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História Apenas fique - Você a quebrou


Escrita por: Kinders

Notas do Autor


aaaaaaaaaaaa
Espero não decepcionar vocês!
Tomara que gostem!

Boa leitura.

Capítulo 30 - Você a quebrou


— Cosima, espera — Adele tentou dar dois passos mas Sarah se colocou na frente, ainda com os punhos fechados preparados para desferir um golpe rápido, forte e sem piedade nela.

— Nem pense em chegar perto dela — Sarah se pronunciou com a voz alterada — não depois de tudo que a fez passar.

— Eu vou atrás dela — disse Delphine mantendo a voz firme mas Felix a segurou pelo braço.

— Melhor não Delphine.

— O que está acontecendo? —olhou para Adele com medo do que viria a seguir — O que você fez? — Adele nada respondeu.

— Três costelas quebradas, várias semanas internada, pesadelos, depressão, insônia, ataque de pânico, tentativa de suicídio... — Felix vomitava as palavras, sua voz não era nada calma como a de Delphine e Sarah não ficava para trás, Delphine aos poucos entendia quem era Adele na vida de Cosima.

— Eu não tive culpa — Adele tentou se defender.

— Cosima não teve culpa, você sim teve, eu juro que se você chegar perto dela vou deixá-la muito pior do que da forma que a deixou.

— Sarah, acalme-se, não vale a pena ficar aqui discutindo, você não pode ficar nervosa — Felix interferiu ainda segurando o braço de Delphine, Sarah se afastou de Adele e caminhou em  direção a saída.

— Vamos Felix.

— Cuidaremos de Cosima — Felix olhou para Delphine — Cuide da sua prima.

Saíram batendo a porta atrás de si e deixando Delphine aflita por não poder falar com Cosima. A última lembrança de Cosima era a visão de seus olhos murchos e escuros, emanando desapontamento e medo, virou-se sem querer encarar Adele. Sua prima com o braço ainda coberto de gesso estava atônita.

— Del… — engoliu em seco — Delphine, que mundo pequeno, não é mesmo? — sua voz saiu fraca e trêmula.

— Adele — Delphine fechou os olhos e encheu os pulmões de ar —, você vai calar a porra da sua boca — abriu novamente os olhos para encarar a prima e deu alguns passos para a frente fazendo-a recuar —, você só vai abri-la para falar que merda foi essa, porque Cosima saiu sem dizer nada depois que te viu, porque Felix e Sarah ficaram tão nervosos, o que você fez para Cosima?

Adele confirmou com a cabeça piscando lentamente os olhos e deixando algumas lágrimas molharem seu rosto, sentou-se no sofá e Delphine a seguiu puxando um puff para se sentar de frente para a prima.

— Cosima... — Adele sorriu ao pronunciar o nome como se saboreasse cada sílaba contida nele — Ela está linda — olhou para as mãos pensando no que falaria a seguir —, os dreads caíram bem, o piercing combinou com seu rosto…

— Eu posso ver. — Delphine a interrompeu rispidamente.

— Ela já está se formando? — Delphine negou com a cabeça, sua perna apoiada na ponta do pé balançava para cima e para baixo demonstrando impaciência — Então ela entrou um pouco mais tarde na faculdade, certo?

— É o que parece e parece também que estou prestes a descobrir os motivos.

— Sarah, a sua irmã…  eu não a conhecia — sorriu fraco — é realmente idêntica…

— Adele…

— Eu a amei, Delphine — Adele tentou tocar a mão da prima, mas Delphine retirou assim que percebeu o movimento —, de verdade.

— Então conte logo o que aconteceu pois estou perdendo a paciência, Adele.

— Você quer saber o que, Delphine? — Adele se levantou e começou a andar de um lado para o outro. — Por onde quer que eu comece? Quer que saber como nos aproximamos? Como Cosima sorria e olhava para mim, me assistia a dar aulas com os olhos pregados em meus decotes? Quer saber dos primeiros presentes, das primeiras cartas? Das promessas? Quer saber o que senti quando ela me beijou de surpresa após o término de uma aula, de como seus olhos queimavam feito brasa em cima dos meus? E como eu me perdi neles e continuei me perdendo até o fim?

Delphine fechou os olhos sentindo as palavras entrarem em seu coração como se fossem lâminas pontiagudas. Cosima tinha amado Adele. Adele amou Cosima. Delphine amava as duas. Eram formas diferente de amar, mas era uma constatação dolorosa de fazer. Delphine queria agora odiar Adele.

— Você quer saber como eu conseguia inventar desculpas em cima de desculpas para conseguir vê-la  fora da escola? Como a cada dia que passava eu sentia que não poderia mais viver sem aquele amor? — o tom da voz de Adele aumentou, sua voz saía trêmula — Você quer saber como foi prazeroso quando ela me entregou sua virgindade no quarto da casa que comprei para vivermos aquele romance? Ou quando quase nos flagraram no banheiro da escola? Cosima ficou tão vermelha e com tanto medo, era excitante demais transar com ela na escola, aquele risco de sermos flagradas por alguém era afrodisíaco. Quer saber como ela fodia bem? — Sentou-se novamente no sofá de frente para a prima — É triste para você saber que tudo o que Cosima faz contigo na cama ela aprendeu comigo? — Soltou um sorriso sarcástico, sabia exatamente como provocar a prima e nunca perdia uma oportunidade — Se você quiser posso ensiná-la Delphine, sei bem como fazer Cosima virar uma puta na cama.

Foi questão de milésimos de segundos para Adele sentir a ardência em seu rosto, Delphine abriu a mão colocando toda a força que conseguia para desferir um tapa que julgou ser bem merecido, o corpo de Adele foi para trás e ela soltou um grito com o susto que levou ao sentir o choque da mão de Delphine em seu rosto, colocou a mão na bochecha sentindo a ardência e virou-se para Delphine com olhos arregalados e incrédula com o que a prima tinha feito.

— Delphine, você está maluca?

— Me desculpe — Delphine passou a mão nos cabelos, se levantou do puff e começou a andar impaciente pela sala —, não quero que você me conte como Cosima a amou, quero que me conte como ela a odiou.

— Olha o que você está fazendo Delphine — Adele se levantou e tentou se aproximar da prima, mas Delphine fez um sinal com a mão indicando para que ela ficasse longe —, nos conhecemos desde pequenas, somos amigas, sempre contamos tudo uma para a outra…

— Quase tudo pelo que vejo…

— Você vai brigar comigo por causa de um rabo de saia? Delphine, somos quase irmãs, já moramos juntas, Lembra disso? Dividimos uma casa e fizemos faculdade, enfrentamos nossos pais, você estava lá e eu estava lá. Estávamos juntas!

— Cosima não é um rabo de saia, eu a amo — encarou a prima —, você está tentando fugir do assunto, porque tem tanto medo? Porque achava que Cosima tinha morrido? Eu preciso saber o que você fez Adele — aproximou-se —, você sabe que eu vou descobrir de qualquer jeito e eu preciso saber que você não mandou matá-la pois alguém tentou fazer isso, preciso saber que não foi você, preciso saber se terei que esquecer você e tudo o que passamos, preciso saber se começarei a te odiar.

— Delphine…

— Três costelas quebradas? O que você fez, Adele?

Adele se sentou novamente, ciente de que não poderia fazer mais nada e de certa forma aliviada por poder falar sobre aquele maldito dia.

— Cosima era menor de idade.

— Me conte uma novidade — Delphine sentou-se de frente para a prima novamente.

— Ela não sabia sobre Ferdinand, eu nunca tive coragem de contar que era casada — tomou coragem e olhou para a prima, Delphine a observava sem expressão alguma, Adele odiava quando fazia isso — Katja arrastava ele para os bares, você se lembra como era, eu não era forte como você Delphine, eu me entreguei ao primeiro coração que foi me entregue, Cosima era minha alvorada depois de uma noite tempestuosa.

— Não coloque Katja no meio da conversa, ela está morta, não a culpe pelos seus erros ou de seu marido.

—  Eu não tive coragem de contar a ninguém, mas minha vida estava uma droga, ele me ameaçava, me batia, me forçava e eu o amava, estava de mãos e pés atados, presos naquela vida, você deve me achar uma idiota por isso, mas eu não sabia o que fazer.

­— Adele, porque não me contou? Sabe que poderia te ajudar!

— Você já tinha problemas demais Del, você tinha problemas com Katja assim como eu tinha com Ferdinand, você tinha uma filha, eu não queria envolver vocês nas minhas merdas.

— Mas deveria, não é isso que família faz?

Adele se calou.

— Você está fugindo do assunto de novo? — Delphine perguntou cansada.

— Não… — engoliu em seco — Cosima sabia que não poderíamos namorar em público, ninguém poderia saber e ela como uma boa menina não reclamava, mas eu prometi a ela que quando fizesse 18 anos iríamos nos assumir, iríamos mostrar a todos o nosso amor e ela estava ansiosa para isso.

— Você mentiu para ela?

— Não, eu pretendia me separar de Ferdinand, iria deixá-lo, estava juntando toda a coragem que conseguia, como disse antes, ele me ameaçava e me encurralava, eu precisava ser cuidadosa, não queria que nada acontecesse a Cosima… — Adele deu uma pausa e engoliu a seco —  mas dois meses antes tudo começou a mudar, ele começou a ficar carinhoso, voltou a ser o marido atencioso que eu tanto amava, aos poucos Cosima começou a ficar em segundo plano e isso pesou muito na balança.

— Céus, Adele, você não disse que amou Cosima?

—  E eu amei, mas amava Ferdinand e… você sabe eu engravidei. Tudo se complicou… Delphine, você sabe o que é ser mãe, eu precisava proteger aquela vida, eu precisava de Ferdinand ao meu lado.

— Fale por você, eu deixei Katja e voltei para ela sim tentando salvar nosso casamento, mas eu não tinha amantes, não enganei ninguém.

— Mesmo assim eu fui deixando pra depois — Adele ignorou o que Delphine disse e continuou —, era difícil terminar tudo com Cosima, eu não queria magoá-la, logo ela iria para a faculdade, se apaixonaria de novo e me esqueceria, eu sei, mas era difícil deixá-la ir e quando menos esperei o dia do aniversário chegou, Cosima estava alegre, ansiosa, tão radiante... combinamos de nos encontrar na minha casa, a casa onde comprei escondido do meu marido, a casa que Cosima pensava ser minha única casa, minha única vida… Ela foi até aquela casa na certeza de que o nosso amor transbordaria e que poderíamos dizer o que éramos, que seríamos felizes sem risco algum de uma de nós ser presa ou demitida…

— Mas você foi até para terminar tudo? — Adele confirmou com a cabeça — No dia do aniversário?

— Eu sei, isso é cruel, eu não tive escolha, minha barriga estava quase aparecendo e eu viajaria com Ferdinand… ele estava há meses sóbrio… — Adele fechou os olhos e respirou profundamente — mas quando Cosima chegou com aquele sorriso eu tive que me segurar para não levá-la para o quarto e fazer amor com ela, dizer foda-se para o mundo, nos assumir como ela queria, como merecia...

— Mas não o fez.

— Mesmo se eu tivesse coragem, não poderia ter tempo, Ferdinand apareceu.

— Ferdnand? — Delphine bufou — Ferdnand?

— Eu não sei como ele descobriu aquela casa. — Adele abaixou o rosto, evitando encarar a prima —, entrou e nos flagrou aos beijos. Entrou gritando e nos xingando, estava transtornado... quando Cosima o olhou invadindo a nossa casa pude ver nos seus olhos que ela entendeu na hora que ele era meu marido, nunca vou esquecer daqueles olhos decepcionados… Quando olhei para ela a única coisa que consegui fazer foi pedir desculpas, Cosima tremeu os lábios de nervosismo, estava engolindo o choro, eu sei. Ferdinand a puxou pelos cabelos e a fez bater a cabeça com força na parede, ela não teve tempo nem de se defender.

— Meu Deus… eu não acredito nisso… — Delphine se levantou nervosa, começou novamente a caminhar de um lado para o outro, seus pensamentos viajavam.

— Eu nunca senti tanto medo em minha vida, eu nunca me senti tão covarde, Ferdinand já tinha me batido, mas nunca tinha sido tão violento assim, Cosima caiu tonta no chão e tentou fugir e ele a puxou pelas pernas e deu vários chutes em seu peito, pisava como se Cosima fosse um inseto, queria esmagá-la. — Adele fez uma pausa e respirou fundo — Cosima gritava por ajuda, mas eu não consegui, eu não podia, depois de um tempo ela não conseguia mais gritar, não tentava se defender, Ferdinand estava fora de si, estava bêbado e drogado, a chamava de puta. Ele colocou as mãos no pescoço de Cosima e tentou enforcá-la, foi quando eu despertei do meu estado de choque e vi que ela morreria ali, saí correndo para buscar ajuda, eu saí de lá e toquei todas as campainhas que consegui e depois que algumas pessoas começaram a entrar em minha casa eu fugi.

— Você fugiu? — Delphine gritou.

— Eu… eu não consegui voltar para lá, eu… Cosima poderia estar morta, eu não queria saber, eu fugi.

— Você fugiu? — Delphine baixou o tom de voz tentando buscar um pouco de calma — E o que aconteceu com Ferdinand?

— Eu não o encontrei naquele dia — Adele lambeu os lábios secos e enxugou algumas lágrimas —, naquele dia eu fui até a sua casa, naquele dia eu procurei por você, eu sabia que você era a única que me entenderia, você me protegeria, mas quando cheguei, vi você com Katja e Charlotte, estavam tão felizes, não tive coragem…

— Céus, foi no dia que você chegou chorando e dizendo que estava grávida, fez a gente acreditar que chorava porque tinha medo quando na verdade chorava por Cosima… — Delphine balançava a cabeça de um lado para o outro tentando lembrar de todos os detalhes, sua raiva aumentando a cada minuto.

— Delphine…

— Ferdinand não foi preso, por que?

— Eu o encontrei no outro dia, ele me pediu perdão chorando, estava arrependido, eu sei, eu o conheço, me prometeu nunca mais beber, disse que mudaria por mim e pelo nosso filho e nós dois prometemos nunca mais tocar naquele assunto, eu não perguntei nada e ele não me perguntou nada, ele deu um jeito de limpar o nome dele, deve ter comprado com muita grana as pessoas que chegaram para atender aquela ocorrência, eu não perguntei se ele a matou... — Adele chorou — no fundo eu sabia que ela morreria, eu não quis saber...

— Adele... você disse que a amava.

— Eu a amava.

— Você deixou seu marido espancar a mulher que você dizia amar e sair de lá como se nada tivesse acontecido, ela era uma adolescente, não sabia nada da vida...

— Eu não pude fazer nada, eu não podia deixar o pai da minha criança ser preso...

— Você não tentou ajudá-la.

— Ele poderia me matar também, eu estava grávida.

— Você disse que a amava, Adele.

— Eu a amava.

— Não. Não repita isso.

Delphine pegou a prima pelos ombros, juntou toda a força que conseguiu e a jogou do sofá para o chão, com uma agilidade enorme subiu em seu corpo, ignorando seu braço quebrado ou qualquer resquício de dor que ela poderia ainda ter por causa do acidente e desferiu o primeiro golpe. Adele não tentou se defender.

— Você deixou a mulher que você dizia amar ser espancada e não fez nada — Delphine deu outro soco na cara de Adele. — Você a abandonou — o outro soco acertou em cheio o nariz fazendo jorrar um pouco de sangue, Adele começou a gemer de dor, mas continuou não se defendendo —, você a deixou para a morte, você a deixou sentir medo, Cosima morreria com medo, você não voltou para saber como ela estava? — Adele chorava e Delphine a acompanhava — Você é um monstro Adele. Como você pode viver com Ferdinand até hoje depois disso tudo?

Delphine saiu de cima da prima para que pudesse respirar, se continuasse ali certamente a mataria.

— Você a quebrou, Adele. Você a fez sentir medo de viver, de dormir, você a fez se sentir abandonada por quem amava pela segunda vez.

Delphine deixou a sala com passos duros, Adele ficou paralisada no chão chorando, ciente de que merecia aqueles golpes, sabendo que merecia apanhar muito mais, agradecendo por Ferdinand não estar junto com ela, agradecendo por Cosima estar viva, sentindo-se suja por apenas conseguir respirar. Sabia que não merecia respirar. Delphine voltou em alguns minutos que pareceram uma eternidade, trazia um pano na mão e uma tigela de vidro cheia de gelo, jogou o pano em cima da prima e se sentou no sofá colocando a mão machucada dentro da tigela e esperando pacientemente que ela se recuperasse para continuarem a conversa. Adele assistiu sangue da mão de Delphine se misturar ao gelo e após alguns segundos começou a gargalhar descontroladamente.

— Adele, do que você está rindo? — Delphine perguntou com a voz entediada, não tinha mais paciência para a prima.

Adele se sentou e encarou a prima ainda sorrindo.

— Olha para a minha cara — falou tão alto que parecia estar gritando —, olha o que você fez Delphine, eu nunca pensei que isso aconteceria — suspirou —, você deve me achar um monstro, mas eu não sou, eu não a tirei de meus pensamentos, não estava tudo bem, não sou esse monstro Delphine, você precisa me perdoar.

Delphine sorriu sarcasticamente.

— Por quanto tempo você e Cosima ficaram juntas? Me responda isso Adele, por quanto tempo você a enganou?

— Ela tinha quinze, quase dezesseis — levantou-se.

— 15 anos? — Delphine gritava — Você só pode estar maluca Adele, como você pôde?

— Ela estava apaixonada Delphine. — Adele continuava gritando, apesar da dor fazê-la choramingar junto — Ela me amava e eu a amava, eu também estava apaixonada.

— Não importa — Delphine fechou os olhos e se controlou para não enforcar a prima — Ela tinha 15 anos, era sua aluna.

— Ah, não seja hipócrita Delphine — Adele pressionava o pano contra o rosto tentando conter o sangue —, ela é a sua aluna, você não é tão diferente de mim.

— Ela tinha 15 anos Adele — repetiu — era uma criança, meu Deus, você não entende? Ela poderia estar de quatro por você, estar apaixonada como você diz, ela era uma criança, você era adulta, você deveria ter dito não, não importa quantos sim ela tenha te dado. Você deveria ter dito não a todos eles.

— Eu tentei, ok? Eu tentei dizer não, falhei miseravelmente, porque eu a amava.

— Não. Repita. Isso. — Delphine falou pausadamente, estava aos poucos conseguindo se controlar. — Você não merece dizer isso.

— Delphine, eu estava lá, você não… eu estava lá, foi eu que a ajudei a passar pela dor de ser rejeitada pela família, eu estava lá, era para mim que ela corria, eu era seu porto seguro. Eu a salvei.

— E depois a matou por dentro, a abandonando, deixando para trás como se não fosse ninguém, a fazendo se sentir culpada por ter se envolvido com uma pessoa casada, você a fez de idiota — Delphine se levantou tirando a mão da vasilha cheia de gelo, pegou as chaves de seu carro e caminhou até a porta.

— Delphine, por favor, me perdoe, eu… eu não queria que nada disso tivesse acontecido…

— Eu te perdoarei quando você conseguir o perdão de Cosima, Adele, foi dela que você fugiu e não de mim. Ela deve te perdoar, somente ela — abriu a porta da frente da casa decidida a sair — eu te amo Adele, você é a irmã que eu escolhi ter — virou-se encarando a prima —, mas eu preciso que você não venha mais aqui, não me ligue, não me procure, pois se eu tiver que escolher entre você e Cosima pode ter certeza que a escolherei, ela não será abandonada de novo. — Adele voltou a chorar ouvindo as palavras de Delphine — Avise Ferdinand que ele tem 24 horas para decidir se prefere ir para a cadeia ou morrer.

Delphine fechou a porta atrás de si e saiu caminhando para seu carro.


Notas Finais


Próximo Capítulo:

- Cosima - Delphine sussurrava - Cosima, por favor abra a porta.
Silêncio.
- Cosima, sou eu Delphine, por favor abra, eu preciso de você, eu preciso falar com você…
O quarto permanecia silencioso, Felix e Sarah estavam atrás de Delphine, cientes de que a porta não seria aberta.
- Fee, e se ela tentar alguma coisa? - Sarah perguntou colocando a mão em sua barriga.
- Ela não vai tentar nada, Sarah, Cosima só quer ficar sozinha - dirigiu a última frase para Delphine que o ignorou.
- Cosima - Delphine bateu mais uma vez na porta, encostou a cabeça e chorou encarando sua mão direita machucada - por favor Cosima…
Felix e Sarah deram alguns passos para trás e se sentaram no sofá, Delphine esperou, esperaria ali até amanhecer se fosse preciso, mas depois de alguns minutos a porta se abriu surpreendendo a todos.
Delphine estudou cuidadosamente o rosto de Cosima, ela estava séria, seus olhos estavam opacos, Cosima não tinha chorado, era como se tivesse acabado de acordar e Delphine se preocupou com isso, deu um passo a frente para abraçá-la, mas Cosima se recusou, em sua mão carregava a jaqueta que Delphine a emprestou no dia que recebeu carona da sua professora, Delphine engoliu em seco esperando o que viria a seguir.


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