Sina Deinert
Acordei bem cedo mesmo, agora são exatamente seis da manhã, eu não dormi nem cinco horas, mas simplesmente meu sono foi embora e estou sentindo um pressentimento ruim, não sei ao certo. Estou tão angustiada.
Me levantei devagarinho, não quero acordar Noah ainda, tomei um banho, vesti uma calça moletom cinza e um top branco, desci até a cozinha. Preciso comer alguma coisa, estou morta de fome.
Meu tratamento está indo tão bem, não fico culpada quando como, não exagero tanto nas besteiras, mas como muito bem. E aprendo cada dia mais me amar do meu jeitinho.
- Sina! - disse a minha mãe entrando pela barraca.
- Mãe! - corri e dei nela um abraço forte - que surpresa te ver aqui, ainda mais esta hora da manhã.
- Estava com muita saudade e vim te ver.
- Bom dia Sininho! - disse Josh chegando na cozinha.
- Bom dia Josh, acho que não foi só eu que acordei tão cedo - falei.
- Pois é, Any e Joalin ficaram muito bêbadas ontem e a minha morena está roncando igual uma porca agora, assim na dá pra dormir - ri descontroladamente, Josh mandou o dedo do meio e um olhar ameaçador para mim, me fazendo cair na gargalhada ainda mais - bom dia para você também Alex. Não tinha te visto.
- Bom dia Josh.
- E porque você acordou cedo assim Sina? - me perguntou o canadense.
- Não sei ao certo, mas estou com uma angústia no peito. É como uma sensação ruim, eu sei lá.
- Vai ficar tudo bem - disse o loiro me dando um abraço de lado e retribui abrindo também um belo sorriso.
- Obrigada loirinho.
- Já tomou café? - perguntou Josh.
- Ainda não - falei.
- Claro que não você não sabe fazer nada - dei um soco em Josh e minha mãe riu - aí.
- Você e o Noah só ficam debochando de mim, mas eu não cozinho tão mal assim como vocês falam. Lembra de quando você brigou com a Moany e eu fiz um café da manhã super caprichado para vocês?
- Realmente. Já tomou café Alex? - minha mãe negou com a cabeça.
- Quero comer panqueca - falei decidida.
- O que seria de você sem o seu irmãozinho né Sina - disse Josh e a expressão da minha mãe mudou rapidamente e ela deixou uma lágrima escapar. O que está acontecendo?
- Mãe o que houve?
- Eu só não aguento mais guardar tudo isso de todos e principalmente de vocês.
- O que você está falando mãe? - perguntei confusa.
- Eu vou embora - disse se levantando - é melhor para todos. Vou preparar o meu psicológico e até hoje de noite eu conto toda a verdade para vocês.
- O que? - eu e Josh dissemos em sintonia.
- Prometo que contarei a verdade - e ela saiu correndo, indo embora.
- O que acabou de acontecer aqui? - perguntou Josh.
- Sinceramente não faço ideia, eu vou pro meu quarto preciso pensar um pouco - falei me levantando também.
- Mas você ainda nem comeu.
- Sinceramente não tenho cabeça agora para isso e perdi a fome.
Deitei na cama e Noah ainda dormia, comecei a fazer carinho em seu cabelo lindo e macio, tentando me acalmar um pouco.
Porque minha mãe agiu assim do nada? Eu não entendo, porque ela fica tão esquisita perto de Josh? Isso é bizarro.
Acabei cochilando com os meus pensamentos e tive um sonho tão maluco, não batia nada com nada, não fazia sentido.
Sonho:
- Você não pode levar o filho Ron! - gritou uma mulher loira, que era extremamente parecida com a minha mãe quando mais jovem, a tipo uns quinze anos atrás.
- Eu tenho o direito, ele também é meu filho. Você fica com um e eu com outro - respondeu o homem, ele tinha uma cara de mal.
- Você nem queria ter filhos - gritou a loira.
O homem, acho que se chamava Ron saiu pela porta, com o pequeno bebê loirinho, dos olhos azuis que berrava de tanto chorar, deixando a mãe com sua filhinha no colo que também chorava.
- NÃO! EU QUERO MEU FILHOOO! - exclamou a mulher, com a pequena bebê dos olhos azuis no colo, chorando desesperadamente.
...
Acordei tão desesperada e estava transpirando bastante também, vi Noah saindo do banheiro somente de toalha, que quando me viu apavorada correu para cama e me deu um forte abraço.
- O que houve Sina?
- Eu tive um sonho, meio bizarro, não fazia muito sentido e eu estou meio assustada.
- O que aconteceu necessariamente?
- Haviam dois bebês, e um deles foi tirado da mãe, sendo levado por um homem muito esquisito, além do mais estranho a mulher era a cara da minha mãe a uns quinze anos atrás.
- Calma meu amor - disse Noah me abraçando mais forte - vai ficar tudo bem, foi somente um sonho.
- Obrigada gatinho - falei me afastando do moreno americano e depositando um beijo nos seus lábios.
Suas mãos estavam na minha cintura e eu segurava a sua bochecha, me afastei de Noah sorrindo e sussurrei:
- A gente pode transar mais tarde? Não estou muito no clima - ele riu e me deu um beijo na bochecha.
- Mas é claro, a hora que você quiser. Só não quero te pressionar, porque... Eu te amo - Noah sussurrou a última frase e o meu coração quase saiu pela boca.
- Você o que? - perguntei desacreditada.
- Eu te amo! - o abracei forte, muito forte e depois selei os nossos lábios, era um beijo tão intenso e apaixononado, tinha uma grande necessidade.
- Eu também te amo Noah - falei saindo do beijo e ele sorriu.
- Acho melhor eu descer um pouquinho, se não nem consigo me controlar - disse o moreno levantando da cama.
- Ok - e ele saiu do quarto me deixando sozinha com os meus pensamentos novamente.
O sonho e a imagem da minha mãe não saiam da minha cabeça. Até que comecei a juntar as peças.
Josh faz aniversário dia vinte e quatro de Agosto, que por coincidência é o mesmo dia do meu aniversário. Somos extremamente parecidos fisicamente, sem contar mentalmente, somente com um olhar nos entendemos, quase sempre concordamos e nos damos tão bem.
Minha mãe sempre fica muito esquisita quando está perto de Josh, e o dia em que se conheceram ela mudou totalmente o seu estado de espírito. Sem falar quando ele disse irmãozinho perto da minha mãe, e ela deixou uma lágrima escorrer.
Meu pai sumiu e nem sei quem ele é, não tem nenhum rastro dele. Sem falar da mãe de Josh, ele já citou alguma vez que ela sumiu e ele não sabe nada sobre ela.
E esse sonho repentinamente? A angústia no peito?
Mas como?
Não, não, não, não, não.
Não pode ser.
Como fui tão burra e não juntei as peças, achando a verdade antes?
Comecei a chorar feito uma maluca e fui interrompida por Noah gritando:
- Sininho, sua mãe quer te ver aqui na sala de estar.
Fui rapidamente até lá.
- Como você pode me esconder por dezessete anos que o Josh é meu irmão? - perguntei extremamente irritada, limpando as lágrimas que escorriam.
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