História Apaixonante cinza - Alergia a pimenta?

Depois daquele ocorrido passou-se 1 ano, e o azulado finalmente entraria na faculdade tão cobiçada, e eu teria que despedir-me dele para encontra-lo só à 1 ano, sim, eu iria na mesma faculdade que ele, bom, eu esperava passar pelo menos, por favor...

Despedir-me do halfneko foi difícil, mas mesmo assim o acompanhei até a estação e o desejei boa viagem e sorte no seu curso de arquitetura e na casa nova em meio a lágrimas que persistiam em sair, droga de lágrimas, pois é pessoas, Gumball agora moraria sozinho em um apartamento... pelo menos  já  que iria prestar arquitetura  sua casa  ficaria  toda  arrumada  e  bem organizada...espero. Penny também se despediu do azulado junto a mim, pois tinha prestado para outro lugar, a sim, eles não haviam descoberto aquele “acidente” que aconteceu em um dos dias das aleatórias maratonas de filmes, ufa.

Meus dias daquela doce primavera estavam sendo tão entediantes e monótonos, vivia preso em casa na frente de uma tela de computador, em meio aos inúmeros livros, ou então  estudando nos cansativos dias de escola, não tinha vontade de falar com ninguém que não fosse o dono dos olhos de safira, embora ele nos visitasse as vezes, não era a mesma coisa, sentia falta de sua companhia na escola, de me comprar o lanche quando acabava esquecendo de levar o dinheiro, de suas brincadeiras, piadas tão sem graças que acabavam sendo engraçadas, de seus trocadilhos e sermões, de seus sorrisos singelos à risadas exageradas, de brincar com seus macios cabelos e com suas orelhas provocando-o sensações tímidas e ronronados extremamente baixos...e fofos, (acabando tendo que parar pois dizia que aquela área era sensível demais em meio a falhas na voz), desejar-lhe boas noites e bons dias, jogar vídeo game e acabar perdendo para o mais velho, de suas carinhas dirigidas a mim quando me via triste, de tudo, tudo, sentia tanta falta daquele gatinho. 

Quando me pegava em meio dos meus devaneios a noite, ou até mesmo durante o dia, relacionados a ele, corava instantaneamente e enfiava meu rosto em qualquer coisa que achasse pela casa, incluindo livros no colégio. Não queria admitir, mas estava apaixonado pelo dono do sorriso, encantadoramente, lindo, droga, por que justo por ele? Ele já tinha namorada, com A no final, não tinha a menor chance. Fiz o máximo para esquecer esse sentimento por ele, e uma das alternativas foi arranjar um namorado, meus pais aceitaram minha opção sexual, e me deram apoio, só que minha relação acabou rapidamente, fiquei 1 mês com a pessoa e depois lhe disse que não dava mais, e ainda não havia beijado ninguém, pois é, sempre que começava com um selinho eu o parava antes que virasse um beijo, por que? Porque não gostava verdadeiramente dele, e não...não é só um beijo, para mim isso era muito importante, tive apenas 1 namorado até finalmente chegar a época de prestar uma prova e conseguir a vaga na faculdade do azulado. Estava tão feliz e empolgado, finalmente voltaria a viver com ele de novo, íamos nos divertir tanto. Acabei conseguindo a maior nota no exame, hehe, e passei direto, prestando Engenharia.

Os três Wattersons ficaram orgulhosos de mim, estávamos todos na estação de aeronave, eu estava indo 3 meses antes do começo das aulas, os adultos me abraçavam fortemente em meio ao pranto, não queriam que eu partisse e ao mesmo tempo queriam que eu fosse o mais rápido possível...vai entender, só a Anais que não estava atônita, pelo contrário, se encontrava cômoda e serena, apenas me abraçava alegremente  desejando-me  boa viagem no aeroporto, meu voo à Londres ás 09:00h, Londres, que emoção, foi finalmente convocado, obrigando-me a me despedir uma última vez e partir para o embarque. Aquele azulado ia ver, já fazia vários meses que não nos visitava ou mantinha contato, pois não veio em suas férias, quando chegasse eu ia estrangula-lo. A sim, um detalhe importante, meu trauma envolvia apenas veículos terrestres, sim, é estranho, até pode ser, mas como o acidente foi causado por um carro...mesmo assim, não era como se eu amasse andar de avião, procurava evitar qualquer transporte possível.

O voo foi tranquilo e cômodo, embora eu estar quase morrendo pelo medo de altura, minhas bagagens estavam todas guardadas e me encontrava apenas com um livro em uma das mãos, essa calmaria durou pelo menos nas primeiras duas horas, e observação, era sete horas de voo. O que aconteceu? Haha, nem queiram imaginar minha situação. O serviço de bordo já estava sendo executado por algumas aeromoças do local que atendiam eficientemente a todos os embarcantes, quando finalmente uma chegou a meu assento e me serviu um dos petiscos acompanhado a um suco de uva, bebi lentamente a bebida devorando em seguida as bolachinhas...aquelas bolachas estavam apimentadas o que quase me matou, eu era alérgico a pimenta e já havia digerido todo o suco, por que diabos isso estava acontecendo? Pensei imediatamente em chamar umas das moças e solicitar uma água, mas todas já haviam saído, eu estava completamente desesperado, não conseguia mais falar droga nenhuma, apenas deitei no chão e comecei a me contorcer...porra, mas que vergonha, todos olhavam assustados e espantados em minha direção, alguns gritavam por ajuda e uns simplesmente gaguejavam e se perguntavam que droga era aquela, quando por fim resolveu aparecer um homem com uma jarra de 1 litro d’água despejando em cima de mim, molhando todo meu moletom de peixinho, hey cara, só porque meu casaco é de peixe não significa que não vou me afogar ok? Também quase morri por afogamento, agora estava deitado no chão do avião com a garganta queimando, lacrimejando, e ainda por cima todo molhado, é para acabar mesmo.

Chegou logo em seguida um dos médicos de urgência do serviço aeronáutico levando-me até uma das salinhas que o transporte continha, me deu um remédio contra o efeito alérgico da pimenta e me deixou na sala, saindo para pegar um pouco de água, fazendo com que de pouco a pouco o medicamento surgisse efeito. Depois de tudo solucionado eu finalmente voltei ao meu lugar, tendo olhares de todos os lados possíveis voltados a mim fazendo-me corar e querer pular daquele avião “adeus vida cruel”, o que não aconteceu.