1. Spirit Fanfics >
  2. Apenas diga que não vai embora >
  3. 02 - Dançar e ver estrelas.

História Apenas diga que não vai embora - 02 - Dançar e ver estrelas.


Escrita por: eternecer

Notas do Autor


Como prometido...
Vou atualizar aos poucos todas as minhas fics essa semana🖤

Essa é a Juno, dêem muito amor a ela.

Música do capítulo: infinity – One Direction

Capítulo 2 - 02 - Dançar e ver estrelas.


Fanfic / Fanfiction Apenas diga que não vai embora - 02 - Dançar e ver estrelas.

🐰⭐

Ele ficou fitando a garota ruiva...

Sim, ela era ruiva.

 Ela não tinha o cabelo vermelho tingido de Hoseok, ela possuía lindas madeixas vermelhas-alaranjadas com cachos encaracolados e rebeldes, que insistiam em ficar bagunçados. Jungkook também reparou na pele alva como a neve, e como a garota possuía sardas por toda a extensão de seu rosto.

  Diferente, pensou ele. 

Aquilo não era muito atraente para muitos, mas para o asiático sentado à sua frente... As sardas dela eram a coisa mais lindinha e adorável do mundo.

Ela era incomum.

Não queria reparar nos detalhes dela, mas ainda assim o fazia como se aquilo fosse necessário. Porque, por um breve momento, Jungkook se perdeu na incrível peculiaridade da gatota bonita. 

Ele se atentou em como os olhos dela eram grandes – diferente do olho comum asiático, que era mais puxado e menor no formato –, e com uma coloração intensa: verdes como esmeraldas brilhantes.

Mas sua mente voltou para aquelas palavras, aquela pergunta. Ele ficou se perguntando o porquê dela ter o perguntado. Por que ele?

Abriu a boca uma, duas vezes, mas nada saia. Não sabia por onde começar, estava confuso e, a confusão de um, se tornou um sorriso nos lábios da outra, esta que observava o rapaz bonito.

Por fim, soltou uma gargalhada que preencheu o ambiente barulhento. Estava bêbada, mas ainda conseguia ver com nitidez e, aos seus olhos, ele era o rapaz mais bonito que teve o prazer de por o olhar.

— Aish, você é tão fofo. — comenta a garota, fazendo as bochechas de Jungkook se tornaram rubras pela vergonha proporcionada pela nomenclatura dada a ele. — Não precisa me responder se ainda não souber a resposta, mas eu vou cobrar. — bebeu um gole de sua bebida. — Sou Juno, prazer. — estende a destra para cumprimentá-lo.

— Jungkook... — responde o aperto de mão da garota.

— Você não tem cara de quem pode estar bebendo essas coisas, você é de menor?

Juno quando alterada pelo álcool tinha a tendência de ficar mais curiosa que o normal, e, isso, às vezes, colocava-a em pequenas enrascadas, mas não poderia fazer muito, agia por impulso na maioria das ocasiões. Só que olhando para o rapaz bonito, enxergando os pequenos traços dele, não estava movida à bebida alguma, estava se levando pelo coração que queria de alguma forma se aproximar do rapaz.

— E você não tem cara de frequentar esses lugares. — rebateu o mais alto, ele estava levemente irritado. Oras, o que uma desconhecida saberia sobre si?

Ela sorriu e o respondeu:

— Você é ainda mais fofo bravo.

— Você é louca! — exclamou Jungkook.

Juno estava encantada pelo rapaz bonito, não poderia negar. Ele era tão diferente de muitos asiáticos que já conhecera. Muitos se afastavam dela por ser diferente demais e por possuir traços que para outros não realçavam sua beleza. Era tachada como estranha por que não a conheciam, era julgada por ser peculiar e, muitas vezes, aquilo a entristecia.

Mas talvez ela não soubesse que o peculiar, sob o ângulo certo, e não por distorções que a sociedade costumava impor, era singular. 

Ela queria fazer parte daquela sociedade, queria ser reconhecida como pessoa e não como a “aberração” que alguns diziam que ela era.

E avançar de “aberração” para apenas “louca” a fez se sentir um pouco melhor.

— Obrigado...

Um silêncio se estabeleceu entre os dois, e Jungkook mais do que nunca estava confuso pelas últimas palavras da garota que até agora era desconhecida para si, mas ao mesmo tempo, sentia-se aliviado de ver que ela não estava mais chorando, muito pelo contrário, agora cantarolava a música que tocava no momento.

I know it would fell like Infinity... Infinity,  infinity, yeaaaah!

O jovem arregalou os olhos quando subitamente ela tomou de si seu copo de cerveja e soju, ingerindo-o de uma vez e depois cantarolou mais alto.

— EI! — protestou ele. — Você-

— Fofinho, ‘vamo dançar! — ditou ela levantando-se rapidamente pela bebida estar agindo em seu organismo novamente, trazendo adrenalina as suas veias.

— Eu não vou dançar com você!

— Por favor... — fez beicinho, igual a um cachorro sem dono prestes a chorar.

Ele sorriu, pois acho que ela ficava uma graça com aquele biquinho. Se perguntava se aceitava ao não o convite. Sorte que ele lembrou-se do que Hoseok o falara: “Você vai se sentir melhor, você vai ver".

Permitiu-se se distrair, então, porque não queria mais lembrar o motivo pelo qual resolveu beber para afogar as mágoas, queria verdadeiramente jogar tudo para o ar e gritar o belo ‘foda-se’ para seus problemas e, por um momento, Jungkook lembrou-se da pergunta feita por Juno, só que agora ele já possuía a resposta.

As dificuldades não eram mais fortes do que o sonho que ardia dentro de si.

— Porque somos teimosos demais para permanecemos caídos, não somos fortes, somos teimosos — a encara. — E essa teimosia faz com que querermos conquistar o impossível, e sabe, — Sorri. — faz com que  nós cometermos erros e, consequentemente, chegarmos a cair, mas esses erros não chegam perto da nossa vontade de alcançar o que sonhamos porque somos movidos a sonhos. Eu sou movido a isso. 

As palavras do rapaz bonito fez o coração de Juno se encher de uma alegria desconhecida por si, nunca tivera o prazer de conhecer alguém como o estranho a sua frente, e, quando menos percebeu, estava entrelaçando sua mão na dele e o guiando para a pista de dança, com um sorriso no rosto à medida que Infinity do One Direction continuava tocando. 

O pequeno bar era peculiar aos olhos da região urbana: pouco iluminando e sem muitos enfeites, também tinha o cheiro de Lula frita, que era a especialidade da casa, popular entre muitos coreanos que tinham um dia difícil; eles amontoavam-se todos nos balcões e outros preferiam as mesas. Encostando à parede oposta, o palco destacava-se mais alto a pista de dança um pouco torta, que quase nunca ficava vazia.

Foi para o centro dessa pequena e torta pista que Juno guiou Jungkook. Um dos que estavam ali selecionou outra música no jukebox antigo (que também se destacava no local) e ela começou a ecoar alto.

Várias pessoas amontoaram-se para dançar, mas naquele momento parecia que apenas aqueles dois estavam ali, nem os mesmos sabiam muito bem descrever a sensação de ter seus próprios corpos balançando-se frenéticos e alegres, e uma vez ou outra, chocando-se no outro.

Ambos ainda eram estranhos um para o outro, mas seus corpos pareciam atraídos um pelo outro. Como se estivessem em uma sintonia, um lindo dueto. Talvez fosse a sintonia de dois corações machucados que acharam conforto um no outro, porque eles eram exatamente iguais sendo tão diferentes.

Jungkook ainda a achava louca e ela estava ainda mais encantada pelo rapaz bonito, porém os dois estavam felizes de terem sidos apresentados de um jeito nada convencional e, pensando bem agora, não teriam escolhido diferente. Um salvou a noite do outro. Foi como o destino. 

A música parecia ficar mais agitada conforme as estrofes seguiam-se, Jungkook ainda estava sóbrio e poderia continuar a dançar pelo resto da noite, mas Juno, esta que havia começado a bebedeira cedo demais, estava com o estômago completamente embrulhado, tombou para o lado, sendo aparada por Jungkook.

— Você está bem? — pergunta o rapaz bonito.

— Acho que vou vomitar... — Confessa ela sentindo seu estômago se revirar, causando uma pequena ânsia.

— Acho que não pegaria bem se você vomitasse aqui, iria deixar várias pessoas furiosas. — observou ele. — Vem aqui, vou te ajudar.

Segurando na cintura da garota para mantê-la em equilíbrio, Jungkook a tirou de dentro do barzinho e assim que a brisa fria da noite foi sentida por um, a outra estava colocando todo o álcool e petisco que ingeriu para fora.

Os cabelos encaracolados e rebeldes dela foram segurados pelo o rapaz enquanto vomitava.

Após vomitar até não possuir nada em seu estômago, Juno sentou-se na calçada, pálida e fraca, começando a se praguejar por ter passado dos limites e bebido mais do que seu próprio corpo aguentava. Mal notou quando o rapaz bonito sentou-se ao seu lado.

— Não deveria ter bebido tanto para afastar as mágoas, você poderia ter tido algo mais sério.

— O plano era outro — Segreda ela,  olhando-o de lado. — Eu planejava chorar e tomar sorvete de chocolate, então desci para comprar o sorvete, eu iria comer até passar o resto da madrugada no banheiro — sorriu imaginado a cena e arrancou uma risadinha de Jungkook que murmurou um “credo!”. — Só que aí vi o barzinho e pensei: "hm, por que não." — suspirou, lembrando-se de algo importante que ouviu. — Como sabia que eu estava aqui para afogar as mágoas?

— Ah, eu não sabia. — responde, sorrindo ladino. — Apenas deduzi porque eu fiz a mesma coisa.

— Oh, desculpe.

— Pelo o quê? Você sem querer salvou a minha noite e me impediu de encher a cara, então não precisa pedir desculpas. — Sorriu para ela.

Ouwnt – Fez um barulhinho com a boca, achando fofo o sorriso de coelho dele. — Assim não dá! Como tão fofo?

— Eu não sou fofo! Sou o international playboy!  — cruzou os braços, emburrado, deixando-se levar pela brincadeira da ruiva. Céus, ela não iria parar? Mas, ele queria que ela parasse? 

Juno sorriu após escutar a última frase, sorriu tanto que acabou caindo e ficando deitada na calçada do bar.

— Ah, meu Deus! — exclamou ainda sorrindo. — Assim não dá! Vou te guardar num potinho!

— Eu desisto!

— Então tá, seu cara mal, — se rendeu. — mas é um cara mal fofinho. – diz ela para ele, olhando para o céu, rindo.

— Aigoo.

— Deita aqui – pediu ela e ele estranhou. — Anda, deita aqui do lado. — pediu novamente dando tapinhas no asfalto.

— Você ainda ‘tá bêbada?

— Talvez — torceu o nariz. — Agora, deita aqui.

 — Mas estamos no meio de uma calçada... com pessoas passando.

— Mas também estamos de frente para um bar, as pessoas não vão ligar muito

— Você é louca ou o quê?

— Eu sou sensata.

— Não acho que isso seja sensatez —ponderou.

— Eu sou uma louca então. — riu.

Algumas coisas simplismente não acontecem por acaso e algumas pessoas não chegam do nada em nossas vidas, é como um grande paradigma; algumas coisas vem para o bem outras para o mal, mas todas te ensinam lições.

A chegada ou a partida de alguém te dá propósitos, reflexões ou simplismente te machucam, mas todos esses alguém’s contribuem para o seu desenvolvimento.

É como um ciclo sem fim.

Por isso, naquela noite, na calçada de um barzinho, Jungkook escolheu ficar ao lado da garota com quem passara poucas horas, porém essas horas foram as mais bem vividas de sua vida.

Ensinaram um ao outro, de maneira subliminar, a continuar lutando e perseguindo seus sonhos. Eles eram movidos por isso no fim das contas. 

Ele deito-se ao lado dela e admirou o céu, este, que por causa da grande iluminação da cidade grande não se dava para ver muitas estrelas, mas elas estava lá, iluminado a noite.

— Você conhece as estrelas, Jungkook? — Juno pergunta após o rapaz bonito ter se acomodado-se.

— Não, e você?

 — Passo bem longe — ela diz exageradamente, fazendo-o rir. — Mas isso não quer dizer que eu não tenha minha própria teoria sobre as estrelas.

— Qual, então? — perguntou realmente interessado.

E ela sorriu, mais uma vez naquela noite, porque verdadeiramente alguém se importou com a sua companhia e não a julgou. 

Pigarreou, antes de começar sua teoria, a qual acreditava cegamente. 

— Cada pontinho ali no céu é um ser vivo, representado uma pessoa no mundo. — apontou para o alto e Jungkook a acompanhou. — Tem estrelinha que vive nas constelações porque elas fazem parte de algo, fazem parte de algo bem maior que elas mesmas, como as pessoas que fazem parte de um círculo social e fazem a diferença na sociedade, são os prodígios, as estrelas mais brilhantes.  Só que no céu, também existem as estrelinhas que são sozinhas que não pertencem a nenhuma constelação – a voz dela estava começando a ficar embargada e Jungkook percebeu. — Acho que às vezes essas estrelas ficam tristes e algumas até desistem de viver e acabam caindo, por isso, as chamamos de estrelas cadentes e elas não são fracas, apenas não há mais motivos para continuar no céu, porque estão tristes demais; mas as que permanecem estão destinadas a algo até maior do que as que estão dentro das constelações — fungou, mas não chorou. — Elas estão destinadas a brilhar sozinhas e fazer a diferença no grande céu, do jeito diferente delas... — Sorriu triste. –...Fim.

— Nossa! — balbuciou ele. — Acho que gosto bem mais sobre essa teoria. — vira-se para o lado na tentativa de ficar frente à ela, porém Juno ainda estava aérea olhando para o céu. — Acho que gosto mais das estrelas solitárias... — Confessou, mas teve uma ideia no meio do caminho: — Ou..., podemos formar uma constelação só nossa, o que acha?

As orbes castanhas dele encontram as verdes dela quando virou ela também virou para a sua direção, surpresa,  e deu de cara com o rapaz bonito que salvara sua noite, reparou, então, na pintinha que ele possuía abaixo do lábio inferior e em como seus lábios eram rosados e convidativos. Por que estava pensando aquilo? 

Para as pessoas que passam pela rua, aquela cena era um tanto inapropriada, contudo eles não ligavam. Eram duas estrelas solitárias cansadas de vagarem por aí, eram estrelas pequeninas que almejavam fazer parte de algo maior que eles.

Eles iriam fazer sua própria constelação, um no coração do outro.

Só não faziam ideia disso...

...Ainda.

— Acho que gostei dessa ideia. — respondeu a ruiva. 

— Você não está mais sozinha Juno. Somos uma constelação, agora. Você e eu.

 E, nas entrelinhas, eles tatuaram uma promessa em si mesmos, iriam ser a constelação um do outro. Para sempre. 


Notas Finais


E aí, continuo?

Nos vemos por aí🖤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...