O gosto do líquido salgado do oceano até aquele momento coincidia vivido no semblante na escuridão sentado na poltrona apreciando a paisagem do outro adormecido, ele achava-se o ilustrando em um dos seus esboços, a cada delineado triunfava mais vida, os cachos negros caídos sobre a testa com pequenas marcas na expressão do outro, em razão da queda daquele penhasco, minúsculos cortes que sempre que os olhos avelã de Hannibal pousavam coincidentemente recordavam o doce abraço antes de desabar, para onde ele afluiu todo o conjunto de comoções que meramente o outro lhe proporcionava, a barba rala e necessitando ser feita transmitia uma inclinação, a maior tentação era presenciar o moreno descansando em repouso agudo.
Ele se levantou abriu uma brecha nas cortinas transparentes de seda testemunhado a visão que as colinas cediam aquela época do ano, a habitação se localizava em Londres na Inglaterra, na ocasião em que supostamente o outro consentiu em escaparem juntos, ele adquiriu esse imóvel para batizarem de lar, a hospedagem em questão desfrutava de um estilo rústico correspondia a uma mansão com 13.327 metros quadrados de área e estilo arquitetônico italiano, o predito de Hannibal, a seleção pelo extensão da área ocorreu pela própria Abigail Hobbs, a fascinação pelo arquiteto Francis Radford (1821-1900), responsável pelas principais construções da nobreza britânica do século XIX, seduziu a jovem a insistir pela aquisição da residência,
O imóvel dispõe de oito suítes, treze banheiros luxuosos, sala de ginástica, fartas lareiras para se aquecer no inverno londrino, e até um elevador para se locomover entre os andares. Dentro da morada em Notting Hill, o acabamento conserva-se contemporâneo e tecnológico, como sistema inteligente para ligar e desligar as luzes, fechamento automático de cortinas e uma cozinha de última geração.
Hannibal ainda sim, imobilizado na fresta da janela soltou um largo suspiro se questionando como eles consumaram-se daquela figura abstrata. Tudo tornou-se tão acelerado depois da queda não houve tempo para se argumentar, ou replicar ele necessitava ser rápido na estratégia, para distanciar-se do FBI, se passaram em torno de seis meses desde da remota notícia sobre “O estripador de Chesapeake” a sociedade em geral conceituou a ideia que ambos sucumbiram e vieram a falecer após o confronto com o Dragão Vermelho, Jack estava martelando e refutando esta informação, isso era um contratempo, com William desacordado não haveria de jeito nenhum uma decifração, regressando os olhos encima do moreno uma vez mais, se aproximando e com a palma das costas da mão acariciando o a superfície lateral da bochecha do mesmo enquanto com a outra mão removia os cachos já extensos da testa de Graham.
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O fardo do tronco do outro sobre o seu o causava um desconforto tenebroso, ingerir uma desequilibrada quantidade de água salgada o causou náuseas e disforia, ele identificou a emanação de doença, o cheiro pútrido era um vestígio, empenhou-se em olhar a sua volta mas todo seu torso achava-se dolorido, tateou com uma das mãos sentiu o líquido avermelhado humedecer seu dedo anelar, o cheiro não era seu, nem do dragão, era adocicado como uma erva doce, era de William, a amargura o fez se mover, enfim olhando para baixo avistando uma fratura no crânio, a raiva espalhou se sobre si, como eles localizavam-se nesse aspecto e ele não retornou a consciência, forçando o corpo para cima elevou-se de pé, apanhando Graham entre os braços e o carregando pela margem da costa.
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A visão dos olhos de coloração anis céu, piscou algumas vezes não sendo capaz de estabelecer a visão corretamente, estava embasada sem os óculos não lograva avistar aonde estava, o ambiente era calmo, como um sigilo, descendo a mão para o abdômen sentiu uma faixa ao redor do que seria um talho, possuía a mesma suspensão encima da parte unilateral da cabeça, pretendia se mover mais todo o corpo o acusava em relação a queda, a agonia o cobriu, era uma tortura, buscando uma fuga voltou a adormecer.
— Eu verei..não sei, em breve, obrigado. — O sonido daquela voz rompeu o silêncio do quarto, abrindo levemente as pálpebras avistou Hannibal próximo a ampla janela, nesta ocasião com a luminosidade entrando no ambiente a compreensão de onde ele se achava foi mantendo-se equilibrada, e a visão se reduziu ao homem vestido com um terno de três peças, a calça social, o colete e o paletó tinham uma textura “Ônix Preto” como um preto vivo e radiante, seguida por uma social azulada, admitindo William para si mesmo, Lecter era refinado e ameno do mesmo modo como suas ilustrações eram. Hannibal ajustava-se de costas para a cama, não constatando que o outro despertou.
— Você controlaria o tom de sua voz? Até ao presente momento minha cabeça está latejando. — Disse William, suspirando.
— Perdão? — O tom de voz de Hannibal saiu apressado e acanhado se virando para encarar Graham, se recompondo receosamente emitiu: — Que bom, vê-lo acordado meu caro William.
— O que aconteceu? Como chegamos aqui? Cadê a Molly? — Falou William sem avivar o último nome.
Lecter manteve-se em silêncio sua expressão subitamente se alterou deixando transparecer mágoa e tristeza, após meses aplicando-se a se esforçar ao máximo e amparando Graham em quaisquer necessidades o preliminar pensamento do mais novo seria a esposa e nem indagar se ele estava bem, tinha sido mencionado, Graham arqueou uma das sobrancelhas sondando a face do mais velho, a medida que os minutos se passavam Hannibal endireitou a postura arrumando o nó da gravata por fim disse: — Nos localizamos em uma de minhas residências na Europa, acredito que sua esposa estava esplendidamente viva por enquanto.
A fisionomia de Hannibal revelou ânsia, pelas últimas duas palavras “por enquanto” dando os ombros se moveu a poltrona e se sentou abrindo um exemplar “A Psicanálise de Crianças - Melanie Klein” desprezando o olhar curioso do mais novo por saber os últimos acontecimentos. Se transpassaram mais de vinte minutos Lecter, não pronunciou nenhuma sílaba, impaciente com a conjuntura da situação Graham bufou e mencionou:
— Como vai sua leitura? — A sensação era como se o maldito pedaço de papel foi mais atraente do que o próprio Graham, como se Hannibal não se importasse com o fato de ele estar próximo de si.
— Seria mais inteligente se você descansa-se, seu estado ainda é um pouco crítico. — Confessou o mais velho devagar.
— Crítico? — Proferiu William, arremessando uma das almofadas que se achava sobre a cama na cabeça de Hannibal, dissolvendo os fios perfeitamente arrumados.
— William, não haja como um rude, se não terei que comer você. — Manifestou Lecter se erguendo e depositando a almofada na poltrona, virando-se olhando pela última vez para Will suspirando largamente e vedando a porta atrás de si, alargando-se pelo amplo e vasto corredor silenciosamente.
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