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História Apenas um sonho - Na noite do baile 2


Escrita por: Maallow

Notas do Autor


Vocês pediram e vocês terão! hahaha, vou começar a revelar os mistérios, até não existir mistério algum :D
Obrigada a todos que comentaram.

Capítulo 37 - Na noite do baile 2


Eu desejava o silêncio e a calma mais do que qualquer coisa naquele momento. 

Massageava seus cabelos ao apoiar minha cabeça sobre os seus ombros. Seus braços me envolviam de uma forma calorosa e eu me sentia protegida a ponto de fechar os meus olhos. Transpirávamos, e eu tinha certeza que Tarrant não suportava as batidas incansáveis na porta assim como eu. O som da madeira sendo golpeada se tornava mais alto. Torci os lábios, sentindo o doce aroma dos seus cachos despenteados. Juntamos nossos peitos e o Chapeleiro ficou mais atordoado ao notar os batimentos descontrolados do meu coração. Ele deixou de me abraçar para subir uma das mãos até o meu seio. Ele pressionou as sobrancelhas ao ver que os meus olhos estavam imersos em lágrimas. Eu não conseguia ocultar o meu nervosismo e a minha tensão quanto aquela situação.  - E-esconda-se. - Propôs, teimando em se levantar.  

Enlacei mais as minhas pernas em sua cintura com o desespero. - O q-que vai fazer? - Toquei em seu rosto, fitando o homem desequilibrado em meus braços.  

Ele não estava no seu ''normal''. Além da bebida, os seus olhos apontavam a raiva que sentia por sermos interrompidos. - P-por favor... - Sussurrei, alisando a sua bochecha. Ele fechou os seus olhos e suspirou longamente.  

Foi assim que percebemos o silêncio maravilhoso. Sua íris vermelha apontou-se para a porta, virei o meu rosto e olhei também. A maçaneta não girava como antes... - A-acho que ele já foi. M-mas não tenho certeza. - Sussurrei perto do seu ouvido, ainda amassando os seus cachos.  

Tarrant pegou a minha cintura e me colocou no canto do colchão, levantando-se em seguida. Ele apanhou o seu terno caído, torci os lábios, imaginando que ele se vestiria... Afinal, aquela interrupção acabou com todo o clima.  

Mas o insano era mesmo imprevisível: Ele jogou seu terno em mim e gesticulou para que eu me tampasse. Arregalei os olhos, ele caminhava até a porta e girava a chave cor de bronze dentro da fechadura. Tratei de obedecê-lo, escondendo o meu corpo na sua roupa quente. O meu coração acelerava e as minhas mãos suavam como nunca.  

Eu temia que Stayne permanecesse do outro lado da porta.  

Ele girou a maçaneta depois de me olhar e assegurar que eu estava vestida. Minha respiração pesou quando Tarrant abriu a porta. Estiquei meu pescoço para espiar, mas o Ruivo tampava a minha visão. Ele olhou para os dois lados do corredor, mantendo o seu corpo semi-nu ainda dentro do quarto.  

Fechou a porta segundos depois.  

Virou-se para mim e sorriu docemente. Retribui o sorriso com um pouco mais de alegria. Ele vinha para o colchão mas não pude esperar, levantei-me e Tarrant esticou os seus braços.  

Eu o abracei com força, apertando a sua nuca enquanto o mesmo me erguia. Envolvi minhas pernas em sua cintura novamente, ele me olhava de um modo estranho, como se perguntasse se eu permanecia disposta a continuar.  

E para mim, ele nem deveria ter dúvidas.  

Eu o beijei sem demora e pedi espaço com a língua antes mesmo de começar a ser retribuída. Pude sentir um certo sorrisinho esticando os seus lábios e ele cedeu, correspondendo os movimentos com a sua língua. Beijava, mordiscava e chupava os seus lábios. Ele se preocupava apenas em me segurar em seus braços e retribuir aquele carinho. Tarrant sentou-se no colchão e puxou o seu terno de mim, perdia seus segundos admirando o meu corpo com as mãos e nossas línguas ainda se misturavam. Ele segurou minha nuca e foi se deitando.  

Me levava junto e deitei-me sobre ele. Extingui o meu fôlego depois daquele beijo, nos afastamos ofegantes e trocamos um selinho. Rimos com o estalo que nossos lábios produziram. Estiquei os seus braços, entrelaçando nossos dedos. Tarrant me olhava, deixei de sentar sobre sua cueca para subir e parar um pouco acima, roçando minha intimidade em sua barriga seca. Seu gemido trouxe o rosado de volta as minhas bochechas. Aproveitei minha posição para beijar o seu tórax. Ele brincava com os nossos dedos entrelaçados e ao sentir os meus beijos afundou o seu rosto no travesseiro macio. 

Fiz certa questão em beijar as suas manchinhas, beijava delicadamente seu tórax. Seus grandes olhos me viram deslizar até embaixo, parei com os beijos e Tarrant sentou-se, ainda me encarando. Soltei nossos dedos entrelaçados para acarinhar a sua cueca, sorri quando seus olhos se reviraram. Mordi os meus lábios e o fitei uma última vez antes de abaixar a sua peça.  

Ele me puxou, seus beijos delicados se tornaram ferozes, eu retribuía me perguntando como Hightopp conseguia ser carinhoso e intenso. Sua boca aproveitava o mamilo rosado dos meus seios, deitei-me sobre seu ombro (começava a suar). Ele abriu mais minhas pernas e me fez sua. Eu não poderia deixar de sorrir, sorrir e suspirar: Era o que eu fazia. Ele alisava as minhas costas e agora beijava o meu pescoço, chupando a minha pele quente. Eu o beijei quando começamos a nos movimentar, era um beijo lento e molhado que ajudava a ligar os nossos corpos, em plena sintonia. As suas mãos me emolduravam, desciam do meu rosto até a minha coxa.  

Nossos narizes se tocaram, sorrimos e ele olhava para os meus lábios, sedento para avançar. No entanto, o ar era indispensável, principalmente agora. Ambos se esforçavam para tomar o fôlego. Eu ainda me acostumava em tê-lo dentro de mim. Parecia que todas as vezes que nos amávamos era única, sendo sonho ou realidade.  

Inclinei minha cabeça para trás, deixando o meu pescoço exposto para os seus beijos... Ele não perdeu o seu tempo, não deixaria de mostrar o seu carinho por mim. Aumentou os seus movimentos, me fazendo arfar. Tarrant chupava o meu pescoço quando puxei o seu rosto para mais um beijo, mesmo com o pouco fôlego que tomamos. Fechei os olhos, apreciando o seu ritmo. - E-eu t-t-e a-am-o... - Tive certa dificuldade de entender: Ele dizia aquelas palavras entre sotaque, beijos e gemidos. Afastei nossos lábios molhados para encará-lo, Tarrant se esforçou e sorriu, disfarçando a expressão de prazer que sentia e aumentando o brilho dos seus olhos. 

Parecia esperar alguma resposta minha, mas não tinha certeza do que ouvi.  

''Estou enlouquecendo...'' - Pensava. Voltei a apreciar o doce sabor de ponche quando o Insano invadia-me lentamente com sua língua.  

Suspirei, deixando minhas dúvidas de lado. Afinal, eu tinha certeza: O calor do momento me levava a loucura.  

-Q-q-uerida... - Tarrant segurou minha cintura ao sentir-me rebolar em seu colo. Alisei o seu tórax e retornamos aos beijos, simplesmente não cansávamos com a troca de carinhos.  

Podia sentir o meu primeiro clímax: Vinha como um choque, e ''adormecia'' as minhas pernas ao ponto de não conseguir movê-las. Fechei os olhos, sorrindo enquanto trocávamos nossos lábios de posições.   

Porém, o que parecia ser um sonho se tornou um pesadelo novamente. Engoli o meu gemido e eu o olhei, com medo: Ouvíamos as batidas na porta mais uma vez. E estava claro como chá que Stayne não tinha desistido, o pior de tudo era que os nossos gemidos provavelmente poderiam ser escutados do outro lado do corredor.  

Meu ápice foi cortado. 

Olhamos juntos para a maçaneta, ela não se mexia mas agora a madeira da porta era empurrada com força. Nos encaramos com decepção, Tarrant me tirou de seu colo e recolocou sua roupa íntima, me encolhi e o abracei, esperando que Ilosovic desistisse como antes. 

Não foi o que aconteceu.  

O Insano me cobriu com desespero quando sua porta finalmente foi arrombada, eu protegia o meu corpo nu com o seu terno, sem deixar de notar os olhares pasmos de McTwisp e Stayne, eles estavam paralisados na entrada do cômodo, Nivens exibia suas orelhas caídas e as sobrancelhas de Stayne estavam tão esticadas que provocavam linhas entre sua testa. As minhas bochechas coraram ao ponto de esconder o meu rosto por debaixo dos seus cachos ruivos. - Oh, céus! - O Coelho se lamentava com a cena que via, ele virou seu rosto para o lado e o Cavaleiro de Copas continuava de pé, sem pronunciar qualquer palavra.  

Ele ainda nos olhava abismados e eu tinha um leve palpite que o Chapeleiro o encarava também. Virei o meu rosto para fitá-lo, e eu estava certa. Os dois trocavam faíscas pelos olhos mas ele não deixou de me abraçar, ajeitando o seu terno para esconder parte dos meus seios que apareciam sem que eu notasse. 

Agarrei sua nuca, em silêncio. Podia sentir que ele se controlava para não aparentar a raiva, no entanto, Tarrant se sentia tão humilhado quanto eu.  - B-bom... - Stayne começou, desnorteado. - E-eu disse que ela estaria aqui! - Acusou para o Coelho que permanecia com o rosto virado para o lado oposto.   

-Eu quero saber o que está acontecendo, e quero uma explicação! - Dizia McTwisp, autoritariamente e sem nos olhar, é claro.  

Eu não sabia o que dizer e nem como começaria a explicar. Era a situação mais vergonhosa que já passei.  

- E-e-eu a t-t-roux-e aqu-i. - Dessa vez entendi suas palavras, mesmo com o seu sotaque e com a travação de língua. Stayne cruzou os braços, sem acreditar direito naquela conversa. McTwisp assentia, sério e cabisbaixo. - O-ora... - Envolveu minha cintura. - A f-festa estava t-tão deprimente! - Eu o olhava, queria entender onde Tarrant chegaria. - E-então eu pensei que poderíamos... H-hum... - Fez uma careta, prendendo o seu sorriso ao apertar os lábios. - Poderíamos f-fazer uma festinha particular! - Eu achei que não era possível, mas consegui ficar mais vermelha do que já estava.  

-Está assumindo a culpa, Tarrant? - Questionou McTwisp após a conclusão do Louco. 

Eu o olhei. '' Não faça isso '' - O Chapeleiro leu os meus lábios e me viu balançar a cabeça em negativa, ele não deveria mentir mas isso pouco lhe importava.  

Ficou em silêncio, assimilando suas próprias palavras. - S-sim. - Fechei os olhos e suspirei. Eu não poderia desmentir, isso só causaria mais problemas para ambos. 

-Pois bem. - O Coelho Branco juntou coragem para nos olhar, no entanto, suas orelhas permaneciam arreadas. - Espero que esteja preparado para arcar com as consequências do seu ato vergonhoso e irresponsável, sem falar em vulgar! Totalmente vulgar! - Pausou, Tarrant aceitava as criticas em silêncio. - Perderá o seu emprego como Chapeleiro da Corte. - Mordi meus dentes depois de ver o sorriso de Stayne.  

Ele estava feliz por ouvir a punição quanto ao nosso ato.  

O Ruivo mirou o nada, seus devaneios o enlouqueciam. - E-e-está c-certo. - Respondeu com dificuldade. Pensei em puxar o seu rosto e beijá-lo por sua coragem, mas não estávamos sozinhos e isso poderia acarretar em mais transtorno. 

-Agora... - Nivens tomou a palavra novamente. - Vistam-se, e desçam. - Se preparava para sair quando Stayne o parou.  

-Um momento, McTwisp. - Tocou no ombro do Coelho após se agachar, os dois olharam para a cama. - Tem certeza que vai confiar em deixá-los sozinhos? 

-Tem razão.  - Murmurou pensativo. - Ficaremos no corredor. - Mirou seu dedo peludo em nossa direção. - Não quero ouvir barulhos suspeitos! - Ameaçou-nos, assenti corando.  

Os dois se retiraram por fim. Eu me sentia triste e envergonhada. Tarrant se afastou de mim ao se sentar, ele procurava a sua calça jogada pelo chão. Em silêncio. Retirei o seu terno e coloquei sobre sua coxa, ele me deu o sorriso mais deprimente que poderia me dar.  

Eu queria agradecer o seu ato de assumir a culpa, porém, minhas palavras não saiam.  

Só estava ali, parada. O olhando: Ele havia colocado suas calças e agora ajeitava as meias coloridas de seus pés, logo depois pegou seus sapatos de couro e os colocou. Joguei os meus cabelos soltos para trás, imaginando o quanto o Insano estava abalado, afinal, havia acabado de perder o emprego que passou por cada geração de sua família.  

Acordei quando o vi levantar-se e ajeitar o cinto de suas calças. Ele teve a bondade de pegar as minhas roupas íntimas e até o meu vestido, jogados no chão.  

Colocou sobre o colchão e se sentou de novo, passando suas mãos pelo rosto e chegando até a nuca, ele soltou um suspiro fundo que me trouxe mais culpa.  

Não aguentei, vesti meu short de babados e sentei-me em sua coxa. Tarrant me fitou atordoado e surpreso. - M-me perdoe... - Pedi, esforçando-me para não chorar. Alisei o seu rosto e ele sorriu.  

O seu sorriso tinha o poder de me devolver o brilho dos olhos. - M-me perdoe, Tarrant... A culpa é minha. - Ele negava com a cabeça. - É verdade, você sabe que é... E-eu... Eu vim até o seu quarto, e-eu te procurei.  

-Q-querida... - Nos olhamos. - Você não tem culpa, sim? E a Rainha... E-ela pode entender o que houve, e-ela entenderia... - Dizia, na intenção de me absorver das preocupações mas pensar em Mirana só me acumulou mais remorso, ela mesmo nos pediu autocontrole e compostura.  

E o que fizemos com sua ordem? 

''Em meu Mundo eu teria obedecido... E por que aqui não consegui cumprir com as etiquetas que cumpro há anos? '' - Tarrant alisava os meus cabelos, calado. Deitei o seu rosto sobre a linha dos meus seios nus. '' Talvez possa ser por que sempre tive a imagem que no Pais das Maravilhas não existiam regras ou exceções... Aqui tudo era diferente. '' - Juntei as sobrancelhas. - '' Esse pode ser o motivo... '' 

-Querida, eu não me arrependo do que fizemos. - Dizia o Ruivo, erguendo o seu rosto e me mostrando suas íris marejadas.  

''Ou o motivo possa ser você. '' - Concluí, estagnada com as palavras que rodeavam a minha cabeça, nenhum outro homem, seja em meu Mundo ou qualquer outro me causava tanto alvoroço.  

As borboletas retornaram a vida quando cheguei a imaginar que estava apaixonada por Tarrant Hightopp.  

Suas duas esmeraldas ainda me observavam, e o seu rosto triste se embelezava com o sorriso que ele possuía ao me olhar... Percebo então que ele sempre sorria ao me olhar, afinal. 

Retribui o sorriso achando que seria tarde demais, fiquei pensando por tanto tempo...  

E não era.  

O Insano me envolveu mais em seus braços e não hesitei, eu o beijei ali mesmo... O beijei sentada em seu colo e semi-nua, eu tinha total consciência que tal ato poderia provocar sensações em seu corpo, eu não queria excitá-lo, mas de qualquer maneira os seus dedos balançavam no ar um pouco antes de começar a retribuir.  

Sua língua pedia espaço com timidez após seus dedos repousaram sobre o meu rosto.  

E eu cedi, abrindo os meus lábios e me ajeitando em seu colo. Sua mão chegava perigosamente perto dos meus seios, puxei a sua nuca e infiltrei a minha língua, minha curiosidade falou mais alto e me fez olhar para as suas calças. Suspirei com o volume que se formava rapidamente, quase abrindo o seu próprio zíper. Agora, parte de mim (talvez minha insanidade aprisionada) desejava excitá-lo e saciá-lo com o seu desejo de me tomar.  

E nenhuma crítica poderia me abster de possuir o seu sentimento.  

O beijo era tão delicioso e viciante que nos esquecemos de tudo e de todos. Minhas mãos chegaram até o seu zíper, eu tinha dificuldades em abri-lo, afinal, mantinha toda a minha atenção nos nossos lábios. O amor que fizemos antes não foi o bastante, queríamos mais... Muito mais.  

Ele sorriu de novo depois que paramos com o beijo. Abaixou a cabeça para encarar as calças, seu zíper praticamente estourava e Tarrant foi obrigado a abrir. O mesmo gemeu em seguida.  

Toquei em seu rosto e recomeçamos. Ele me encaixava entre suas pernas ao me deitar, ele me segurava como se estivesse me carregando. Os beijos traziam mais calor aos nossos corpos, seu membro roçava entre minha coxa e a sua mão chegou até o meu short. Hightopp sorriu para mim enquanto recuperávamos os nossos fôlegos. Levantei levemente minhas pernas e assim ele foi descendo o meu short de babados, seus olhos permaneciam fixos a minha intimidade molhada e eu o beijei quando arreou minha peça.  

O estalo dos nossos beijos, juntamente com os gemidos que ambos tentavam abafar foram o bastante para causar desconfiança do lado de fora. As batidas nos interrompiam novamente e vinham junto com uma ameaça ''Entraremos ai em um minuto! É bom que estejam arrumados! '' - Nivens ordenava do outro lado. 

Fechei os meus olhos ao nos afastarmos, eu perdia a pouca paciência que me restava. Tarrant colocou seu cinto e fechou seu zíper hesitante. Ele se afastou de mim para colocar a sua camisa social, puxei o meu short para cima, insatisfeita.  

Botei o meu corpete e cobri o meu corpo com o vestido, ele terminava de colocar o terno que escondia o volume na sua calça. Virei-me de costas para que ele me ajudasse com as amarrações, mas fomos interrompidos. McTwisp juntamente com Stayne abriram a porta e entraram no quarto, ficamos em silêncio e eu podia sentir que o Coelho maliciava nossas posições. - Quero falar com a Alice. - Stayne quebrou a quietação. - Em particular. - Concluiu ao cruzar os seus braços.  

Ele não parecia satisfeito.  

Tarrant e eu nos entreolhamos depois que me virei para frente. Eu segurava o meu vestido para que não caísse e o Chapeleiro interviu: - Ela n-não está vestida. - Dizia, sério. No entanto, isso não parecia preocupar o Coelho de Paletó e nem mesmo o Cavaleiro de Copas.  

Nivens se importava em cumprir com a ordem do Valete e mandou que o Ruivo nos desse privacidade. Segurei a sua mão num ato de desespero, ele encarou bem os meus olhos e notou minhas lágrimas, infelizmente, tudo o que pode fazer foi se retirar, completamente relutante.  

McTwisp ainda teve a audácia de fechar a porta.  

A minha respiração pesava, eu não sei por quê, mas sentia medo do que estava por vir.  

Stayne me olhava com desdém, com certeza não estava feliz com o que presenciou. Eu ainda prensava o meu vestido sobre o corpo. - Vire-se. - Ordenou. Fiquei em silêncio enquanto torcia os lábios e abaixava a cabeça. - Vire-se! - Seu grito me fez saltar com o susto.  

Me virei, hesitante.  

Sentia os seus dedos sobre a amarração do meu vestido, Tarrant estava ajeitando tão delicadamente antes... Era notável o seu cuidado comigo.  

Mas o Valete? 

Ele fazia questão em puxar com força todas as amarras. Eu me segurava para não sentir dor, ou pelo menos não demonstrar. O corpete que eu usava por baixo só me causava mais desconforto, os meus seios se esmagavam dentro da roupa. - Não pensei que esse Louco poderia me dar tanto trabalho. - Dizia.  

Espremi os olhos, as lágrimas se formavam dentro de mim. E eu aguentava calada. - E você! - Juntou mais força e eu torcia para que ele arrebentasse a corda do meu vestido e acabasse com a minha tortura, o que era difícil, por ser feito com os tecidos e acessórios mais nobres de Wonderland. - Como pode ser tão vagabunda?! - Cerrei os punhos com a ofensa. - Sei que não sente nada por ele... N-nem mesmo alguns arrepios. - ''Você pode estar enganado...'' Revidei em um tom baixo.  

Mas parece que ele ouviu. 

Gritei quando ele ''queimou'' minha pele com a força das amarras, elas arranharam as minhas costas, o maldito corpete era feito com rendas e não me protegia o bastante. 

-Alice... Admita que o ilude... 

- Você é imundo e repulsivo... - Revidei com certa dificuldade. 

-Schiu... Docinho... - Ele alisou a minha cintura, repuxando as amarras de cima para me apertar ainda mais. - Não somos tão diferentes. - Dizia. - E então... Ele disse que te amava? 

Fiquei em silêncio e Stayne insistiu. - Disse? - Continuei calada, me perguntando o motivo do seu interesse. - Por que eu imagino que aquele homem desequilibrado é romântico nessas horas... - Comentava. - Ele disse ou não?  

Engoli em seco. - N-não escutei muito bem.  

-Oh! - Riu. - Disse, disse com certeza! - Aproximou seus lábios asquerosos do meu rosto. - O amor dele não te servirá... - Pausou e em seguida tocou em meu rosto, ele apertava minhas bochechas e eu o encarei. - Você sabe que ele não pode te ajudar... E você também... Com certeza está bem longe de amá-lo- ''Não sei do que está falando'' Retruquei com dificuldade. - Faremos o seguinte: Vamos voltar para a festa, e daremos um fim a essa loucura. - Terminou de me tirar todo o ar. - Juntos!  

Eu olhava para o meu reflexo no espelho. - N-n-não r-respiro... - Passei minha mão por minha barriga. Ofegante. -E-está apertado, Stayne! - Gritei.  

Ele ajeitava o volume da minha saia sem muito cuidado quando me ouviu. Vi o seu sorriso pelo reflexo. - Apertado? N-não é o bastante... - Não conseguia acreditar no que ouvia. Ele desamarrou o nó que fez, simplesmente para me apertar mais.  

Minhas lágrimas desciam, eu sentia os ossos da minha costela a ponto de se quebrar. O Valete estava satisfeito, por fim. Eu tinha dificuldades de passar pelo quarto, era difícil me movimentar...  

No entanto, precisei manter minha postura e fingir que nada aconteceu. Eu descia as escadas com cuidado, enquanto observava alguns convidados apreciando as últimas taças de ponche. Segurei-me no corrimão de madeira, meus olhos caçavam um certo ruivo descabelado, porém, eu não o encontrava pelo salão.  

As mãos do Stayne seguraram o meu braço, ele media a sua força é claro... Estávamos cercados pela nobreza e ele não queria se envolver em escândalos. - A chuva estiou... - Dizia. - Me siga até o coreto, do outro lado do jardim... - Sussurrava perto do meu ouvido e eu disfarçava a minha expressão de nojo. - Estou te ajudando Kingsley, e-espero que me dê um ''sim''. - Eu o olhei confusa mas ele me deixou, descendo as escadas com rapidez.  

-Hum... - Alisei minha barriga. O maldito vestido apertado me incomodava a cada segundo... 

''O fim para essa loucura'' significava um pedido de casamento. Passei pelas poucas pessoas do salão. Cheguei hesitante ao pequeno Coreto, nos fundos do jardim. Era azul claro com alguns detalhes brancos e dourados. Havia uma luz feita de vagalumes que iluminava o pequeno ambiente, Stayne estava a minha espera e toda aquela cena juntou alguns curiosos que vieram para o Jardim. 

Eu o olhava pasma, enquanto o Cavaleiro pronunciava suas palavras na presença dos demais, que apreciavam o ar fresco da noite. - Alice... - Segurou minhas duas mãos, com um carinho que jamais pensei que possuiria. - Quer ser minha esposa? - Forçou um sorriso.  

Olhei para os convidados, eles deixavam de conversar entre si para participar daquele momento. Eu conseguia ver os lordes, as princesas, os duques e entre o clã de bruxas... A Bruxinha que dançou com Tarrant (escondia o seu rosto por baixo do capuz, estava cabisbaixa).  

E o Chapeleiro que empurrava os irmãos Tweedles para enxergar. A Rainha Mirana também me encarava, confusa. Afinal, não existirá casamento algum enquanto ela estiver viva, era o que dizia. Além disso, eu recebia  a atenção de todos os outros súditos que moravam em Marmoreal. 

Minhas mãos suavam, e certamente Ilosovic estava ansioso por uma resposta. Torci os lábios, parando o meu olhar no Ruivo, aparentemente abalado. - E-e-eu... - Estava claro que a minha resposta seria um ''não''. 

O que eu não conseguia compreender era o seu desejo repentino de se casar comigo.  

Eu sei que não era por amor. Mas de acordo com o Valete, ele tinha algo que Tarrant Hightopp não possuía. O casamento era como um acordo: Uma troca de favores, ele me ajudava e eu... Bom, eu também. 

Aquela conclusão absurda me tirou o resto do ar. Pude sentir um dos meus dedos sendo beliscados. Stayne arregalava seu único olho e torcia os lábios para que eu o respondesse o quanto antes.  

Toda aquela pressão, junto com o meu vestido extremamente apertado me trouxe um mau estar terrível. De repente, o meu corpo estava tão mole que não tive controle... Os meus olhos se fecharam e senti o chão me abraçando, os meus seios se chocaram no concreto do coreto e tudo o que ouviu antes de apagar foi uns gritos, pedindo ajuda. 

Abri meus olhos, fitando o grupo de estrelas que iluminavam o céu. Não havia mais nada para se admirar além da grama verde e vasta, e claro, o tom azul celeste da noite. - H-hum... - Minha cabeça latejava, eu espremia os olhos ao enxergar com dificuldade.  

Uma mão se esticou para me ajudar, aceitei a ajuda e os seus dedos me envolveram e me apertaram para que eu não caísse.  

O homem sorria para mim, eu ainda o distinguia e tinha certeza que já o vi em algum lugar. - Você está bem? - Perguntou a voz, suavemente.  

Eu reconheceria aquela voz e esse sorriso em qualquer lugar. - Pai!  - Eu o abracei sem que esperasse. 

[…] 

Caminhávamos por aquele sonho vazio, eu levantava a minha saia para que não pisasse no vestido. Meu pai me ouvia sorridente e eu lhe contava tudo o que aconteceu no baile (bom, é claro que ocultava alguns detalhes). - Então ele disse que me faria um favor. - Murmurei, intrigada. Charles assentia em silêncio, como se entendesse tudo o que era dito. - Um favor... M-mas favores são gentilezas... - Balancei os ombros. - Sabe, c-coisas que fazemos por gostarmos de uma pessoa. - Olhei para as estrelas, elas brilhavam unicamente para mim. - Acho que para ele o casamento seria um favor. - Cruzei os braços. - Como é modesto... P-para não dizer o contrário, é claro. - Pausei. - E o meu vestido me salvou. - Rimos juntos. - Estava tão apertado... - Alisei minha testa, sentindo o calo que a envolvia. - Com certeza eu desmaiei.  

Olhei para o meu pai. - É bom saber que posso vê-lo quando desmaio. É uma informação útil. - O abracei de novo ao pararmos.  

Ouvi o seu suspiro triste. - O que houve? - E lembrei que não lhe deixei dizer uma só palavra desde que comecei a falar. - Conte-me. Como está? - Sorri.  

-Alice... - Pelo seu tom repreensivo eu poderia deduzir que viria algum conselho. - Não se case com um homem que você não ama. - Dizia, apalpando os meus cabelos. - Já basta o Hamish... - Abaixei a cabeça ao relembrar da tragédia do meu mundo. - Felizmente você pode se livrar desse pesadelo. 

Nos encaramos, sei que o meu pai se referia ao meu marido... Meu verdadeiro marido. - Como assim? - Torci o nariz, não conseguia entender.  

-As coisas podem mudar... - Dizia. A morte não lhe afetava o otimismo. - Você só precisa cumprir com a sua missão. - Paramos de repente. Chegávamos perto de um morrinho onde era possível se aproximar um pouco mais do céu. Meu pai inclinou seu indicador para uma estrela no topo de nossas cabeças. 

Eu reparava o quanto o seu brilho era excepcional. - Está vendo? - Perguntou, assenti. - Quero lhe contar uma coisa... - Tocou em meu ombro e sentamos juntos no gramado. - Lembra-se quando me perguntou para onde as pessoas iam quando partiam do nosso mundo? - Calei-me, forçando-me a relembrar. Assenti depois de alguns segundos. - Você era pequena, deveria ter uns cinco anos... M-mas era cheia de perguntas. Sempre foi. - Sorrimos. - B-bom, eu lhe disse que elas viravam estrelas.  

Olhei para o céu. - Ah... P-papai... - Suspirei. - Lembro-me que acreditei no que me disse.  

-Pois então... - Mirou novamente a estrela mais brilhosa com o dedo. - Devo dizer que foi uma meia verdade. - Pausou. Eu o ouvia sem tirar os olhos do céu. - Talvez em nosso Mundo não fosse possível... - Charles sorriu. - Mas aqui... As coisas não fazem sentido e às vezes isso preenche nosso céu.  

O meu coração acelerou com aquela conclusão. - As estrelas...? - Ele se virou para mim e viu a minha expressão de surpresa e desconfiança. - S-se... As pessoas viram estrelas ao partirem... Por que o senhor também não é uma delas?  

O meu pai parecia preparado para as minhas perguntas. - Eu não nasci nesse Mundo fantástico, é claro que eu não poderia ser... - Explicou. - Está vendo aquela no topo? - Assenti comentando '' é a mais brilhosa''. - Acho que está pronta para saber que a última Rainha viva se tornou a estrela mais bonita do céu. - Calei-me, assimilando tudo o que dizia. - E quando eu olho para aquela estrela, é como se eu me sentisse vivo novamente. - Pausou. - É a mesma coisa que sinto quando vejo você, minha filha.  

-E por que a Rainha?  

-... - Acho que ele não estava preparado dessa vez. Deixei que Charles pensasse em uma boa resposta, mas jamais imaginei que me diria isso: - Por que ela é a mulher que amo.  

Senti um peso dentro da minha alma, eu sempre soube que minha mãe e o meu pai não tinham uma boa relação, na verdade, o modo como eles fingiam se amar na maior parte do tempo foi o que me trouxe a real certeza de que o amor não existe. Mas ouvir aquelas palavras do meu pai foi como uma bela pancada.  

-E veja o meu sofrimento... - Me acordou dos devaneios, ainda apreciando a bela estrela no céu. - Ficar longe das duas mulheres que amo. - Certamente ele me incluía.  

-Hum... M-mas e a minha irmã?  

-A-ah, é claro. - Sorriu. - Também sinto falta de Margareth. É por isso que acho que você não deveria se casar, não com um homem que você não ama.  

-Eu sei. - Suspirei. - E concordo. M-mas ele me disse que tinha algo a oferecer, a-algo que Tarrant não tem. - Abracei os joelhos, confusa.  

-Tarrant? - Charles parecia recordar.  

-Sim! - Eu o olhei. - O filho de Zanik Hightopp!  

-Tarrant Hightopp.. - Dizia, pensativo. - Ele te ama?  

-Eu não sei. - Murmurei. - Ele disse que... - Corava ao falar, não era comum ter aquele tipo de conversa entre nós. - Que estava apaixonado por mim... E-eu... - Sorri. - Estou quase acreditando, m-mesmo sendo um pouco difícil de acreditar no amor. Depois de tudo que já passei... - Balancei os ombros, evitando relembrar os tristes momentos da minha vida. - Pai? Está... Me ouvindo?  

-Estou sim, claro. - Seu sorriso e seu tom de otimismo se foi. - Diga-me, querida... - Tocou em meus cabelos. - Ele é louco, não?  

-Por que todos me perguntam isso? - ''Principalmente quando digo dos seus sentimentos''...O meu pai não me tirou as dúvidas dessa vez. - É sério... Todos dizem que não deveríamos ficar juntos. E-e-eu já tentei evitar... M-mas acho que temos alguma ligação especial, só não sei se é amor, pode ser... Uma paixão, talvez. 

-Está apaixonada por ele?  

Para o meu pai eu poderia me abrir. - S-sim... Eu estou, papai.  

-Hum... É bom saber, minha filha. - Corei com a sua resposta. - Só não se esqueça da sua missão.  

-Ainda não compreendo. Por que eu preciso resolver o enigma? - '' Por que é a pessoa mais curiosa que conheço. '' Respondeu-me em seguida. - E o que acontece se eu resolver?  

Charles pegou a minha mão, alisando os meus dedos. Foi ai que ele deixou de olhar para a estrela e me encarou. - Voltaremos a Vida.  

Perdi o meu ar com aquelas palavras. - Como é possível?  

-Fiz um trato com a Morte. Ele quer apenas a sua Vida de volta... E os dois juntos novamente poderiam trazer todos... - Olhou para o céu. - N-não apenas eu.  

-Está dizendo então que os seres de Wonderland podem ressuscitar? - Ele balançou a cabeça, sorrindo. - Pai... - O chamei num tom de repreensão. - Não sei se consigo... N-não tenho muiteza.  

-Sozinha talvez não. Lembre-se, Alice... Você só precisa de uma prova sincera de amor.  

Eu não acreditava muito no amor, mas Wonderland era um Mundo de coisas impossíveis. - É simples... - Murmurei. - Acaba de me dizer que amava a... Rainha. - Disfarcei minha careta. - Me dê sua lágrima, pai. - Sorri.  

Charles arfou. - Queria que fosse fácil, amada filha... M-mas as coisas não são assim. Vem de quem menos se espera.  

-Menos se espera... - Sussurrei. Era a segunda vez que Charles me dizia a mesma coisa.  

'' O amor vem de quem menos se espera...'' E se eu interpretar aquela frase do jeito que é dita, a resposta me levaria ao homem que assassinou o próprio Tempo para me esperar.  

Acordei com o meu próprio gemido, é claro que o Sol do amanhecer também atrapalhava aquele belo sonho, repleto de dúvidas e respostas.  

Eu me encontrava num quarto de Marmoreal, as paredes eram cor de creme e havia um grande armário de madeira branco, uma das portas estava aberta, relevando alguns dos muitos vestidos guardados entre os cabides. A minha cabeça doía e Mirana cuidava do meu calo com um saco de gelo. - A-ai... - Me sentei, a Rainha afastou o gelo da minha testa e me olhou, suspirando de alivio.  

-Que bom que acordou e está bem, minha querida... - Ela alisou a minha bochecha.  

Olhei para o Livro dos Sonhos, sobre a escrivaninha. - Pegue. - Dizia a Monarca, sorrindo. Hesitei mas a minha curiosidade me fez abraçar o livro, aconchegando-o entre os meus seios. Notei então que eu usava um pijama de seda, rosa claro... Quase puxado para o bege. Estranhei. - Tarrant te vestiu. - A Rainha me tirava as dúvidas. - B-bom, eu precisei deixar... - Revirava suas mãos ao ar. - Os soldados te carregaram e ele estava quase enlouquecido de preocupação. - Escondi o meu sorriso, apesar de ser difícil me manter séria com aquelas palavras. - Ele abriu o seu vestido, disse que você desmaiou por que as amarras te apertaram. - Assenti. - E não perdeu a oportunidade de acusar o Stayne.  

-Sim Majestade, ele puxou minhas amarras. - Afirmei com convicção. - Eu cheguei a dizer que estava me apertando e ele fez questão de amarrar com mais força. - A Soberana arregalou seu par de olhos. - Eu imagino que ninguém acreditou no Chapeleiro, é claro... Ele não passa de um louco, não é? - Levantei-me, me segurando na cabeceira da cama.  

-Aproveitando que estamos sozinhas. - Mirana me parou, mudando de assunto. - Estou muito decepcionada com vocês. 

Abaixei a cabeça, não queria corar. - McTwisp me contou... E achei justa a punição que ele impôs ao Chapeleiro.  

-Pois eu não acho. - Respondi. - Ele me encobriu e essa não é a primeira vez, Majestade. Quero deixar claro que eu o procurei. E-ele... Estava no quarto e um pouco bêbado, e-eu aproveitei a situação e até... - Parei um pouco, pensava nas palavras corretas. Mirana me ouvia. - Até o aticei. E-eu queria isso desde o inicio do baile. 

-Alice... - Ignorei o seu tom de negatividade. Eu não entendo por que todos pensam que isso é algo ruim. Mirana suspirou. - Está certa do que disse? - Assenti. - Sendo assim, não é justo que ele perca o emprego.  

-É o que venho tentando dizer. - Cruzei os braços. - Aliás, eu alertei para que ele não mentisse.  

-Está bem. - Achei que viria um sorriso de satisfação, talvez por orgulho de ver a minha sinceridade. Mas não foi o que aconteceu. Mirana passava pelo quarto, movimentando suas mãos como de costume. - Como forma de castigo, será banida de Marmoreal. Por Tempo indeterminado. - Abaixei os meus ombros com aquela noticia, estava perplexa demais para dizer qualquer coisa. - Agora vista-se. A carruagem lhe espera e te levará para Salazem Grum. - A Soberana fechou a porta após me deixar.  

Não era fácil de acreditar: Teria que dividir o castelo com Stayne até a Rainha ter a compaixão de me receber de volta.   

[...] 

Havia terminado de me vestir e saí dos meus aposentos. A carruagem me esperava, como a Rainha disse. Eu não me sentia bem, ainda estava envergonhada pelo o que passei e o modo como McTwisp abominou o que fazíamos.  

No gramado do jardim, todos os seus súditos estavam reunidos, inclusive a Monarca. Passei cabisbaixa por cada um deles até parar no Ruivo. Tarrant me olhava triste, mas eu poderia dizer que estava orgulhosa de mim mesma por falar a verdade, afinal, ele não merecia perder seu emprego por minha causa.  

Dormidonga repousava em seu ombro quando eu o abracei, ignorei a reação da Ratinha (ela cruzou os braços e revirou os olhos). Tarrant retribuiu o meu abraço me agarrando com força. Eu aproveitava o doce aroma dos seus cabelos, aroma que me fazia fechar os olhos e viajar em pensamentos.  

Sorrimos um para o outro depois que terminamos o abraço, acenei para os demais que se ''despediam'' mas poucos acenos foram retribuídos. Eu dava por falta de um certo Gato Risonho, mas tinha certeza que ele estava por aqui, me espiando. O Insano entrelaçou nossos dedos e me levou até a carruagem.  

Ele abriu a porta e pude ver que Stayne estava lá dentro. Desprezei o medo que sentia em meu peito e subi. Soltamos nossas mãos com dificuldade, nos olhávamos quando o Valete se debruçou, quase deitando-se sobre minhas coxas e fechou a porta da carruagem com violência. Eu o olhei torto, estava claro que ele continuava insatisfeito com as minhas atitudes, e depois da minha conversa com o meu pai, eu não tinha mais dúvida alguma: Não nos casaríamos.  

Abri o vidro da carruagem, Tarrant permanecia ali e eu o puxei, não suportava mais toda aquela proibição que nos envolviam e na verdade, eu nem entendia o motivo para nos distanciar. Soltei o seu rosto após aquele beijo simples que levou o mesmo a loucura, ele piscava seus olhos sem parar, a fim de regular sua cor verde. - Nada vai nos separar. - Comentei o mais alto possível e o Chapeleiro mirou seus olhos para o homem ao meu lado.  

Sorrimos. - Nada. - E ele me puxou para mais um beijo.


Notas Finais


Bom, o que acharam? Sei que o pedido de casamento não teve muito haver, mas tentarei explicar no próximo capítulo.
Deixei algumas pistas nos diálogos da Alice com o pai. Eu espero que vocês tenham algum palpite!
Recebi novos leitores que favoritaram a fic, eu espero que os leitores fantasmas me deem um ''olá'' nos comentários!


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