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História Apenas Uma Vez - Ereri - Capítulo I


Escrita por: LeChatNoir_

Notas do Autor


Estava querendo escrever essa a um bom tempo, e finalmente, aqui está! Boa leituraa


o dono da imagem de capa pode ser encontrado pelo twitter @min_Commander. Só tem desenhos incríveis por lá

Capítulo 1 - Capítulo I


Eren entrou em seu pequeno apartamento e logo colocou as chaves em cima da mesa retangular de madeira que ficava logo a frente. Passou as mãos em seu cabelo que estava mais longo do que sempre esteve, jogando os fios úmidos para trás e tirando a mochila do ombro, apoiando-a na cadeira. 

Do outro lado da mesa, logo atrás, havia o cômodo com sofá e um armário de tamanho suficiente para apoiar a TV. Em frente a ela, sentados, estavam Mikasa e Armin. Ela lia um livro deitada com as pernas esticadas no sofá e Armin estava sentado no chão, com as costas contra o sofá preto, dando mais atenção ao seu celular do que a TV que estava ligada. 

— Eren! Tenho uma novidade! — o menino exclamou quando o viu, abrindo um doce sorriso — A senhorita Hange me ligou, ela disse que não conseguiu falar com você. Ela encontrou uma vaga!

Eren torceu o rosto em uma expressão um pouco receosa. 

— Aquela mulher é um pouco louca — respondeu —Tem certeza de que não é nenhum trabalho suspeito?

— Não é nada suspeito, mas foi a única coisa que ela encontrou. — Armin disse. 

Fazia um bom tempo que Eren estava à procura de um emprego. E por mais que tentasse muito, nunca encontrava algo que desse certo. Ele precisava de dinheiro, não queria mais que Mikasa e Armin continuassem dividindo o aluguel em dois para ajudá-lo com as contas, o combinado sempre havia sido dividir tudo em três. 

— Eu acho que não é uma boa ideia. — Mikasa disse. 

— Por quê? — Eren perguntou. 

— Só acho que não é o emprego ideal para você. — Ela respondeu, com Armin falando em seguida que ela não deveria ser tão desmotivacional assim, mas ela apenas o ignorou e voltou a sua leitura. 

Eren foi tomar um banho, estava suado devido ao treino que teve, por mais que não tivesse um trabalho, gostava de continuar praticando seu esporte para não perder o ritmo. 

Quando saiu do banho, recebeu uma ligação de Hange. Ele atendeu e disse que Armin já havia falado com ele, mas ela disse que teria que ir naquele momento conversar com seu empregador. Ele estava com pressa para contratar alguém, e se Eren demorasse, poderia ser que perdesse a oportunidade. 

— Mas a vaga é para o que? Armin disse que não sabia.

— Esse rapaz está procurando por alguém para cuidar da casa dele. —Hange respondeu, ela era uma amiga deles e tinha bastante contatos na empresa que trabalhava, por isso ela estava sempre ligando sobre as oportunidades que apareciam — Você conseguiria fazer serviço doméstico? 

— Bem, eu não sei. — Ele pensou por um instante —O quão difícil poderia ser? E eu também estou meio desesperado... 

— Esse é o espírito, Eren. — Ela riu —Vou falar que você irá na casa dele daqui uma hora, pode ser? Te envio o endereço.

— Certo, tudo bem, obrigado.

Eren ficou uns bons minutos olhando para dentro do seu guarda-roupa, pensando no que seria ideal para uma entrevista para aquele tipo de emprego. Deveria ir mais formal ou um pouco mais casual?

Decidiu por fim vestir uma calça preta com uma camisa de mesma cor, porém mais básica. Daria um ar sério, mas ao mesmo tempo não tão formal. Ele prendeu alguns fios de cabelo para trás e logo pegou um taxi para o endereço de Hange passou. 

Agora, já estando sentado de frente para o homem, fazia um movimento repetitivo quase imperceptível com a perna, como se tentasse conter seu nervosismo movimentando-a e lidar com o silêncio que estava entre eles. 

O homem a sua frente lia seu currículo que não tinha nada das experiências que ele gostaria de ver. Tudo o que fazia de melhor, era em uma quadra de vôlei e em frente a um computador, nada muito útil para serviços domésticos.

Pensou em Armin que disse que ele conseguiria o trabalho, mas Mikasa, que era a mais realista entre os três, disse que ele era desastrado demais para um trabalho como esse, o que era verdade.

A casa que deveria cuidar e limpar não era muito grande, mas era uma casa impecável. Tinha uma boa arquitetura e uma entrada elegante, com um gramado perfeito e grandes janelas de vidro, porém não era possível enxergar o lado de dentro, mas quando entrou, viu que era tudo elegantemente arrumado da mesma forma. Percebeu que, se conseguisse o emprego, teria muito trabalho para fazer.

O dono da casa, se chamava Levi. Ele mesmo havia o recebido e o levou até o escritório para conversarem. Levi era um pouco mais baixo que Eren, mas tinha uma presença um tanto intimidadora, com um olhar sério e uma expressão não muito amigável. 

— Então, Yeager. — O homem o chamou pelo sobrenome e Eren aproveitou o momento para analisar seu rosto sério, com alguns fios curtos caindo pelo seu rosto — Você tem alguma experiência?

— Não, senhor. — Respondeu sinceramente. 

— Sabe limpar e cuidar de uma casa, pelo menos?

— Não muito... — respondeu e viu o rosto do outro se fechar ainda mais — Mas estou completamente disposto a aprender e sei que consigo lidar com tudo.

O homem que lhe entrevistava, Levi, cerrou um pouco os olhos, um tanto desconfiado sobre a sua capacidade. 

— Me responda uma coisa, por que eu deveria lhe contratar se você não tem experiência e conhecimento nenhum sobre como cuidar de uma casa? — ele perguntou, se endireitando na cadeira e apoiando a mão na mesa de vidro que os separavam — Acredito que imagine que tenho candidatos mais capacitados.

— Você deve contratar quem acha melhor, é claro, mas... — Ele não estava indo bem na autopromoção, queria ter mesmo levantado dali e dizer que tudo aquilo havia sido uma má ideia, mas... — Eu preciso do dinheiro. Eu acho que é um bom motivo. — Eren deu um pequeno sorriso, mas sabia que era por puro nervosismo, as chances de ele conseguir aquilo eram quase zero. 

Eren viu os lábios de Levi se estreitarem, mas por poucos segundos, fizeram uma leve curvatura, quase como se o outro estivesse retribuindo seu sorriso. 

— Está contratado então.

As sobrancelhas de Eren se ergueram, um tanto surpreso. 

— Sério?

— Sério. — Ele respondeu — Querer dinheiro já é motivação suficiente. E também se você não for bom nisso, te demito. É simples.

Eren engoliu em seco, tinha medo de realmente não corresponder às expectativas e terminar desempregado novamente. Mas, este não era um pensamento em que deveria se prender, já que tudo o que ele poderia fazer é dar seu melhor. 

— Quando eu começo? 

— Segunda-feira. 

Levi se levantou e caminhou até a porta, em um gesto de que Eren deveria segui-lo porque a conversa havia terminado. E foi o que Eren fez, o seguiu em silêncio até a saída, apenas respondendo poucas palavras e combinando que na segunda estaria ali, logo pela manhã. 

...

 Por sorte, Levi era uma pessoa bem atenta a todos os detalhes, e enviou todas as informações que Eren fosse precisar para seu primeiro dia se trabalho. Informações como que roupa deveria usar, sobre suas refeições, que poderiam ser feitas na casa, mas se preferisse, poderia levar sua própria comida, e também sua condução até a casa, que seriam despesas pagas por Levi ao final do mês.  Levi especificou que não estaria na casa, mas que o jardineiro, iria orientá-lo sobre seus afazeres em seu lugar. 

Até o momento, não sabia que tipo de homem Levi era e também não sabia o que ele fazia. Analisando seus bens materiais, era óbvio que era um homem rico, mas Hange não soube dizer com o que ele trabalhava. 

Seu primeiro dia foi bom. O jardineiro se chamava Connie, Eren havia o achado um pouco estranho, mas ele o ajudou bastante e o auxiliou em detalhes importantes sobre coisas que Levi valorizava nos cuidados de uma casa. Disse também que Levi não tinha horários fixos e que muitas vezes não aparecia para as refeições, mas que Eren deveria fazê-las todos os dias, mesmo se Levi não aparecesse. 

No seu primeiro dia, Levi não apareceu. O que, por um lado, foi uma coisa positiva, já que a comida não havia ficado nada agradável. Connie a comeu e disse que não era uma das melhores, mas que estava comestível. Já Sasha, uma jovem contratada para lavar e passar as roupas apenas, disse que estava boa, mas comeu tão rápido que Eren não soube dizer se ela realmente sentiu gosto de algo. 

Sasha e Connie trabalhavam apenas dois dias por semana, o que para Eren, foi um pouco assustador. Teria que lidar com Levi durante cinco dias da semana e em três deles estaria sozinho na casa com o homem. 

Certo dia, Eren estava lavando todas as taças de vinho que ficavam no armário de bebidas. Elas já estavam um pouco empoeiradas e como estava dando seu melhor para manter tudo muito limpo, achou que seria o melhor a se fazer nos minutos livres que tinha, mas Levi chegou e Eren se assustou. A taça molhada escorregou de suas mãos e quebrou em cima das outras dentro da pia. 

Eren sentia que poderia ter morrido naquela hora apenas com o olhar de Levi, mas o homem apenas disse para limpar a bagunça, que ele estaria no quarto e não queria ser incomodado. Eren entendeu melhor o motivo quando viu uma moça subir logo atrás dele, mas ficou sem reação por ter sido tão descuidado. 

Eren notou que esse tipo de acontecimento era frequente sempre quando estava na presença de Levi, então passou a desejar que o homem ficasse fora de casa na maior parte do tempo. 

Um outro dia, quando trocava os lençóis do quarto de Levi, aproveitou para olhar um pouco mais do que deveria, para ver se descobria algo a mais sobre o homem. Em um dos armários, quando abriu a porta, viu um objeto que logo o identificou ser um distintivo, e isso o deixou curioso sobre o fato. Levi seria da polícia? 

Depois de trocar os lençóis, foi lavar o banheiro da suíte de Levi, mas por algum motivo, quando utilizava a mangueira do chuveiro, ela simplesmente escapou, fazendo com que a água que vinha de cima o molhasse por completo, deixando-o enxarcado, logo quando Levi parou na porta observando a cena. 

— Você não sabe lavar um banheiro sem se molhar por inteiro, Yeager? — ele disse, encostado no batente da porta do banheiro, enquanto olhava para o rapaz enxarcado da cabeça aos pés, fechando o registro do chuveiro — E limpe novamente meu escritório, está tudo empoeirado. 

Havia sido um acidente, obviamente. 

Como todos os outros acidentes que aconteciam no momento exato que Levi se aproximava dele. Era frustrante, mas na maioria das vezes que Levi chegava um pouco antes de Eren ir embora, ou quando Levi saía de seu quarto um pouco mais tarde de Eren chegar, ele estava acompanhado, nunca das mesmas pessoas, mas por conta disso, não o repreendia por ser desastrado.   

— Você viu minhas algemas? — Levi perguntou, em um outro dia, um pouco antes de Eren ir embora de seu expediente. Levi olhou ao redor na sala, procurando até mesmo no sofá, mas Eren não lembrava de ter visto nada do tipo. 

— Você está indo trabalhar agora? — Eren perguntou, colocando o pano úmido que utilizou para secar o restante da louça do café da tarde no ombro — Está um pouco tarde, não?

Levi deu uma leve risada, aproximando-se do balcão em que Eren se apoiava, que dividia a cozinha com o outro cômodo. Levi definitivamente era um homem atraente, e vê-lo tão de perto, certamente tinha efeitos visíveis em seu rosto.

— É até engraçado de ver como você é um rapaz inocente, Yeager. — Levi deu um sorriso um tanto sarcástico e isso feriu Eren, que percebeu que realmente havia sido um tanto inocente em sua pergunta, mas ele não tinha culpa em deduzir isso — As algemas são para outra coisa.

— Entendo.

— Uma ocasião mais sexual, eu diria. 

— Eu não as vi — Foi tudo o que conseguiu responder antes de voltar ao seu trabalho, com o rosto ardendo em vergonha. 

Levi tocou no assunto novamente no dia seguinte, mencionado que havia as encontrado dentro de seu carro, mas Eren fingiu que não ouviu o homem falar sobre nada, não queria mais tocar naquele assunto sobre algemas. 

...

Era sexta-feira à noite e Eren havia decidido ir até um restaurante específico, onde sabia que encontraria quem queria lá. Mikasa havia deixado claro que não era uma boa ideia, mas Eren sabia ser teimoso e insistente quando queria e a não a ouviu. 

Sua última namorada, que havia terminado o relacionamento para, segundo as palavras dela, ter novas experiências e conhecer a si mesma, mas que precisava estar sozinha para fazer isso, aparentava estar em um novo relacionamento. Era claro que Eren queria respeitar suas escolhas e decisões, não queria ser estranho, mas no fundo se sentia magoado por ela ter terminado por este motivo e pouco tempo depois, estar com outra pessoa. 

Ele precisava ver com os próprios olhos, então assim que viu uma publicação em uma rede social de sua não mais namorada, decidiu que iria até o restaurante que ela estava. O motivo para ir até lá, ele realmente não sabia, pois afirmar suas suspeitas não o faria se sentir melhor com o término, talvez só o machucasse mais, mas estava disposto a isso. 

O restaurante tinha um bar, um balcão para pessoas que provavelmente ainda estavam sozinhas esperando pela companhia. E foi lá que se sentou, antes de conseguir encontrar quem procurava. Ele seria discreto, não queria causar desconforto em ninguém. 

Após algumas doses de uma bebida engraçada que o serviram, em que o líquido transparente se transformava do transparente gaseificado em um laranja saturado em um gradiente suave até o fundo do copo, finalmente avistou Historia Reiss, sorrindo com um homem loiro, que não conseguia ver o rosto. 

Ele não conseguiria confirmar completamente que aquilo era realmente um relacionamento, mas analisando o ambiente, a forma com que conversavam e o sorriso dela, ela obviamente estava gostando dele, e isso era uma coisa que Eren apenas poderia aceitar. 

Pediu para o garçom mais uma bebida laranja, não queria beber muito, mas a ocasião pedia um pouco o álcool para o ajudar naquele momento. 

— Eren? — Ouviu a voz feminina atrás de si e não sabia se havia ouvido direito. Quando se virou, se deparou com Historia sozinha, o olhando sem entender o motivo de estar ali — Você está me seguindo?

— Te seguindo? — ele perguntou, apenas para ter mais tempo para pensar no que responder — Não. 

— Você está me seguindo, Eren.

— Não estou, Historia. — ele respondeu, notando o homem loiro se levantar da mesa após entregar a conta para ao garçom — Eu só estou esperando um... amigo chegar.

— O Armin? Ele está na faculdade agora — ela disse — E você não tem muitos amigos além dos dois. 

— Por que eu viria aqui para te seguir? Você terminou comigo e eu simplesmente segui com a minha vida.

— É simplesmente coincidência demais você estar aqui — foi a vez do homem falar, parando ao lado de Historia — Você poderia pelo menos ter a coragem de assumir que está seguindo ela. 

O rapaz se aproximou, colocando a mão no ombro de Eren, com uma expressão amigável falsa. 

— Não me toque. 

— Vai fazer o que? — o homem riu, enquanto apertava um pouco mais forte o ombro de Eren que estava sentado. Mas logo o sorriso desapareceu do seu rosto quando Eren usou uma de suas mãos para empurrar o braço do outro — Ora, seu idiota! 

— Reiner, não faça isso. 

O homem empurrou Eren de volta e Eren logo se levantou para retribuir. Antes que percebessem, já haviam começado uma pequena briga dentro de um restaurante. As pessoas das mesas próximas já haviam se levantado e logo os seguranças do lugar apareceram para separar os dois. 

Reiner apenas disse aos seguranças que Eren era um perseguidor, que havia se recusado a ir embora, e que estava incomodando o jantar deles. O que era parcialmente mentira, já que ele havia sim ido para ver Historia, mas em nenhum momento quis incomodá-los e se recusou a ir embora.

No fim, levaram Eren até uma delegacia para passar a noite, até decidirem o que seria feito com ele. Seu rosto estava inchado, seus lábios sangravam um pouco e o movimento de seus dedos fazia com que os ossos doessem ao serem movimentados. Ele suspirou, decepcionado com onde havia terminado a sua noite. A sorte era que não precisaria trabalhar no dia seguinte, pois era sábado. 

Um policial logo apareceu na cela em que estava sozinho, e disse que ele poderia ligar para alguém se quisesse. Eren quase recusou, sabendo que em parte merecia estar ali por ser tão estúpido, mas o policial insistiu para que ele ligasse para alguém.

Como não queria preocupar Mikasa e nem Armin, ligou para a única pessoa que poderia ajudá-lo. 

O telefone foi atendido logo após dois toques. 

— Alô? — Ouviu a voz na linha e onde ele estava, nenhum outro barulho era feito, apenas sua voz saiu no telefone. 

— Você está ocupado? É o Eren — ele disse, um pouco receoso com o que Levi lhe diria. 

— O que você quer, Yeager? — ele perguntou — Acredito que não é por saudade do trabalho que está me ligando. 

— Eu preciso de uma ajuda. Aconteceram umas coisas e eu fui... bem, meio que preso, sabe? — Eren disse — Você não poderia me tirar daqui?

— E por que eu faria isso? 

— Você é um policial, não é?

— Não, Yeager. Eu não sou policial — Eren quase riu da situação, havia ligado para Levi e ele não era sequer um policial. Ele o incomodou e ainda fez uma suposição mal feita — Por que você acha isso? Por conta das algemas?

— Isso não tem nada a ver com as algemas — Ele respondeu, pronto para desligar o telefone — Desculpe ter lhe incomodado, de qualquer forma.

— Espere, Yeager. 

Eren ouviu um suspiro no outro lado da ligação. 

— O que foi? 

— Em qual delegacia você está? — Levi perguntou. 

— Na delegacia central. 

— Certo. — ele disse — Estou a caminho. 


Notas Finais


O jeito que o Eren fica na presença do Levi é diferente


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