História Ao seu lado - Capítulo Único

Sob  o sol escaldante da manhã, um dos membros da família King, praguejava por não ter levantado mais cedo, sendo assim, resultando no seu atraso para a faculdade

Kion

Ótimo! Mil vezes Ótimo! Algo no meu subconsciente dizia que era para mim ter me levantando às oito horas, mais não, com minhas ideias incríveis, resolvi ficar mais um pouco na cama. Desviei meu olhar do chão e o direcionei  para   o céu, colocando minha mão esquerda um pouco a frente de meu rosto, em uma tentativa falha de bloquear os raios solares, teria que me apressar mais, se não, irei perder a aula toda. 

  Suspirei aliviado, assim que vi que estava chegando perto dos portões da faculdade.

  Procurei apressadamente pela minha sala, corri os olhos  pelas portas, procurando uma que tivesse a palavra "Arqueologia" na mesma, para o meu desprezo e felicidade, a porta estava aberta, tentei entrar na sala sem que o professor percebesse, coisa que, não deu certo.

- Senhor King - Ele arrumou seus óculos   e este seria o motivo da minha ruína - Senhorita Campbell.

Franzi o cenho  e  olhei para trás, havia uma garota, há alguns metros de distância de mim, ela parecia fuzilar o professor com o olhar, não deixei de sorrir com isso.

- Atrasados, como sempre - Ele se senta em sua cadeira giratória e pede que nós façamos o mesmo.

Todos os olhares da sala estavam em nós, estranhei o fato de todos os membros da sala, estarem  em formação de duplas.

Eu e a garota  tomamos nossos lugares, um ao lado do outro, ela parecia ser um ano mais nova que eu, tinha os cabelos em uma coloração loira, mas seus olhos  foram o que mais me encantaram, eram de uma cor verde, mas não um verde comum, pareciam que eles brilhavam, como uma esmeralda.

- Quase uma hora de atraso - O professor cruza as mãos  acima da mesa de madeira escura, quando a Garota ia explicar  o motivo do atraso, ele a interrompe - Não me interessa por qual motivo se atrasaram, mas como chegaram tarde, eu já expliquei  para os outros o que fazerem, podem ir. - Fez um gesto com uma das mãos e todos os alunos se levantaram e saíram da sala, resultando em nós dois com um dos  professores mais perversos da faculdade, meu dia já está se tornando péssimo, digamos que eu e o professor Adam, não temos uma " amizade " muito Boa, se é que dá para chamar assim. Ele chegou faz quase duas semanas e insiste em pegar no meu pé.

- O que nós devemos fazer? - A garota cruzou os braços acima do peito.

- A aula será diferente, iremos fazer uma dinâmica, percebi que nesta sala já havia muitos grupos formamos, deixando algumas pessoas de lado, então, resolvi escolher duplas e enquanto vocês fazem pesquisas, irão se conhecer.

- Como é?! 

- Isso mesmo que você ouviu King, hoje vocês irão fazer uma pesquisa sobre animais exóticos - Ele se levanta da cadeira.

- Mas isso não se encaixa nos nossos estudos, estudar animais exóticos ou a história deles, não é o que os Paleontólogos fazem?  - A loira da ênfase  em em sua fala, havia  um ar de deboche.

- Quem é o professor aqui, Senhorita Campbell?! - A garota bufou diante da pergunta do professor  - Já tomaram muito do meu tempo, podem ir - Ele faz um gesto indiferente com as mãos

Nós nos levantamos e   saímos da sala, o silêncio reinava entre nós, resolvi quebrar o gelo, me apresentando.

- Me chamo Kion e você? - Estendi minha mão para a cumprimentar

- Fuli - Ela aperta minha mão amigavelmente, forçando um sorriso, estava estampado em seu rosto que ela não queria fazer o trabalho comigo. - O que nós vamos fazer agora?

 Peguei a folha que o professor havia me dado antes de sair da sala, nela havia escrito:

   Ao realizarem a tarefa solicitada, deverão cumprir todos os requisitos, sendo eles:

• Fotografar o animal que irão estudar . 

• Fazer uma biografia de sua dupla.

• Apresentar o trabalho para  a classe.

        - Ah, que ótimo! - Fuli  Bufa e massageia suas têmporas, obviamente estressada.

- Não parece ser tão ruim assim. - Tentei amenizar a situação, por mais ruim e estressante que isso seja, parecia que a Garota a minha frente iria ter um ataque.

- Fale isso por você mesmo - Ela pega a folha de minhas mãos e se senta em um banco de madeira mais próximo - Temos menos de uma semana para realizar esta tarefa.

- Nós devemos começar  com o animal exótico? 

- Pode ser - Fuli dá de ombros  e se levanta - Acho que conheço  um lugar onde tem um.

Começamos a caminhar em direção ao lugar que Fuli indicará, o silêncio novamente reinou entre nós, isto estava começando a me estressar.

- O que você gosta de fazer? - Perguntei tentando puxar uma conversa.

- O que? - Ela franze o cenho e me olha.

- O que você gosta de fazer? - Repeti minha pergunta, a garota parecia não querer responder minha pergunta - É para a biografia…

- Ah, sei lá… Caminhar, praticar corrida, essas coisas - Ela arruma o cabelo distraidamente  - E  você?

- Gosto de ler livros, ficar um pouco com minha família e amigos, estudar .....

- Ah, legal - Ela balança a cabeça e continua a caminhar, devo admitir, esta  conversa está um pouco desinteressante - Você tem irmãos? - Me surpreendeu  ela estar  me perguntando sobre,mas tudo bem.

- Sim, tenho dois, eles se chamam Kopa e Kiara, sou o mais novo entre eles, e você?

- Filha única, mas meu primo, Azaad, mora comigo e minha mãe..

Concordo distraidamente, mas sou tirado de meus devaneios com Fuli apontando para o local.

- Acho  que ele ainda está ali - Ela me puxa para caminhar mais rápido, mas ao perceber que segurava minha mão, a soltou rapidamente,colocou algumas mexas de cabelo no rosto em uma tentativa falha de esconder o seu rubor.

Nos  aproximamos  do campo, havia algumas árvores que estavam um pouco distanciadas do campo, tinha várias flores no local e arbustos também, Fuli tira uma câmera fotográfica de sua mochila, a olhei surpreso 

- Eu gosto de fotografar as coisas, é meio que eu hobbie - Ela sorri e balança a câmera suavemente. - E como você achou que iríamos tirar as fotos?! Com uma câmera de celular?

- Sim? - Minha resposta saiu mais como uma pergunta, ela me lançou um olhar frio, achei melhor não a provocar, como meu pai diz para mim e meu irmão " nestas situações nós só temos que concordar com elas. "

- Olha, ele ainda está ali! - Fuli me leva perto das árvores, realmente tinha algo nos arbustos, eu só não esperava  que fosse...

- Um panda vermelho?! - Fiz uma pergunta retórica  e me agachei, para ver melhor o animal, estiquei minha mão para alisá-lo, era apenas um filhote, parecia estar sozinho.

- Ele sempre fica por aqui,  acho que está perdido - Foi só Fuli terminar de falar que escutamos alguns farfalhar  das folhas das árvores,parecia ter algo de porte  pequeno/médio em cima dos galhos da grandes árvores.

Olhei novamente para o Panda, ele continuava sentado, me encarando com um olhar inocente,  parecia que lia todos os meus pensamentos, um arrepio percorreu pela minha espinha.

- Kion…. - Fuli me chama, mas  eu continuava distraído com o Panda me olhando. - Kion.

 Sinto alguém puxar minha camisa, desviei o olhar do panda  e  observo a Garota, que parecia querer me avisar de algo.

- Corre! - Ela tenta me puxar, mas continuo parado no lugar - Não me ouviu não? É melhor sairmos daqui. - Ela aponta para algo.

Sigo a linha de seu raciocínio, vendo que, o que ela estava apontando, era nada mais nada menos que uma família de pandas vermelhos selvagens, eles pareciam furiosos por nós estarmos perto de um de seus filhotes. Eles avançam em nossa direção,antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o filhote que me encarava e parecia saber de tudo que fiz no passado, pulou nas minhas costas, eu acabei entrando em pânico e comecei a correr de um lado ao outro.

Fuli corria atrás de mim, tentando tirar o filhote de minhas costas e não era só isso que nós estávamos enfrentando, a família do filhote, estava correndo atrás de nós também. Quem visse essa cena, acharia cômico, claro que, eu também iria achar, se não fosse eu a vítima do ataque.

- Tira ele  daqui! Tira ele daqui!!! - Gritei desesperadamente ao ver que o filhote ainda estava grudado em minhas costas.

Eu realmente não sei como, mas a Garota conseguiu tirar o filhote das minhas costas, saímos dali o mais depressa possível.

Fuli começa a rir, olhando sua câmera.

- O que foi? Do que está rindo? - Me aproximo dela.

- Tinha que ter visto a sua cara!! - Ela fala em meio aos risos, limpando uma lágrima que sai de seus olhos, depois que passou seu ataque, ela me mostra a câmera, que continha uma foto  na tela.

- Ah não, não acredito - Comecei a rir também - Como conseguiu tirar essa foto? - Me referi a  uma foto minha correndo desesperado na tentativa de tirar o filhote de minhas costas.

- Uma fotógrafa nunca revela seus segredos - Fuli sorri e pisca para mim, céus, a algumas horas com ela, nunca havia reparado que seu sorriso era tão bonito.

    Começamos a conversar, enquanto caminhávamos a procura  de algum  carrinho de comida ou lanchonete que estariam abertos a esta hora,  já era Uma hora da tarde, eu nem percebi  como que  o tempo passou tão rápido. Acabei descobrindo que Fuli gosta de gatos, que ela ajuda em um abrigo  de animais, que ela gosta de jogar xadrez e que a palavra Família, tem um grande significado para ela. Acabei reparando que quando ela começa a falar, tem uma mania de colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Acho que aquele mercado está aberto - Indiquei um grande Supermercado  de cor branca com verde.

           -.....-

- E voltamos a estaca zero! - Fuli se joga em um banco  - Eu realmente  não faço ideia de qual animal nós podemos fotografar.

- Desde que não seja naquele campo novamente - Gracejei, mordendo um pedaço do cupcake que havíamos comprado.

Pude perceber que Fuli me olhou surpresa, não entendi o porquê, então dei um de meus melhores sorrisos, seu olhar mudou para preocupação, se levantando logo em seguida, vi que seus lábios se mexiam, parecia que ela estava se comunicando comigo mas eu não a  ouvia, franzi a testa e  olhei para o cupcake, senti meu coração bater mais rápido, parecendo que iria saltar para fora de meu peito. Senti um par de mãos agarrar minha camiseta, vi que era Fuli, que parecia estar falando com alguém, tinha um grupo de rapazes na nossa  frente, não consigo identificar quem era por causa de minha visão, que estava ficando turva. 

****

     - Ele vai ficar bem?  - Era uma voz feminina 

     -  Esperamos que sim  - Acho que agora, é uma voz masculina

- Kion é o cara mais forte que eu conheço, diria até mais que eu  - Eu conheço essa voz…. 

-  Sim e  isso é Inbungacreditável!!

Espera aí…..

-   Bunga? - Abri meus olhos e me sentei com dificuldade na cama hospitalar, meu velho amigo de infância me olhou pasmo, diria que parecia ter visto um fantasma - Onde eu estou? 

-  Você teve uma crise alérgica - Meus olhos se voltaram para a figura feminina a minha frente - Quase me matou do coração! Por sorte eu encontrei seus amigos.

-  Cara, você ainda não aprendeu que não pode comer amendoim?! - Bunga levantou as mãos dramaticamente, então está aí o motivo de estar aqui - Não aprendeu nada quando a gente foi passar as férias no Havaí? Nadinha?!

-   Eu não sabia  que no Cupcake tinha amendoim. - Falei me levantando, não queria ficar aqui, eu não  gosto de hospitais.

-  O médico falou que você quase teve uma parada cardíaca - Desta vez, Ono se pronunciou.

Eu nem havia notado que ele e Besthe estavam  aqui, mais fico agradecido por terem me ajudado a chegar no hospital.

-  Obrigado pessoal, sem vocês eu poderia ter … - Minha fala é cortada por uma risada, estava vindo de Bunga, entre seus risos ele falava que " Iria ter várias curtidas se postasse "

Me pus ao lado dele, queria ver qual era O motivo de suas risadas, não consegui ver muito bem, Bunga ficava se esquivando de mim com seu celular na mão.

- Postei - Se pronunciou guardando o celular no bolso, ao perceber minha cara de confusão, riu ainda mais. 

Fuli se aproximou de mim e me mostrou sua câmera, realmente, essa garota não cansa de me surpreender.

- Nós batemos essas foto depois que o médico falou que estava bem - Besthe sorriu de um modo tranquilizador.

A fotografia, mostrava Bunga perto de mim - que só para constar estava inconsciente, talvez até correndo um leve risco de morte, enquanto meus caros amigos brincavam com minha frágil situação - apontando para meu rosto, Ono, que também estava perto de mim, estava com uma máscara em seu rosto e segurava uma agulha, que propositalmente, estava apontada em minha direção, Besthe estava sorrindo e algo que realmente me surpreendeu,Fuli estava na foto, foi ela quem a batera, fazendo uma careta, acho que o propósito dela era ser engraçada, eu achei fofa.

-  Tua cara estava muito inchada - Bunga  retorna com seu ataque de risos.

- Tá legal pessoal, vamos sair daqui.

           ****

A metade do caminho tive que aguentar Bunga falando, rindo e fazendo suas costumeiras brincadeiras, nem parecia que o platinado já tinha vinte anos, é um fato interessante, que mesmo que eu seja um ano mais velho que ele, Bunga consiga ser tão imaturo em certas ocasiões.

Fuli estava distraída conversando com Ono e Besthe, pareciam que eles se conheciam a  anos.

- Hey - Bunga me puxa - Onde que tu conheceu ela? - Seu tom  de voz se tornou mais baixo, para que só eu, pudesse ouvi-lo. 

-  Faculdade, estamos fazendo um trabalho. 

Bunga me lançou um olhar travesso, eu conhecia esse olhar e não gosto de nada que venha depois dele! Bunga sorriu e acenou positivo, eu acenei negativo, rezando para que ele entendesse, mas o platinado continuou  a sorrir e a acenar positivo.

-  Bunga...Não - Tentei segurar ele, coisa que, não deu certo.

 Ele se aproximou de  Besthe e Ono e os puxou para longe de Fuli,  a garota os olhou duvidosa, depois lançou um olhar questionador  para mim, eu agradeço aos céus, por ela estar de costas para meus amigos, quando Bunga fez certinho com a mão direita e seguiu puxando os rapazes para longe. Tive que respirar fundo algumas vezes para não acabar com uma amizade de quatorze anos ali mesmo. 

-  O que deu nele? 

-  Também queria saber - Cruzei os braços na frente do peito.

-  Seus amigos são loucos, você tem sorte de ter eles em sua vida. - Fuli sorri com o próprio comentário.

-  Você não faz idéia, na nossa infância e grande parte da adolescência, Bunga sempre nos metia em confusão, seja pela sua audácia ou língua afiada.

-  Parece ter sido divertido.

Começamos a conversar, era incrível como que em algumas horas, nosso relacionamento havia mudado, nossas conversas  que antes  eram monótonas, acabaram se tornando muito mais interessantes, fluindo com muito  mais naturalidade.

Estávamos caminhando  sem rumo, eu só percebi onde estávamos quando ouvi barulhos, pareciam ser de uma corrente de água, olhei ao redor e apoiei minha mão no ombro de Fuli, que começou a  olhar o local, seus olhos pareciam estar brilhando com a tamanha beleza natural que o lugar nos oferecia,  peguei sua mão cuidadosamente e começamos a correr pelo campo.

   Estávamos parecendo crianças, mas nenhum de nós estava ligando para o que acontecia ao nosso redor, estávamos em um campo, tinha flores de vários tipos, um pequeno riacho cercando o pequeno e florido Campo, ao longe, podia-se  ouvir o canto dos pássaros nas árvores. O céu ganhava um misto de cores, rosa e roxo-azulado, indicando que estava anoitecendo.

 Nos  sentamos no chão, peguei um girassol que estava ao meu lado e me aproximei da loira a minha frente.

-  O que vai fazer? - Ela franziu o cenho e me lançou um olhar frio.

-  Eu…. - Intercalei meu olhar a flor e Fuli, ela pareceu entender e deixou me aproximar, depositei a flor gentilmente atrás de sua orelha, me afastei dela sorrindo.

Eu nunca havia me sentido assim, eu ficava muito feliz ao lado dela, sendo que eu mal a conheço.

-  Sabe - A fala de Fuli chama minha atenção, volto meu olhar a ela - Quando o professor falou que nós devíamos fazer esse trabalho juntos, eu realmente fiquei brava, não queria formar dupla contigo.

-  É, eu percebi isso - Sorri de lado ao notar o olhar incrédulo dela.

-  Idiota - Empurrou meu ombro levemente - Eu achei que você fosse  mais um daqueles garotos mesquinhos  e metidos, mas acho que me enganei… Você é um cara legal, King - Ela encolheu os ombros e me lançou um sorriso tímido 

-  Nós formamos uma ótima dupla - Comentei e ela concordou.

-  Kion  - Ela sussurrou, se aproximando de sua mochila e  pegando sua câmera, cuidadosamente - Fica parado.

-   Porque? -  Senti um fraco vento em meus cabelos

-  Tem uma borboleta no seu cabelo - Ela sorri e tira uma foto, depois vira a câmera para mim, era uma Glasswinged, um tipo muito raro de borboleta.

Ela começa a rir, acho que sei o porquê…

-  Acho que elas gostaram de você - Comentou entre os risos pegando sua câmera novamente, tinha pelo menos, umas  quatro borboletas em cada um de meus braços, cada uma com sua beleza exótica e  esplêndida.

Vi que uma delas havia pousado na flor que estava na orelha da Fuli, ela percebeu também, me aproximei cuidadosamente da garota e peguei sua câmera, tentando tirar uma foto, não sei mexer muito bem nisto, quando eu consegui tirar, as borboletas haviam se multiplicado, tinha algumas em seu cabelo e  uma em seu nariz, era algo muito fofo de se ver e  a que havia pousado em seu rosto, era simplesmente linda, combinava  com a cor de seus olhos.

   Comecei aproximar mais de Fuli, quando já estava em uma distância considerável, entreguei sua câmera, ela me  olhou e sorriu para mim, oh meu Deus, eu poderia olhar para esse sorriso todos os dias, sem me cansar. Ela se aproximou mais de mim, colando seu ombro junto ao meu, parecia estar  procurando uma posição melhor para tirar a fotografia, coloquei minha mão em seu  ombro,  senti uma onda elétrica percorrer meu corpo, vi que ela sentiu  o mesmo.

Só parei de observa-lá  quando ela  anunciou que  iria bater a foto.

      ***** 

-  E algumas curiosidades sobre este trabalho - Falei mudando o slide e retomando minha posição ao lado da loira.

-  Nesta foto pudemos perceber que além de serem seres muito bonitos, não cheguem perto deles ou de um de seus filhotes, jamais! - Fuli apontava para a fotografia com os pandas vermelhos e falava dramaticamente. 

-  Fuli acabou sabendo da pior maneira que sou alérgico a amendoim. - Troquei de slide novamente, mostrando a  nossa foto no hospital, alguns alunos riram  da situação, até o professor Adam riu e eu achando que ele não tinha sentimentos.

Terminamos de apresentar o trabalho, recebendo aplausos logo depois. Nós recebemos nota alta e  logo que acabou a aula, saímos para comemorar.

 Fuli, realmente, é uma garota incrível e muito especial, o que mais me cativa sobre ela,  é a sua personalidade e a cor de seus olhos, nunca vi nada igual.

Como se estivéssemos em algum tipo de transe hipnótico, nem percebemos onde havíamos chegado.

 Fuli notou que estávamos de mãos dadas - Coisa que, eu nem havia percebido - ela me permitiu fazer este gesto.

Nós   começamos a caminhar por mais alguns minutos e  depois de achar um lugar mais calmo, nos  sentamos no chão.

-  Amei este lugar  - Fuli comentou distraidamente, olhando uma das borboletas que havia pousado em sua mão.

-   É realmente, muito  lindo - Dei um sorriso bobo a ela,  que  me empurrou amigavelmente.

Narrador

" Nas últimas semanas este campo se tornou um refúgio para nós. Muitos dizem que ele nunca existiu, que foi só  nossa imaginação pregando peças, outros   já dizem que, é naquele campo, que  o destino une almas que estão  destinadas  a ficarem juntas para sempre. Eu particularmente, gosto mais desta última versão. Ah, sabe o professor Adam, da minha  aula de  arqueologia? Então, as pessoas nos falaram, assim que perguntamos o porque dele haver desaparecido, que nunca existiu um professor  chamado  Adam naquela  faculdade, mas afirmam que nós apresentamos o trabalho e só formamos duplas, porque os outros dois membros escolhidos, haviam saído da   faculdade.

  Realmente, não sei como e nem o por que, de nunca repararmos nisso.

Mas se não fosse por estes acontecimentos, eu nunca teria me casado,  e nem  teria conhecido, o Amor da minha vida.

Atenciosamente: Kion King. "