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História Após a escuridão abençoada - I do believe


Escrita por: polypop

Notas do Autor


Tô viva, a história também. Desculpem a demora para atualizar, mas não ando parando muito na frente do computador.
PS: prometi Mr. Clare, mas tinha muita coisa para desenvolver aqui, então deixei para o próximo.

Capítulo 18 - I do believe


Fanfic / Fanfiction Após a escuridão abençoada - I do believe

Ao chegar no Museu Britânico, Mr. Lyle encontra um cenário devastado. A área egípcia está totalmente revirada. Objetos quebrados e espalhados pela sala. Alguns sarcófagos estão abertos e outros foram danificados. As luzes foram quebradas na bagunça e a iluminação que chega à sala não é tão boa, além disso, uma vidraça da janela estava quebrada e um ar gelado invadia o ambiente, deixando o local com uma aparência fantasmagórica.

Parecia que alguém estava procurando por algo e causou todo aquele estrago.

Um funcionário do museu, que estava fazendo a vigília noturna, presenciou a cena e ficou bastante transtornado.

A polícia não foi chamada de imediato, pois a ideia de um assaltante vasculhando o museu não teria uma repercussão favorável nos jornais. A equipe preferia abafar o caso e tentar resolver antes de envolver alguém de fora, em último caso, se fosse necessário.

Antes de Mr. Lyle chegar ao local, os funcionários já haviam começado a contar o inventário e procurar por algum objeto desaparecido. Até o momento, nada estava faltando, só mesmo a bagunça no lugar preocupava.

Os outros vigilantes que faziam a ronda em outras áreas do museu caçoavam do homem assustado que chegou primeiro ao local da cena. O homem dizia que viu uma figura estranha, não humana deixando o local, mas os colegas de trabalho não acreditavam. Em primeiro lugar, o homem não tinha o histórico de funcionário do mês e já foi visto bebendo em serviço em momentos anteriores e em segundo, seres sobrenaturais não existiam.

Ao que tudo indicava, apenas um vândalo invadiu o museu e resolveu “brincar” um pouco. Mr. Lyle também conferiu o inventário e não sentiu falta de nada importante.

Ele se retirou da cena enquanto os funcionários limpavam a área e tentavam deixar tudo arrumado para a abertura do Museu na manhã seguinte. Enquanto todos estavam ocupados, Mr. Lyle decidiu conversar com o vigilante e tentar obter novas informações.

MR. LYLE: Excuse-moi, meu amigo. – Com a aproximação de Mr. Lyle o homem se assustou e pulou da cadeira onde estava sentado. – Posso conversar com você, senhor...?

TAYLOR: Arthur Taylor, senhor. – Responde ainda assustado.

MR. LYLE: Prazer, Ferdinand Lyle. Senhor Taylor, pode me dizer o que o senhor viu por aqui?

TAYLOR: O senhor não acreditaria em mim, Mr. Lyle. Dizem que estou louco, que é efeito da bebida. Mas eu não bebo em serviço, senhor. Estou sóbrio.

MR. LYLE: Eu entendo. – Mr. Lyle olha bem nos olhos do homem assustado, querendo demonstrar ser de confiança. – Sei que há coisas em nosso mundo que vão além da nossa compreensão. Mas não gostaria de contar? Pelo menos para desabafar e se sentir mais calmo?

O gesto de Mr. Lyle acalentou o homem, que decidiu contar sua versão dos fatos.

TAYLOR: Eu estava no andar de baixo quando ouvi o barulho da janela se quebrando e corri para cá. Eu era o que estava mais próximo da ala egípcia, o senhor sabe. Conforme eu me aproximava mais o barulho aumentava e eu ouvia objetos sendo arrastados, jogados e quebrados. Foi uma barulheira e tanto. Mas quando eu cheguei... – o homem precisou tomar fôlego antes de continuar a contar a história. – Eu vi um homem, alto, muito alto. Nunca vi um homem daquele tamanho. Ele estava abaixado perto daquela múmia lá – e apontou para um local no canto do salão. – Só quando ele levantou que eu vi o tamanho todo dele. E ele andava curvado. Um ser estranho. O mais estranho era que ele não usava roupas e sua pele era acinzentada. O senhor pode falar que estava escuro e eu não vi direito, mas eu sei que aquela não era a cor normal de uma pessoa. E quem andaria sem roupas por aí? Em uma noite fria como essa? Os garotos ficam rindo, falam que é uma múmia que foi tomar banho e largou as bandagens, mas não era múmia, senhor. Não era nada parecido como as que temos aqui. E nenhuma bandagem está pelo chão, o senhor mesmo pode ver. Não sei que criatura era aquela, mas não era humano, isso eu sei. – Conforme ia contando a história, mais nervoso o homem ficava. – Por um momento eu achei que ele tivesse me visto, porque ele olhou bem na minha direção. Senti como se ele tivesse me olhado nos olhos, mas agora não tenho tanta certeza. Ele tinha os olhos vermelhos. Não vermelhos como ficam quando a gente fica de ressaca, mas vermelhos acesos, como um farol. Ele olhou em minha direção e fez um movimento com a boca, talvez pudesse estar sorrindo. E os dentes dele eram estranhos, não eram do jeito normal, sabe? Pareciam pontudos. O senhor deve achar que eu estou inventando isso tudo, mas não estou. Eu vi. E estou sóbrio também. Este é meu horário de serviço eu não vou beber em horário de serviço. Tenho uma família para sustentar, o senhor sabe. Eu não posso me dar o luxo de perder o emprego agora. – Ao fim da narrativa o homem tremia. Mr. Lyle não sabia se era de frio, de medo da criatura ou o receio de perder o emprego. Talvez um pouco dos três.

MR. LYLE: Senhor Taylor, muito obrigado por ter me contado tudo. Eu acredito no senhor. Eu sei que há criaturas estranhas entre nós, mas eu preciso que o senhor me prometa que não contará essa história a ninguém mais, oui?

TAYLOR: Eu sabia, o senhor não acredita em mim, não é mesmo? Só quer fazer com que eu me sinta melhor, mas na verdade o senhor acha que estou mentindo.

MR. LYLE: O senhor precisa deste emprego, o mais sensato é não comentar sobre isso. Eu acredito em suas palavras e vou verificar o que aconteceu, tudo bem? Mas não comente esta nossa conversa.

TAYLOR: Tudo bem, Mr. Lyle, farei o meu melhor. Mas e os rapazes que me acham louco?

MR. LYLE: O senhor dirá que tomou uma ou duas doses de whisky para espantar o frio, quem não toma um whisky em uma noite como essa? Ninguém te julgará por isso. Diga que se enganou, que achou que viu algo, mas na verdade era uma sombra. O senhor ficará bem, te prometo. Falarei com um contato meu e ele garantirá que seu emprego permaneça. Só não conte essa história a mais ninguém.

TAYLOR: Obrigado, senhor. Juro pela vida da minha filha que eu não contarei a ninguém o que vi aqui. Muito obrigado por salvar meu emprego.

Mr. Lyle aperta a mão do homem com firmeza, mas mesmo assim gentil e se retira. Ele resolve verificar o loca onde o homem disse que viu a criatura curvada. De fato, o sarcófago estava aberto. E a primeira vista, a múmia de Katebet estava intacta. Mas olhando melhor, havia um pequeno rasgo no pano, perto do estômago. Era um corte preciso, mas deixou algumas evidências. Claramente quem (ou o quê) invadiu o museu sabia exatamente o que estava procurando. Katebet era uma das maiores relíquias egípcias do museu devido ao fato dela estar preservada. Agora não mais. Mr. Lyle sabia, pela localização do corte e o modo como tudo foi deixado, que Katebet agora estava violada, incompleta. O escaravelho de proteção foi levado embora.

 

Em Grandage Place, Catriona, Sir Malcolm e Vanessa aguardam notícias. Mr. Chandler saiu para procurar Victor e Mr. Lyle ainda não havia retornado do Museu. Catriona observa algumas anotações de Sir Malcolm, enquanto ele se serve de mais dose de whisky. Vanessa parece alheia a tudo aquilo e observa, imóvel, o crepitar do fogo.

A porta se abre rapidamente e se fecha em um baque surdo que faz Vanessa sair do transe. Mr. Chandler entra apressado na sala. Os outros aguardam Victor entrar atrás dele, mas o atirador está sozinho.

ETHAN: Victor sumiu.

VANESSA: Ele saiu antes de nós do baile, já deveria estar em casa.

ETHAN: Foi o que pensei, mas fui lá, bati na porta e como ninguém respondeu eu arrombei e entrei. Revirei aquele cortiço que ele chama de laboratório e tirando os apetrechos médicos nenhum sinal dele.

CATRIONA: Você invadiu a casa dele?

ETHAN: Digamos que eu entrei sem ser convidado.

Catriona revira os olhos e bufa. Homens, a todo tempo tentando demonstrar sua masculinidade. Ela pensa, mas evita dizer algo.

SIR MALCOLM: Estranho. Victor não é de desaparecer. Será que aconteceu alguma coisa no caminho? Ou talvez ele tenha saído com alguma dama. – Vanessa olha para ele com descrédito. – Ou talvez, não.

VANESSA: O doutor é um homem sensato, deve ter resolvido dar uma volta antes de ir para casa. Pela manhã ele aparecerá. – Ela falou querendo que suas palavras fossem verdade, mas o desaparecimento de Victor a preocupava.

CATRIONA: Ele não parecia muito sensato hoje à noite, mas em breve ele aparecerá. – Ela sorri em consolo para Vanessa. – Pelo menos para cobrar por uma porta nova. – Olha para Ethan com desdém.

ETHAN: É só uma porta. E ele não tem nada de valor para alguém levar. Menos drama, por favor.

 

Victor ainda está sob o efeito da bebida e caminha sem rumo pelo Hyde Park. Apesar do frio, ele gosta da paisagem deserta do parque. Uma noite sozinho, perdido na escuridão da gélida noite londrina. A cena representava perfeitamente o modo como ele se via. Sozinho, perdido no frio e na noite, sem nada, nem ninguém para recorrer. Ele estava só com seus pensamentos e com sua consciência (ou o que ainda restava dela). Se era preciso se perder e ficar só para se encontrar aquele era um momento propício para isso. Victor divagava sobre sua vida. Sobre como a felicidade fugia das suas mãos como areia da praia sendo puxada pelo mar. Por mais que ele tentasse segurar um momento feliz, ele era arrancado dele rapidamente. Victor ainda se perguntava se alguém sentiria sua falta se ele sumisse ou qual o valor da sua vida no momento. Talvez até menos que um penny, ele imaginava. Andando sem rumo e sem olhar para onde ia ele se assustou quando topou com o que ele achou que fosse um andarilho.

A reação de pânico o tomou quando ele percebeu que ele esbarrou com uma criatura parecida com uma que ele dissecou há dois anos. No início ele até achou que pudesse ser efeito do álcool, mas agora tinha certeza de que o efeito da bebida evaporou no momento em que colocou os olhos naquele ser.

Antes que ele pudesse reagir, a criatura o segurou pelo pescoço e apertou seu rosto. Quando a criatura se aproximou dele e abriu a boca Victor perdeu os sentidos.


Notas Finais


Na primeira temporada nunca ficou claro o que era de fato a criatura com o exoesqueleto. A série deixou subentendido que poderia ser vampiro ou ter ligação com os eles. Mas pensei que seria interessante colocar a criatura com outra ligação. Pegar um elemento anterior e trazer de volta à história em outra situação. Espero que gostem desse arranjo que fiz.
Fico com muito receio de mexer na obra de John Logan, mas deixei a imaginação fluir um pouco.
No próximo capítulo acho que ficará mais claro o papel da criatura nessa parte da história.


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