História Apenas uma história - Jung Hoseok - One Shot - Jung Hoseok

"Tinha a família perfeita. A vida perfeita. Estava tudo perfeito... até aquele dia... o dia em que a minha vida se transformou completamente. Eu tinha cinco anos quando tudo aconteceu. Lembro de estar dormindo e de repente acordar com barulhos altos e atordoantes ecoando pela casa. Me levantei assustado e fui até a porta do quarto. O corredor estava vazio. Fui até o quarto de minha Omma. Vi uma cena que jamais desejaria ter visto. Ela estava em sua cama, suas roupas estavam sujas com algo vermelho, seu peito não se mexia. Senti as lágrimas em meus olhos. Fui até ela caminhando lentamente. Subi na cama e segurei seu rosto. Ela não respirava. Passei a mão pela tinta vermelha em seu vestido, e era sangue. Me desmanchei em lágrimas e a abracei fortemente. As últimas palavras que ela havia dito para mim naquela noite foram: 'Aconteça o que acontecer, mamãe sempre estará com você..' Não entendi direito o que ela quis dizer com aquilo. Peguei o telefone e liguei para a polícia, e em poucos minutos eles chegaram. Meu pai estava junto, já que era policial. Levaram ela para o hospital, porém já era tarde demais. Fiquei traumatizado com aquele dia. Desde então,  comecei a frequentar psicólogos e psiquiatras, tomar calmantes e remédios para a depressão. Continuei morando com meu pai. Comecei a me isolar de meus amigos, passei a sofrer bullying na escola, apanhava dos valentões. Estava completamente vulnerável. Não conseguia me defender."

"Estava cansado da vida que levava. Quando completei quatorze anos, as coisas pioraram. Meu pai não tinha mais tempo para mim. Comecei a ser deixado de lado pelas poucas pessoas que eu amava. Em um dia como outro qualquer, cheguei da escola cheio de hematomas e machucados. Corri para o banheiro, já com lágrimas escorrendo pelo rosto, peguei todos os meus comprimidos e os tomei. Me sentei no chão e comecei a ter alucinações. Logo meu pai chegou em casa chamando por mim. Entrou no banheiro e me viu caído no chão quase inconsciente, cheio de vidros de remédio ao meu lado. Só me lembro de ter acordado no hospital com meu pai ao meu lado, desabando em lágrimas. Havia sofrido uma overdose por conta dos remédios. Meu pai não sabia o que fazer, então me internou em um hospital psiquiátrico. Desde então nunca mais o vi. Hoje tenho 19 anos, e continuo preso nesse hospital. Me transformei nesse lugar, passei a ser uma pessoa mais paciente e mais aberta. Fiz amizade com outros pacientes e com os próprios médicos do local. Mesmo sabendo que minha família não deve mais se lembrar de minha existência, ainda tenho esperança de que alguém vira me buscar. Por causa da minha esperança me deram um apelido."

              "Afinal, não é a toa que me chamam de J-Hope!"