História Apollo 40 - Fazendo Novas Amizades

Ao chegar no salão, procurei logo alguém pra conversar. Tentei primeiramente com os americanos, já que eu sabia um pouco de inglês mas eles nem ligaram pra mim, então fui com os brasileiros:

            - Olá senhor, qual seu nome?

            - Fernando, e o seu?

            - Carlos, como você entrou aqui?

            - As maiorias dos ricos receberam um convite para morar no Apollo 40, e claro que a maioria aceitou!

            - Mas porquê?

            - O mundo está violento demais para nossas crianças, então decidimos ficar aqui.

            - Beleza então... Mas você sabe qual é o tamanho verdadeiro dessa nave?

            - Oluap diz que o tamanho dele é a metade do Chile, mas acho isso impossível!

            - Obrigado.

            Saí para falar com outras pessoas, e encontrei uma velhinha “muito simpática”.

            - Olá senhora!           

            - Oque você quer, palhaço!

            - A senhora sabe pra onde essa nave está indo?

            - Isso interessa oque pra você?

            - Pode pelo menos dizer seu nome?

            - Thereza... Agora sai de perto de mim praga!

            Depois de uma conversa muito “agradável” com a velhinha, fui caminhar pelo gigante salão, fiquei observando os vários quadros até que uma linda moça chegou e começou a falar comigo:

            - Você gosta desse tipo de arte?

            - Entendo pouca coisa, muitas pessoas falam que traz uma certa emoção, mas eu não sinto nada.

            Respondi com um sorriso no rosto.

            - Como você entrou aqui?

            Perguntou a moça

            - Eu fui seqüestrado, eu acho.

            - Não, você não foi seqüestrado, quantas vezes preciso dizer?

            Disse Oluap atrás de mim.

            - Desculpe, mas na sei outra forma de dizer!

            - Você é apenas um convidado indesejado.

            - Bem melhor!

            Disse com um tom sarcástico

            - Me siga Carlos, preciso lhe mostrar uma coisa.

            Oluap começou a andar rápido, parecia que estava com pressa. Atravessamos todo o salão e entramos em um corredor gigante de vidro onde dava pro ver o espaço, e a cada passo que eu dava era um frio na barriga, mas, não percebi que o chão era de vidro e quando olhei pra baixo minhas pernas estremeceram e caí.

            - Você está bem Carlos?

            - Sim senhor, mas você poderia não ter construído isso de vidro?

            - Não fui eu que construí, eu apenas roubei!

            - Os passageiros sabem disso? Que você roubou a nave?

            - Não, se eles soubessem, eles iriam começar uma revolução dentro do Apollo!

            Ao chegarmos ao fim do corredor havia uma grande sala com varias outras naves menores, que serviam como uma forma de fugir da nave caso o Apollo 40 começasse a dar problemas. E aviam pessoas construindo outras naves, até que Oluap disse:

            - Esse será seu novo trabalho!
                         - Trabalho?

            - Sim, todos os outros que entraram como você, irão trabalhar!

Sem questioná-lo fui pegar minhas ferramentas dentro de uma pequena sala escura e com um cheiro esquisito.

            Ao chegar na área de trabalho, me deram um capacete de proteção, sempre me perguntei pra que servia isso se caísse algo enorme na cabeça. Quando comecei a trabalhar uma voz familiar me chamou, era Leonardo:

            - Olá Carlos, tudo bem?

            - O que você acha?

            Falei com um tom sarcástico mostrando minhas ferramentas

            - Infelizmente vai ter que ser assim, o chefe é muito rígido sobre “intrusos”!

            - Tudo bem. Mas você sabe por que ele roubou essa nave?

            - Roubou?

            - Não... Construiu

            Tive que disfarçar pra ele não perceber, e fiquei me perguntando porque Oluap não falou a ele que a nave foi roubada.

            - Não sei por que ele construiu isso, Mas ele disse que veio estudando nos últimos anos, e descobriu que um grande meteoro poderia colidir com a Terra a qualquer momento. Mas não acredito nisso!

            - Nem eu, varias pessoas falaram que o fim do mundo estava próximo, mas nunca aconteceu.

            - Sim, ok então, volte ao trabalho!

            Meu trabalho era praticamente carregar peças para os outros, já que eu não sabia de nada sobre essas coisas, então como na sabia de nada eu fazia pouca coisa, então eu ficava conversando com os outros trabalhadores. Conheci um brasileiro muito simpático e engraçado:

            - Olá qual seu nome?

            - Luiz Henrique, tenho uma pergunta, como você entrou aqui?

            - Eu estava plantando no meu sítio e der repente apareci dentro de um curral todo sujo e fedido.

            - Hum, qual seu nome?

            - Carlos.

            - Ok Carlos, quero te contar uma piada!

            - Conte!

            - Porquê tem um pula-pula no polo norte?

            - Não sei.

            - Para o urso "polar"!

            Ele caiu na risada, também ri para não deixá-lo triste, mas a piada foi horrível. Eu decidi voltar ao trabalho antes que viesse outra piada!