História Apenas Ela - Mudanças

O mês de junho chegou e, com ele, veio junto a maratona de compromissos para o lançamento da série. A Netflix estava apostando forte em sua nova produção e as expectativas eram altíssimas. Não só entre os diretores, produtores e roteiristas, mas também entre a equipe técnica e, principalmente, o elenco. Com isso a agenda de Laura e Taylor virou uma loucura: entrevistas, fotos, programas, eventos, reuniões. Jenji acompanhava de perto dando todo suporte que elas precisavam.

Havia ainda todo o nervosismo por parte das duas, que só então tiveram noção do real tamanho do projeto do qual faziam parte. O contato intenso por conta da divulgação e da estreita relação entre suas personagens, acabou por aproximá-las ainda mais. Todos queriam saber detalhes da história sobre a doce loira da classe média que vai parar na prisão por conta de sua ex-namorada traficante internacional de drogas.

Por outro lado os encontros das meninas acabaram ficando restritos, nesse período, aos compromissos profissionais. Os raros momentos livres que tinham, usavam para descansar e cuidar de sua vida pessoal.

Jodi veio para Nova York a fim de ajudar Laura a administrar tudo que estava ocorrendo. Sua mãe e uma de suas irmãs, Stephanie, também vieram passar alguns dias com ela. A morena queria aproveitar intensamente o que estava acontecendo, já que tinha muitas dúvidas quanto a seu futuro em Orange. Ela passava constantemente de momentos de felicidade para os de nostalgia, quando lembrava que nos meses seguintes não teria a companhia diária das meninas como ocorrera no ano anterior durante as gravações da primeira temporada. E quando pensava especificamente em Taylor, sentia um aperto maior no coração. Ela se via cada dia mais apegada a amiga. Eram tão diferentes, mas se entendiam tão bem. Jamais esqueceria como a loira a acolhera depois de sua volta de Paris, sem cobranças, sem mágoas. Laura sabia que Taylor era uma pessoa muito especial.

Se a agenda de Prepon era pesada, a de Taylor estava ainda pior, mesmo com todo o suporte que seu agente lhe dava. Mas ela não tinha do que reclamar, estava fascinada com toda aquela agitação. Sua relação com Chloe acabara ficando um pouco abalada, pois nas duas vezes em que tentou levá-la para ser sua acompanhante em algum compromisso, as coisas não saíram bem. A garota estava sempre querendo atenção. Além disso ela e Laura implicaram uma com a outra irremediavelmente e Schilling se sentia tensa na presença das duas. Obviamente Chloe não gostou desse afastamento, mas a loira tentou convencê-la que era temporário, só por esse período conturbado. Depois as coisas voltariam a se assentar, era o que ela dizia a si mesma. Em contrapartida, sua amizade com Laura estava cada dia mais sólida. Não havia como negar, já que passaram a se ver com frequência maior nas últimas semanas.

As garotas estavam reunidas em um coquetel da Netflix e já era quase hora de ir embora quando Natasha resolveu dar uma agitada nas coisas:

- Olha, tá tudo muito bom, tudo muito chique, mas quando vamos voltar a nos divertir pra valer?

- Eu também tô sentindo falta dos encontros do nosso jeito – Danielle disse.

- Tenho certeza que você já tem algo em mente. – foi a vez de Laura falar com um sorriso de canto.

- Uns amigos meus vão tocar numa casa amanhã. O lugar é novo, super descolado. Eles me falaram pra chamar quem eu quisesse.

- Eu acho que passo essa. Meus planos para a noite de sábado são um moletom folgado, um pote de sorvete e uma boa comédia na TV. – Taylor sentia-se exausta depois de tudo que havia feito naquela semana.

- Eu vou fingir que não ouvi isso, Tayloface. Se você ousar ficar em casa amanhã, vou pessoalmente ao seu apartamento e te arrasto de moletom e tudo pra sair.

- Ela vai, pode deixar que ela vai. – Laura fingia-se de séria.

- Leva a Jodi também. – Lyonne disse à morena.

- Ah, ela foi passar o fim de semana em Los Angeles. Precisava ver a família.

Natasha deixou-as no canto em que estavam e foi estender o convite às outras garotas. Depois de um tempo, Danie também saiu de perto delas dizendo que precisava ir ao banheiro antes de ir embora.

As duas ficaram caladas até Laura tomar coragem para perguntar:

- Você vai levar a Chloe?

- Eu nem sei se eu vou, Laura.

- Deixar de ser chata, Tay. Não saímos pra beber e nos divertir tem tempo. Domingo você descansa. - seu tom era levemente autoritário.

- Ok, chefe. Você quem manda. – ela falou brincando. Em seguida completou: - Se eu for, provavelmente levarei a Chloe. Não temos nos visto muito ultimamente. Mas porque a pergunta?

- Você não pode ir sozinha? – Laura falou tão sem pensar, que assim que se deu conta, teve vontade de recolocar as palavras para dentro da boca.

- Laura, eu sei que você não gosta dela. Mas...

- Desculpa, desculpa. Esquece o que eu falei. - ela tinha que consertar aquilo de alguma forma. – Você sempre fica mais à vontade quando está sozinha. Mas isso não justifica eu perguntar uma merda dessa.

Taylor ficou olhando a confusão nos olhos de Laura e achou melhor não falar nada. Já estava tarde e tudo que ela queria naquele momento era sua cama.

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Na noite seguinte, Laura estava realmente animada ao se arrumar para o tal show dos amigos de Natasha. Ela resolveu colocar uma calça preta apertada, uma blusa azul de alça com um decote generoso e botas que tinham um leve salto. Para completar o look e não mostrar demais, vestiu uma jaqueta por cima. Deixou os cabelos soltos, com um aspecto um pouco bagunçado de propósito. Queria ficar com um ar mais selvagem naquela noite.

Ao pensar nisso, começou a rir em frente ao espelho. Era assim que se sentia ultimamente, meio selvagem, meio rebelde. E o mais louco era que o alvo de sua rebeldia não era outra pessoa além dela mesma. Desde que as coisas desandaram da noite para o dia com Dylan, ela se convencera de que precisava se libertar um pouco de toda aquela pressão por perfeição que cobrava de si mesma. Estava tentando planejar menos, se preocupar menos, agir mais por impulso. Não era fácil para alguém como ela, mas gostava de pensar que aquela era uma fase pela qual deveria passar, pois se focasse em tudo que tinha acontecido recentemente, provavelmente se sentiria uma idiota completa. E isso não ajudaria em nada.

Ao chegar à casa noturna, a primeira pessoa que viu foi Natasha. Ela estava conversando com um grupo de rapazes, que Laura supôs serem seus amigos da banda. Logo que se aproximou, foi apresentada a eles e achou todos muito simpáticos. Jackie e Danielle também chegaram, tinham vindo juntas. Minutos depois os meninos precisaram ir ajeitar os instrumentos.

Laura olhou as horas. Sabia que era cedo para os padrões de Taylor, mas começou a imaginar se a loira teria desistido de ir.

- Tasho, você confirmou com a Taylor se ela realmente vem?

- Ela disse que sim. Mas você sabe que ela tem problema com hora marcada. Quando juntam ela e Chloe então, aí só Jesus.

Laura ficou incomodada com aquele comentário, havia esquecido que Taylor estaria acompanhada.

- Quem mais vem? – Jackie perguntou para alívio de Laura, que queria mudar o rumo da conversa.

- Samira confirmou. Yael não deu certeza e as outras vão furar, já tinham compromisso. – Lyonne explicou. - Vamos começar a beber ou não?

Depois que foram até o bar, aproveitaram para conhecer a casa noturna. O primeiro espaço, onde estavam, era amplo e livre de mesas e cadeiras. Havia apenas o palco, localizado do lado esquerdo da entrada e um grande balcão de bar do lado direito. Ali já estava começando a encher, pois o show começaria em poucos minutos. Elas então atravessaram o ambiente, passaram por pesadas portas acústicas e saíram em uma área descoberta. Lá podiam ver alguns lounges espalhados, que criavam pequenos espaços mais íntimos, e um outro bar para servir aqueles que preferissem aproveitar a noite de primavera nova iorquina em uma área aberta. Continuaram a andar e se dirigiram a um anexo, nos fundos, de dois andares: embaixo havia um salão de jogos e em cima a boate. Poucas pessoas estavam ali, ainda era cedo, então resolveram voltar para o local do show.

Laura conferiu as horas mais uma vez e considerou a possibilidade de ligar para Taylor. Mas achou que seria inconveniente demais.

Enfim a banda começou a tocar e elas foram para mais perto do palco. Os rapazes mandavam bem no rock e Prepon descobriu-se gostando mais do que pensara ser possível. Natasha gritava incentivando os amigos e ela morria de rir daquilo. Estava tão concentrada na música, que só reparou algo diferente quando sentiu um perfume familiar ao seu redor. Quando olhou pro lado, sentiu o corpo ficar paralisado imediatamente. Taylor estava ao seu lado, com aquele sorriso de derreter gelo e os olhos azuis mais brilhantes que a morena já vira. Laura podia jurar que naquele dia, a loira estava mais linda do que o normal. Ela usava um vestido preto simples embora curto demais, uma sandália alta também preta e os cabelos soltos com algumas mechas caindo no rosto. Estava praticamente sem nenhuma maquiagem e talvez fosse isso que a deixasse mais bonita ainda, pensou Laura.

Percebendo que devia falar alguma coisa, ela piscou duas vezes antes de dizer:

- Está atrasada.

- Eu quase não vim. Mas pensei que era bem capaz da Tasho aparecer mesmo no meu apartamento e me arrastar à força, então resolvi poupar o trabalho.

- Faz sentido. – sem saber porque, a morena começou a se sentir nervosa, não sabia onde colocar as mãos, então resolveu guardá-las nos bolsos da calça. Foi então que se deu conta de que havia algo faltando: - Cadê sua namorada?

Falou aquilo de propósito, só pra ouvi-la dizer mais uma vez que a menina não era sua namorada. Mas o que veio como resposta era algo que ela nunca, jamais, esperava:

- Você pediu para eu vir sozinha. Eu vim.

Laura sentiu o estômago revirar, e logo em seguida a sensação estranha foi espalhando-se para outras partes de seu corpo e ela podia jurar que começava se concentrar em um ponto no meio das suas pernas. Ela precisava sair dali.  Precisava beber algo.

- Vou pegar alguma coisa para beber, o que você quer que eu traga?

- Eu posso ir junto. - Taylor falou com outro sorriso.

Puta que pariu. Ela tinha que parar de sorrir tanto.

- Não precisa, fica aí com as meninas. Eu já volto. – E saiu sem nem esperar pela resposta.

Chegando ao balcão, seu primeiro pedido foi por uma dose de tequila que virou rapidamente. Só então se permitiu pensar no que tinha acabado de acontecer minutos antes. Ela tinha ouvido direito? A loira não levara Chloe porque Laura havia pedido para ir sozinha? Mas isso não tinha nada demais, tinha? Amigas às vezes querem sair umas com as outras sem os parceiros para se divertirem mais, certo? Na dúvida, ela pediu outra dose de tequila. Em seguida foi até o banheiro e ficou por lá um tempo até se sentir mais calma. Percebeu que estava agindo como uma adolescente, então voltou ao bar, pediu um drink para ela e outro para Taylor.

Quando chegou de novo onde o grupo estava, viu que Samira tinha chegado e estava acompanhada de outras duas amigas. Parou ao lado de Taylor e viu que ela já estava com uma cerveja na mão.

- Você sumiu. Acabei indo lá no bar com a Natasha e peguei eu mesma a minha bebida. Onde você se meteu? – Taylor falou tudo rapidamente.

- Encontrei um conhecido e acabei me distraindo. – foi a primeira desculpa que Prepon encontrou.

- Esse outro drink é meu?

- É, mas eu posso tomar os dois.

Taylor olhou para ela achando que estivesse brincando, mas a morena realmente acabou tomando os dois copos enquanto o show rolava. Como nada pode ser perfeito, não demorou muito a perceber que uma das amigas de Samira se colocou ao lado da loira e não saiu mais. Como a música era alta, a todo momento em que ela tinha de falar algo, chegava bem próximo ao ouvido de Taylor.

Mais uma vez, Laura sentiu um incômodo tomando conta dela. Natasha foi para seu lado e disse:

- O que tá havendo hoje?

- Como assim?

- Eu que pergunto. Você tá diferente, tá com um olhar meio louco, sei lá.

Laura riu:

- Acho que comecei a beber rápido demais. Vou dar uma parada e tomar água.

- Ei, isso não é uma crítica. Eu prefiro essa sua versão.

Ao encerrarem o assunto, ela procurou Taylor ao redor e adivinha? Ela estava andando em direção ao bar, com a tal amiga de Samira ao lado. Só. As. Duas. Merda. O que ela ia fazer? Ir atrás? Seria ridículo.

Quinze minutos se passaram e nada delas voltarem, por isso quando Danie chamou-a para ir até o salão de jogos, ela achou que era a melhor coisa a fazer. Foram chamar Natasha e a resposta dela deixou Laura desconcertada:

- Vou ficar por aqui mais um pouco. Mas quer que eu fale para ela ir até você quando aparecer aqui?

- Ela?

- É,ruiva. Ela. Eu já saquei que tem algo estranho no ar. E...

- Não tem nada estranho, Natasha. Não precisa falar nada com ninguém.

Danie olhou sem entender nada e Laura é que não explicaria. Passou no bar mais uma vez e foi com a outra até uma das mesas de sinuca. Depois de um tempo começou a se sentir entediada, frustrada na verdade e achou melhor ir embora.

- Danie, acho que vou indo. Avisa as meninas por favor?

- Ah não Laura, ainda não são nem meia noite. Vamos pra boate que você se anima, eu vi elas subirem agora há pouco.

Elas subiram para a boate? E Taylor não foi nem capaz de chamá-la pra ir junto? Grande amiga, realmente. Pesando o que seria mais indicado naquele momento, teve certeza que ir para casa era o certo. Por isso mesmo não foi, subiu.

Quando entrou, percebeu que o ambiente estava bem cheio. A mistura de música alta, ambiente escuro e a quantidade de bebida que ingerira, fez ela se sentir tonta subitamente. Precisou encostar em um parede. Danie percebeu e passou a guiá-la até onde as meninas estavam.

Natasha e Samira dançavam na pista junto com dois meninos da banda. Laura tentou ignorar, mas viu Taylor encostada em um banco alto, com a tal moça ainda ao seu lado e falando algo em seu ouvido novamente. Bem feito, Laura pensou. Quem mandou chamar Chloe de grudenta?

Assim que a viu, a loira deu um sorriso, mas não se aproximou, ficou onde estava. Alguns minutos depois a morena notou que Taylor se encaminhava para o banheiro. Sozinha. Sem pensar muito foi atrás, mas não entrou. Ficou do lado de fora esperando a uma certa distância. Viu quando ela saiu e se encaminhou para o bar, ainda sozinha. Laura foi atrás, aproximou-se lentamente de suas costas, colocou a mão em sua cintura, e disse bem perto de sua nuca:

- Eu vou ter que falar no seu ouvido também para você lembrar que eu tô aqui?

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Taylor ficou tão assustada quando ouviu aquela voz rouca em seu ouvido, ao mesmo tempo em que sentia alguém tocando em sua cintura, que acabou deixando a taça cair de suas mãos e se espatifar no balcão. Ia começar a pedir desculpas ao barman que a olhava com cara de poucos amigos, quando ouviu um risinho atrás de si.

- Sempre desastrada né Schilling?

- A culpa foi sua. – ela falou indignada. – Você me assustou.

Laura ficou encarando-a sem dizer nada. Taylor sustentou seu olhar e também não disse nada. Depois da reação que a morena tivera, quando ela disse que não havia levado Chloe pois Laura pedira para ir sozinha, Taylor ficou sem saber como agir.

Quando pensou na proposta, admitiu que ela também queria ir sem acompanhante, então foi fácil decidir. Mas quando chegou e mostrou pra Laura que fez o que ela pediu, a outra faz uma cara confusa, sai de perto dela e fica um tempo sumida? Mais uma vez a loira alertou-se que não deveria interpretar de forma errada as palavras de Prepon. Ela a via unicamente como amiga. Por isso, apesar de não ter nenhum interesse, acabou deixando que a amiga de Samira se aproximasse. Assim se manteria ocupada e não falaria mais besteiras pelo resto da noite.

Taylor notou que estavam atrapalhando outras pessoas que queriam chegar até o bar, então andou um pouco pro lado até se recostar em uma parede. Laura foi junto.

- Não vai me responder? – a morena se rendeu e foi a primeira a falar.

Schilling pensou que já que ela gostava de provocar, mostraria que também sabia fazer isso. Foi chegando mais perto lentamente, sentiu que Laura prendia a respiração e teve que se conter pra não dar um sorriso de satisfação. Aproximou a boca de seu ouvido e sussurrou:

- Eu lembrei da sua presença a noite inteira, mas acho que você não estava realmente preparada para ter seu desejo atendido. – fez uma pequena pausa antes de prosseguir: - Aproveitar a noite comigo sozinha.

Foi a vez de Laura perder a compostura e se comportar de forma ridícula: engasgou com a própria saliva e começou a tossir sem parar. Taylor teve que buscar água pra ela, que só depois de alguns minutos conseguiu voltar ao normal.

- Porra, Taylor. Que merda foi essa? E porque não tira esse sorrisinho ridículo do rosto?

- Você sabe quanto vale deixar Laura Prepon sem graça e sem palavras?

Elas ainda estavam em um canto mais escuro, ao lado do bar, onde poucas pessoas conseguiam vê-las. Talvez por isso, a morena tenha resolvido ser sincera, por se sentir protegida ali. Mas ainda havia a questão do alto teor de álcool em sua corrente sanguínea, claro.

- Não inverta as coisas. – ela falou de forma mais mansa. - Você saiu de perto da gente e sumiu com aquela mulher.

- Eu não sumi. Fui sentar um pouco e quando voltei, você tinha saído com a Danie.

- E não foi capaz de me chamar quando veio pra cá?

- Ciúmes? – Taylor decidiu que daria corda à Laura, ela quem tinha resolvido ir por esse caminho, então que aguentasse as consequências.

- Sim, estou. – Laura arregalou os olhos quando disse isso. Mas já que começou, não ia parar. – Você conheceu ela hoje. E parecia mais íntima dela do que de mim.

- Eu tô aqui com você agora. O que você quer?

- Ficar perto de você. - ela aproveitou a falta de reação de Taylor para pegar a mecha de cabelo que caía em seu rosto e colocá-la delicadamente para trás de sua orelha. Ela teve vontade de fazer isso a noite toda.

Taylor sentiu o coração acelerar. Ela estava tentando, estava realmente tentando não levar as coisas por aquele lado, mas estava ficando cada vez mais difícil. Ou Laura resolvera brincar com ela ou também estava sentindo algo diferente. Ficaram mais um tempo caladas.

- Quer dançar? – a morena mais uma vez foi quem quebrou o silêncio.

 - Acho que não... mas pode ir. Vou pegar mais uma bebida porque a minha alguém derrubou.

- Deixa de ser chata, eu pego outra pra você.

Laura  foi até o bar e pediu dois drinks com vodka. Voltou para onde Taylor estava, agora  totalmente recostada na parede e com a expressão pensativa.

- Cansada? – entregou a bebida dela e tomou um pouco da sua.

A loira balançou a cabeça negativamente. Não disse nada, mas ficou olhando-a de forma séria. Queria saber qual seria o próximo passo de Laura. A morena não aguentou o olhar e acabou virando de costas para ela, ficando de frente para a pista, mas não muito longe de Taylor. Bastava que essa estendesse os braços e conseguiria tocá-la. E sem dúvida isso era o que mais sentia vontade no momento. Tocar os cabelos, a nuca, as costas, a cintura de Laura.

Uma música com batida mais lenta começou a tocar. Laura passou a acompanhar o ritmo, primeiro com os ombros, depois com os pés, logo a cintura também se remexia de forma sensual. Taylor passou a ter certeza que ela estava fazendo de propósito. Ela estava rebolando bem na sua frente, sabendo que estava sendo olhada. A loira virou todo o conteúdo do copo de uma vez só, sentiu que tudo girava de repente. Fechou os olhos por alguns segundos e quando os abriu, bastou dar um passo pra frente pra que seu corpo encostasse nas costas de Laura. Ela não tocou na morena com as mãos, mas falou de forma calma:

- Se você continuar se mexendo desse jeito, eu vou fazer o que eu tô com vontade. Mesmo que eu me arrependa depois.

Prepon continuou dançando como se não tivesse ouvido nada. Como se ela não estivesse ali praticamente colada às suas costas. Taylor subiu uma mão até sua cintura, apertou levemente e voltou a falar:

- Laura, você tá me ouvindo?

Ela finalmente virou e olhou Taylor de frente.

Taylor colocou as duas mãos em sua cintura, voltou a se encostar na parede mas trouxe-a junto.

- Tay, eu não sei o que tá acontecendo. - Laura tentou ser sincera.  

- Você sabe sim o que tá acontecendo, Lau.

- Eu acho que bebi demais.

Naquele momento, Taylor teve certeza que não deixaria que nenhuma das duas justificasse o que estava prestes a acontecer como culpa da bebida. Por isso soltou o corpo de Laura.

- Ok, então quando você estiver sóbria você pensa melhor sobre isso.

Ela foi saindo pelo lado, pois Laura ainda estava parada à sua frente. A morena a segurou pelo braço.

- Onde você vai?

- Vou embora, tô cansada.

- Eu vou com você.

- Laura...

- Eu vou com você, Tay.

Natasha ergueu uma sobrancelha para Taylor quando as viu saindo juntas. Taylor só conseguiu dizer:

- Depois conversamos.

Como nenhuma das duas tivesse ido de carro, acabaram por pegar um táxi. Schilling deu o endereço do apartamento de Laura, deixaria ela em casa primeiro. Assim que entraram no veículo, a morena se aproximou e deitou a cabeça no ombro de Taylor. Ficou calada por tanto tempo que a loira achou que ela tivesse pegado no sono. Mas viu que não quando a mão dela pousou em suas coxas enquanto ela dizia em seu ouvido:

- Esse vestido está muito curto.

Puta merda. A noite ainda não tinha acabado? Laura iria continuar torturando-a daquele jeito? Sentiu que sua calcinha já estava ficando úmida, por mais que ela tentasse evitar. Pra piorar Laura começou a fazer carinho em sua perna com movimentos circulares.

- Tira a mão daí, Lau. - ela disse baixo pro taxista não perceber.

- Por que?

- Porque depois você vai dizer que fez isso porque tinha bebido demais.

- Eu não sei o que eu vou falar depois, mas sei que agora eu tô com vontade de tocar em você. Posso?

Taylor respirou fundo, foi a única coisa que conseguiu fazer. 

Laura não falou mais nada durante o resto do trajeto. Mas continuou deitada no ombro de Taylor e suas mãos permaneceram em sua coxa o tempo todo, mesmo depois que ela pegou no sono.