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História Apenas Vá - Capítulo 47


Escrita por: ViMatos-Oficial

Notas do Autor


desculpem a demora meus bbs...
estava focando na minha outra história, mas agora irei focar nessa.
peço para leiam o aviso ao final por favor.
amo vcs!

Capítulo 47 - Capítulo 47


Flora

A dor. Essa dor. Essa maldita dor não vai embora. Eu sorrio para as piadas dos meus amigos, aceno quando falam comigo, beijo Brick quando ele sorri para mim, abraço meu pai quando tenho que fazê-lo, mas a dor se recusa a ir.

Respirar é difícil, acordar é difícil.

O arrependimento de não ter trabalhado meu luto todos esses anos me corrói, mesmo que meu pai tenha dito que não foi culpa minha e que eu era apenas uma criança, então essa foi a maneira que meu cérebro fez para me proteger da dor absurda.

- querida – meu pai chama a minha atenção – não quer que comer mais? Comeu tão pouco.

Nego sorrindo.

- não, estou satisfeita.

- fiz aquele doce que você gosta- Lindinha diz sorrindo – merengue.

Sorrio para ela em agradecimento me encolhendo ao sentir um calafrio. Esse inverno este ano está com tudo.

Boomer comemora ao saber que tem doce, todos a mesa dão risada e eu me forço a curvar os lábios.

Essa maldita dor. Deus ! como dói!

Sinto uma aproximação em meu pescoço e um beijo. Olho para Brick e sorrio antes dar um beijo em seus lábios.

- sabe filha – meu pai diz olhando mortalmente para o meu namorado – estava pensando em irmos ano que vem para o Brasil.

Acho graça do ciúmes paterno, assim como todos a mesa. Brick revira os olhos.

- sim... eu... eu adoraria ir ao Brasil papai.

A ideia de ir a minha terra natal me faz soltar algumas lágrimas. Limpo rapidamente, apesar de saber que ninguém vai falar nada, ainda me sinto desconfortável.

- vamos todos para lá – Brick  diz – em uma viagem.

Sim... vamos sim...

Vai ficar tudo bem...

Outra lágrima cai.

Vai ficar tudo bem.

###############

Acordo em um pulo e logo as lágrimas estão lá de volta, essa dor. Chego a gemer por causa dela.

Olho para o lado e Brick não acordou, ele sempre acorda ou está atento em mim durante a noite, mas dessa vez ele está  dormindo, nãoo culpo, o pobrezinho está cansado, não tem dormido direito assim como eu, agradeço mentalmente por ele estar descansando.

Soluço e a onda de dor no peito volta. Saio da cama devagar e vou até o closet para pegar um casaco e uma bota. Saio do quarto e desço as escadas, limpo as lágrimas e me apoio na parede segurando um gemido. Desço o outro lance de escadas com cuidado e sigo até a cozinha abrindo a porta que dava para área de lazer.

O vento frio bate em meu roto e fecho a porta atrás de mim. Essa noite não está nevando, mas o quintal está branco, o céu está limpo e a lua está tão brilhante que deixa tudo mais iluminado.

Me apoio no parapeito de madeira, respiro fundo e choro.

Deus! A sensação que eu tenho é que vou morrer a qualquer momento. E no fundo dos meus pensamentos egoístas eu queria que isso acontecesse.

Faz um mês desde o ocorrido e estou exausta, não aguento mais essa dor que sinto, é constante. Eu estou tentando. O psicólogo disse que estou com depressão, mas essa sensação não passa. Fungo e começo a tremer e sei que não é pelo frio.

Meu pai tem sido ótimo, ele voltou para o seu apartamento aqui de Boston, mas sempre está aqui para me ver. Eu o amo muito.

Brick é outra história, ele é maravilhoso, é carinhoso e sempre está arrumando uma desculpa para me beijar ou dar atenção. Mas nada faz essa dor passar. E me dói vê-lo triste, pois eu o amo demais. Céus! Como eu o amo !

Vejo em seus olhos uma pontada de dor toda vez que me pega chorando, descer até aqui foi uma maneira de evitar que ele ficasse mais abalado.

Eu estou tentando! Eu juro que estaou!

Queria poder dar assistência a ele, considerando que seu pai tentou o matar, mas só de lembrar que Marco foi um contribuinte para a infelicidade da minha mãe eu me desmonto novamente.

Me sentou  no chão frio, abraçando minhas pernas e apoiando meu queixo nos joelhos e vejo o vapor sair da minha boca quando fungo baixinho.

Eu tenho que ficar bem.

Respiro fundo tentando inutilmente organizar meus pensamentos.

- vai ficar tudo bem...

###########

É natal, a musica natalina ecoa por toda a casa de Rick, um dos gêmeos malucos. Os dois nos convidaram para passar as festas aqui e neste momento estão brigando pelo resto da cobertura do bolo que Linda ainda está preparando.

Do sofá da sala, assisto a loira se enfurecer e jogar a panela com os restos de chocolate na água, deixando os gêmeos decepcionados. O pequeno curvar de lábios é o máximo que eu consigo, considerando que estou me esforçando como posso para ser o mais sociável possível e deixar para demonstrar minha dor em casa. Sim... a dor nap se foi, ela me persegue.

¨vá¨

A voz dela, sufocada pelo sangue naquela noite são meu tormento.

- filha ?

Olho para o lado e vejo meu pai, esfregando as mãos no suéter branco e sorrindo.

- sim ?

- daqui a pouco é meia noite e o jantar já está pronto.

Suspiro analisando o belo homem a minha frente, com seus charmosos cabelos grisalhos.

- não sei se estou com tanta fome, mas irei comer um pouco.

- querida – ele se agacha e toca meu ombro – você emagreceu cinco quilos desde que tudo aconteceu. Precisa se manter saudável meu amor.

Maneio a cabeça.

- eu sei, mas...

Sem ao menos perceber, estou com as minhas bochechas úmidas e me desespero em pensar que alguém pode me ver.

- shhhhh....

Meu pai se senta ao meu lado entendendo que não quero que me vejam. Ele me aconchega perto dele e seca as minhas lágrimas.

- eu...eu...eu não sei mais o que fazer – respiro com dificuldade – é todo dia pai ! todo dia!

- shhh... vai passar filha... cada um tem seu tempo e você está tomando o seu.

- mas a dor não para pai.

- uma hora ela vai diminuir e tudo vai ficar bem.

Ele sorri e sei que está quebrado.

- papai eu.... – eu me aproximei dele – papai eu já até pensei em outro meio de me distrair dessa dor – sussurro.

Ele me olha chocado e me puxa delicadamente para um lugar mais reservado. Vejo sua respiração vacilar quando paramos próximo a uma enorme janela.

- Flóra – passa a mão sobre a barba – filha isso é muito sério ! aquele psicólogo não está fazendo a porra do trabalho dele ?

- eu sei ! eu sei ! eu sei que é egoísta, eu não fiz nada, mas dói tanto. – digo com a voz embargada – eu me odeio por pensar nisso.

- não! Não se odeie meu amor! Nunca pense isso!

- mas não é justo eu... eu...

 - você não esta bem Flóra – ele me abraça e eu sinto o peso das palavras.

Eu tenho que estar bem.

Eu tenho que melhorar.

- mas eu tenho que ficar bem pai. Eu não... – não consigo terminar, pois a onda de dor vem novamente e mais lágrimas odiosas.

Ele segura meus ombros e me encara seriamente.

- filha... depois dessas festas... vamos viajar para o Brasil, sair um pouco dos EUA, principalmente de Boston,  precisa de outros ares – ele sorri – vamos juntos, seus amigos podem ir e ...- ele revira os olhos – seu namorado também.

Sorrio com seus ciúmes.

- amor?

Eu e meu pai nos viramos e vemos meu ruivo, olhando para mim com preocupação. Forço um sorriso para ele.

- e falando no diabo – meu pai suspira – ela é sua rapaz.

Brick revira os olhos e se aproxima de mim enquanto meu pai se afasta.

- não entendo seu pai, ele era bem legal comigo.

- ele gosta de você.

Ele me puxa para si e apoio minhas mãos em seu peitoral.

- correção... ele gostava.

Sorrio e respiro profundamente sentindo seu cheiro.

- não pense assim, ele deve estar se acostumando.

Ele ri.

- não vamos falar do ciúmes do seu pai e o fato de que ele não gosta mais de mim como antes – ele se afasta e segura meus ombros – como está ? vi que estava agitada conversando com o Garcia.

Suspiro e forço um sorriso.

- só mais um ataque de pânico e meu pai estava por perto ... bom... você sabe.

Ele olha para os lados e depois direciona seu olhar preocupado para mim... esse olhar.

- baby seu que está difícil passar por esses momentos e quero que saiba que irei fazer tudo que puder para te ajudar – ele sorri – vai ficar tudo bem.

Ouvimos palmas e nos viramos. Linda e Boomer estavam sorridentes, principalmente o loiro.

- pessoal, o jantar está pronto e – minha amiga olha seu relógio de pulso -  falta um minuto para o natal!

Finjo um sorriso empolgado o máximo que eu consigo e seguimos para a grande mesa de jantar.

- estou morrendo de fome, desculpa ruivinha, mas sua amiga loirinha cozinha melhor – diz tio Rick brincando.

Sorrio sabendo que isso é a mais pura verdade.

Todos em volta da mesa dão risada.

- mas eu gosto do bolo de morando dela.

- o limão é melhor.

- tio Bem! Tio Rick! – o ruivo chama a atenção deles – parem com essa discussão.

Os gêmeos mostram a língua para o sobrinho.

- alguém sabe onde Butch e Candy estão ? – meu pai pergunta.

De repente ouvimos passos apressados e risadas.

Os morenos chegam a sala arrumando suas roupas apressadamente, os cabelos bagunçados e os lábios vermelhos.

- alguém estava concebendo presentinhos de natal – Boomer zomba.

- cala a boca seu idiota ! – Butch empurra o amogo pelo ombro.

Todos prendem o riso.

- deixe eles, estão curtindo – meu pai diz – mas lembrem de sempre usar camisinha.

- TIO! – Candy tampa o rosto.

- bom... – tio Bem  levanta uma taça de vinho – feliz natal!

Pegamos nossas taças e as levantamos.

- FELIZ NATAL ! – todos dizem menos eu.

Todos se abraçam e sorriem felizes, e para variar eu estou no automático.

A dor vem novamente ao lembrar que é mais um natal sem ela. Meus olhos ardem e bebo mais um longo gole de vinho para tentar não atrair olhares.

- vem cá – Brick me puxa para um abraço – eu te ajudo amor. Eu te ajudo.

Abraço ele de volta.

  - feliz natal – sussurro tristemente e inaudível.

- bom... – Linda diz – vamos comer.

- FINALMENTE ! – Boomer comemora.

Todos servem seus devidos pratos e eu faço um bom esforço para chegar a metade do meu.

Minhas amigas contam piadas, meu namorado provoca os amigos, os gêmeos brigam por algo irrelevante e eu... eu finjo estar feliz. E tenho a sensação de que a cada sorriso falso que eu solto... é uma pontada no peito que sinto.

Eu não estou bem.

#############

- estava uma delícia Lindinha – tio Rick diz lavando a louça suja que eu lhe entrego.

- obrigada tio Rick!

- não! É sério ! você tem que me ensinar a fazer aquele molho! Uma delícia ! – ele elogia enquanto lavava.

Pego um copo do escorredor e o seco, entrego para Candy que o guarda.

Vamos lá Flóra. Espere até chegar em cãs, não estrague esse natal que todos estão adorando.

Espere até chegar no banheiro pelo menos para chorar.

- não acha Florzinha ?

Olho para Candy que esperava uma resposta.

- o que ?

- que deveríamos fazer um mochilão, eu, você e Lindinha.

- oh! Sim! – coloco o pano de prato em cima do balcão – bom... eu acho que... eu preciso ir ao banheiro. Me deem licença.

Eles me olham com pena e eu forço um sorriso.

Sigo pelo corredor e já sinto as lágrimas caírem, parece que não irei conseguir chegar ao banheiro a tempo.

Quando estou para entrar no cômodo, escuto uma discussão entre meu namorado e seus amigos.

- eu não sei mais o que fazer. – o ruivo diz.

- dê m tempo a ela cara, ela precisa de tempo.

Brick suspira cansado.   

- Boomer está certo . Flóra não está bem, ela segurou o luto por dez anos e agora tudo está sendo despejado de uma vez.

- mas ela vai ficar bem ! – Brick diz, mais para si mesmo do que para seus amigos.

- Brick, Flóra mal consegue respirar sem chorar.

- eu sei ma...

- e você está tão quebrado quanto ela – Boomer diz e o silêncio se instala.

Permaneço escondida.

- Brick – Butch suspira – se você quiser ajudar Flóra, você precisa se ajudar primeiro. Os dois estão quebrados.

E mais uma onda de silêncio chega.

- vou desistir da faculdade. Não vou deixar ela na mão.

O que ?!

Tampo a minha boca e me afasto o mais cautelosamente possível.

Desistir da faculdade?

Não!

Já chega! Não posso mais fazer isso, não posso mais estragar a vida de quem eu amo. Não posso estragar a vida dele.

Vou até a sala de estar, onde meu pai está na janela sozinho, imerso aos seus pensamentos.

- 🇧🇷papai – chamo sua atenção.

Utônio Garcia se vira e sorri limpando as lágrimas. Estava chorando.

- 🇧🇷 sim meu amor.

Suspiro e fungo antes de confirmar mentalmente a minha decisão.

Deus! Isso vai ser difícil.

- 🇧🇷 eu preciso te pedir uma coisa.  


Notas Finais


olá bbs !vim fazer uma proposta.
se vocês já viram meu perfil, sabem que eu tenho três historias em andamento e que essa em particular está na reta final.
para me manter organizada, eu gosto de ter apenas três histórias em andamento, para evitar atrasos e acúmulo de trabalho (permita-se é outros quinhentos).
como Apenas Vá está sendo finalizada, logo irei colocar outra historia para que assim volte a ser três histórias em andamento novamente, e tenho quatro opções de casais aqui para escrever uma história.

Katsuki e Ochaco - boku no hero
Marinette e Luka - Miraculous Ladybug
Kakashi e Sakura - Naruto
Lucy e Natsu - Fairy Tail.

Tenho ideias incriveis para cada um desses casais (que eu shipo com muito carinho) e caso você se identifique ou goste de algum em particular e gostaria que eu fizesse a história é só comentar. ficarei feliz em atender ao mais pedido.
Isso é claro se quiser ler mais uma história minha kkkkkkkk.

amo vcs e o carinho que eu recebo a cada curtida e comentário❤️❤️❤️❤️❤️


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