L U C Y
H E A R T F I L I A
Bônus 8/10.
Enquanto eu saboreio um delicioso vinho branco, estou recebendo três mil. Mil de cada um desses três patetas. Pois é, eu ganhei a aposta. O que significa que Gajeel vai ser pai e eu pude ter certeza que ganharia essa aposta quando fomos ao casamento deles. Levy tem muitas irmãs e de todas, nunca conheci nenhuma. E incrivelmente todas tem uns três filhos, o que fez Natsu sussurrar em meu ouvido aquela típica piada suja de que na verdade quem é um coelho é a Levy e não Juvia e Gray, e eu tive que concordar.
— Aliás, parabéns. — digo novamente ao meu amigo que se tornara pai em poucos meses, mesmo que ele não esteja nem um pouco contente após perder o seu dinheiro para mim. Mas em minha defesa, ele que começou com essa aposta e foi ele quem perdeu. — Pelos gêmeos. — eu acrescento.
Sim, Levy está gravida. Não de um, mas de dois. Uma menina e um menino, que foi revelado hoje. E isso fez a nossa aposta sobre o sexo do bebê ser anulado, eu tinha escolhido menina e Natsu menino, então admito, trapaceamos porque dividiríamos o dinheiro escolhendo cada um, um sexo diferente.
Mas isso gerou boas piadas e nesse momento, Natsu solta a mais sem graça de todas e a que mais me faz rir. Acho que morarmos juntos tem me afetado. Porque antes eu não costumava achar esse tipo de piada engraçada, mas agora, sempre dou risada.
— Ao invés de acertar uma vez, acertou duas. Parabéns, campeão. — Natsu disse e ambos rimos, enquanto Gajeel revira seus olhos deixando o restante da grana na mesa.
— Espero que tenham comprado o presente mais caro da lista. — foi tudo o que ele disse ao sair daquele quarto.
— Nós compramos o carrinho! — Natsu gritou em aviso.
— O que você vai fazer com essa grana? — Gray perguntou curioso, terminando de beber aquele vinho na sua taça.
— Bem... — murmuro, dando o dinheiro para o Natsu e Gray franze o cenho.
— Que porra é essa? — o moreno perguntou surpreso.
— Eu bati o carro do Natsu há um mês atrás e eu disse que pagaria a conta da oficina... — contei, mostrando um pequeno sorriso sem vergonha em meus lábios pintados de vermelho.
— Caramba. — Gray diz rindo. — Nem quando você ganha, você realmente ganha. — caçoou de mim, fazendo-me revirar os olhos rindo. — Você deve ter feito um enorme estrago pra essa conta ter dado três mil. — falou curioso.
— Ah, é que eu bati o carro do Natsu em outro carro. — contei simplesmente e Gray deixou o queixo cair. — São duas contas para pagar. — esclarecei, dessa vez sem graça por eu ter me tornado um perigo no transito.
— Sabe o que ela estava fazendo quando bateu o meu carro em outro? — Natsu perguntou, guardando todo aquele dinheiro no bolso e o moreno o encarou bastante curioso. — Conversando em uma vídeo chamada com a minha mãe.
— Eu não podia recusar uma ligação da sua mãe. — argumentei em voz baixa. — E ela estava me mostrando que o Zeref aprendeu à dizer o meu nome! — comentei e agora percebo que realmente foi por um motivo bem bobo. — Ele não erra mais... — tentei continuar na razão apesar de saber que não tinha nenhuma.
Pois Zeref sabe falar, apenas troca as letras algumas vezes e ao invés de Lucy, dizia Luce. Acho que era propositalmente, crianças tem essas manias. Eu acho.
— E foi assim que a lateral do meu carro foi toda arrebentada. — Natsu finaliza e eu o fuzilo com o olhar. — E você sabe que essa nem foi a pior parte, então para de me olhar assim ou vou te dar um sermão na frente do Gray que vai te zoar pro resto da sua vida. — avisou e pateticamente desviei o olhar. Ser zoada pelo o Gray não é muito agradável, porque nós dois pegamos pesado um com o outro, mas no final é tudo amigavelmente, mas dessa vez passo.
— Ah, agora eu quero saber! — o moreno diz irritado e repleto de curiosidade. Desde que Gray e Juvia começaram a namorar, minha amiga o tornou um grande fofoqueiro. Ele quer saber de tudo e conta tudo, coisa que ele já fazia antes de qualquer modo. — Qual foi a pior parte?
— Não vamos contar. — respondi simplesmente e joguei um olhar para o Natsu que concordou com a cabeça.
Gray se contentou com isso apesar de passar o resto da festa toda sussurrando no meu ouvido feito um diabo, me perguntando qual foi a pior parte toda vez que eu estava distraída, o que resultou em mim levando muitos sustos. Porque ele simplesmente sumia de vista e quando eu menos esperava estava atrás de mim, como um ninja!
Mas a pior parte, segundo Natsu, que pela primeira vez gritou comigo em muito tempo — e a última vez que ele tinha feito isso foi quando tivemos aquele mal entendido que poderia ter estragado tudo isso, toda nossa história juntos. — foi ter colocado a minha vida “em risco”, ele não se importou com o carro amassado e todo aranhado, se importou comigo.
Ele realmente ficou puto, ainda mais depois que contei o motivo bobo que me fez bater o carro. E mesmo que eu tenha dito que não foi nada demais, ele só voltou a falar comigo quando jurei que nunca mais iria fazer uma coisas dessas novamente. Não foi uma briga e apesar dele ter gritado, não fiquei nenhum pouco brava ou triste com isso, na verdade, percebi o quanto ele me amava e até achei um pouco fofo da sua parte. Realmente não tinha sido nada muito grave, ninguém se feriu além dos pobres carros.
— Nós vamos embora agora. — avisei à Levy, a abraçando fortemente. Não sei como não desconfiamos antes, a sua barriga de grávida estava muito grande apesar dela ser tão pequena. Era óbvio que ela pegou a promoção do pague um leve dois. Sim, essa ridícula piada sem graça foi do Natsu e eu ri dela até a minha barriga doer.
— Tomem cuidado na estrada. — ela pediu encarando nós dois.
— O único perigo é a Lucy e ela vai estar na banco de passageiro. — Natsu disse humorado, fazendo a baixinha rir, Levy sabia da história do “acidente”, todo mundo sabia. Menos Gray aparentemente, ele está perdendo seus poderes de fofoqueiro.
— Espera aí, não se esqueceu de se despedir de mais uma? — Erza me questiona e eu corro para abraçar ela e Rosemary que estava usando aquele vestindo lindo todo florido, presente da Juvia, é claro. — Olha só, Rose. Qual o nome dela?
— Luce. — aparentemente toda criança erra o meu nome por mais fácil que seja, Zeref me chamava assim também e levou um bom tempo até aprender de fato, mas eu acho fofo. Então me derreto quando ela diz isso.
— Essa é a coisa mais fofa que ouvi na minha vida. — admito, apertando sua bochechinha rosada.
— Agora, escuta essa. — Erza pede e então encara a sua cópia idêntica. Sério, ela me mostrou um álbum de fotos e por um momento pensei que fosse Rosemary, porém era a Erza quando bebê. — Quem eu sou, meu amor? — perguntou sorridente.
— Eza. — ela respondeu toda sorridente e eu dou risada.
— E quem eu sou? — Jellal pergunta, surgindo ao lado de Erza.
— Mamãe. — Natsu escuta o que ela responde e começa a rir junto comigo.
— Viu só? Ela chama o Jellal de mamãe e eu pelo nome, isso dói muito. — Erza diz com humor e melancolia. — E não sabemos o porquê. — comentou pensativa, realmente era um mistério. Adoraria saber um dia, mas creio que isso seja um dos milhares de mistérios que as crianças tem e nunca saberemos.
— Mas o nome do tio você sabe, não é princesa? — Natsu perguntou se gabando por isso, ainda mais quando Rose saiu facilmente do colo da sua mãe para ir ao colo dele sorrindo de orelha a orelha.
— Natsu. — ela diz pronunciando corretamente, ele conquistou o coração da pequena e atentada mine Erza que dificilmente gosta de alguém.
— Agora bate aqui. — meu namorado diz levantando sua mão e eles dão um high-five. Ok, talvez eu esteja com um pouco de ciúmes por ela claramente gostar mais do Natsu do que de mim.
Me despedi deles e da pequena garotinha que sou madrinha.
Infelizmente tivemos que ir embora cedo, mas por uma boa causa. É aniversário da Grandeeney, a mulher que fiz a pressão cair através de uma vídeo chamada quando bati o carro. Felizmente nós duas ficamos bem no final, somente eu sai com um prejuízo enorme.
E agora, que jantamos com a família dele e conversamos, comemorando aniversário de sua mãe, uma pergunta inesperada me faz engasgar com a comida.
— Quando vão se casar? — Grandeeney perguntou sorridente. — Quero netos. — acrescentou, fazendo a comida descer seca pela minha garganta. Tossi algumas vezes até beber aquele copo d’água e Natsu ainda teve que bater em minhas costas de leve.
Cana que estava sentada do meu outro lado estava segurando a risada, tanto que deixou o garfo cair de propósito para rir da minha cara.
— Desculpa. — murmurei após a comida descer melhor pela minha garganta.
— Assustou a Lucy. — Igneel disse num tom brincalhão, rindo da sua esposa.
— É uma pergunta normal. — Grandeeney se defende rapidamente. — Gosto da Lucy e quero que ela se case com o meu filho e que me dê netos. Como isso seria uma coisa ruim? — perguntou seriamente. E ela tinha uma certa razão, era bom que ela quisesse que nos casemos e tenhamos filhos, isso mostra que temos uma boa relação e que a família dele realmente gosta de mim. Mas ainda estou assustada... Quer dizer, se ele me pedisse em casamento agora mesmo eu aceitaria, mas se dissesse para termos filhos agora, a história seria totalmente diferente.
— Por que sempre que a gente vem aqui você tem que fazer essas perguntas? — Natsu pergunta num tom brincalhão, apesar de ser verdade. Sempre somos interrogados dessa maneira por ela. — Quando tiver que acontecer, vai acontecer. — respondeu simplesmente e essa resposta me aliviou, na verdade eu gostei bastante dela.
— Mamãe está ansiosa para organizar um casamento. — Wendey comenta, comendo uma colherada da sua sobressa, ela ficou a cara da Grandeeney. Alguém tinha que puxar ela.
— Quem sabe em breve não organize um? — pergunto simplesmente e então me dou conta do que falei quando a vejo me encarando toda esperançosa e ansiosa. Mas ao menos essa minha pergunta a fez parar de questionar sobre o assunto.
Mas confesso que não tive coragem de olhar para o Natsu no momento que lancei tal pergunta. Quer dizer, ele vive dizendo que gostaria de ser pai, que amaria na verdade de ter um monte de crianças correndo pela casa, mas antes disso, primeiro vem o casamento certo? Normalmente essa é a ordem, ás vezes não é. Porém não quero que ele pense que isso foi uma indireta e que se sinta pressionado a fazer algo.
Então quando aquela festa terminou e entramos naquele carro alugado para ir embora, eu disparei.
— Não foi uma indireta.
— Sei que não foi. — falou tranquilamente e eu o encarei para ter certeza dessa tranquilidade. — Vi a cara de assustada que fez depois que disse aquilo. — comentou, rindo. Mas eu conheço ele e sei que esse seu comentário o deixou triste.
Droga, eu sou uma péssima namorada.
— Quer dizer... Eu quero me casar com você. — eu começo a dizer. — Mas não quero que pense que aquilo foi uma indireta e que estou te pressionando à isso. — me explico rapidamente. — Tem que ser tudo no seu tempo. Não é? — perguntei, aliviada por ter conseguido me explicar sem fazer tempestade em copo d’água. — Quando tiver que acontecer, vai acontecer. — falei e ele sorriu ao ligar o carro.
— Vai me pedir em casamento? — perguntou brincalhão.
— Vou. — respondi rapidamente. — Então é melhor ficar esperto, porque quando menos esperar... Eu vou aparecer com flores e chocolate te pedindo em casamento. — avisei num sussurro brincalhão, beijando a sua bochecha.
— Com flores e chocolate? — perguntou surpreso, ainda brincando comigo.
— Pois é. Quem sabe até com uns morangos cobertos com chocolate também? — sugeri e ambos demos risada.
Certa vez rimos ao afirmarmos que ele nunca me daria tais coisas antes, mas ele vive trazendo chocolate e flores todos os dias. E no meu aniversário ano passado, ele encheu o nosso apartamento com girassóis, sem contar aquela vez que voltei da França pela primeira vez. Nunca pensei que chegaríamos até aqui, que aquele atleta da faculdade que me importunava todos os dias se tornaria mais do que apenas diversão para mim, de que teríamos uma história divertida juntos.
Eu definitivamente quero me casar com ele, quero ter essa diversão para o resto da minha vida.
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