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História Apenas um sonho - Doce liberdade


Escrita por: Maallow

Notas do Autor


Enjoy!

Capítulo 70 - Doce liberdade


Outra vez degustava a bebida doce, descendo devagar por minha garganta.  

Era a única coisa que eu aproveitava da festa.  

A bebida. 

Um dos garçons me disse que era feita com água da chuva, pétalas azuis trituradas com um pouco de pó de terra preta. Fechei os olhos após beber a quinta taça. 

Quinta, de muitas outras taças que parariam em minhas mãos.  

-Alice? - Me viro completamente ao escutar o meu nome.  

McTwisp parecia surpreso com o meu comportamento. - O que está fazendo?! - Exclamou, sua voz fora abafada pelos violinos. 

-Violinos... - Murmurei, expressando uma careta. - M-mandem pararem com a música.  

-O que está bebendo? - Cruzou seus braços. 

Escondi a taça atrás do meu vestido, como se isso fosse adiantar e me tirasse da atenção do Coelho Branco. -  P-pó de terra pr-eta? - Uma risada escapara de mim.  

-Isso é birita! - Exclamou, e de repente, espiou os lados para certificar que estávamos sozinhos. - Me disse que estava grávida, não pode beber isso!  

-Oh... - Sorri ao relembrar. - E-eu estou, é do Tarrant.  

-Sch... fale baixo. - Puxou minha saia. - Vamos, saia dai, Majestade.  

-Eu quero o Tarrant! - Afirmei, viajando em pensamentos. 

-Ora, não diga bobagens! Estamos em público! 

Olhei para os convidados, todos ou a maioria pareciam desfrutar de uma dança. Cruzei os meus braços, Nivens McTwisp sabia a verdade. Sabia que além de proteger a Rainha, era preciso cuidar da criança inocente que nasceria de mim. - P-pois e-eu quero v-ver o Tarrant. - O Coelho arfou com minhas palavras. - Chame-o, agora mesmo! 

-M-me desculpe, Alice! Mas vocês dois juntos nunca termina bem! - Estava decidido. - Eu não vou obedecê-la! - Me olhou. - Ainda mais... Nestas condições, está fora de si! 

-É m-mesmo?! - Me afastei, quase tombando na mesa de aperitivos. - Se não chamá-lo, eu vou beber até desmaiar! 

-Mais essa agora! - McTwisp não tinha escolhas, afinal. - Chamarei o Rei. 

-NÃO! - O meu grito chamou a atenção de alguns convidados mais próximos. - E-estou farta de meu marido, n-não percebe? 

-Pois não sei onde está o Chapeleiro, Majestade. - Respondeu por fim. - Provavelmente não está mais aqui. 

Balancei as mãos. - Is-so nã-o import-a, pr-procure. 

-Soberana? - Um convidado que havia se apresentado cordialmente enquanto estava sóbria se aproximou. Pude ver o sorrisinho de McTwisp com sua presença.  

Para ele, qualquer um era melhor do que a companhia de Tarrant. - Gostaria de dançar? - Me recompus com tal pergunta. 

Em meus pensamentos, eu o xingava. - S-sim. - Como eu queria de recusar. Mas a sociedade não me permitia. 

Seria uma grande falta de respeito. 

Coloco a taça sobre a mesa, estava tonta, e quase não tive coordenação para colocá-la de pé.  

-McTwisp. - Chamo a atenção do Coelho outra vez, me esforçava para fingir estar sóbria. - N-não esqueça o que pedi. 

Ele torceu seu bigode branco, mas não tardou em obedecer. 

[...] 

O homem segurava minha cintura. Parecia ter a minha idade. Ele me guiava pelo salão e nossa dança era como todas as outras... 

Fechei os olhos, descansando a cabeça sobre o seu ombro.  

Como eu estava farta do som daqueles violinos, perfeitamente alinhados. 

Sem qualquer erro. 

Tudo estava perfeito. 

Eu detestava a perfeição da realeza.  

Detestava pensar nas vezes que todos ensaiaram a dança lenta para estarem aqui.  

Eu queria sair... 

Queria fugir... 

Queria voltar a ser a antiga Alice, sem muitas responsabilidades a não ser explorar o fantástico País das Maravilhas. 

Voltar aos oito anos, e estar tomando uma boa dose de chá.  

A cada canto, havia um soldado. A armadura que escondia seus rostos não era capaz de afastar aqueles olhos muito atentos da Rainha. 

Eu era vigiada.  

O tempo todo era vigiada. 

Levantei o meu rosto. 

Em meio aos convidados, McTwisp trazia quem eu lhe pedi. 

Tarrant me procurava, até o Coelho Branco apontar em minha direção.  

Sorrimos fracamente um para o outro.  

Ele estava tão longe, e vinha se aproximando devagar.  

Até chegar na Rainha, que dançava desanimadamente com um nobre. - Majestade. - Gostava da forma como seu sotaque saia sem querer. - Gostaria de dan-- 

-S-sim! - Me jogo em seus braços tão de repente que nem o insano estava preparado para me segurar. - Oh, sim... - Me ajeito, agarrando sua nuca.  

O Nobre se curva antes de ir, quase não pude lhe dar atenção. -Só há um problema... - Dizia Tarrant, tocando o meu rosto. 

-M-me-e fal-e. - Gaguejei. 

Ele aproximou os seus lábios do meu ouvido. - Eu não sei dançar música lenta. 

Levei a ponta dos dedos a minha boca, prendia a minha risada um tanto descontrolada. - T-tem alguma solução? - Pergunto de forma divertida. 

Acho que Tarrant percebeu que eu estava bêbada. - Uh, e como tenho! - Ele segurou a minha cintura. Decidiria que tiraria proveito, mesmo que pouco. - Afinal, sabes muito bem que tipo de dança eu conheço! 

Não evitei minha risada. - O-ora... N-não sei. - Estava meio relutante quando Tarrant passou a pular. 

Ele me levava junto, é claro.  

Pulávamos girando, dançando. De repente, não se ouvia mais a música lenta dos violinos. - Pare! - Eu gargalhava, mas o meu ''pare'' era como ''siga em frente''.  

E foi o que fez, dando mais ritmo a toda sua maluquice.  

Éramos o centro da atenção e motivo de sussurros vindo dos mais refinados. E pela primeira vez, eu gostava de estar nos lábios dos Nobres. - N-não, n-ão! - Ele me girava, e minha gargalhada ecoou por todo o ambiente. 

Os violinos retornaram, mas o ritmo seguia nossa dança.  

Rápido e improvisado. 

Era a melhor dança da noite. Principalmente quando Tarrant me ergueu, eu segurava os seus ombros, com medo de cair e ao mesmo tempo, sentindo-me tão segura naquele passo maluco.   

Os mais jovens foram os primeiros a nos imitarem.  

Em seguida, vieram os adultos.   

Logo após, todo o salão virava uma verdadeira bagunça.   

Mas nenhum, absolutamente nenhum deles dançavam como o Chapeleiro.   

Seu fôlego era inesgotável, e seus passos únicos e inovadores. - Está tão divertido! - Gargalhei. Um dos garçons se desequilibrou com a bandeja enquanto se encorajava de passar pelo salão.  

-Mil perdão, Majestade! - Pedia o garçom, envergonhado por derramar a bebida justamente em sua Rainha e em Tarrant. 

Eu ignorei. - M-mais rápido! - Pedi, pulando e rodando mais agilmente com Hightopp.  

-Uh, Alice! - Ele tentou me segurar, mas o chão deslizante me fez cair sem que conseguisse me erguer.  

Ele caia junto, logo em seguida.  

A melhor parte de nosso tombo com certeza foi ver todos os outros caindo juntos. Com certeza imaginavam que era o passo final daquela dança sem regras. 

- Você está bem? - Tocava o meu rosto molhado enquanto eu recuperava o meu fôlego. Minha risada veio depressa. O mesmo acabou por rir junto. 

-I-isso fo-i inc-riv-el! - Meu tórax inflava com a respiração ofegante.  

Eu o abracei, ainda sentada no chão molhado de bebida.  

Ele não deixaria de retribuir. 

E quando notei, Stayne nos observava.  

Sua expressão era das piores possíveis. 

Meu marido esperava que eu me afastasse dos braços do Louco, imediatamente.  

Mas tudo o que fiz foi abraçá-lo mais, amassava os seus cachos enquanto sentia suas mãos alisando minhas costas, devagar. - Quero... - Aproximei os meus lábios do seu ouvido. - Que me tire daqui.  

Ele me levantou, sorríamos um para o outro quando me guiou pelo salão.  

Desviávamos dos outros convidados que passaram a se levantar também.  

Eu não queria, simplesmente não queria mas minha curiosidade não me deu outra escolha. 

Os meus olhos atravessaram o salão, até aterrissarem no Rei.  

Ele dava ordens aos soldados para nos seguirem. - V-vamos c-correr... - Nos olhamos.  

Já estávamos fora do salão quando senti a grama sujando a sola de meu sapato. De repente, corríamos tão desesperadamente que cheguei a pensar que seria impossível dos soldados nos encontrarem.  

Ri, meio bêbada. Tarrant abria o portão de Marmoreal. 

Eu via a minha liberdade.  

Corremos para fora, pegávamos um bosque escuro com muitas pedras no caminho.  

Desviávamos, ainda correndo. - Lá! - Aponto para um morro feito de terra m olhada, Tarrant cuidadosamente me ajudava a chegar até o topo.  

Ele tirou seu terno, colocando sobre os meus ombros.  

Nos sentamos juntos. Meus olhos brilhavam com o céu tão magnifico e enfeitado... 

Enfeitado por estrelas. - Veja aquela ali! - Tarrant levantou o seu braço, apontando para a estrela mais brilhante e chamativa. - V-vossa Majestade sabia que quando morremos, viramos estrelas? 

No entanto, não estava interessada nisso. 

Talvez fosse a bebida. - Me chame de Alice. - Disparei. O verde da sua íris me olhou e logo, um sorrisinho insano preenchia seus lábios rosados. - Q-quero que saiba que... - Fechei os olhos, suspirando. - Fui obrigada a dizer aquilo, na frente de todos.  

Hightopp se calou por alguns segundos. 

-Aquilo me machucou.  

Eu o olhei. 

-M-me p-perdoe. - Fitei o chão úmido de repente. - O a-amor sempr-re m-machuca. - Alisei sua mão. - Então, p-por que continua amando?  

-Porque... - Riu. - Quando nos ferimos sabemos que vai cicatrizar.  

Me ajeitei, alisando seu rosto. - Acredito em seu amor, Tarrant. M-mesmo que seja louco... E... E-eu posso estar um pouco bêbada mas... Eu tenho certeza que... Que a Morte está com seu relógio de Bolso.  

-Uh, m-mas você não está falando nada com nada! 

Levei a mão a testa. - E-eu sei! - Gargalhava outra vez. - Ele estava... Esperando na mesa do chá, e-era um sonho meu e... - Eu o olhei. Seus olhos eram redondos como os dele.  

Tão redondos e melancólicos.  

Quase perdi a fala. - Ele carrega sua foice por todos os lados. - Tarrant me ouvia. Talvez minhas primeiras palavras que não eram ladainhas. - Como um chapeleiro carrega sua cartola.  

Ele retirou seu chapéu. - É um acessório indispensável! - Sorriu. 

Mantinha minha seriedade.  

Atenta aos meus pensamentos. - Ele me lembra você. - Hightopp se calou. - Na verdade, são muito parecidos. 

-Majestade? - O Soldado de Copas escondia o brilho das estrelas quando parou na minha frente. - Precisa voltar para o Baile. 

[...] 

-Obrigada. - Disse a criada que me trazia uma xícara com chá.  

Tomávamos o nosso café ao ar livre naquela manhã.  

E a luz fraca do Sol me trazia dor de cabeça. - Está pálida. - Comentou Stayne, enquanto comia um pedaço de broa.  

Eu o olhei. - Acordei... Vomitando.  

-Oh... - Ele virou o rosto para o lado. - Não fale disso... 

Abaixei a cabeça, assentindo. - Quero conversar com você. - Foi direto, eu o olhei, imaginando do que se tratava. - A sós. - Concluiu, olhando para as poucas criadas que nos faziam companhia, em pé.  

Todas se curvaram, juntas.  

E saíram em seguida.  

Deixei o guardanapo. - Pois diga.  

Ele entrelaçou os dedos de suas mãos, os colocando sobre a mesa.  

Estava calmo.  

Calmo demais...  

-Quero que saiba que não vou admitir que continue sua amizade com Tarrant.  

Estava surpreendia por sua franqueza. - Ele só tem a mim. - Retruquei. - Você fez questão de acabar com toda a sua família, e-eu não vou deixar de... S-ser amiga dele... Ou ser o que for, nos conhecemos desde que eu tinha oito anos! 

-Alice... - Ele sorriu fraco, enquanto balançava a cabeça em negativa. - Eu sou o Rei e... 

-E isso não significa que vai mandar na liberdade das pessoas. - Interrompo. - Você é o Rei por que me manipulou a estar num casamento forçado! Se quer mandar nos seus soldados, nas criadas e nos súditos, vá em frente, mas saiba que em mim não mandará! - Me levantei. - NUNCA!  

Me preparava para sair de sua presença quando escuto o arrastar de sua cadeira. Fecho os meus olhos e continuo a caminhar. 

Até que sinto apertar o meu braço. Ele o torceu, até que eu me virasse para encarar seus olhos em chamas.  

Eu não poderia estar mais certa do que viria a seguir.  

A primeira agressão do dia.  

Stayne acertava o meu rosto, com certeza estapear-me era uma das coisas mais prazerosas que poderia fazer com sua esposa.  

Cai no chão, levando a mão a bochecha atingida, minha pele estava tão quente que não precisei de um espelho para saber que meu rosto chegava a um tom rosado quase tão parecido quanto um vermelho.  

Não pude controlar o pranto alto que veio a seguir. - Oh, Majestade! - Uma das criadas teve coragem de me acudir, ela me ajudava a me levantar, meu rosto latejava e os meus olhos se afogavam em lágrimas que ardiam quando passavam por meu rosto.  

 Estava trêmula e mesmo caída, encaro o meu marido. - V-v-você é um bruto, é... É u-um gross-eiro!  

Ele não se importava com minhas palavras, poderia passar a manhã a ouvir meus insultos que nada mudaria.  

''Venha, eu a ajudo a levantar... '' - Dizia a criada, tão aflita quanto eu.  

Naquele momento em que eu me esforçava para me recompor... Meus olhos fixaram em Tarrant que passava desavisado pelo jardim, embora o choro que eu me esforçava para controlar chamasse sua atenção. 

Deixei os braços da criada e corri até o Insano.  

Eu o abracei, com força.  

Ele soltou a cesta que segurava para retribuir.  

E com certeza meu marido nos observava. - E-está chorando? - Ele sussurrou, assenti com a cabeça, sem ter estruturas para falar.  

-Solte-a, agora mesmo! - A voz firme do Rei me fez estremecer. - Ou então ela apanhará de novo!  

Essa era uma das situações em que o Louco era forçado a fazer o que não queria, para o meu bem. Senti o seu corpo se afastar do meu, mas o agarrei com mais firmeza. - A-Alice... - Tarrant riu de nervoso. - M-me solte... 

Balancei a cabeça em negativa. - E-e-eu quero só você. - Sussurrei fracamente.  

-Q-querida... - Alisava os meus cabelos. - N-não... - Puxou os meus braços, e por fim me fez soltá-lo. - Ela está louquinha! N-não sabe o que diz! 

-Ouvi bem o que minha esposa lhe disse.  

Nos entreolhamos.  

Quando a criada quebrou o silêncio. - Eu vou levá-la para o seu quarto. - Segurava o meu braço, minha mão estava tão fria que temia um desmaio. - Precisa se alimentar. - Assenti, mais calma. - Vou levar seu café na cama.   

[...]  

Era um pouco mais de duas horas da tarde.   

Fui convocada pelo rei a comparecer a sala do trono.   

Deixei o meu quarto, no qual estive confinada por toda a manhã e tratei de obedecê-lo.   

Os soldados aguardavam a minha ordem para abrirem as alas da grande porta que me manteria cara a cara com meu cruel esposo.   

Abaixei a cabeça, só para tomar fôlego e prosseguir.   

Assim o fiz, assentindo para que eles me dessem passagem.   

Me deparo com todos os súditos.   

Parecia uma espécie de reunião.   

Haviam muitos questionamentos em minha mente quando passei por todos, de cabeça erguida.   

Stayne sentava em seu trono. – Minha bela esposa! – exclamou minha chegada com alegria.   

Nem mesmo parecia aquele homem violento e rude daquela manhã.  

Eu o ignorava ao subir as escadas largas e chegar até o meu trono.   

Muito inferior ao seu, aliás.   

-O que faço aqui? – Sussurrei, temendo que fosse algo ruim.   

Ele se levantou. – A Rainha indaga o que faz aqui! – Exclamou Ilosovic.   

E isso gerou comentários dos súditos. – Pois como Rei, devo acrescentar que não deixarei meus servos sem trabalho! – As vaias não o conteriam – Dobrarei a carga de trabalho em que estão acostumados!   

-Majestade... – McTwisp se intrometeu. – Nós todos já trabalhamos, e muito. Todos os dias.   

- Mas tem tempo para tomarem o chá da tarde. -Seu sorriso e a forma como sentou-se relaxado em seu trono confortável gerou revolta e novos comentários. – Silêncio! – Ele esticou seus braços.   

E agora, só se podia ouvir meus pensamentos.   

- Darei novas tarefas a todos!   

-Isso não é justo! – As palavras de Mallynkum sobressaltaram entre todas.   

-Dormidonga... – O Rei sorriu. – Começaremos por você.   

Mally deixou o ombro da Lebre de Março e caminhou até o centro do carpete vermelho. – Pode mandar! – O olhava com bravura.   

-Bem... Antes me diga o que faz em Marmoreal.   

-Quando não estou dormindo, ajudo a Lebre na cozinha!   

-É verdade, Soberano. – Thackery concordou trêmulo.   

-CALE-SE! – O grito de Stayne assustou a todos. – Pois bem...  – Uniu seus dedos com as mãos. – Não me esqueço quando furou meu olho com seu alfinete sujo! – Dizia, ressentido. – Presente de Hightopp, é claro!  

Mallynkum e o Ruivo Insano não conseguiram conter as risadinhas.   

A mente do Rei martelava novas ideias quando tornou a falar. – Para que se torne mais delicada, terá o trabalho de falar e cuidar das flores de Wonderland!   

-Eu não falarei com flor alguma! – Fora direta. – Pensarão que sou maluca! – Como se não fosse...  

-Pois se não me obedecer... – Pausou. – TERÁ SUA CABEÇA CORTADA!   

-Está bem, está bem! Eu faço! – Murmurou irritada, voltava para os outros súditos. – Devia ter furado seu segundo olho... – Pude ouvi-la resmungar.   

-Bom... – O Rei relaxou em seu trono. – McTwisp, apresente-se!   

O Coelho deixou  roda dos súditos, suas patas pisavam no carpete vermelho, no centro da grande sala do trono.   

-Majestade. – Ele curvava-se, Stayne gostava da forma como era “adorado”  

-Hum, devo admitir que faz um excelente trabalho. Marmoreal não poderia estar mais bem organizado. Sua administração me poupa de afazeres cansativos.  

-Fico orgulhoso em saber que lhe agrado, grande Soberano. – Revirei meus olhos com tais palavras.   

O Rei calou-se, outra vez encontrava-se pensativo. – Quero que cuide bem de minha amada esposa. – Os olhos vermelhos de Nivens voltaram-se para mim, arfei. – Afinal, não queremos que ela fuja outra vez.   

-Saiba que não preciso de nenhum serviçal me tirando a pouca liberdade que tenho. – Cruzo meus braços, indignada.   

-Este será seu outro trabalho. – Ilosovic ignorou. – Sem contar o que já vem fazendo há muitos anos. – Pausou. – Isso me lembrou a ordem que lhe dei. Você cumpriu?   

-É claro, Majestade. – Nivens respondeu com prontidão.   

-Bom... Muito bom. – Sussurrou. – Agora saia!   

McTwisp voltava para a roda dos súditos. A conversa misteriosa entre o Rei e ele gerou novos comentários. – Hightopp... – Stayne sorriu. – Venha até o seu Rei.   

Ele obedeceu, caminhando até o centro da rodinha. Olhava seriamente para o Soberano.   

Disfarcei meu sorriso. Mais do que sua loucura, amava seus momentos de sanidade. – Você também é prestativo. Às vezes. -Pausou. - E para você tenho um trabalho mais especial. Quero que ocupe o seu tempo. Assim não o verei cortejando minha esposa.   

Tarrant levantou o seu dedo. – Basta fechar o olho. – Ele riu, juntamente com a Lebre.   

-Ora, seu debochado! Mais uma gracinha e sua cabeça insana rolará com a guilhotina!   

-Perdão... – Retirou sua cartola.   

-Isso mesmo... – Sorriu. – Respeite seu Rei! - Ajeitou-se no trono. – Soldados, libertem a prisioneira!   

A porta ao lado revelava a grande surpresa, talvez.   

Os soldados desamarraram a corda que continha os pulsos da garota que me era tão amedrontada quanto Thackery. – Há muito tempo a via rondando os bosques próximos de Salazem. Pedi que McTwisp a trouxesse aqui. – Dizia enquanto a jovem olhava para cada um dos súditos que a encaravam. – Seu nome é Jane, ela tem quinze anos e não tem família. – O Rei a encarou, observando seus cabelos castanhos despenteados e o semblante abatido. – Aproxime-se, meu bem! – Ela dava passos hesitantes. Seus olhos cor de ouro não se fixavam em mais nada a não ser no Rei. – Ela ficará conosco por algumas semanas. Aliás... Um dos seus sonhos, senão o maior... Talvez... É aprender o ofício de fazer chapéus. – pude ver o primeiro sorriso saindo dos lábios da despenteada. – Eis seu professor. – Apontava para Tarrant.   

Ela correu para abraçá-lo. Deitava sua cabeça no peito do Chapeleiro enquanto ele me olhava, sem saber o que fazer. – Agora terá o trabalho de ensinar tudo o que sabe para essa órfã imunda e carente! – Comentou o rei, de forma divertida.  

Eu estava sem fala.   

Conseguia maliciar seu plano.   


Notas Finais


Vou avisar aqui, acho que o próximo capitulo PROMETE!
Pra isso tenho que saber se vocês estão gostando...
Deixem nos coments!
Ah, e querem um próximo capítulo antes do dia 31? :3


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