História Apenas eu e você - Acaso

Regina parecia uma rainha sobe o cavalo, ela cavalgava com graça e leveza. Robin não era um desastre total, mas também não chegava nem perto do estilo professional que Regina apresentava com o cavalo.

–Você quer me dizer onde estamos indo?

– Se eu dissesse deixaria de ser surpresa – Ela sorriu para ele, e voltou sua atenção para estrada.

–Está muito longe? –Robin se arrependeu das palavras assim que elas deixarão sua boca e encontraram o olhar ameaçador e desafiador de Regina.

–Não, mas..... – Regina segurou as rédeas um pouco mais forte, se ajeitou no cavalo – podemos acelerar aqui! – Ela mal terminou de falar e Robin já estava comendo poeira.

Regina saiu em disparada na frente, Robin da forma mais desajeitada possível tentou aumentar a velocidade e seguir na mesma direção de Regina. Ela em consideração era só risadas, estava esperando o momento de correr com o cavalo desde que ela o montou. Fazia tempo que Regina não se sentia assim: Livre. Minutos depois ela viu o campo aberto dando espaço para algumas arvores, indicando a chegada no lugar especial. Regina olhou para trás e não pode conter o sorriso com a cena de um Robin frustrado correndo com o cavalo em sua direção. Ela resolveu diminuir a velocidade e esperá-lo, quando mais ela aproveitasse a companhia dele, melhor.

– Você precisa de ajuda? – Ela disse com um sorriso presunçoso nos lábios.

–Não... Está tudo sobe controle, mas eu adoraria que fossemos devagar – Ele riu.

– Não se preocupe, estamos chegando! – Robin percebeu que o cenário mudou e Regina foi trilhando um caminho totalmente desconhecido para ele, quanto mais adentravam a floresta mais abandonado e intocável parecia o local. – Faz anos que eu não venho aqui, é o que eu mais sentia falta.

– Eu não tenho ideia de onde estamos, confesso que nunca vim aqui e olha que eu já explorei a maior dessa floresta.

– Acho que poucas pessoas sabem o que há atrás dessa parte, a maioria se aventura pela mata remota, mas poucos conseguem ver através dela e descobrir os mais belos segredos. – Robin observou Regina descer do cavalo, olhando rapidamente teria a impressão de que ela estava indo em direção à uma parede de árvores, mas se você olhasse com mais cuidado iria ver a luz atravessando as folhas. – Por aqui!

 Ela passou pelo que parecia ser uma cortina de flores, pulou alguns galhos e pedras, ela encontraria o local de olhos fechados, não importa quanto tempo tenha passado. Robin estava concentrado em sua missão de não tropeçar, por isso estava olhando para o chão, quando ele ouviu ela suspirar e olhou para cima, e quase se engasgou. Era a vista perfeita, ele sabia onde eles estavam agora. Era um penhasco de Storybrooke que permitia a vista completa da cidade, do mar e da floresta que a cercava, era de tirar o folego.

– É lindo! Como ninguém explorou essa parte ainda?

– Eu acho que todos que encontram ficam encantados e decidem escondê-la...  – Ela se sentou na grama, e ele ao lado dela. – Manter em segredo, tem certeza que na próxima vez que vier o lugar estará da mesma forma que você deixou... Ter um lugar secreto, onde poderia vir e gritar todos os segredos, desabafos, seus medos e saber que nessa vista encontraria conforto! – Os olhos de Regina brilhavam, já tinha perdido as contas das vezes que ela encontrou aqui seu maior confidente.

–Como você encontrou?

–Acaso! – Ele olhou para ela com um olhar de descrença e ela sorriu. – Às vezes eu penso que ela só aparece para aqueles que precisam, foi como se ela quisesse aparecer para mim. Eu sempre vinha para esse lado da floresta e nunca tinha visto, então quando eu precisava de um lugar para respirar .... Ali estava a brecha!

“Como ela consegue ficar mais linda e encantadora a cada momento?” Acaso, Robin pensou que era uma grande armadilha do destino tê-lo colocado ali. Ele poderia ter pegado qualquer trem, qualquer horário. Mas ele pegou o mesmo que ela dentro de infinitas possibilidades. Eles ficaram alguns minutos em silêncio, apenas admirando a vista. Até que um toque de celular se faz conhecido.

Regina alcança seu celular e percebe algumas mensagens de Emma e sua mãe, que a fazem lembrar da festa de recepção que ela estará indo para enfrentar.

– Quais seriam as consequências se eu não saísse mais daqui? – Regina perguntou fechando os olhos e se deitando no chão.

– Bom... você iria perder uma festa de arromba que sua mãe está preparando – Ele se juntou a ela.                                                      

–Sim... uma festa com praticamente toda a elite da cidade e pessoas que torciam para que eu nunca voltasse, pessoas que me veem como uma ameaça! – Ela se levantou um pouco se sustentando pelo cotovelo. – Acho que você conhece o Senhor Gold. – A menção do nome fez com que Robin ficasse tenso.  – Zelena acha que minha mãe só me queria aqui de novo para enfrentá-lo sabe!?– Ela tinha um olhar triste que fez com que o coração de Robin se quebrasse.

– Eu acho que você dá conta dele de olhos fechados – Ele tirou um riso sincero dela e diminuiu o clima pesado que estava se formando. – Mas ele tem um filho próximo a sua idade não?

Regina não entendeu a curiosidade de Robin no assunto, mas deduziu que ele só queria manter a conversa e desviar do assunto de sua mãe.

– Tem, mas eu não me lembro dele, deve fazer uns 10 anos que não vejo…. Na verdade, eu nem me lembro de ter sido apresentado a ele. Mas não duvido que tenha se tornado como o pai dele. Um filhinho de papai, mimado que gasta o dinheiro da família com jogos e mulheres. – Robin se sentou, e desviou um pouco o olhar dela, ele sabia qual fama o seu nome carregava “Ótimo a única mulher que eu conheço e desperta algo especial em mim, definitivamente me odeia, e ela não sabe quem eu sou. Fantástico, Robin!”

– Eu sei que a rixa entre as famílias existe, mas eu achava que era algo entre seus pais... Você pensa em continuar a disputa? – Robin olhou no fundo dos olhos dela, não sabia se queria ouvir a resposta, mas ele precisava.

– Hã, não importa o que eu acho, não temos escolha.... – Ela tinha um sorriso triste em seus lábios – Eu acho que eu e ele, seja quem ele for.... Nós nascemos para se odiar, para continuar essa disputa estúpida. Foi o único propósito que nossos pais nos criaram, garantir que os Mills e Gold se odeiem. Nosso destino já foi escrito!  – Robin não conseguiu esconder a frustação de seus olhos. Ele sabia que ela estava certa de alguma forma, que eles foram criados para se odiarem, antes de conhecê-la ele tinha uma visão diferente dela. Ela era a Mills mesquinha que não suportava cidade pequena e se sentia superior... Ele não podia estar mais errado. Ela era perfeita!

– Eu entendo! – Era tudo que ele conseguia dizer.

Depois de mais alguns minutos de silêncio, mais uma mensagem chama a atenção de Regina, obrigando-a a sair desse pequeno infinito de paraíso

– Nossa! Olha a hora, eu tenho que ir! Emma me mata se eu chegar atrasada. 

Robin ajudou Regina a se levantar e assim que ele encontrou a imensidão castanha e o sorriso de Regina, ele teve uma certeza: Ela estava errada. Eles nunca se odiariam, era impossível! E ele iria mostrar para ela que eles podiam seguir a vida que eles quisessem e não a que seu pais ditaram para eles.

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Cora terminava de organizar as bebidas, quando Zelena entrou na sala de jantar com vários sacolas.

– Estou em casa!

–  Zelena, você deveria ter chegado uma hora atrás!

– Sinto muito? – Zelena disse com um sorriso brincalhão no rosto. Cora simplesmente bufou e se virou novamente para a mesa. – Olha eu estou aqui! A Regina ainda não chegou e irá sair tudo perfeito, tudo que você faz sempre é!

– Como tem tanta certeza?

– Sério? Olha para mim, eu sou sua obra prima – Zelena tinha a capacidade de fazer qualquer um rir com as suas declarações inconvenientes e nada modestas. – Mãe, não se preocupa... – Cora se virou para encarar a filha, que também se aproximou. – Ela está de volta e está bem! Será um novo começo para nós!

– Você está certa!

– Eu sempre estou! Agora eu preciso ficar fabulosa, alguém precisa ofuscar o brilho da Regina! – Zelena pegou as sacolas e subiu as escadas.

Cora estava receosa, Regina era a mais cabeça dura da família e ela tem tantos planos para a filha... Ela só não sabia se a filha iria concordar. Regina nem sempre concordou com os princípios da família, o que era um dos principais motivos de conflitos entre mãe e filha, e irmãs. Zelena e Regina tinham uma relação conturbada e ao mesmo tempo de amizade.

Cora olhou para um porta retrato da sala onde tinha uma foto de Regina em formatura na França.

– Oh minha princesa! Você está vindo para se tornar a Rainha!

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O caminho de volta foi tranquilo, eles riam e conversavam sobre vários assuntos. Regina ficava boba com a capacidade que Robin tinha de lhe fazer rir, enquanto ele não podia imaginar coisa mais linda do que o riso dela. Assim que eles voltarão ao estábulo, guardaram os cavalos e trocaram de roupa.

– Agora é a hora em que dizemos adeus! – Ele disse se virando para ela.

– Acredito que sim... – Regina se inclinou e o abraçou, foi puro impulso e demorou mais do que necessário. Tudo naquele abraço parecia tão certo – Espero vê-lo de novo, Robin.

– Eu também!

Regina estava entrando no carro quando teve uma ideia.

– Robin! – Ela disse e ele instantaneamente virou para ela, Regina começou a falar em disparada – Sabe a festa que minha mãe está dando não é para convidados exclusivos, vai ter muita gente que eu nem conheço direito, mas também vai ter meus amigos e minha irmã e Emma, e provavelmente vai ter bebidas e –

- Regina, respire!

 - Você deveria ir à festa na mansão Mills hoje à noite. – O convite pegou Robin de surpresa, ficando extremamente frustrado, por que ele jamais poderia aparecer lá. Todos o reconheceriam. Regina se arrependeu assim que viu o olhar constrangido de Robin – Não... Quer dizer se você quiser é claro! Não é como seu eu estivesse te obrigando.

– Regina... – Se a situação fosse diferente Robin poderia rir de como Regina fica confusa com as palavras quando está nervosa.

– Não, tudo bem! Esquece foi uma ideia idiota... – Ela já estava se virando para ir, quando ele segurou sua mão e a forçou olhar para ele.

– Eu iria adorar passar mais tempo com você, mas eu não posso! – Aquelas palavras abalaram Regina mais do que ela esperava. “O que você esperava, Regina? Ele definitivamente deve ter uma namorada e quer passar com tempo ela... Você achou que ele iria se apaixonar por você em um dia?” Robin percebeu a confusão que estava se passando na cabeça de Regina, ele não podia deixar ela com dúvidas sobre a situação deles. – Eu não seria aceito lá...

– Claro que seria, você mesmo disse que era da cidade!

– Regina, você não entenderia!

– Por que você não tenta! – Regina estava confusa, isso era óbvio... Mas Robin sentia que poderia confiar sua alma a ela.

– Regina.... – Ele tinha que contar... “Eu sou estúpido! Eu deveria ter contado assim que eu a conheci” – Eu sou filho do Gold, Robin Locksley Gold.

- Robin agora não é hora para brincadeira. – Ela olhou para ele procurando um sinal de piada ou mentira, mas não encontrou. Então sua expressão mudou completamente, ela soltou suas mãos dele e se afastou. – Você está falando sério?

– Eu estou! Eu sinto mui-

– NÃO! NÃO VENHA COM EU SINTO MUITO.... VOCÊ MENTIU! – “Como eu sou idiota, era óbvio que ele tinha se aproximado por um motivo”. Regina não sabia o que pensar, ela estava magoada e se sentindo usada, as histórias que circulavam a cidade de como os Gold seduziam as mulheres para conseguir o que queriam passava na cabeça dela – Eu achei que ... Eu pensei que ... Não importa! Agora tenho certeza que você é como qualquer outro Gold. Você mente e se aproxima de pessoas para usá-las...

Robin não podia se ajudar, ele estava quebrado e não pelas palavras dela e sim pelo olhar de decepção que aqueles olhos chocolate lhe direcionavam. Ele se sentiu um tolo por ter feito ela passar por isso e pensar isso dele. Quando ele sentiu a voz dela oscilar e um olhar de insegurança tomar conta dela, ele precisa agir. Sem pensar em consequências ele a puxou rapidamente para perto e a beijou.

Regina estava confusa, ela não sabia o que pensar, mas quando os lábios dele tocaram os seus, ela não resistiu e se entregou aos poucos em um beijo rápido mais cheio de desejo. Em pouco minutos eles já estavam sem ar, se separam um pequeno minuto e antes que a consciência tomasse conta Regina o puxou novamente pela blusa para um beijo mais profundo no qual as línguas travavam uma batalha em que ambos sairiam ganhando, as mãos dela prenderam em seu pescoço, enquanto as mãos de Robin passeavam por sua cintura, diminuindo ainda mais o espaço entre eles. As sensações eram indescritíveis, eles se encaixam de uma forma quase mágica. Como se eles tivessem sido feitos um para o outro, como se o acaso estivesse sido calculado e eles tivessem vivido para estar ali, naquele momento.

Diante de toda a confusão, um beijo nunca foi tão certo! Eles teriam que conversar e resolver as situações, mas nesse pequeno infinito de tempo a única coisa que importa é o sabor e sensações que ambos estão compartilhando com um simples e apaixonado beijo.