História Apenas Diversão - Resposta.

Noite do jogo, haviam muitas pessoas e todas as arquibancadas estavam lotadas. As pessoas comemoravam e pareciam animadas, mas nada havia acontecido ainda. Erza veio comigo, eu havia me esquecido que minha amiga é uma torcedora fanática. Do tipo que tem a camisa do time, pinta o rosto e compra aqueles dedos de espuma escrito # fã número um.

Eu não sabia que tinha traje especifico, mas mesmo se soubesse teria vindo com calça jeans e regata. Mas ao invés disso estou usando um sobretudo preto, porque depois do jogo tenho que ir direto para o Dalia’s, então para não perder tempo já estou com o vestido que Juvia fez. Aquele dia ele estava tão curto por causa dos alfinetes, mas ele vai até os joelhos e isso me causou um alivio enorme. O vestido é branco, com um tipo de tecido brilhoso e não tem decote, mas as minhas pernas ficam a mostra e o corte do vestido é em V, é simplesmente lindo. Juvia tem duas mãozinhas incríveis.

— Eles tem que ganhar esse jogo. — Erza diz ansiosa, balançando sua perna. — Vão ser cinco vitorias seguidas, vou ganhar uma aposta. — me contou animada.

— Você aposta? — pergunto chocada.

— Só quando sei que vou ganhar. — a ruiva piscou o olho para mim e sorriu dando um gole em seu refringente.

Líderes de torcida começam a entrar no campo, dançando e animando a plateia com seus pompons. Segundos depois entram os jogadores, eles pareciam maiores usando todos aqueles equipamentos. Natsu ia correndo na frente, enquanto as pessoas gritavam ainda mais animadas. Seus olhos varrem a plateia como se procurassem por alguém e eu sorrio ao saber quem é essa pessoa que ele tanto procura, mas é impossível me achar no meio de tanta gente.

O jogo começou minutos depois, e tudo o que posso dizer é que foi... Muito intenso. Não achei que assistir uma partida seria tão emocionante assim, ver aqueles homens correndo e se derrubando foi de tirar o fôlego. O jogo foi dividido em quatro tempos de quinze minutos e estava empatado. Escutei Erza gritar de raiva quando o time adversário marcou pontos e comemorar, quase chorar e abraçar desconhecidos quando Natsu corria rapidamente em direção ao endzone.

— Meu Deus! Meus Deus! Meu Deus! — a ruiva ao meu lado começou a surtar e saltou da arquibancada parecendo ansiosa. — Vai ser um touchdown! Nós vamos ganhar!

Todo mundo na arquibancada que estava em total silencio, apreensivos, se levantaram e foram a loucura quando o rosado marcou os pontos que lhe fizeram ganhar o jogo.

— Toma essa seus babacas! — Erza grita alegremente aos adversários e eu me levanto abraçando-a, a energia de todo mundo me envolveu também, tanto que fiquei feliz por eles terem ganhado. — Ganhamos!

— Ganhamos! — gritei de volta, comemorando.

Os jogadores comemoraram levantando o Natsu. Ri com isso e em seguida senti o meu celular vibrar no meu bolso, uma mensagem do professor dizendo para chegar trinta minutos com antecedência. Eu tinha que ir se quisesse chegar à tempo, que droga.

Mordo meu lábio inferior com força, queria ir até ele assim como algumas pessoas fizeram, provavelmente indo parabeniza-lo, mas tive que deixar isso para outra hora. Suspirei pesadamente e me virei para a minha amiga.

— Tenho que ir agora. — avisei.

— Desculpa por não poder ir. — ela pede, pela quarta vez. — Mas eu tenho que ir no aniversário da mãe do Jellal... — contou cabisbaixa.

— Erza, relaxa. — digo tranquilamente, eu entendia a situação e não ficaria magoada ou ressentida por isso. — Te vejo segunda-feira.

— Te amo! — ela me abraça fortemente. — E parabéns, esfrega na cara da Jenny que além de gostosa, você é incrível!

— Pode deixar. — retribuo o abraço rindo.

Saio daquele campo e vou para o estacionamento, Juvia me emprestou o seu carro. Então dirijo e rapidamente chego ao Dalia’s. O professor e mais algumas pessoas, provavelmente funcionários, estavam presentes.

Um empregado se aproxima, retirando meu sobretudo e o guardando para mim. Tenho que manter a postura, mas confesso que não me preparei muito bem pra isso. Mas sei que educação e gentileza são armas poderosas em qualquer tipo de situação.

— Lucy. — ouço a voz de Jenny, antes de me virar para ela suspiro revirando meus olhos. — Parabéns. — ela diz com sinceridade, tanto que me surpreendo. A mesma me abraça e eu retribuo sorrindo, mas desconfio de algo. — De verdade, parabéns. Estou feliz por você.

—Poxa... Obrigada. — digo, novamente surpresa. O que aconteceu? Por que diabos a Jenny está sendo tão gentil comigo? Não quero parecer rancorosa mas não engulo isso.

O professor me apresenta a várias pessoas, sou elogiada por minha obra por todos. Estou sorrindo tanto que meus lábios estão começando a doer, mas não tiro ele do meu rosto por um minuto sequer. Porque estou feliz pelo reconhecimento, pelo meu trabalho e esforço.

Tomo algumas taças de champanhe, converso com críticos que me deixaram nervosa, mas me mantive firme até o fim. Quando finalmente consegui um tempo somente para mim — quase no fim. —, parei em frente à minha pintura e sorri orgulhosa com as cores, texturas e formas. O clique de uma câmera me fez franzir o cenho e virar para trás, Levy, Juvia e Erza vieram. E atrás delas, jogadores do time de futebol americano também. Incrivelmente todos usando roupas formais.

Um enorme sorriso surge em meus lábios e eu abraço minhas amigas.

— Vocês vieram!

— Não perderíamos isso por nada. — Erza admite sorridente. — Alias, supressa! Consegui vim. — contou me fazendo rir.

— Obrigada. — agradeço, realmente feliz. É importante ter pessoas como elas, em momentos como esses que impactam nossas vidas.

— Parabéns, Lucy. — até mesmo Jellal estava ali e eu sorri agradecida.

— Eu disse que era um admirador de arte. — Gray comenta sorridente e me abraça fortemente, depois resmunga de dor. — Desculpa, levei uma pancada, me derrubaram com tudo no jogo. — contou colocando a mão no peito.

— Eu sei, eu vi. — digo rindo e ele arqueia a sobrancelha surpreso.

— Você foi no jogo? — o moreno perguntou espantado e antes que eu pudesse responde-lo, Natsu surge ao seu lado, com um sorriso de canto e bem trajado. Não chegava a ser um terno, mas era elegante e combinava bastante com ele.

— É, ela estava na arquibancada usando sobretudo. — contou e eu sorri arqueando minha sobrancelha, como ele me viu no meio daquela multidão de pessoas? — Agora sobre a aposta. — ele pigarreio murmurando. — Quem ganhou? — questionou sorridente, esperançoso eu diria.

— Você. — admito, suspirando. — Eu gostei do que vi. — completo com sinceridade.

— Também gosto do que vejo. — admitiu, colocando as mãos nos bolsos da sua calça e encarando o meu quadro antes de me encarar de volta. Não sei exatamente quem ele está elogiando, mas sorrio agradecida mesmo assim.  — Então isso significa que... — ele diz lentamente, esperando que eu completasse a frase mas eu acerto seu peitoral com um soco leve, fazendo resmungar de dor.

— Ah, foi mal. Esqueci que derrubaram você também. — murmuro rapidamente e ele dá uma risada que significou que estava tudo bem. O coitado foi lançado ao chão tantas vezes, mas a que mais doeu na minha opinião foi quando dois caras enormes juntaram nele e o derrubaram com tudo.

— Sorria! — Erza pede apontando a câmera para mim. — Sua mãe que pediu. — acrescentou. Já disse que a minha mãe e Erza são tão amigas que conversam por mensagem? Enfim.

Ela tira uma foto minha sozinha e depois todo mundo se junta, de uma forma que todos apareceram e o quadro também. Erza murmura para mim quando parou ao meu lado:

— Por que diabos tem tantos jogadores aqui?

— Longa história, explico depois. — murmurei de volta, sorrindo.

Após tirarem a foto, eles continuaram todos comigo até o fim. E quando saímos da galeria, Gray anunciou:

— Festa na minha casa, todos convidados!

— Que droga, não posso ir. — a ruiva ao meu lado resmungou. — Mas vejo você segunda-feira, vou esperar ansiosa para a sua história. — disse piscando seu olho para mim.

Erza e Jellal foram embora e eu me aproximei de Levy e Juvia.

— Por favor não me abandonem, quero dar apoio ao meu namorado mas não consigo ficar calma com tanto homem ao meu redor. — Levy implora segurando em nossas mãos, seu olhar era desesperador.

— Namorado? — Juvia e eu perguntamos juntas.

— Oh. — Levy levanta sua mão, ela estava com uma linda aliança em seu dedo. — Meio que esqueci de contar.

— Lembra aquela vez que você disse que atletas não namoram? — Juvia me questiona ironicamente, ainda bem que ela não conhece Mira e Laxus.

— Esquece isso. — peço simplesmente, rindo. — Nós vamos, Levy. — respondo firmemente, para o agrado da nossa pequena amiga que comemorou aliviada.

— Obrigada. — a mesma agradeceu.

— Vocês querem carona? — Natsu perguntou, chamando a atenção de nós três.

— Vou com o Gajeel, obrigada. — Levy é a primeira a recusar-se. Então encaro Juvia mordendo meu lábio inferior, tudo ia depender da resposta dela. Até que me lembro que vim com o seu carro.

— Vamos no carro da Juvia. — respondo o encarando de volta e ele acena com a cabeça, piscando seu olho para mim. Antes de se virar me olhou de cima a baixo e sorriu de canto lambeando os lábios, o que me fez estremecer e prender a respiração por um breve momento.

— Tem alguma coisa rolando entre vocês dois? — a azulada perguntou surpresa, arregalando seus olhos para mim quando o rosado se afastou.

— Não, claro que não. — respondo imediatamente, mentindo. — Odeio atletas, sabe disso.

— Então o que foi aquele olhar? — ela perguntou cruzando seus braços, cerrando seus olhos azulados para mim.

— Ele é um mulherengo. — a lembro disso e ela parece entender o que eu quis dizer.

— E por que o time estava todo aqui? — continuou perguntando, curiosa. Eu tinha que inventar uma boa desculpa, mas não tinha nenhuma. Então decidi dar uma meia verdade.

— Fiz uma aposta com o Dragneel e perdi. — conto suspirando. — Pensei naquele negócio de apenas diversão, mas não rolou. É confuso e longa a história...

— Hm, entendi. — ela não me pergunta mais nada a respeito e eu me aliviei. Pois eu não disse nada com nada, só resumi tudo. Mas aparentemente ela engoliu isso ou só fingiu.

Mas sobre essa "diversão", na verdade eu tenho a minha resposta sobre isso agora. E acho que não vai ter problema se eu me divertir com ele. Somente com ele.