1. Spirit Fanfics >
  2. Apenas um sonho >
  3. Herdeiro do Trono

História Apenas um sonho - Herdeiro do Trono


Escrita por: Maallow

Notas do Autor


Olá amoras!
Agradeçam a demora ao meu computador, que só liga quando quer!

*últimos capítulos*

Capítulo 121 - Herdeiro do Trono


- Venha, é por aqui.   

O Gato de Cheshire tinha o costume de sumir. Mas daquela vez havia algo que ele sempre desejou envolvido.  

Ele não poderia trair o Rei.  

Aquele Felino Traidor e Sorridente me prometeu informações. Subi as escadas, vendo-o flutuar diante do meu olho, seu rabo balançava como o pêndulo de um relógio, o sorriso mostrava seus dentes pontudos, como os de um predador.  

Como eu.  

Abri a porta de minha sala de reuniões, tratávamos assuntos importantes. – Passou muito tempo fora. – Comecei.  

-Costumo fazer isso para que sintam minha falta... – Voou. – E onde está minha recompensa?  

-Espere. – Levantei o dedo. – concordamos que seria uma troca de informações.  

-Eu não me lembro disso... – Disse Cheshire, apoiando seu rosto redondo nas patas peludas.  

Me sentei. – Não dá para dialogar com gatos, eu deveria saber. – Puxei um caixa preta, onde estava guardado sua preciosa recompensa. – Aqui está. – Ele tentou se aproximar para agarrá-la, mas não permiti. – As informações primeiro.  

-Passei a semana toda fazendo o que mais gosto. – Sorriu. – Bisbilhotar.  

-Ótimo, prossiga.  

-Parece que Enid e Tarrant estão planejando o casamento.  

Sorri de lado. – Assim seja.  

Ele flutuou. – McTwisp sai todas as manhãs para se encontrar com uma Lebre, ela é a nova viúva da sociedade...  

-Hum, espertinho.  

-O que mais quer saber? – Voou. 

-Eu quero saber de tudo.  

-Talvez “de tudo” precise de uma boa recompensa.  

-Acredite. – Bati na caixa preta. – Vai gostar do que tem aqui dentro.  

Os olhos do bichano se estenderam para caixa, gatos não eram fáceis de serem manipulados. – A menina... – Voou, circulando o meu corpo.  

-Diga.  

-Eu a vi na biblioteca com Tarrant...  

Algo em mim ferveu, fechei meus punhos. Passei os últimos dias acreditando, estupidamente, que o contato da Rainha com o Louco havia terminado de uma vez. – Alice? – Precisei confirmar, e seu sorriso largo foi a resposta. – O que ela estava fazendo?  

-Ela ordenou que ele a beijasse...  

Me levantei. – E acredito que Hightopp não foi contra a ordem de sua Rainha!  

-Os dois desejavam isso... – Disse Cheshire. – Tanto quanto desejo a minha recompensa.  

Abracei a caixa. – Diga-me mais.  

-Eles não foram além. – Pausou. – Embora eu gostaria de vê-los se agarrarem como dois animais selvagens. Tarrant sabe que você é um predador mais forte. – Flutuou. Tentando me convencer. - capaz de escolher a fêmea com quem deseja reproduzir.  

-Já chega. – Voltei para a mesa, deixando a caixa. – Aqui está sua recompensa pelas informações.  

Lucie, minha amante, me fez o favor de buscar o agrado ao Gato Risonho pessoalmente. Não foi difícil de conseguir. Segundo ela, o presente já não era mais usado por quem pertencia.  

Os olhos verde água de Cheshire brilharam diante do velho chapéu de Hightopp. – Lembre-se. – Eu o torturei ao pegar a cartola de volta. Ele recuou seu olhar, diminuindo o sorriso que demonstrava sua ambição. – Terá muitas outras recompensas se compartilhar para mim os seus segredos.  

Voltou a sorrir. – Não deveria fazer acordos com um gato com a capacidade de desaparecer. – Ele sumiu, como uma nuvem que se dissipava. Ressurgindo no mobile de madeira, pousou sutilmente. – Sei de muitos segredos, inclusive os seus.  

-Posso correr o risco. – Retribui o sorriso.  

O Felino sumiu de vez. 

[...] 

Meu trono não parecia tão confortável. Eu me sentia inquieto, hora ou outra me levantava, apreensivo. Me via pressionando o próprio queixo. Hoje seria um grande dia.  

No entanto, não me sentia muito confiante.  

Nos últimos anos foram cerca de vinte exames, todos eles arruinavam a expectativa de um herdeiro.  

Observei a janela, o Sol brilhava como nunca, adentrando pelas cortinas, eu estava sozinho na sala do trono. Caminhei um pouco mais, o lugar era grande, joguei a minha túnica para o lado do ombro esquerdo, meu sangue fervilhava com as palavras de Cheshire. Eu sei que ele não seria estúpido de mentir para o Rei.  

E sabia que havia algo diferente em Kingsley desde o momento em que Tarrant me venceu por pura sorte no jardim.  

Pus minhas mãos nas costas, juntando as sobrancelhas.  

Ele estava com sua prostituta particular, costumava colher a mais bela rosa do jardim e entregar para Enid.  

-Certamente ela não sabe o que ocorreu. – Murmurei, os vigiando. Ela sorria para o Chapeleiro Real. – Seria estupidez a minha dizer à ela a verdade, posso estar contribuindo para que o casamento venha ser adiado.  

O insano se curvava, beijando a mão de sua noiva.  

Enid era uma bela mulher, uma ex meretriz que esperava o perdão da sociedade aristocrata que vivia.  

Era uma viúva com experiência em matrimônios.  

Hightopp era um cavalheiro assíduo, acostumado a tratar a mulher com quem se comprometia como o seu pai tratava sua velha esposa.  

-Depois do casamento ele não mais vai querer traí-la. – Um sorriso se formou nos meus lábios. – E será o fim da história com a Rainha. Alice será obrigada a esquecê-lo de uma vez.  

Os soldados abriram a grande porta da entrada. McTwisp teve sua presença anunciada, me virei. O Coelho saltitou até o carpete vermelho. – Majestade. – Curvou-se diante de minha soberania. – O médico quer vê-lo.  

Assenti, apreensivo.  

Passei por Nivens, eu sabia bem onde encontrar o Dr. Coelho.  

O mesmo estava com a Rainha, ela se sentara a uma poltrona cor de creme, as pernas cruzadas e escondidas pelo vestido. Ambos estavam em silêncio quando cheguei ao quarto.  

O médico segurava um papel, num rolo de pergaminho. – Este é o exame. – Não precisei perguntar. Já havíamos passado por isso.  

Ele assentiu. – Queria que os dois estivessem presentes para lhes dar a notícia. – Olhou para o papel que suas patas peludas carregavam. – De uma vez.  

Alice se levantou da poltrona. – E então?  

Aquele suspense me trazia esperanças. Nunca em todos esses meses nos esforçamos tanto. Eu necessitava de um herdeiro para que minha linhagem permanecesse. Um novo Rei carregando o meu sangue, e então, nove meses depois, mataria Kingsley envenenada. Juntamente com o verme, a filha de Hightopp.  

Meu objetivo estava prestes a acontecer. O Doutor nos olhou mais uma vez. Até que todo o silêncio se quebrou. – Eu lamento. – Disse ele, saltitando até minha direção. Entregou-me o exame no qual pressionei entre meu punho, como uma espada enferrujada, ele não me servia.  

-Não tenho muito o que dizer aos dois. A Rainha é jovem, vocês podem tentar de novo. Só precisam de mais paciência. – Pausou. O silêncio o constrangia, Alice abaixou a cabeça, guardando qualquer palavra de consolo, eu estava farto disso. – Vou deixá-los conversando. Com licença.  

Apertei o papel em mãos, e só abri meu olho com o ranger da porta. – Estou com trinta e cinco anos, e ainda sem filhos.  

Alice virou as costas. Ela sentia o meu corpo se aproximar, pude ver quando estremeceu. – VOCÊ ME OUVIU?! – Eu a virei brutalmente. Sacudindo seu corpo que deveria ser submisso apenas a mim. – Eu quero um herdeiro! E você me dará!  

-Estou tentando!  

Cerrei meus dentes. – Não está, você... – A olhei. – Está imunda, não está fértil o bastante.  

-Não me insulte dessa forma!  

-Estamos na metade do ano... – A soltei. – E todos os meses recebemos exames negativos! – Abri a gaveta, quase a arrancando da escrivaninha. Joguei o exame ali. – Não podemos nos esquecer do vexame do baile no ano passado. – A olhei.  

Alice juntou as sobrancelhas. – Culpe a sua mãe.  

-Culpo você e Hightopp! Se não fosse por aquela peste eu não teria sido humilhado! – Gritei. – Até hoje suspeitam de sua legitimidade... Alguns ainda acreditam que eu fui traído por minha esposa!  

-Isso passou. Tarrant e eu não nos amamos mais.  

-Mas trouxeram uma criança. – Rosnei, me aproximando. – Como a fizeram tão facilmente? Responda! 

-Ele não ficou me pressionando. – Murmurou, sem me olhar. – Chegamos a um acordo que deveríamos ter um bebê. Ele foi romântico.  

Joguei o castiçal, a Rainha se encolheu. Temia o meu estado nervoso. – Está dizendo que não está de acordo em termos um filho? 

Limitou a me olhar. – Na maioria das vezes... – Suspirou. – Penso que Valentina vai sofrer com um novo irmão. – As lágrimas tornavam seu discurso ainda mais estúpido. – Você já não dá atenção a ela, entende? Q-quando... – Limpou o rastro que descia pelas bochechas. – Tivermos um filho... Ela vai se sentir abandonada de vez.  

-Eu não posso acreditar nisso. – Acabei por rir. – Então está preocupada com a bastarda piolhenta?!  

-Ela não tem piolhos! Ela é minha filha!  

Levantei minha mão para golpeá-la, mas parei quando Kingsley virou o rosto, pronta para receber o golpe. – Pois eu tenho uma ideia. Olhe para mim. – Apertei o seu queixo. – Terá que fazer um filho comigo, bem direitinho como fez com o Maluco. Tentaremos e enquanto não tivermos um resultado positivo, a garota vai sofrer.  

-Deixe ela em paz! – Socou-me no tórax. – Eu não vou permitir!  

-Eu estou farto! Ameace-me, mande-me para a masmorra! Continuará sendo minha esposa e nisso você terá que ser submissa! – Apertei o seu rosto. – Só te peço um filho meu, Kingsley. E depois poderá descansar em paz.  

Ela engoliu, os olhos refletiam o amargo desespero. – Do que está falando? – A voz fraca soou.  

Sorri. – Não digo literalmente...  

-Para mim. – Alice retornou a sua postura. – Isso me parece uma ameaça.  

-Encare como quiser. – Dei de ombros, aproveitando para enfeitar meus dedos com as joias finas que costumavam envolvê-los. – Eu estou lhe avisando. – Apontei. Eu sabia que Alice se fingia de forte, mas por baixo de sua saia volumosa, as pernas tremiam de medo. – Me dê um filho ou ela vai sofrer.  

-Farei outro exame. – Deu um passo a frente. – Mandarei o doutor voltar aqui, eu posso estar grávida, quem sabe... – Sorriu.  

-Não existe “quem sabe”. Eu quero ter certeza, e no momento, eu tenho certeza que você não espera um filho meu.  

Aquiesceu. – É bom que comece a me amar, nosso casamento tem que dar frutos. – Frisei.  

~Sete dias depois~ 

Pedimos novos exames o mais rápido possível, após nossa conversa, quatro noites por semana, Alice se comprometia a ser minha esposa. Eu não me importava em agradá-la, não era o tipo de homem que sentia-se poderoso por fazê-la gozar.  

Queria apenas que minha parte fosse cumprida...  

E eu me esforçava para fazê-lo.  

No entanto...  

Lá estava eu e ela após a nova visita do médico. Alice tampava seu rosto sentada a beira de nosso colchão.  

Ele nos deixou sozinhos para conversarmos outra vez. – Negativo. – Amassei o papel em mãos. – Negativo!  

-Você está me sobrecarregando! – ela gritou.  

-Isso não é desculpa!  

[...] 

-Aqui está, Soberano. – Enid me entregou o copo. – Este rum vai lhe fazer bem.  

Eu o bebi depressa, limpando os meus lábios em seguida. Arrastei o copo pelo balcão. – Você não tem nenhuma poção?  

Ela suspirou. – Vossa Majestade já não tentou antes? – Balançou o ombro. – Às vezes, nem a magia consegue interferir na falta de amor.  

-Infelizmente. Minha esposa ainda está apaixonada por Hightopp.  

-Ele não a ama mais. – Foi rápida ao disparar. – Me pediu em casamento.  

-É melhor que se casem o mais breve possível.  

-Assim espero. – Cruzou os braços. Sorrindo. – Vou insistir para que deixemos o Castelo. Não vai ser fácil, por causa da pestinha. Embora ele tenha passado os últimos meses construindo nossa nova moradia, em seu clã devastado. 

-Ótimo. Que assim seja. – Balancei a cabeça. – Odeio a filha quase tanto quanto odeio seu noivo.  

Ela parou de limpar o balcão, os farelos não eram importantes. – Soberano. – Chamou com pesar. – Ela é só uma criança. Odiar é forte demais.  

-É assim que me sinto.  

-Hum. Mais rum?  

-Não. – Me levantei.  

Aquela conversa acendeu meus sentimentos. Estava certo de que não passaria o dia todo sentado ao Trono dando ordens...  

Não hoje.  

Estava na hora de ascender os sentimentos de Kingsley, seja bons ou ruins... Isso não tinha importância.  

-Se não consegue ser útil e me dar um filho. – Pensava alto, concentrado. – Farei com que um pedaço seu sofra até que o meu desejo se realize.  

Estava obstinado.  

Meu olhar era certeiro. Passei os próximos corredores.  

Parando em seu quarto.  

Lucie, minha melhor criada e amante lhe fazia companhia.  

Valentina estava sentada no colchão, brincando com sua boneca enquanto a criada usava uma escova de madeira em seus cabelos, tinha paciência para desfazer os nós. – “Como quer seu penteado?”  

A menina levantou a cabeça. “Trancinhas. “  

Lucie sorriu, voltando a escovar os cachos que perdiam os nós, bem lentamente.  

Bati na porta um pouco antes de entrar. Não precisava de permissão. – Minhas duas belas garotas. – Sorri.  

Valentina não via maldade, mas Lucie corou, retribuindo o sorriso. – Papai! – Ela desceu do seu colchão, largando a boneca, os longos cabelos esvoaçavam com sua empolgação. – Estou de vestidinho novo! – Valentina deu uma volta para me mostrar. Era um vestido branco de saia azul. Babados nas mangas e no comprimento.  

-Que lindo vestido. – Eu a peguei no colo. – Está ficando pesada. – Sorri. 

-Estou em fase de crescimento, não é tia Lucie?  

-Está sim, senhorita. Mas para ficar uma moça bonita tem que me deixar escovar seus cabelos. – Balançou a escova de madeira.  

Valentina jogou seus cabelos para trás. Nada me irritava mais do que sua gargalhada tão insana quanto o sangue que corria sua veia.  

-Vamos para o chão! – A pus. Me agachei. – Eu tenho uma surpresa pra você.  

-Tem?! – Surpreendida, passou a pular. – Conta, conta! Conta! – Fechei meu olho, tentando não perder minha paciência, procurei em seu quarto um pedaço de pano e retornei para a menina. – Conta, conta!  

-Se é surpresa não posso contar. – Passei o pano por seu pescoço, subindo até os seus olhos.  

-O que vai fazer? – Nunca deixaria de perguntar.  

-Vou vendar seus olhos. – Dei um nó no pano. – Dá a mão para o papai. – Lucie nos assistia, tão curiosa quanto a filha de Hightopp.  

Puxei a cadeira de sua penteadeira, levando-a para o meu colo e colocando-a na mesma. – Posso tirar a venda?  

-Não. Você tem que ficar quietinha.  

-Hum. Tá bom! Vou ficar quietinha!  

-Ótimo. -Toquei os seus cachos. – Alguma vez já lhe disse que tem cabelos bonitos? 

Ela sorriu pelo reflexo, sobressaltando suas covinhas não muito profundas. – Obrigada papai. 

Cerrei meu olho.  

“Schiu.” Disse para Lucie, que prendeu a respiração quando me viu pegar a tesoura de ponta. – Quietinha, ouviu? – Valentina sacudiu a cabeça, ainda sorrindo.  

Toquei os seus cabelos. Cabelos ruivos e chamativos, paravam um pouco abaixo do meio de suas costas, carregavam cachos, volumes e a cor da linhagem de Hightopp.  

Aqueles cabelos eram a marca de minha humilhação. Posicionei a tesoura e Lucie puxou seu suspiro.  

Fechei a tesoura, sua lâmina cortou mecha por mecha enquanto a criança aguardava a surpresa. Não me importei muito em manter uma linha certa, talvez o rum e minha falta de capricho deixasse seus cabelos um tanto tortos. Cheguei até o outro lado de sua cabeça.  

Havia cortado na altura do pescoço.  

Lucie lagrimava. 

-Você quer ver a surpresa? – Sussurrei.  

-Quero!  

-Eu vou tirar sua venda, mas só abra os olhos quando eu pedir, ouviu?  

Sorriu. – Uhum...  

Desamarrei a venda. Seus olhos estavam fechados, aguardando minha ordem de abri-los com ansiedade. Me posicionei, queria me deleitar com sua reação. – Pode abrir.  

As pálpebras se levantaram, revelando os olhos castanhos. Valentina se olhou no espelho e então, o seu sorriso sumiu devagar. Ela tocou os cabelos, percebendo que terminavam no pescoço, sem nem mesmo chegarem aos ombros.  

Seu beiço tremeu. Os olhos molharam seus cílios. – Ah, filha. Não gostou da surpresa do papai?  

Ela virou o corpo para mim, segurando-se na cadeira. – Não. – Coçou o olhinho. – N-não g-gostei.  

-Não diga, poxa! – A puxei. – Veja só quanto cabelo tem no chão.  

Ela pegou uma mecha. Chorando baixinho. – Agora vai ter que esperar crescer tudo de novo, filha!  

Valentina soluçou. – Meu cabelinho. 

-Vamos... – Alisei seu braço. – Não chore. Assim eu fico muito triste.  

Seus olhos melancólicos pararam em mim. Ela olhou para o espelho outra vez, tocando as mechas grossas que ainda restavam de si.  

## 

A chuva me pegava de surpresa, era do tipo com pingos grossos, meio quentes que, quando tocava no meu tecido, me fazia arrepiar.  

No entanto, era como se ela libertasse a minha alma.  

A preciosa chuva guardava as estrelas do céu, levantei o meu rosto, caçando quem sabe apenas um pequeno ponto de luz. Meus cabelos estavam molhados, ganhando um tom acinzentado aos cachos loiros que eu costumava possuir.  

Mas por fim havia chegado.  

Nos encontraríamos na Floresta dos Cogumelos Gigantes. Esse não era bem o nome do lugar, mas assim como toda a Wonderland, essa floresta possuía um nome complicado de gravar.  

Respirei fundo, o corpete apertava minha costela mas eu necessitava seguir em frente. A chuva e o frio não seriam obstáculo, não depois de tudo o que passamos.  

Me desviava dos cogumelos, a maioria deles possuíam as mesmas características. Tinham o caule grosso, da cor marrom, e sua cabeça era sempre vermelha com pontos brancos.  

Sorri quando, em meio a névoa, uma silhueta masculina surgiu. Eu poderia prever que Tarrant viria com a sua cartola, mas fazia tempo que não a usava. Talvez por ser um presente meu.  

Desviei dos últimos cogumelos. O homem dos chapéus buscava em seu bolso o relógio molhado de bronze, eu não entendia o que tanto esperava... A chuva forte com certeza matou seus ponteiros.  

-Estou aqui. – Por fim, cheguei. Ele me olhou e sorrimos juntos. – Eu me atrasei, desculpe. Precisava despistar o meu marido.  

-Está ensopada. – Tirou seu terno preto. Colocando-o sobre meus ombros e aquecendo o meu braço.  

Meus olhos não evitaram fitar o cetim branco de sua camisa. A chuva marcava o seu corpo. Os mamilos duros... A respiração tão apressada quanto nosso desejo e o músculo do tórax, definido como o corpo de um jovem rapaz na alma de um homem. – Obrigada. – Eu o olhei e ele sorriu. Ambos molhados, mas ao menos agora eu não sentia frio. – O que é isso? – Reparei em um novo detalhe marcado em seu corpo.  

Uma corrente, envolto no pescoço. Eu o puxei, o libertando do cetim. – Pare. – Disse num toque escocês.  

Tarrant segurou minha mão, que apertava o medalhão com força.  

Eu o olhei e ele me olhou. Nosso fôlego se iludia com a proposta de um encontro marcante, era o que ambos desejavam. Aos poucos, Tarrant soltou minha mão. Precisei da outra para abrir o pequeno medalhão em forma de relógio.  

Passei meus dedos nas letras marcadas, a água da chuva e a escuridão me impediram de ler nos primeiros momentos. – É o meu nome. – Até que sorri. 

Sorri tolamente, como uma menina tímida que não sabia o que dizer naquelas circunstâncias. Tamborilei meus dedos no bronze. 

E quando o olhei de novo, Tarrant avançou.  

Como a menina tímida, não imaginei que o primeiro beijo de nosso encontro seria tão devastador. Diferente daquela chuva, o seu beijo era uma tempestade de sensações em mim.  

Eu não sentia frio, mas me fazia arrepiar.  

Não estava nervosa, mas me fazia ansiar.  

Não sei se o amava, mas não desejava parar.  

Tarrant era um homem com sentimentos, eles eram vistos pela forma como me beijava, como alisava o meu corpo, endeusava minha pele, meus lábios. Seu corpo reagia as próprias provocações, introduzimos as línguas, a chuva salpicava o beijo. Seus cabelos respingavam nos ombros quando os apertei, embora não conseguisse manter minhas mãos apenas ali, desci para o seu tórax, sentindo-o, apertando, alisando, descendo por sua barriga, dando a volta por suas costas. Ele apertou minha cintura, o maldito corpete me fez gemer, tremendo em seus lábios. Tarrant passou seus braços por mim. Beijando meu pescoço. Fechei meus olhos.  

-Ah! - Acordei no susto. 

Olhando em minha volta. Meu coração acelerava, borboletas quase chegavam a minha garganta, eu sei que havia muitas delas em meu estômago.  

A biblioteca do Castelo continuava vazia como normalmente. Pude soltar o meu suspiro, jogando uma mecha de cabelo dourado, que insistia em não se manter no penteado, para trás. - Livros e sonhos se misturam por aqui. - Murmurei, observando. Alisei a capa do livro em que tive curiosidade de ler. 

''Contos de uma esposa infiel''  

Balancei a cabeça, sei que nunca mais o leria. 

Um chá quente manteria meus pensamentos em ordem.  

A cozinha mantinha-se organizada desde que Thackery morreu. Embora eu preferisse muito mais a sua bagunça e a maneira como lançava os ingredientes enquanto insistia em cozinhar. Sorri devagar, esperando que o bule apitasse.  Ouvi alguns passos ecoando, juntamente com uma sombra que surgia na entrada.  

Procurei o açúcar, e então, levantei o meu rosto. - Chapeleiro? - Ele se preparava para sair de mansinho, como se não tivesse me visto. 

Ou, quem sabe, como se não desejasse minha companhia.  

Ele manteve-se parado de costas por alguns segundos, até se virar por completo. - Majestade! - Exclamou, naquele jeito sorridente. 

-Está me evitando? - Não pude esconder certa mágoa em minha voz. Parei na bancada, segurando a xícara de porcelana. 

Ele pensou: - N-na verdade, estou procurando minha noiva.  

Assenti, olhando em volta. - Ela não está aqui. - Suspirei. - E então? - Sorri. - Quando vão se casar?  

Tarrant abaixou seus ombros, obrigando-se a descer os degraus da cozinha para se aproximar. - Deixei ela escolher a data. 

Peguei o bule. - Creio que escolherá a data o mais breve possível.  

Assentiu. - Ela também quer deixar o Castelo. - Disse num cochicho, brincando com seus próprios dedos manchados, Tarrant levantou seu rosto para mim. Os olhos verdes aguardavam uma resposta, na qual sorri. Não sei se havia algo a dizer, e mesmo se houvesse, não poderia ser dito. - M-mas... - Prosseguiu, pigarreando. - Eu não tenho certeza.  

-É engraçado... - Afirmei.  

-O que? - O Chapeleiro riu de leve.  

Balancei a cabeça, por um momento pensei em deixar aquilo somente em meus pensamentos.  

Mas havia tanta coisa dentro de mim. - Você contando sobre seu casamento e sua noiva. - Busquei o bule, enquanto jogava a água nas duas xícaras. -  Para mim. - Sorri. - A mulher com quem quase se casou.  

Ele parou de rir, remexendo o chá com a sua colher. Nos olhamos.  

Quando precisei cortar meu olhar para alguém que surgia atrás de seus ombros. Valentina descia os degraus sem muita animação. O Chapéu tampava o seu rosto, mas pude ver o desenho de seus lábios oprimindo o sorriso que sempre surgia ao me ver. Tarrant também se virou, deparando-se com a nossa filha. Ela coçou um dos olhos e atravessou o balcão. - Mamãe. - Ela disse, esticando os braços.  

Eu a peguei, sorrindo. - Está pesada. Diga oi para o Chapeleiro. - Levantei a aba de seu chapéu. Mas ela o puxou de volta. Eu e ele nos entreolhamos. - Ei, o que houve?  

Nossa doce criança fungou, insistindo em coçar o olho esquerdo. - Você se machucou? - Ela negava em silêncio. - Alguém brigou com você? - Também não. 

-Ela não está doente, Rainha?  

A pus no balcão de mármore, puxando a aba do seu chapéu para tocar sua testa. Juntei as sobrancelhas. - Não.  

Tarrant puxou o seu chapéu. Imaginar seus longos cabelos caindo num penteado já frouxo era normal para mim, quase sempre acontecia. No entanto, naquela vez, seus comprimentos me espantaram. - O que é isso? - Tarrant também estava surpreso. - Filha! O que fizeram com o seu cabelo?! 

Valentina chorou com o meu tom aborrecido.  

O Chapeleiro os tocou, esticando seu braço para alcançá-lo. Ele parecia tão abismado quanto eu. Ela se esquivou do contato. - Quem foi que fez isso?  

A pequena engoliu. Os grandes olhos carregavam a resposta como um segredo até que seus lábios revelaram. - Eu.  

Cerrei os olhos. - Não... - Os toquei. - Você sabe que eu te proíbo de pegar a tesoura, você está mentindo! Me diga a verdade ou ficará de castigo!  

-Alice. - Tarrant chamou.  

-Não! - Joguei a xícara. - Eu sei que não foi ela, eu tenho absoluta certeza!  

-Para! - Tampou seus ouvidos. - Não grita c-comigo, mamãe!  

-Pobrezinha... Está tudo bem, s-sua mãe só está nervosa. - Ele a puxou.  

-Me solta!  - Ela jogou seus braços, atingindo o seu rosto, Tarrant a soltou.  

A peguei no colo, a pequena chorava assustada em meu ombro. - Eu sinto muito. - Sussurrei para o Louco, que se perdia nos próprios devaneios. - Filha... Peça desculpas. - Ela chorava em silêncio.  

Tarrant jogou os pratos enfileirados do balcão. Um por um se quebrou, ele passou a mão no rosto com pesar e saiu.

-Deixe a mamãe ver... - A pus sentada. - Está torto... - Valentina me encarou com culpa. - Me diga a verdade. Deixou que os Tweedles o cortassem? - Negou. - Alguém?  

-Não m-mamãe... - Me olhou com uma careta, aquela careta de choro que costumava me comover. 

Mas não naquele momento. - Sei que está mentindo para mim. - Cruzei os braços. - As mães sabem, nós temos poderes.  

Fungou. E não pude ter dó. - Você está de castigo, sem seus brinquedos. Vou comunicar as suas criadas assim que possível.  

Ela era uma boa menina. E aceitou sua punição sem reclamar. Apenas parecia muito triste. A pus no chão, sei que não conseguiria saltar da altura do balcão.  

Ela correu, tomando cuidado com os pratos, ouvia seu choro ao longe.  

[...] 

-A Rainha de Wonderland! - Anunciaram ao som das trombetas. 

O Rei me aguardava em seu trono. Eu segurava o meu vestido e levantava minha cabeça para que a coroa não caísse. Não estávamos nos nossos melhores momentos juntos, quem sabe... Esses momentos nunca existiram. - Algum problema, minha esposa? - Perguntou um pouco antes que eu pudesse sentar. 

Sentei. - Valentina andou aprontando.  

Ele escondeu seu sorriso, fingindo coçar o queixo. - Foi você? - O olhei.  

-Eu lhe disse que sua filha sofreria até que me desse o herdeiro.

-Eu já lhe disse que estou tentando! 

-Não o bastante. - Acrescentou. 

Não tive tempo para retrucar. A porta da entrada foi praticamente arrombada com um chute certeiro. Os soldados vinham atrás de Tarrant, mas eles não o impediriam de parar, ele sacolejava os braços, irritado, nervoso, porém, sem ter força o bastante para se soltar. - Deixem... Deixem. - Ordenou Stayne, tranquilo.  

Tarrant deu novos passos. Os olhos carregavam o laranja da ira. - EU EXIJO QUE MINHA FILHA SAIBA A VERDADE! - Gritou. 

-Por favor! - Gargalhou o Rei. - Você não está na condição de exigir nada!  

Ele chegou aos degraus. - Soldados! Segurem este homem! - Assim o fizeram. 

-Eu sou o pai dela! - Gritava aos quatro ventos.  

-Alice, minha esposa. - o Rei se virou, os olhares de todos se atraíram para mim. -  Escolha um de nós dois para dizer quem é o pai de sua filha.  

Estremeci. Tarrant a amava, mas Valentina amava o Rei. 

-Não posso escolher.  - Mantive a postura.

-Como pode dizer isso? - Tarrant lagrimou. - Ela é minha filha, minha filha! Minha! M-me soltem! Eu vou dizer a ela! Contarei a verdade! 

Stayne se levantou. 

- Se disser a verdade, Hightopp! Cortarei a sua cabeça ainda essa noite!  

-ÓTIMO! - Cuspiu. 

O Rei relaxou no trono, eu precisava manter o meu sangue frio diante daquela situação. - Soldados, podem soltá-lo. Deixem que este maluco trace seu próprio destino. 

O grupo de soldados obedeceram. O Chapeleiro apressou os seus passos em direção a saída. Eu sabia que ele estava decidido, era o tipo de louco que cismava com uma ideia e não sossegaria até que conseguisse concretizá-la. - Chapeleiro! - Corri.  

Eu sei que Stayne se divertia com tudo aquilo, era como um entretenimento para o Rei.  

Olhei para os dois lados daquele único corredor, era um corredor curto; Onde, por sorte, pude vê-lo passar para o hall de entrada. - Espere! - Ele não me dava ouvidos, era tão rápido em correr. - Não fuja de mim, vamos conversar! - Subi as escadas, o seguido. - Tarrant, você precisa pensar com calma!  

-A-ac-re-dit-te! - Ele virou o rosto por cima do ombro, atravessando os corredores. - E-eu p-p-pensei m-muito bem! 

-Está claro que não! - Corri. Parecia impossível de alcançá-lo. - Você não está bem da cabeça!  

O Chapeleiro riu. - V-vão cortá-la e eu não me i-importo!  

-M-mas e... - Pensava. - E a sua noiva? Você não pode deixá-la! - O segui.  

Ele parou para abrir algumas portas do palácio, sabia exatamente os lugares que Valentina frequentava. - J-já tiraram tudo de mim, e-ele tirou os meus pais, m-meu clã! T-tudo! - Bateu a porta com força ao ver que não havia ninguém. Embora eu corresse, Tarrant era agitado, capaz de me despistar num instante. - Tirar a mulher q-que amo n-não f-faz mais diferença!  

Senti um aperto. - Então... Você a ama, isso é ótimo. - Sorri. Mantendo a distância. Ele me olhou. - Escute, não tem que ser assim...  

-S-só está preocupada c-com o que vai acontecer com v-você. - Acusou.  

-Não. - Me aproximei. - P-por favor, n-não pense assim... Não é isso. 

Tarrant retornou aos corredores. Cruzando um deles, ele abriu a porta da sala de reuniões, ela costumava se esconder embaixo das mesas com os Tweedles. - Valentina?! - A procurava. 

-Pare... 

-O R-Rei n-não é o s-seu pai!  

-Chapeleiro, por favor! - Gritei.  

E assim ele prosseguiu traçando o seu destino. - E-eu sou seu pai, Valentina! - Rasgava a garganta ao gritar.  

Alguns súditos deixavam os quartos com todo o escândalo. - Tarrant, pare com isso! - Consegui alcançar a manga de seu terno.  

Ele riu. - Ali. - Apontou. - Ali é o q-quartinho d-dela, d-da nossa f-filha, Alice...  

Apertei o seu braço. - Você não está pensando direito.  

Tarrant tirou o seu terno, livrando-se de minhas mãos.  

Não pude impedi-lo de abrir a porta.  

No entanto, algo o impediu de gritar.  

Cheguei a tempo para ver.  

Valentina estava dormindo encolhida entre as cobertas, abraçada com seu ursinho, sua respiração era calma, o rostinho angelical por baixo de alguns cachos o fizeram suspirar. Ele estava paralisado quando suspirou, temia que fosse para recobrar de seu fôlego. - Por favor... - Tarrant era imprevisível. Toquei o seu rosto. - Não grite, não a acorde. Eu te imploro... Ela costuma ter insônia. 

Suas lágrimas desceram. - Eu q-quero que ela saiba a v-verdade...  

-Eu também quero. - As limpei. - Mas não é dessa forma – Ele me olhou. - que tem que acontecer... - Massageei sua bochecha com o polegar. - Você está louco, completamente pirado... V-vai assustá-la. - Olhei para trás, ela dormia tranquilamente. - E vai ser pior.  

-Eu... - Respirou. - E-estou louco? 

-Está. - Murmurei.  

Por fim, ele me olhou. - M-me cura. - Cerrou os olhos. - Você me cura.  

Sorri. - Então é melhor irmos. - Peguei sua mão. - Vamos... - Sussurrei, ele ainda a olhava, e eu não tinha completa certeza se o convenci.  

Fechei a porta do quarto assim que chegamos no corredor.  

[...] 

Mesmo após tantos anos, o seu quarto ainda era um dos mais quentes de Marmoreal, a janela sempre estava emperrada. Tarrant estava sentado na cama, as pernas separadas e os braços apoiados nas coxas. - Tome. - Eu o servia com uma mistura de chá e rum. Ele negou por um momento. - Só mais um pouco. - Insisti. - Para que esqueça essa ideia. 

-N-n-num v-vou e-esquecer. 

-Claro que vai. - Toquei sua testa suada. 

Ele bebeu até a metade. Se queixava de tontura há uns goles atrás. - E-está aqui. - Apontou para o peito. - B-bem aqui Alice e e-eu não vou esquecer. - Balançou a cabeça. 

-Certo... - O olhei. - Já pensou em como ela vai se sentir? O que ela vai achar? Todas as perguntas que vai fazer?  

-E-eu posso responder. - Levantou a cabeça. - E v-você... - Apontou. - Você também, m-morceguinho. 

-E o seu casamento? - Seus olhos pararam. Por um momento imaginei que estava sóbrio de novo, mas tudo não passava de um engano.  - O que ela vai achar quando ver o pai dela casando com outra?  

Estava desnorteado. - A-acho q-que... - Cambaleou o corpo, quase caindo sobre mim. - é v-você q-quem t-tem que me responder... - Fez uma careta enquanto falava. 

Mantive minha postura, ainda sentada num banco de madeira. - Eu? - A minha voz saiu com surpresa. - Bom! Eu não... - Ele me olhava, esforçando-se para prestar a atenção. - Eu não tenho que achar nada. - Disse por fim, após pensar. - Você precisa traçar seu próprio destino.  

Tarrant bebeu um pouco mais. Apreciando o gosto da bebida que ficaria em seus lábios até o amanhecer. Ele suava, passando a transpiração para o cetim de sua blusa social, ela marcava o tórax e desde muitos minutos atrás, tentei não prestar minha atenção naquele detalhe. Embora, agora parecesse impossível. Me aproximei. O homem dos chapéus levantou o seu rosto, quase sempre cambaleante, talvez ele não esperasse me ver sentada a beira de sua cama. - Você não está com calor? - Sussurrei. Ele murmurou alguma palavra que pouco saiu dos seus lábios e então, decidi amenizar seu suor. Puxei os cabelos começando desde a nuca, estavam mais curtos do que antigamente, no entanto, ainda era possível prendê-los num nó. Estava acostumada a fazer isso quando Valentina decidia deixar seus cabelos soltos.  

Parti para os botões de sua blusa. Sua mão ainda segurava o copo quase vazio de chá com rum, com certeza muito mais rum do que chá.  

Abri um por um começando da borda, tentando não me atentar a afrouxar seu cinto, fui subindo meus dedos, seus olhos seguiam minhas mãos até que nossos rostos estavam tão perto que não poderíamos dar atenção a nenhum outro detalhe. Ele pegou minha mão, passando-me a quentura e masculinidade de sua pele. Eu me sentia tão feminina e indefesa ao seu lado, e por mais que eu não fosse, ainda me sentia sua.  

Sorrimos. Seus olhos quase fechavam quando retornei aos botões, só abriria sua blusa para que se refrescasse um pouco. Um por um, fui libertando as pequenas pregas de plástico muito bem costuradas no cetim úmido. Cheguei ao seu pescoço. Onde reparei um cordão de bronze. - O que é isso? - Ele me impediu antes que eu pudesse abrí-lo. 

Era um medalhão com um formato de relógio.  

Eu sei que já o vi antes. 


Notas Finais


Stayne é um FDP sim ou claro?
Como a Alice vai reagir a essa guerrinha no casamento? O que ela vai fazer para que sua filha não sofra?
Agora Tarrant quer contar toda a verdade, vocês acham que ele está certo?
Gatinho Chessur dando as caras! E ainda ''ameaçou'' o Rei ahushuashu
Enid vai escolher a data do casamento
E esse medalhão, o que significa?

Ah, e sobre a cena do beijo, foi em sonho! :3

Me deem uma dica de cena de amor, digamos que uma cena dessas está muito próxima de acontecer. Como gostariam que fosse?

Leitores fantasmas, comentem! Leitores fieis também! Preciso de inspiração! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...