfrutavam de um café da manhã maravilhoso sentados na frente da TV da sala. A senhora Byun se surpreendeu em ver o convidado ali àquela hora da manhã, ainda mais depois de tanto tempo e foi logo o abraçando e perguntando onde estava o filho mais novo, SeHun, coitado, que estava empolgado com o anime passando no canal, respondeu um “tá dormindo ainda” e deu toda sua atenção aos personagens novamente.

Os passos da senhora Byun até o quarto de BaekHyun foram tranquilos, bem diferente da sua reação ao ver o filho deitado na cama com outro garoto. Colocou a mão no coração em choque.

— B-BaekHyun!

— Mais duas horas... – resmungou o garoto se endireitando melhor nos braços de ChanYeol.

— Byun BaekHyun! Levanta agora!

Foi ChanYeol quem levantou num pulo e de olhos arregalados com a cara amassada de sono. BaekHyun, ao não sentir os braços quentinhos do Park ao redor de seu corpo coçou os olhos ameaçando chorar, mas... Ele ouviu a mãe gritando seu nome? Arregalou os olhos e sentou-se na cama.

— O que a gente tinha conversado? Quando fosse trazer um namorado pra casa tinha que avisar antes e dormirem em camas diferentes, BaekHyun do céu! – a mãe surtava na porta.

— Mãe, ele não é meu namorado, eu juro!

E ChanYeol, a essa altura, já fazia reverência a senhora Byun e se apresentava.

— Ainda. Eu não sou seu namorado ainda. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...