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História Apocalipse - Aguslina - Capítulo 10


Escrita por: myaaliadaa

Capítulo 10 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Apocalipse - Aguslina - Capítulo 10

(Atenção, este capítulo pode ser impróprio para pessoas sensíveis.)

Narradora 

 

Suas botas de couro pisavam e esmagavam galhos enquanto ela passava pelo meio da floresta. O cheiro de fumaça estava forte, e o tempo todo ela tentava ver pelo meio das árvores de onde vinha tanta fumaça. Se suas lembranças e seus sentidos estiverem certos, com toda certeza a fumaça escura e pesada vem do Terminus.

Ela revira os olhos ao se recordar do lugar onde, por pouco, não foi morta. Seus pés param de se mover e ela fica de frente para uma grande árvore, sua mochila é jogada no chão junto com sua arma. A garota dá um salto e agarra com firmeza o primeiro galho da árvore. 

Com movimentos ágeis, ela passa de galho em galho até ficar quase no topo da árvore, em uma altura considerada bem fora do limites, um passo em falso e ela pode cair e quebrar vários ossos, apesar disso, ela não tem medo, ela é boa no que faz e sabe disso.

Seus olhos se acostumam com o sol quente e começam a analisar tudo acima das árvores, depois de rodar quase completamente seu corpo, ela finalmente encontra a grande fonte de toda aquela fumaça.

Seus lábios se repuxaram em um sorriso, sem tirar os olhos da grande chaminé do - tenebroso - Terminus, ela pega o walk talk que estava no bolso de sua calça jeans e o leva até os lábios.

-Jorge, está na escuta? Responda, câmbio. - Ela coloca o pequeno aparelho perto do ouvido, esperando uma resposta.

-Estou na escuta, houve algum problema? Câmbio. - A voz do garoto sai cheia de chiados, mas pode-se sentir uma pontada de preocupação no meio das palavras.

-Nenhum problema, mas consegui uma oportunidade de ouro. - Ela fica esperando uma resposta, demora um pouco mais, mas a voz do garoto invade seus ouvidos novamente.

-Você se esqueceu de falar câmbio. - Ela revira os olhos. - E o que está tramando? Câmbio.

A garota se inclina e se senta no galho firme da árvore, ela tem a intenção de que a conversa termine o mais rápido possível, mas sabe que Jorge nunca faz questão de fazer as coisas o mais rápido possível.

-Acabei de encontrar nosso adorado Terminus…

-Esqueça. - Ele a interrompe.

-Ei, e a coisa toda do câmbio? - Ela pergunta incrédula.

-Todas suas ideias a respeito do Terminus são insanas, nunca aprovo nenhuma delas.

Ela sente uma pontada de irritação dentro de si, odiava quando ele a tratava como uma criança, ele sabe muito bem que ela sabe se cuidar mas ainda assim continua querendo ser responsável por ela e por suas ações.

-Exatamente, Jorge. Você nunca as aprova e sempre me impede de colocá-las em prática. - Ela aproxima bem os lábios do aparelho, desejando estar neste exato momento cara a cara com o homem do outro lado do walk talk. - Mas quer saber a grande novidade? Hoje você não está aqui para me impedir, então eu vou sim salvar a vida daquelas pessoas e acabar com aquele lugar. - Ela termina de falar e abaixa o volume do aparelho, o guardando novamente no bolso traseiro de sua calça jeans logo em seguida. 

Ela não quer ouvir protestos ou sermões, se for para ela morrer hoje, ela morrerá, mas será tentando salvar aquelas pessoas.

Ela desce da árvore e olha ao seu redor, nenhum morto-vivo ouviu sua conversinha com Jorge, ela se abaixa e pega sua mochila e sua arma.

Suas mãos delicadas e ágeis jogam a mochila em suas costas e prendem seu cabelo liso e comprido em um rabo de cavalo, antes de voltar a caminhar, seus lábios se abrem em um sorriso ao imaginar a cara do garoto neste exato momento, ele deve estar vermelho de irritação e as orelhas devem estar até mesmo soltando fumaça.

Ela solta um riso e volta a caminhar, seus pés se movem em direção ao Terminus.

 

[...]

 

Agustín olha ao seu redor analisando todas as pessoas reunidas com ele no vagão abafado e escuro.

O garoto loiro sentado do seu lado adormeceu, ele tem a pele branca e tem vários calos e arranhões em suas mãos, que estão apoiadas em seus joelhos, ele usa uma calça jeans clara que está suja e rasgada, a camiseta cinza está molhada de suor, sua cabeça está para trás, encostada no vagão, seus olhos estão fechados e a respiração está tranquila. 

O cenho de Agustín se franze e ele se pergunta constantemente como alguém poderia dormir em uma situação dessas.

Seus olhos saem de cima do garoto e vasculham o resto do vagão, ele encontra dois garotos vestidos com roupas simples e uma senhora já idosa.

Ele encara seus amigos, todos estão calados e apoiados uns nos outros. Sem ter ninguém para se apoiar, Agustín se senta na mesma posição que o garoto do seu lado.

Ele fica com os olhos fechados apenas sentindo o bafo quente bater em seu rosto e as gotas de suor percorrerem seu corpo.

-Barba maneira. - Ele abre os olhos imediatamente e encara o garoto loiro ao seu lado, ele ainda está com os olhos bem fechados, mas Agustín tem certeza que o comentário veio dele.

Sem encarar o homem ao seu lado, ele murmura:

-Obrigado. - O garoto loiro, ainda com os olhos fechados, estende a mão para Agustín. 

-Sou Lionel, Lionel Ferro. - Agustín segura na mão de Lionel com firmeza.

-Agustín Bernasconi. - O garoto abre os olhos e encara Agustín.

-Uma pena nós morrermos hoje, você parece ser um cara legal. - Os dois soltam as mãos e Agustín inclina a cabeça de leve.

-Quem sabe nós ainda não saímos vivos dessa, não é? 

-Olha, eu ia adorar. Mas cheguei aqui faz dois dias e este vagão estava cheio. - Agus presta atenção em todas as palavras do homem. Lionel desvia o olhar e começa a mexer nos cadarços de sua bota de couro marrom. - Se você é chamado para sair desse vagão, você simplesmente não volta mais.

Lionel termina de falar e então eles escutam fortes batidas na porta do vagão, por impulso, todos se levantam e vão em direção a porta, sem nenhum plano, sem nenhuma arma, apenas na esperança de sair daquele vagão e daquele lugar.

-Saiam de perto da porta! - Alguém grita do lado de fora, nenhum deles move um músculo. Seus pés ficam cravados no chão enquanto os corações esmurram o peito.

Eles escutam ruídos vindo de cima do vagão, seus ouvidos ficam atentos, mas não o suficiente para prever o pequeno frasco que é jogado dentro do vagão a partir de uma abertura de ar bem no alto de suas cabeças.

O pequeno frasco cai no chão bem no meio deles e quase que imediatamente começa a soltar um gás, Agustín e Michael percebem no mesmo instante que se trata de uma substância para fazê-los dormir. Eles gritam e tentam correr, mas no fim das contas todos caem desacordados. 

A única coisa que Agustín consegue ver antes de apagar por completo, é um homem com roupas especiais e uma máscara entrando dentro do vagão e o arrastando para fora.

 

[...]

 

O único som que a garota consegue ouvir ao caminhar pela floresta são os grunhidos e engasgos dos zumbis ao seu redor.

Quando ela desligou o walk talk e seguiu caminho em direção ao Terminus, ela logo tratou de se camuflar da melhor forma possível. 

Seu corpo, sua arma e sua mochila estão cobertos com um pano liso sem buracos para os braços, apenas para a cabeça, ele serve como uma capa a rodeando por inteira. Ela cobriu o pano com muito sangue, restos de zumbis e terra, ela fez o mesmo com seu rosto e tentou ao máximo não sujar os cabelos. 

Os zumbis são atraídos pelo som, luz e pelo cheiro. A partir do momento em que a garota se cobriu com os restos dos mortos-vivos, eles passaram a acreditar que ela era um deles.

Seus passos eram lentos e muito bem calculados, ela não poderia se dar ao luxo de errar, não agora estando rodeada de zumbis. Eles estão por todos os lados, para a garota, eles estão em uma quantidade pequena, ela acabaria com eles em instantes, mas também acabaria com seu disfarce. Estando no meio de alguns zumbis, camuflada, será menos provável que os atiradores do Terminus a identifiquem. 

Os zumbis começam a sair de dentro da floresta e ela vai junto com eles, sem demora, seus olhos se deparam com o Terminus. A passos calculados, ela se distancia dos zumbis indo na direção oposta à qual eles estão indo, ela tenta se esconder no meio das árvores e arbustos presentes na ponta da floresta. A garota olha para trás e acaba sorrindo, os zumbis que ela estava seguindo estão indo em direção ao portão principal do Terminus, uma ótima distração.

Rapidamente, ela chega até o primeiro muro de ferro, a mesma se esconde atrás de algumas plantas compridas e força seus olhos a enxergarem o que está acontecendo depois do segundo muro, bem embaixo. 

Ela vê de longe os homens do Terminus levantando com brutalidade quatro garotos, eles estão com as mãos e pés amarrados, e um pano em suas bocas os impede de falar. Seus olhos se fixam principalmente no último garoto dos quatro, ele resiste e tenta lutar, consegue até mesmo dar uma cabeçada em um dos homens que trabalham para Gregory, mas isso só os faz levá-lo de forma ainda mais bruta até a porta mais próxima.

A garota murmura um palavrão e puxa sua mochila de baixo do pano sujo, ela vasculha dentro dela e encontra tudo o que precisa para arruinar com aquele lugar, ela age com rapidez.

Suas mãos pegam uma espécie de bomba e a colocam na ponta de sua arma, seus olhos observam os zumbis que se aproximam ao longe e  a garota deixa a arma preparada para atirar. 

Ela pega sua outra arma, que estava dentro da mochila e mira na cabeça de vários atiradores do Terminus, os matando imediatamente. 

O pânico começa a se espalhar pelo local, as pessoas correm para tentar se proteger dela e para segurar os zumbis que já se jogam na frente do portão.

Depois de um tempo ela deixa a arma de lado e começa a procurar o isqueiro dentro de sua mochila.

 

[...]

 

Agustín está amarrado e ajoelhado na frente do que parece ser uma grande pia de ferro sem a torneira. Ela é comprida, tendo espaço para que ele, Lionel, Michael e os outros dois garotos que estavam no vagão fiquem bem diante dela.

Ele observa a sala com pânico, têm pedaços de corpos humanos pendurados por ganchos em grandes barras de ferro que se espalham por toda a sala, e corpos inteiros deitados em cima de algumas mesas do mesmo material.

O cheiro de sangue impregna sua respiração e ele sente muita vontade de vomitar. Os homens do Terminus são canibais, atraem as pessoas para a antiga fábrica para as matarem e ficarem com um grande estoque de carne.

Agustín olha para Michael que está do seu lado e ele parece tão perplexo quanto o mesmo, Agustín olha para frente, dois homens estão na mesma sala que os cinco. Um anda pra lá e pra cá com grandes facões e amoladores, o segundo está ocupado com o corpo morto que está deitado em cima da mesa, ele corta os membros da pessoa com uma serra, o terceiro parece escolher a faca que vai usar para os matar. Os três vestem aventais transparentes que já estão manchados de sangue há tempos, o desespero toma conta dos cinco e eles se mechem com frequência, tentando se soltar.

Agustín fica inclinado para frente, seu cabelo teimoso cai diante dos seus olhos, o suor escorre pelos fios e pinga na pia de ferro, ele observa outros quatro garotos e tenta se manter calmo, o que, claramente, é impossível.

O homem que parecia escolher as facas acaba pegando um bastão, enquanto o outro se aproxima deles com um facão.

Ele se aproxima do primeiro da fileira, que é um dos garotos desconhecidos que estavam no vagão com Michael, Agustín e Lionel.

O homem do bastão bate com uma força considerável na cabeça do garoto e ele se inclina para frente ficando atordoado, o outro homem o agarra pelos cabelos puxando sua cabeça para trás e corta seu pescoço com a faca afiada, sangue jorra e o homem deixa a cabeça do garoto cair para frente, sangue escorre pela pia como um rio.

Agustín observa o sangue e morde o pano em sua boca com força, Lionel e o outro garoto começam a chorar de desespero, Michael evita olhar para o sangue e para o garoto, seus olhos ardem mas ele se recusa a chorar.

O próximo da fileira é o outro garoto que estava no vagão, amigo do primeiro, ele começa a tentar gritar e se contorce, mas seus esforços não são suficientes, o taco atinge sua cabeça, a faca corta seu pescoço e sangue escorre diante dos olhos de Agustín. 

A cabeça do garoto cai para frente sem vida, os gritos do mesmo se cessam, mas então quem começa a gritar é Agustín.

O próximo da fila é Michael.

Agustín se contorce junto de Lionel, os homens vão para trás de Michael, um deles sacode a faca comprida, sangue espirra no rosto de Agustín e suas pupilas se dilatam de desespero e raiva.

O taco é posicionado, Michael fecha os olhos com força esperando o impacto do objeto frio com sua pele quente, Agus se recusa a encarar a morte do amigo, Lionel começa a tremer e então tudo ao seu redor se move com força.

Os homens que estavam em pé derrubam suas armas e caem junto com elas no chão, os corpos dos homens mortos também caem, Lionel tomba para o lado sem equilíbrio e os ouvidos de Agustín ficam surdos por um instante. 

Quando tudo fica parado novamente, ele sente calor e escuta gritos, com toda certeza isso foi o estrondo de uma bomba.

 

*

Eu grito ou vocês?

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Espero de coração que tenham gostado, deem a opinião de vocês aí embaixo, por favor, estou muito insegura a respeito desse capítulo, então se ele for excluído do nada, ignorem.

Quem será que é a garota que vai salvar o dia, hein? 

Vou nem pedir para vocês apostarem porque todos vão ganhar.

Se vocês me mimarem muito nos comentários, eu posto a parte dois do Terminus amanhã e ainda solto um novo Teaser inédito no YouTube, o que vocês acham?

Se cuidem, beijinhos!

 




 



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