P.O.V Katerina Graham
A chuva estava forte e enquanto eu andava pelas ruas movimentadas de Manhattan só conseguia pensar que aquilo teria, finalmente, um fim. Eu só precisava ser cuidadosa, pois ele tinha olhos em toda a cidade, ele me vigiava, queria sempre estar um passo a minha frente, mas não dessa vez. Dessa vez Katerina Alexandra Graham ditaria seu futuro, ele não me controlaria mais, ele não nos controlaria!
_ Boa tarde, minha encomenda já está pronta? –pergunto ao senhor a minha frente.
O local onde eu me encontrava era conhecido pela alta taxa de criminalidade, coisa que estranhamente me acalmou, depois de tantos anos andando entre a alta classe burguesa de Nova Iorque.
_ Sim, senhora. Tudo conforme a senhora pediu. Dois passaportes, duas identidades novas e uma arma. –responde, pegando o envelope destinado a mim.
_ Obrigada. –agradeço, pegando aquele envelope pardo que viria a ser meu bem mais precioso.
P.O.V Justin Bieber
O som do despertador ecoa pelo quarto e resmungo por ter meu sono interrompido.
_ Querida, desligue isso. –peço, virando-me para o lado.
_ Desliga você. –resmunga de volta, aconchegando-se as minhas costas.
Suspiro e levanto-me da cama, caminhando até meu despertador, desligando-o. Meus olhos voltam à cama onde Daniela dormia, seus cabelos cacheados estavam bagunçados, deixando-a com um ar juvenil e fazendo-me sorrir ao observá-la.
_ Por que está me olhando desse jeito? –pergunta.
_ Porque você é simplesmente a mulher mais linda que já vi. –respondo, voltando a deitar-me ao seu lado.
_ Você é um mentiroso, Bieber. –responde rindo, deitando a cabeça em meu peito.
_ Não para você. –rebato rindo.
Daniela aperta-me com força e logo depois se estica, depositando um beijo em meus lábios.
_ Eu te amo, Justin. –confessa, soprando um fio de seu cabelo de seus olhos em seguida.
Sorrio e beijo-a com vontade, tendo a certeza de que ela era minha e somente minha mulher. Estávamos casados há cinco anos e apaixonar-me por ela como se fosse a primeira vez era algo que eu simplesmente amava.
P.O.V Katerina Graham
_ Tem certeza de que a senhora quer tirar tudo que há em sua conta bancária? –pergunta o gerente do banco.
_ Sim, eu tenho. Eu e meu marido vamos nos mudar e precisamos de dinheiro nesse momento. –respondo sorrindo, tendo a certeza de que ele havia caído em minha mentira ao concordar com a cabeça.
_ Pois bem, aprovarei o seu pedido imediatamente, senhora Brown. –responde sorrindo.
A simples menção de meu nome de casada fez minhas pernas tremerem, mas eu não havia chegado até aqui para desistir, eu não tinha essa opção.
E dez minutos se passaram desde que o gerente aprovou meu pedido, minhas mãos suavam e tremiam levemente e se ele descobrisse?
_ Desculpe a demora, senhora. Aqui está. –diz, fazendo-me assustar.
_ Ah, o-obrigada. –respondo, culpando-me por minha voz ter falhado.
_ A senhora está bem? –questiona, olhando-me estranho.
_ Estou. Adeus. –respondo, tentando manter a calma ao deixar o banco.
P.O.V Justin Bieber
_ O que você acha, Justin? –escuto alguém me chamar.
_ Perfeito. –respondo, não tendo a mínima ideia do que se tratava.
Vejo pelo canto do olho Ryan olhar-me assustado e a reunião ser encerrada.
_ Onde você está com a cabeça? –aborda-me, enquanto caminho em direção a minha sala.
_ Hoje é nosso aniversário de casamento. –respondo, sorrindo em seguida.
_ Bom, meus parabéns, mas sabe que aquele projeto que você acabou de aprovar simplesmente vai arruinar a empresa? –pergunta, tirando seu paletó assim que entramos em nossa sala.
_ Ryan, meu amigo, eu sou o dono de uma das mais sucedidas empresas de advogados dos Estados Unidos. Confie na minha intuição. –respondo rindo.
_ Você nem sabia do que ele estava falando! –responde exasperado.
_ O que você acha de rosas? –pergunto, tentando mudar de assunto.
_ Rosas? –pergunta confuso.
_ Tem razão, muito comum. Que tal lírios? – questiono, enquanto chamava minha secretária pelo interfone.
_ Você não existe! –reclama, pegando seu paletó.
_ Eu e a Daniela esperamos você no jantar de amanhã. –grito, antes que ele saísse da sala batendo a porta.
P.O.V Katerina Graham
_ Querida? –escuto-o me chamar.
Trato de terminar de esconder minha maleta de dinheiro no fundo falso de nosso closet e logo saio correndo de lá.
_ Querida? –chama, dessa vez mais alto.
Tiro meu sobretudo molhado e jogo-o em um canto do quarto, arrumo meu cabelo e tento controlar minha respiração que estava alterada.
_ Sim, amor? –respondo, caminhando até a porta do quarto.
_ O que deu em você para não responder quando a chamo? –pergunta, segurando firme em meu braço.
_ Eu estava no closet, não o ouvi. –respondo, sentindo meus olhos marejarem.
Christopher olha-me de cima a baixo e relaxo visivelmente ao ver sua expressão suavizar-se.
_ Que isso nunca mais se repita. –avisa, aproximando-se mais.
Concordo com a cabeça e beijo-o, tentando distraí-lo. Sinto suas mãos escorregarem por minha cintura e deixarem um forte aperto em minha bunda.
_ O Jaden está com fome. Vá cuidar do seu filho. –responde, passando por mim.
Seu corpo esbarra no meu, fazendo-me perder o equilíbrio por alguns segundos.
_ Não me faça ter que repetir. –alerta, enquanto encaminhava-se para o banheiro.
Respiro fundo e desço as escadas em direção à sala, onde Jaden estava sentado no sofá, exatamente onde Chris o havia deixado.
_ Meu querido. –digo, chamando-lhe a atenção.
_ Mamãe! –diz, descendo do sofá e correndo para meus braços.
Pego-o no colo e abraço-o com força.
_ Não se preocupe meu amor, isso acaba hoje. –sussurro em seu ouvindo, enquanto embalava-o em meu colo.
(...)
Sua respiração ao meu lado era calma e seu braço ao meu redor protetor e tendo o maior cuidado para não acordá-lo eu desvencilhava-me dele.
Ando a passos lentos até o closet, onde logo retiro o fundo falso que havia lá e pego nossa mala, saindo do quarto em seguida, dirigindo até o quarto ao lado, onde meu filho dormia tranquilamente.
_ Jaden, meu amor. Acorda. –digo, abaixando-me ao seu lado.
_ Mamãe? –chama, abrindo os olhinhos em seguida.
_ Shh, meu querido. Não faça barulho, tudo bem? –peço, pegando-o no colo em seguida.
Coloco-o no chão e pego sua mochila que eu havia escondido debaixo de seu colchão, colocando em suas costas em seguida. Seguro em sua mão e saímos do quarto, tentando não fazer nenhum barulho.
_ Mamãe e o papai? –pergunta de repente.
_ O papai vem depois meu amor. –respondo.
Descemos a escada que daria no hall de entrada e caminhamos em direção à porta principal, quando sinto algo agarrar meus cabelos e puxar-me para trás.
_ Onde você pensa que vai, querida? –pergunta Chris ao meu ouvido.
_ Mamãe! –grita Jaden, começando a chorar em seguida.
_ Satisfeita, Katerina? Você o fez chorar. –diz com raiva.
_ Me solta, por favor. –peço em um sussurro.
Chris puxa-me com mais força e joga-me para trás, onde meu corpo encontra os degraus da escada, chocando-se contra eles brutalmente.
Sinto-me desnorteada por alguns minutos, enquanto o vejo andar até nosso filho e o pegar no colo, dando-me as costas em seguida, fazendo um sinal de alerta soar em minha cabeça e dotando do resto de forças que me restava, eu levantava-me.
_ Solta ele, Christopher. –digo, apontando para ele a arma que eu havia comprado.
Vejo-o virar em minha direção e o espanto passar por seu rosto.
_ Você não faria isso. Você não é uma assassina, Kat. –diz, voltando a caminhar em minha direção.
Naquele momento eu não raciocinava direito, meu instinto materno falava mais alto, dizendo eu que eu devia proteger meu menino, tirá-lo das mãos daquele monstro.
_ Solta. Ele. Agora! –peço, pausadamente.
Chris coloca Jaden no chão e o mesmo corre ao meu encontro.
_ E agora, Kat? –pergunta, sorrindo de lado.
Minhas mãos tremiam e lágrimas já se encontravam em meu rosto.
_ Não me chame assim. –digo, antes do som da arma sendo disparada ecoasse pela casa.
P.O.V Justin Bieber
_ Aqui está, senhor Bieber. Espero que esteja do seu agrado. –diz Emília, entregando-me um lindo buque de lírios.
_ Perfeito, Emília. –elogio, enquanto observava-o.
_ Divirta-se, senhor. –responde, sorrindo.
_ Uma boa noite, Emília. –respondo, deixando o escritório em seguida.
O caminho para casa pareceu transcorrer mais rápido do que das outras vezes e quando enfim meu carro estacionou na garagem eu não conseguia controlar minha ansiedade.
_ Querida? Cheguei. –anuncio assim que entro em casa.
Tudo estava arrumado meticulosamente, a mesa do jantar estava posta, mas nenhum sinal de Daniela.
_ Daniela? Esta em casa? –pergunto, enquanto encaminhava-me para a cozinha.
Mas nada no mundo me prepararia para o que eu encontraria lá. Minha mulher estava totalmente amarrada e amordaçada.
_ Meu amor! –falo, deixando o buque cair e correndo ao seu encontro.
Seus olhos arregalam-se ao me ver e sua cabeça balança freneticamente de um lado para o outro, em negação.
Tudo parecia ocorrer em câmera lenta, quanto mais eu me esforçava para alcança-la mais longe ela parecia estar e quando um cara vestindo preto e encapuzado prostrasse a minha frente, sinto uma forte dor se espalhar por minha cabeça.
(...)
Ao meu redor tudo parecia girar, minha cabeça doía muito e algo quente escorria em meu rosto.
_ Acorda! –escuto alguém dizer e logo depois meu estômago ser chutado.
Cuspo sangue e olho de onde o chuto havia vindo. Um cara encapuzado abaixa-se ao meu lado, em sua mão havia uma arma e ele falava gesticulando para Daniela.
_ Você precisa estar acordado para ver isso. –diz e sua risada preenche o ambiente.
Olho para minha mulher a minha frente, seu rosto estava muito machucado e seu corpo sem roupas, mas eu sabia que ela ainda estava viva, pois seus grandes olhos castanhos não desgrudavam dos meus.
_ Eu te amo, Daniela. –sussurro, antes que o som de um tiro ressoasse em meus ouvidos.
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