História Apostando Sentimentos - NaruSaku - Oitavo ato - Destroços

💖🌷 Apostando sentimentos 💔🍜

                         Ato - 8 

 Eu estou destruído por dentro, é como se estivesse definhando aos poucos em meio as suas lembranças. Você me iludiu, me magoou, me humilhou, e por fim partiu meu coração. Parabéns pra você que conquista tudo com esse jogo sujo... A melancolia é a mãe dos mais belos poemas. O coração partido é o autor das mais emocionantes histórias de amor. No meio de tudo isso, você nunca me amou...

                                             (Zeey Jottgers)

Konoha 

                       🍷  

                               Condomínio nobre 

Mansão Uchiha. 

                                         23h36min

Sakura deveria imaginar... Que nunca, em hipótese alguma, poderia ter confiando em um Uchiha...

Sakura encarou o jovem Uzumaki, sentindo seu corpo paralisar na mesma hora. Não imaginou que ele descobrisse tudo, porém, vendo-o ali daquele modo, percebeu que estava bem enganada. Não queria que as coisas estivessem daquele jeito. Ela desfez a aposta, combinou com Sasuke de nunca contar toda a verdade para Naruto, mas... não imaginava que o Uchiha poderia ser tão filho da puta. Ela só não queria que Naruto não descobrisse daquela forma.

O coração dela errou algumas batidas. Internamente já havia se preparado para o dia em que a verdade fosse descoberta e Naruto viesse a odia-la, mas mesmo assim aquilo era doloroso. Preparou-se bem antes de se apaixonar por ele, no entanto, esses sentimentos novos fizeram-a perder totalmente a linha.

- Como vocês poderam fazer isso comigo?! - Naquele instante dava para notar perfeitamente a raiva que Naruto começava a emanar para fora de si - Como você pode...? - Questionou mirando a rosada de frente. Ela não respondeu. Ela não fez nada além abaixar a cabeça, envergonhada de si mesma. Naruto ficou em alerta, buscou seus olhos tentando entender o que estava acontecendo, tudo ficou ainda mais estranho quando viu as bolsas dos olhos inchadas, e o nariz vermelho dela. Aquele era um sinal que Sakura estava chorando, as lágrimas ainda continuavam nós olhos esmeraldas dela. Aquilo também era um sinal de culpa, Naruto entendeu prontamente.

- Tão trágico, Uzumaki. - Novamente Sasuke exibiu um sorriso de canto de forma superiora e irônica - Espero que fique claro que você nunca será um homem superior a mim, estamos em níveis diferentes, tanto socialmente quanto amorosamente. 

Ele não se importou...

Naruto não inportou-se com as provocações de Sasuke. Ele sequer ouviu-as. Seus olhos, e instintos estavam somente em Sakura, esperando qualquer ação da parte dela. Todo o resto a sua volta, parecia não existir mais, a raiva dentro de si só aumentava a cada milésimo de segundo em que a Haruno não se pronunciava. Sasuke observava aquela cena satisfeito, ou quase isso, esperava que Naruto começasse a chorar bem em sua frente. Esperava que o loiro tentasse agredi-lo outra vez. Mas, não... Naruto pouco dava atenção para ele.

- Merda, Sakura! Você não vai dizer nada?! - Questionou já perdendo totalmente a linha. O sorriso do Uchiha aumentou e a rosada assustou-se brevemente antes de olhar para cima.

- M-Me desculpe... Sinto muito, mas eu posso explicar...

Ao ouvir aquilo Naruto supirou pesadamente, segurando suas témporas com força. Sentia-se humilhado, enganado, iludido, feito de otário. Para ele, aquilo só prováva o que todos já sabiam, ele era o maior idiota da cidade. O Uzumaki apertava seus punhos, tentando controlar a raiva.

- Você... Não presciso que explique! Vocês me dão nojo. - Cuspiu, furioso - Como pude ser tão burro? - Questionou consigo mesmo - Vocês dois se merecem, desgraçados!

Num movimento brusco, o Uzumaki se retirou daquele andar, desçendo as escadas correndo. Sakura sentiu seu coração apertar outra vez. Sabia que não conseguiria amenizar a dor de Naruto, mas queria se explicar. Queria se desculpar. Não queria deixar Naruto acreditar que tudo foi uma mentira. Eles estavam apaixonados, não poderiam acabar daquele jeito, ela ainda podia concertar as coisas. Ainda tinha chance de concertar toda a merda que fez. Ela não hesitou. Virou-se para correr atrás do loiro, mas foi impedida pela mão de Sasuke em seu ombro.

O Uchiha a virou, colando seus corpos e a apertando contra si, a garota olhou-o supresa, ainda chorando.

- O que está fazendo?! - Sakura questionou, irritada.

- Fizemos uma aposta, seu prêmio era esse. Agora você é minha namorada. - Ele aproximou-se sua face da dela, olhando naqueles olhos esmeraldas que se mostravam amedrontados - Só estou fazendo o que você sempre quis, garota irritante. - Sasuke juntou seus lábios a força, fechando os olhos logo em seguida. 

Sakura sentia-se perdida, não correspondendo ao beijo. Ela tentava se desvencilhar, mas o aperto do Uchiha a impedia. Se fosse em outros tempos ela somente se entregaria a aquele beijo ao qual sempre sonhou. Sempre desejou que Sasuke fizesse isso com ela, mas... As coisas mudaram, seus pensamentos estavam todos ligados a Naruto e a burrada que ela fez.

Conseguindo uma brecha, a rosada empurrou-o para longe e desferiu um tapa na face do Uchiha.

- Não sei como já fui apaixonada por um ser desprezível como você. - Ela disse amarga, virando-se e correndo pelo mesmo caminho que o loiro havia feito.

Sasuke ficou ali, surpreso e com um lado do rosto vermelho. Nunca imaginou que Sakura fosse capaz de fazer isso com ele. No entanto, não se abateu, seu plano havia corrido exatamente bem. De qualquer forma, ele havia mentido que a namoraria apenas para fazê-la entrar na aposta. Provavelmente a descartaria um dia ou dois depois das verdades.

- Então era essa merda que você estava metido... Típico de você, Sasuke. - A voz doce, mas ao mesmo tempo cortante se fez presente atrás dele - Dessa vez tenho de concordar com a cabeça de chiclete, você é desprezível.

- Está aí a quanto tempo?! - Indagou sem se virar.

- O suficiente para ver o quão filho da puta você foi com o meu primo. - A garota passou por ele, exibindo seus exuberantes fios ruivos - Você conseguiu foder com a única pessoa que realmente acreditava que você era uma boa pessoa. Me diga, está feliz agora?

- Não fode, Karin. Está tomando as dores do perdedor agora? - Cruzou os braços, observando ela se aproximar até parar bem em sua frente.

- Não, só estou comprovando meu fato. - Ela ergueu as mãos, puxando a gravata vinho dele e a examinando - Como de costume, não estou errada.

- E qual seria esse fato? - Questionou friamente.

- Você tem a tendência a ficar sozinho. Fez essa idiotice toda de aposta para foder o Naruto, e pelo visto você também conseguiu foder a Sakura. Ela nem ao menos quis te beijar, e preferiu ir atrás dele.

- Você acha que ligo pra isso? Eu matei dois coelhos com uma cajadada só com essa aposta. - Sorriu, revirando as orbes Onix -  A irritante da Sakura saiu do meu pé, agora está morrendo de amores pelo Uzumaki, e ele não vai mais sair por aí achando que não é um fracassado. Aliás, ele deveria me agradecer, afinal, a irritante só está atrás dele por causa dessa aposta.

- A cada dia que passa me arrependo de um dia ter amado você. - Karin soltou a gravata dele, afastando-se e virando-se para olhar os convidados no andar de baixo.

- Não ama mais? - Mesmo tentando parecer não ligar muito para isso, Sasuke sentiu-se estranho outra vez com a ruiva.

- Não.

- Claro, que não. - Riu sarcasticamente - Está fodendo com a porra do Suigetsu. Vocês não tem nada a ver, está bem claro que você só está com ele pra tampar buracos. Me diz, Karin, aquele bastardo te dá mais prazer do que eu? 

A ruiva olhou-o por cima do ombro seriamente antes de murmurar.

- Desprezível outra vez, Sasuke.

                          •••

Sakura odiava a chuva, estava sempre se escondendo dentro de casa e xingava muito quando via qualquer pinguinho caindo. Irônicamente, estava chovendo desde aquela manhã, os fortes pingos pareciam fazer um contraste perfeito com sua presente situação. Não havia pensado duas vezes antes de sair da mansão no meio da chuva, mesmo odiando-a, a única coisa que importava no momento era Naruto... Não deixaria-o ir embora sem antes ouvir sua explicação, ela prescisava do seu perdão. Naruto havia sido a melhor coisa que a aconteceu, não permitiria que ele saísse descontrolado por aí. Ela o conhecia bem, ele costumava perder o controle e ter ataques de irá, o que era bem conveniente com a situação. 

Naruto estava ferido, um ferimento que não tinha cicatrizes ou marcas... Era um ferimento no local mais profundo do seu coração.

Ele estava quebrado...

Ele correu da mansão até suas pernas fraquejarem, até seu pulmão queimar de dentro para fora, correu até que não pudesse mais sentir os seus pés. Naruto correu até atingir seu limite, e depois correu mais um pouco. Não podia parar, não... De forma alguma. Ele ainda conseguia escutar os grunhidos de Sakura, sendo abafados pela tempestade.

Não sentia mais seus pulmões, não sabia se estava respirando ou se simplesmente estava com a respiração presa. Seus joelhos dobravam a cada passo, a força o abandonará. A chuva impedia sua visão e o vento sibilava forte entre seus ouvidos. Somente as luzes dos carros passando pelo condomínio o fazia ficar alerta. Seu coração batia a cada três vezes por segundo em seu ouvido, estava cansado, desorientado, ferido e magoado. 

Sentia-se enganado.

Seu coração acelerou de maneira repentina e ele sentiu seus joelhos fraquejarem sutilmente. Escorou-se com os braços no muro de uma mansão, esperava ter conseguido despistar Sakura.

Mas, não...

Ela também havia corrido o quê pode, ficou perdida por alguns poucos segundos antes de voltar a vê-lo outra vez. Sakura, parou. Ele estava ali, parado em frente a um muro, de costas para ela. O rapaz não a percebeu. A jaqueta preta e o capuz, era impossível ver seu rosto naquele momento.

- Naruto... - Ela começou, no entanto, era como se ele nem tivesse a escutado. Naruto parecia perdido em seu próprio mundo.

O loiro ficou extasiado por alguns segundos, tentando assimilar o que estava, de fato, acontecendo. Não se importou com a tempestade caindo, com gotas de chuvas penetrantes, raivosas e perfurantes como agulhas. Era como se a chuva entendesse sua dor. Ele só queria que tudo tivesse sido um sonho, queria que tudo não passasse de uma brincadeira de mal gosto de Sasuke e Sakura. Estava doendo, seu peito ardia. Uma imensa mágoa consumia seu ser.

Ele era uma mistura clara de pavor e confusão. Sentia como se um punho tivesse acertado seu estômago. Ele só tentava digerir o que tinha acabado de presenciar: O amor o abandonando outra vez.

- Por favor, Naruto... Me deixe explicar.

O Uzumaki virou-se enraivecido, a pele da rosada se arrepiou e seus ossos congelaram quando ele, sem nenhum cuidado, a pressionou contra o muro praticamente espumando de raiva. Ela não teve tempo de escolher se corria ou o enfrentava, pois de maneira grosseira e sem se importar se a feria, Naruto pressionou sua mão esquerda ao lado da cabeça dela, enquanto sua mão direita apoiava o dedo indicador para o seu rosto, Sakura prendeu a respiração no mesmo instante, naquele exato momento temeu pelo que poderia acontecer, os olhos azuis do Uzumaki estavam irreconhecíveis.

- Explicar?! Explicar que merda, Sakura?! Eu deveria imaginar que tudo era só fingimento, você nunca iria esquecer o desgraçado do Sasuke! 

- Não, não era. O que nós vivemos foi real, Naruto, não foi fingimento. - Ela reuniu forças para confronta-lo. Sua voz trêmula, denunciando seu nervosismo - Por favor, me deixe explicar... - Vendo que ele não mudou sua postura, ela contínuou - No começo realmente foi uma aposta... Mas eu acabei me envolvendo e juro pra você que me arrependo totalmente de ter aceitado esse jogo doentio do Sasuke.

- Real? A única coisa real é que você me enganou e ainda continua a tentar enganar. - Disse baixo, e próximo ao ouvido dela. Seu tom era cortante, frio e sarcástico, tudo misturado. Sakura arrepiou-se por tê-lo tão próximo e também por medo, já que seu aperto tornou-se mais intenso - Como você... Como você pode?!

- Eu... - Não conseguiu terminar a frase, seu corpo se arrepiou por completo e suas pernas bambearam - ...M-Me perdoa...

- Perdoar? É isso que você tem a dizer, Sakura? - Questionou com a voz embargada - Você me usou... Você foi a culpada disso! Como conseguia dormir ao meu lado todo esse tempo sem sentir nenhum remorso? Não sentia culpa? Sua mente não pesava? 

- Eu sinto, Naruto. no começo eu não ligava muito, no entanto, com o passar do tempo eu me sentia horrível cada vez em que estava com você, mas eu não pude evitar. Tentei me manter como antes, mas você sempre arrumava um jeito de complicar as coisas. - Abaixou o olhar - Você inevitavelmente começou a fazer parte da minha vida.

- Porra, não coloque a culpa em mim! - Gritou irritado - Eu sou um idiota por pensar que houvesse algo entre nós, devia imaginar desde o princípio que você não sente nada e nem se importa com as pessoas além do seu "precioso", Sasuke. Como eu pude me apaixonar por uma vadia como você?!

- Eu estava cega de amor, Naruto. Entenda isso, por favor... - Sakura suspirou. Nunca havia sido tratada daquela forma por Naruto, ela esperava esse tratamento de qualquer pessoa, mas com ele o sentimento era bem mais doloroso - Eu entendo que fique desse jeito, mas tente me entender. Eu tenho certeza que você também faria qualquer coisa para ficar com quem gosta.

 O Uzumaki sentia que tinha vivido uma mentira. E as palavras de Sakura marcavam seus pensamentos.

"Você também faria qualquer coisa..."

Ele não queria escutar nada. Não prescisava de palavras para confirmar o absurdo que tivera acabado de ouvir. Como ela conseguia ser tão volúvel com aquele pensamento? Logo ele quem sempre preferiu ver a felicidade dela, mesmo que não fosse consigo mesmo... Como não enxergava suas infinitas provas de amor? Como não enxergava que tudo o que Naruto fez, foi para vê-la feliz? Ver o sorriso mais doce e terno do mundo enfeitando seu belo rosto.

Ver Sakura declarando abertamente seus sentimentos por Sasuke, doeu. Vê-la sorrir somente por pronunciar o nome do seu melhor amigo, doeu. Mas o que mais quebrou o coração e as esperanças de Naruto foi saber que o tempo todo ele não passou de uma forma dela conseguir o que queria 

- Eu fiz todas a coisas... Mas, você nunca ligou. Porém, se liga, eu jamais brincaria com os sentimentos de alguém, tô certo! - O loiro trincou os dentes - Eu nunca faria algo assim para você me amar... Você foi baixa, Sakura. Você foi uma vagabunda da pior espécie, sua vadia!

Dizer aquelas palavras doeram bem no fundo do seu peito, seu coração parecia que iria parar a qualquer instante. Ele poderia ter evitado ter seu coração quebrado, de tantas formas, nada era mais triste do que saber que nunca teve o amor de Sakura. 

Mesmo com a chuva o som de um instalo foi audível naquele momento tenso da briga dos dois. Naruto colocou a mão ao lado de seu rosto, sentindo-o quente em consequência do tapa que Sakura tinha depositado no local. Olhou-a sem muita supresa com a ação que ela teve, enquanto a mesma recolhia a mão para si novamente com a cabeça baixa.

- Me desculpe... Mas eu não admito que fale desse jeito comigo, Naruto. Eu sei que fui errada em fazer isso com você, e tem toda a razão e direito de estar bravo, mas não se refira a mim com esse tipo de palavras.

Naruto riu meio desacreditado da reação dela.

- Vai se fuder, vadia. - Ele silibou, com seus fios molhados caindo sobre os olhos.

- Você está se escutando? - Questionou na tentativa de fazê-lo notar o que dizia. As lágrimas já não estavam presas em seus olhos e Sakura tão pouco se importou em mantê-las - Esse não é você. O meu Naruto nunca falaria comigo dessa forma. - Declarou, melancólicamente.

Levou sua mão livre até ele e com a ponta do polegar, tocou o local atingido. Seus olhos fitaram os dele e foi a primeira vez que Sakura não conseguiu decifrar o que eles queriam dizer.

- Não existe "meu", Sakura. - Declarou, segurando o pulso dela com firmeza, impedindo que fosse tocado - Nunca existiu isso... - Aquelas palavras eram duras, crueis. Difíceis de serem digeridas - Você somente me usou. Não pensei que fosse esse tipo de pessoa. - O loiro suspirou pesadamente.

- N-Não diga Isso... O que vivemos foi real.

- Você só brincou comigo todo esse tempo...

- Não brinquei, eu realmente... Comecei a gostar de você. - Levantou o olhar, fitando a surpresa na face dele - Eu gosto de você, Naruto. Sinto muito pelo que fiz, mas isso já aconteceu, não posso fazer mais nada. Me perdoe... Eu lhe imploro, me perdoe!

- Você continua mentindo... - Levou a mão até o queixo dela para segurar e fazer a mesma levantar o rosto para que então olhasse diretamente para os olhos dele. Queria apenas a verdade.

Apesar de estar furioso, ainda a amava. E vê-la com aquela expressão amedrontada e chorosa, sentindo as lágrimas misturadas com a chuva, que rolavam sobre sua mão, doíam nele, e muito. Todavia, queria que a mesma sentisse o que ele estava sentindo também. Aquela mão perante ao queixo dela não prevaleceu tanto no momento, afinal, era bastante perigosa. Era fato que eles eram como ima e metal, que quando juntos, se ligavam completamente. Seus corpos respondiam do mesmo jeito, compartilhando do calor, do suor daqueles momentos que tiveram, das carícias que aqueciam ambos e do amor que sentiam um pelo outro.

Resistindo a tudo aquilo, Naruto voltou a encara-la com toda a seriedade que podia.

Sakura sentiu seu coração pular uma batida. Foi como se afundar em água gelada sem estar preparada. Estava confessando seus verdadeiros e mais profundos sentimentos, no entanto, Naruto não acreditava mais em nenhuma palavra que seus lábios pronunciavam.

- Não estou mentindo! - Disparou ela em um misto de furia e urgência.

- Sakura...

- Não estou mentindo, Naruto! - Gritou - Por culpa dessa droga de aposta, agora eu tenho sentimentos por você! Eu... Por favor, acredite em mim, eu juro que estou dizendo a mais pura verdade, idiota! O que nós vivemos foi real. Tudo foi real!

- Você acha engraçado brincar assim com as pessoas?! - Balbiciou ele, incrédulo. Enquanto, mordia o lábio inferior nervosamente - Merda, Sakura. Eu sempre te amei! Todo mundo sabe disso... E, você vai lá e me destrói desse jeito. Pare com esses mentiras estúpidas!

- Não são mentiras estúpidas! Nessa noite eu desfiz a aposta, mas o Sasuke me apunhalou pelas costas... Eu não queria mais a aposta por sua causa! Para poder ficar com você sem sentir nenhum remorso, só queria estar com você! - Ela viu as orbes azuis dele ficarem avermelhadas, enquanto as lágrimas formava-se - Naruto, eu... - Ela respirou fundo. Engolindo as lágrimas, deixando de lado qualquer orgulho - Eu... Amo você! - Finalmente confessou. Negou esse sentimento por tanto tempo, que agora era libertador. Seu coração estava acelerado, seu rosto queimava. Aqueles foram os segundos mais silenciosos da sua vida, até mesmo a chuva parou. As batidas do seu coração acelerado ecoavam tamanho era o silêncio. 

Ele não disse nada, mas sua expressão dizia tudo.

- Você quer que eu acredite nisso...? - Naruto estava incrédulo. No início daquele dia ele tinha certeza que Sakura sentia algo por si, mas, depois de toda a aposta vir a tona... O Uzumaki não seria feito de otário novamente. Não mais séria iludido. Passou a vida toda sendo rejeitado, vendo-a correr atrás do Uchiha para lá e para cá, por migalhas de atenção. Agora, parando pra pensar, Naruto não sabia como foi tão burro em acreditar que de uma hora para outra Sakura decidiria chamá-lo para um encontro como a semanas atrás - Você vem me dizer que me ama e a gente fica felizes para sempre, como em um conto de fadas? Essa é a vida real, Sakura! Não existe essas merdas de príncipes encantados!

As lágrimas da garota se arrebataram junto a cabeça se movimentando em negação. Ela estava desesperada. As lágrimas rolavam devagar, Naruto acompanhou cada uma delas com os olhos. 

- Meus sentimentos são verdadeiros, Naruto! Por favor, acredite em mim...

Naruto avançou sobre ela furioso, ergueu o braço para esbofeta-la com as costas das mãos, porém se manteve paralisado, cessando o ato imediatamente. Para Sakura, com os olhos abertos e assustados, encostada no muro, foi perturbadora a visão de vê-lo espremer seus lábios e olhos inundarem. Alguma coisa a dizia que ele não podia machuca-la, ou pelo menos não podia machucar o rosto da mulher que amava. 

Naruto já não conseguia conter as lágrimas que teimavam em escorrer dos seus olhos azuis. Ele fungou, tentando controlar um pouco o choro e encarou Sakura com um olhar melancólico. 

- Eu não consigo mais olhar na sua cara, estou sentindo tanta raiva de você nesse momento. - Ele limpou as lágrimas, com as costas da mão, virando-se de costas para a rosada - Você foi uma das maiores decepções da minha vida...

Aquelas palavras tão covardes fizeram seu coração falhar algumas batidas, Sakura travou. Perdeu o ritmo da respiração. Ela ficou em silêncio, seu peito doia. Não existia mais mentiras agora, nada a esconder. 

- Droga, idiota! Acredite em mim, eu te amo! Me desculpa por estragar tudo, mas me deixe consertar as coisas... 

O Uzumaki ficou calado por um tempo, parecendo refletir. Seu semblante fechou novamente, ainda desconcertado pelo choro. porém olhou-a por cima do ombro, tentando recuperar ainda a dignidade que tinha.

- Eu odeio pessoas que mentem para si mesmas... - Cuspiu as palavras em um tom frio. Parecia querer faze-la recuar.

Dito isso, o Uzumaki se foi. Desaparendo entre a chuva. A rosada ficou lá, parada olhando os carros passarem pelo caminho em que ele se foi. O dia que tanto tentou atrasar havia chegado, ela não estava preparada para aquela conversa. Agora não existia mais mentiras, Sakura sentia uma dor em seu peito...

...Era sua culpa...

Konoha 

                🍃

                                           Bairro da Folha 

Residência Uzumaki 🍜

                    02h33min da madrugada 

Mais uma madrugada sem conseguir dormir, nem um cochilo sequer. Só que dessa vez, por um motivo completamente diferente... Sentado no chão do seu quarto, encostado na parede. Seus olhos pareciam sem vida, não conseguia pensar em nada anão ser em como o mundo parecia querer fode-lo. Sentia seu sangue ferver cada vez que revivia a cena de Sasuke contando toda a verdade.

- Desgraçados... - Sua voz saiu fraca, quase inaudível, era somente uma lamentação. Uma de muitas outras que ele nem sequer conseguia pensar.

Estava doendo, seu peito ardia. Uma imensa mágoa consumia seu ser, ele chorava, se derramava em prantos. Sua vida antes era somente ser rejeitado pela sua bela vizinha, mas tudo mudou, de uma hora para outra parecia que as coisas estavam ao seu favor. De uma hora para outra, Sakura parecia ser sua... 

O Uzumaki não estava se lamentando sozinho, sua companheira era a garrafa, a única que não o magoaria, variou entre a de vodka barata e a de whisky. Está última era a sua favorita, embora o fizesse sentir-se cada vez pior. Depois de fugir da festa, a única coisa que fez ao adentrar sua casa foi arrancar as sobras da garrafa de bebida da última "festa" em sua casa. Mesmo encharcado pela chuva, Naruto não trocou-se ou tomou uma ducha, ele somente encheu a cara.

Sorriu sarcasticamente consigo mesmo, agradecendo por seus país passarem o final de semana fora.

Não queria ser visto naquele estado deplorável.

Naquela noite ele não prescisava de consciência, haviam muitas razões para encher a cara. Sozinho, cabeça encostada na parede, deixando a marca da oleosidade da testa criada pelo suor da adrenalina da bebida no vidro, televisão ligada sem receber atenção de verdade, mente a mil. Não havia perigo algum no fato de estar desequilibrado dentro daquele cubículo residencial, não havia quem o visse, provocasse ou machucasse... Ainda mais.

Todavia, Naruto nunca estava sozinho.

- O que está olhando, raposa idiota? - As palavras já saíam emboladas, escorregando por sua língua um tanto dormente devido ao álcool. Kurama, parada em sua frente, com um olhar um tanto quanto acusatório na visão do loiro, observava-o - Droga, não me olhe assim. - Revirou as orbes azuladas - Qual foi, pelo menos bebendo eu esqueço a merda que é minha vida... - Ele deu um último gole no whisky, que foi suficiente para esvaziar a garrafa que passará um longo tempo sendo consumido - E-Ela... Ela me enganou todo esse tempo, Kurama. Aquela filha da puta me usou para conseguir o que queria, eu fui somente um brinquedo nas mãos dela. E, depois de tudo ela ainda tem a cara de pau de continuar mentindo dizendo que me ama... Desgraçada! Pelo visto o velhote estava errado, durante anos eu fui idiota por acreditar naquele discurso besta de nunca desistir... Eu não quero mais o amor daquela vadia, eu quero não me importar mais com ela! Porém, a Sakura está impreguinada no meu coração... - Sua cabeça girava, sua visão estava turva. Kurama julgava-o, com sua face indecifrável de sempre. - Merda, a que ponto cheguei? Estou desabafando com uma raposa. - O Uzumaki suspirou, sentindo seu sangue ferveu mais ainda. Em um movimento rápido, lançou a garrafa de whisky em direção a parede no outro lado da sala, fazendo-a quebrar em milhares de cacos de vidros. Kurama na mesma hora correu para outro cômodo, bastante assustada com a reação do dono - Merda! Merda! Merda! 

Grunhiu consigo mesmo.

Ele ergueu o corpo cansado e dolorido do chão, sentindo seus músculos protestarem contra aquele movimento súbito. Os olhos inchados, o nariz vermelho e tudo que indicava horas de muito choro destacam-se nele. Ele arrastou-se com dificuldade até o banheiro e engoliu a maior quantidade de água que conseguia direto da torneira, tentando melhorar um pouco sua situação.

Secou os lábios molhados com o dorso da sua mão enfaixada, e foi impossível não lembrar de quando Sakura derramou uma panela de água quente nele. Com esses dolorosos pensamentos, dirigiu-se vagorosamente até o chuveiro. Já não possuía mais energias suficientes para ficar em pé por mais de cinco minutos. 

Ele soltou a cabeça sobre a parede de piso fria, observando a água que parecia girar e querer engoli-lo com voracidade, cair sobre seu corpo. 

Enquanto a água gelada chicoteava sua pele, ele fechava os olhos e deixava as dores das lembranças o ferirem. Ele chorou, chorou e a ponta do seu peito só fazia aumentar. Os pedaços do seu coração, quebrados iguais os cacos de vidros da garrafa de whisky, milhares e silênciosos, gritavam por ela.

Sakura...

As lágrimas quase transbordavam. O rosto do Uzumaki ardia intensivamente, por vários motivos. O principal deles foi por ser um imbecil, acreditando em um falso amor.

Era inexplicável a forma que a garota mechia consigo, era a pessoa que Naruto mais amava em toda a sua vida. Mas, o amor platônico não correspondido era como uma flecha lançada que volta para o nosso próprio peito. É como amar uma rosa. Você pode cuidar, admirar, apreciar, mas ela nunca, jamais, te amara de volta.

Uma parte do Uzumaki não queria encarar os fatos como eram, e por apenas alguns segundos, uma chama acendeu em seu peito ao lembrar dos olhos da rosada lacrimejarem, mas então isso se foi quando a imagem de Sasuke revelando que tudo não passou de uma aposta se fez presente: "Ela nunca te amou, perdedor" Naruto engoliu fundo, tentando em vão digerir uma realidade incomoda.

 Em diversos momentos Naruto sentia uma raiva imensa de Sasuke, o Uchiha sempre teve tudo o que Naruto sempre sonhou, sem fazer esforço algum. Eles eram "amigos", o loiro nunca imaginária que Sasuke fosse tão baixo em fazer uma coisa como aquela. Logo ele quem sempre soube dos sentimentos do Uzumaki. Isso era inadmissível! Aquele fato só fazia a raiva do Uzumaki contra o Uchiha se intensificar ainda mais.

 Sentia raiva de Sasuke, e ainda mais de Sakura. Estava disposto a esquecer tudo o que viveram e nunca mais olhar na cara dela. Uma enxurrada silênciosa escorria pelo seu rosto e ele não conseguia se mover.

Pela primeira vez Uzumaki Naruto havia desistido, pela primeira vez não foi capaz de cumprir sua promessa.

                   Konoha

                       🍃

                                             Bairro da Folha 

Restaurante Ichuraku 🍜

                                  13h42min, Domingo

Por volta de quase duas da tarde, Sakura e Ino adentravam o restaurante do bairro, com um ambiente bem iluminado e agradável. A loira relutou antes de entrar, não queria envolver-se naquele assunto entre os dois, mas Sakura a pegou pela mão, e com ela andou até uma mesa perto de onde ficava a cozinha, que se localizava atrás de um balcão, onde somente um grosso vidro transparente separava os funcionários dos clientes. As duas sentaram-se nas cadeiras que compunham a mesa, que parecia ser realmente antiga, visto que o dono do estabelecimento era um homem de muita idade. 

Mais cedo Sakura havia contado todos os acontecimentos da noite passada para a Yamanaka, a loira não perdeu a oportunidade de jogar novamente na cara dela o tão comum "eu te avisei", além de deixar claro o quão babaca Sasuke era. Em uma tentativa quase que desesperada, a Haruno convenceu Ino a tentar ajudá-la com Naruto, afinal, a loira era a única que sabia de todos os sentimentos dela.

Ontem, depois de chegar em casa, Sakura ligou diversas vezes, mas nenhuma ligação foi atendida. Mandou um caminhão de mensagens, e o que recebeu em troca foi um contato bloqueado. Naruto não queria vê-la, não queria ouvi-la e tão pouco perdoa-la.

Sentindo-se extremamente culpada, a garota de cabelos róseos acenou sorridente para a mulher bela, média, de cabelos amarronzados presos em um rabo-de-cavalo simples, e que exibia um sorriso largo e mordaz no rosto.

Enquanto a mulher vinha em sua direção com uma comanda nas mãos, Sakura vagou seu olhar pelo resto do estabelecimento. Estava com um pouco de pessoas nas outras mesas, nada fora do comum, no entanto, ela não avistou o garçom que queria.

- Boa tarde, Sakura e Ino. - Ayame sorriu gentilmente, parando ao lado da mesa das duas - Em que posso ajudá-las hoje? - Indagou.

- Boa tarde, gostaria de um suco de... - A loira foi interrompida pela melhor amiga.

- Boa tarde, Ayame. Err... Você ajudaria muito se avisasse ao Naruto que estamos aqui, gostaríamos de falar com ele se possível. - Enrubescida, a rosada soltou de uma vez.

- Ah, claro. - A filha do dono entendeu prontamente - Até seria possível, meninas, mas o Naruto saiu para seu horário de almoço há dez minutos atrás. Se quiserem podem esperar até ele voltar, ele não costuma ir longe.

- Sim, sim! Obrigada, Ayame. - Sakura agradeçeu. A morena assentiu com a cabeça e foi atender outra mesa. Ino mirava a amiga com um olhar mortal - O que foi agora?

- Sério, testa? Eu queria meu suco. - A Yamanaka assobiou em seguida - Você tem a cara de pau para me arrastar nessas suas "aventuras" e nem me dá comida!

- Aí, porca... tú é tão chata. - A rosada resmungou e revirou as orbes esmeraldas - Não estamos aqui para fazer "lanchinho" você sabe disso. Agora espere aquele cabeça oca voltar e tente me ajudar a conversar com ele.

Ino gargalhou sarcasticamente.

- É mais fácil você procurar ele nos arredores daqui, do que esperarmos uma hora até ele voltar.

Na mesma hora uma lâmpada pareceu surgir na mente da rosada. Ela arregalou os olhos enquanto agarrava sua bolsa, levantando-se.

- Já disse o quanto te amo hoje, Ino?

                              •••

Ao saírem da lanchonete, elas entraram num beco lateral à esta, que tinha uma porta de emergência e uma outra de entrada, que era exclusivamente para os funcionários. Por ali não viram nada demais, e Ino suspirou tranquila.

- Onde aquele imbecil se meteu? - Sakura abaixou o rosto, suspirando pesadamente, enquanto a loira mirava-a - Que ódio! Se eu não tivesse estragado tudo, nada disso teria acontecido. - Sua voz saiu com uma doçura pouco habitual. 

- Novamente: eu te avisei. - Ino zombou, recebendo em troca um olhar duro - Pelo visto o Uzumaki não quer mesmo ser achado. É melhor falarmos com ele amanhã na escola.

- Sim. - Respondeu sem empolgação - É melhor voltarmos para o restaurante, eu pago a droga do seu suc...

A garota de longos cabelos róseos não conseguiu completar sua frase, pois ao virarem para outro beco que dava para os fundos da lanchonete, viram outra garota de cabelos negros longuíneos prensada contra a parede, o vestido de botões que usava encontrava-se completamente aberto, com o corpo suspenso pelas grandes mãos do... Uzumaki, que a estocava veementemente, arrancando gemidos desvergonhados de Shizuka, que pouco importava-se se tinha alguém os escutando ou não.

Sakura ficou em choque, porque uma coisa era não querer vê-la, e outra bem destinta era trepar com a garota a quem ela não se dava bem. Era horrível ver com seus próprios olhos a volúpia estampada no rosto de Shizuka, com os olhos fechados, tendo sua pele cobertas pelos beijos de Naruto, que mordiscava o corpo seminu da fêmea que possuía, e entre uma carícia e outra, percebeu estar sendo observado pela rosada e pela loira.

Naruto sorriu sadicamente para Sakura, estocando com mais força seu membro dentro de Shizuka, que não parava de grunhir ante a esse ato. Lágrimas formaram-se nas orbes da moça, ao ver o loiro morder o lábio inferior e puxar Shizuka para um beijo, enquanto abraçava sua cintura, sem parar de investir contra a entrada da morena, sua vontade era de tirar aquela garota pelos cabelos de cima de Naruto. A rosada fechou os olhos, enquanto o barulho do saco de Naruto batendo na bunda de Shizuka ecoava em seus ouvidos.

Aquilo era horrível...

Por alguns segundos o coração da rosada parou de bater. Tudo o que não podia ocorrer se passava bem em sua frente, como um filme de quinta categoria em câmera lenta: estava em uma situação esdrúxula, da qual ela tinha toda a culpa. 

Com as mãos trêmulas e suando frio, Sakura não mais suportou assistir aquele espetáculo de gosto duvidoso, e saiu dali correndo enquanto sentia ânsia de vômito e um aperto enorme no coração, sendo seguida por Ino, que antes de deixar o local, lançou um olhar de profunda surpresa para o Uzumaki.

A rosada correu até uma grande e arborizada praça próxima a lanchonete onde estava, e sem forças nas pernas, deixou-se cair na grama, manchando de verde clarinho o seu vestido avermelhado. Seus olhos estavam rasos d'água, e naquele instante, Sakura soubera que...

...Ela merecia todo aquele desprezo...

Residência Uzumaki 

                                   🍃

                                            Bairro da Folha 

20h12min, Domingo.

Eles não paravam, e a cada segundo o beijo ia ficando mais intenso. Shizuka estava submersa em uma excitação profunda, a mão dela acariciava o peito de Naruto. Subindo até a nuca onde pode senti-lo arrepiar. Naruto perdia um pouco mais da sanidade mental a cada respiração afobada de Shizuka. Ela levou suas mãos a face do garoto dando vários beijos em seus lábios, passando pelo rosto e descendo lentamente pelo pescoço.

- Já está "animadinho" outra vez, Uzumaki... - A morena suplicou, afastando o rosto e o encarando ainda com as pupilas dilatas e a respiração ofegante.

- Se liga, fica quieta.

Naruto mandou embora toda a sua racionalidade e tomou os lábios dela novamente, em um beijo sedento. Movia violentamente a língua em sua boca,  a morena nescessitava daquilo, nescessitava do seu corpo, do seu beijo. O Uzumaki deslizou a mão até seus seios fartos e apertou com força por cima da blusa tomara que caia, enquanto sua língua era sugada sentindo gosto doce de sua boca.

O Uzumaki abaixou a peça da garota, admirando os seus belos seios grandes expostos, ela estava sem sutiã e isso o deixou louco. Abaixou o rosto na altura deles e abocanhou como um bebê faminto, deslizou a língua pelo bico e mordiscou logo em seguida chupando. Shizuka gemia e se contorcia em seus braços, enquanto o loiro continuava chupando. Afastou-se e tirou a regata do seu próprio corpo, revelando o tanquinho esculpido com a tatuagem.

Segurou a cintura da morena, enquanto ela admiráva seu corpo. Ela mordia os lábios enquanto o encarava.

- Não me olha assim. - Naruto roçou suas intimidades com força enquanto um sorriso se formava em sua boca.

Shizuka mordeu os lábios e deslizou as mãos até a calça do loiro, abriu o zíper devagar e depois desapontou o mesmo. A calça caiu até os joelhos deixando a cueca boxe laranja exposta, deslizava a mão no pênis por cima do pano. Shizuka umedeceu os lábios e Naruto já pode imaginar ela o chupando.

Ela sorriu e o empurrou até a cama novamente, fazendo-o sentar-se. O coração do loiro acelerou quando ela ajoelhou-se em sua frente, agarrou o elástico da sua cueca e o abaixou aos poucos liberando o pênis ereto.

- Isso tudo é por mim? - perguntou acariciando o membro, sua mão descia e subia lentamente deixando ele ainda mais excitado.

Um gemido quase escapou de seus lábios quando sentiu as mãos pequenas dela segurando sua ereção com delicadeza e jeito. Os movimentos se intensificaram e logo ela impunha um ritmo que era perfeito, na opinião do loiro. 

- Porra, Shizuka - Xingou jogando a cabeça para trás, quando sentiu a boca dela envolver seu pau e iniciar as chupadas que o deixaram louco. Era delicioso, ainda mais combinado com o movimento das mãos dela, alternando entre sua extensão e suas bolas.

Olhou para baixo prendendo o cabelo dela com uma mão, os envolveu de maneira desajeitada em um rabo de cavalo impondo um ritmo mais intenso. Ofegos e grunhidos masculinos ecoavam pelo quarto silêncioso, junto a barulhos de sucção.

Shizuka levantou os olhos na direção dele e com uma última chupada soltou o pênis, produzindo um barulho alto com a boca. O sorriso meigo que ela deu em seguida, fez Naruto perguntar-se como alguém poderia parecer tão inocente depois de um boquete daqueles.

O Uzumaki levantou o queixo dela com a mão e puxou-a em sua direção, trazendo a boca macia ao seu alcance. Beijou intensamente os lábios tentadores. Enquanto passeava as mãos pelo corpo dela, livrando-a do resto de suas roupas e certificando que estivesse bem molhada entre suas pernas.

- Eu faço muito melhor que ela, não é? - A garota questionou. Na mesma hora Naruto jogou-a de cima do seu colo, separando-se. Shizuka mirou-o incrédula pela ação repentina - Qual foi, Naruto, não pode mais falar da sua "vizinhazinha"? Helô, acorda! Você está prestes a transar comigo nesse momento.

Por uma fração de segundos, ela viu o olhar dele ficar irritado. Shizuka deu um passo para trás quando o Uzumaki veio em sua direção, com o semblante indecifrável.

- Primeiro: Não fale da Sakura. - Disse entre dentes, puxando a mandíbula da garota com uma mão, para que o olhasse nos olhos. Shizuka encolheu-se numa tentativa falha de se afastar - Segundo: Eu não gosto de você. Eu só estou transando com você porque não tenho nada de melhor pra fazer, então, abaixe bem a sua bola. - O loiro intensificou o aperto no maxilar - Terceiro: Você é somente um passa tempo! - Soltou-a, exibindo um sorriso sádico nos lábios. 

De forma alguma aquelas palavras afetaram a morena, ela não estava ali para ter amor. Shizuka já se encontrava nua, com a mão no local apertado, todavia, não teve nem tempo de pensar, ele a puxou sem nenhuma delicadeza para o seu colo e depois de levantar com ela bem segura em seus braços, a jogou de volta na cama de costas para ele.

- Empina a bunda pra mim - Ordenou, a voz rouca e seria fez todos os pelos de Shizuka se arrepiarem e ela não pensou nem por um segundo em desobedecer.

Apoiou as mãos no encosto da cama e arqueou o corpo, fazendo seu bumbum farto ficar na direção de Naruto, que a olhava com luxuria. O Uzumaki estava fodidamente excitado, a ereção dolorida e uma camada de suor pelo corpo.

Com toda a certeza, Naruto não daria amor para ela naquela noite.

                            •••

          Residência Haruno 🌸

Ela fechou suas orbes esmeraldas novamente, sentindo uma ardência em sua garganta, e desejou que não estivesse tão mal. Havia chorado prostrada nas últimas horas, como nunca havia feito antes em sua vida, porque, concluiu ali, em sua cama, que jamais deveria ter aceitado a aposta... Ela havia destruído os sentimentos de Naruto, e agora parecia estar sentindo todo o karma guardado para si. 

Ela viu-o fodendo Shizuka, atrás do Ichuraku...

E, ele também...

...A viu.

Naruto não só havia percebido que estava sendo observado, como também sorriu para ela e intensificou o ritmo das estocadas. Aquilo parecia tão irreal para Sakura, embora, fosse absolutamente real. Ela havia sentido mágoa por ver a pessoa amada com outra. Ela sentiu uma tremenda raiva ao ver Shizuka, no lugar em que lê pertencia, mesmo que as coisas não estivessem funcionando como deveria.

Shizuka não deveria estar com ele!, Não, não deveria! Sakura não poderia permitir tremendo desgosto. Ela passou anos negando seus sentimentos, que agora, não deixaria que uma qualquer tomasse seu lugar no coração do Uzumaki. Mesmo que estivesse sendo a pessoa mais hipócrita do mundo, Sakura não deixaria que o amor de Naruto por ela acabasse.

Em hipótese alguma!

Com esses pensamentos, a rosada levantou-se rapidamente da cama e num movimento ligeiro abriu as frestas de sua janela. Não importava-se de estar somente de pijama, de parecer uma otária, ela não se importava mais com nada. A rosada cuidadosamente subiu encima da enorme árvore que separava os quartos e agradeceu aos Deuses por Naruto não deixar a janela trancada.

Esgueirou-se a tempo de ver dois pombinhos deitados nús, bem no meio da cama de solteiro do loiro. Sua presença não havia sido notada pelos dois dorminhocos, e Sakura sentiu novamente a raiva crescer dentro do seu ser. Queria tanto socar a cara de Shizuka por estar com Naruto, mas também queria arrebentar com o loiro por não perdoa-la. Eles poderiam ser felizes! Eles deviam ser... E Sakura faria de tudo para que Naruto voltasse a encherga-la.

- Mas que porra é essa?! - A rosada gritou, fazendo com que os dois acordassem prontamente. A morena cobriu seu corpo com o lençol, enquanto Naruto levava a mão ao peito, recuperando-se do susto.

- An, que merda está fazendo na minha casa, Sakura?! - Naruto coçou os olhos, bocejando.

- Ela é quem tem de dar explicações aqui, não eu. - Apontou acusadoramente na direção de Shizuka, a morena apenas revirou os olhos. O clima já era pesado, e ela só piorava agindo desse jeito.

- Ficou burra de repente, Haruno? O que duas pessoas nuas fazem em uma cama? Brincão de bonecas, só pode. - A morena usufrui do tom mais irônico que conseguiu, arrancando uma carranca indignada por parte de Sakura - Vamos lá, não é difícil de adivinhar.

- Eu vou mat...

- Não, não vai. Você vai sair daqui antes que eu chame a polícia. - Naruto interrompeu-a. Apontando em direção a janela, enquanto Shizuka sorria vitoriosa - E, você. - Apontou agora para a moça com quem transou a poucos minutos - Mete o pé daqui, já deu sua hora.

Naruto foi curto e grosso. Bem diferente daquele rapaz a qual Sakura estava acostumada. Rapaz que só falava seduzindo, e que cinco das quatros palavras que saiam de sua boca, eram contadas baratas. Não deixando abalar-se por isso, Sakura permaneceu no mesmo lugar, sem mexer um músculo sequer. Shizuka no entanto, trocou-se e depositou um selinho nos lábios do loiro, selinho este que não foi correspondido. Ela passou pela Haruno trombando em seu ombro antes de deixar o quarto e logo depois o apartamento.

- Você é surda, porra?! Mandei ir embora.

Sakura olhava para as costas de Naruto, mas praticamente podia sentir o olhar dele a degolando, o que só colocou um sorrisinho cínico em sua cara e incentivou a tornar o barulho mais irritante.

- Eu escutei.

- E não vai?!

- Não.

- Muito madura, vindo de você... - Ironizou, respirando fundo, para ele mesmo não jogar a rosada pela janela. Sua raiva somente crescendo dentro de si.

- Não é legal mandar sua namorada embora desse jeito, seu grosso. - Diferente do Uzumaki, Sakura não estava sendo sarcástica ou irônica. Ela pronunciou as palavras da forma mais natural possível, convicta de que fosse mesmo verdade. 

- Namorada? - Ergueu as suas bem feitas sombrancelhas, intrigado.

- Sim! Ou você não lembra do "Você é minha, Sakura" que você falava pra lá e pra cá. - Lembrou-o - Posso ter feito burrada com você, mas já falei e volto a repetir: tudo o que vivemos foi real.

- Vai se foder. - Ele bufou, andando de um lado para o outro do quarto, chutando o que encontrava pelo caminho. Sakura aproximou-se em um pulo, colocando-se bem na frente dele - Vai continuar com essa merda de história de amor?! Só me faz odiar você ainda mais.

"Odeio pessoas que mentem para si mesmas" 

- Não estou mentindo para mim mesma... - Susurrou ela, aturdida - Já disse que te amo, droga! O que mais tenho que fazer parar acreditar em mim? - Ela esbravejou - Sei que errei contigo, porém você não pode deixar essa aposta ridícula interferir entre agente.

- Claro que não posso, porque você foi quem apostou a merda dos meus sentimentos! Foi você, não eu! - Naruto nesse ponto não tinha mais controle sobre sua raiva - Eu te amo tanto, Sakura... Mas, você está fazendo esse sentimento tornar algo a qual eu nunca desejei. Para de mentir e saia da minha casa, não fale comigo, não pense em mim, não quero nem que dirija seus olhares para mim!

Sakura novamente sentiu um banho de água fria. Todavia, já estava preparada para aquele tipo de tratamento. Ela não iria desistir de reconquistar o Uzumaki, mesmo que prescisace humilhar-se perante ele.

- Não vou fazer isso. - Declarou decidida - Você me ama, eu te amo, você não pode simplesmente deixar o passado de lado e dar uma chance ao nosso amor? Nós nos amamos, Naruto.

- Foda-se esse amor! - Sorriu tristemente - Pessoas que se amam não ficam juntas na maioria das vezes. Um dia eu vou estar casado com uma mulher a qual nunca desejei, e tão pouco vou ama-la, sabe porque? Pois mesmo depois de toda essa merda, meu coração não consegue te arrancar dele. Provavelmente viverei uma vida de merda enquanto todo dia pensarei em como seria se tudo tivesse dado certo, se nós tivéssemos...

- Podemos fazer dar certo, idiota. - A rosada abaixou o olhar, pensando nos pessos das palavras que ele pronunciou - Eu sou sua, só sua! Me perdoe, por favor... Fique comigo, fique... - Ela sentiu suas lágrimas rolarem novamente pelo seu rosto.

Ela estava desesperada. As lágrimas rolavam devagar, Naruto acompanhou cada uma delas com os olhos. 

- Você deveria estar com aquele bastardo, afinal, essa maldita aposta foi pra isso, não? Para os dois pombinhos ficarem juntos.

- Eu estou onde quero estar. E, não me venha com essa, o único namorado que tenho é você, idiota.

- Já disse que não somos nada!

- Você me pediu, não há como voltar atrás.

- Então estou terminando com você nesse exato momento, pode ir embora agora, baby. - Riu consigo mesmo - Eu já disse que acabou, não quero nada com uma pessoa como você.

Sakura olhou-o seriamente, tomando toda a coragem que tinha a dias atrás.

- Você me queria. - Fechou o semblante, apontando o dedo para ele - Você conseguiu. - Bateu o dedo diversas vezes no peito do loiro, que não parecia intimidar-se - Você é meu namorado até eu dizer que não é, entendeu?

- Vai se ferrar. 

                         •••

Dia seguinte, segunda feira, 6h22min

Residência Uzumaki 🍜

Quando é amor verdadeiro, as pessoas não superam, só vão vivendo dia após dia, conhecendo pessoas novas e vivendo sem esperanças de que um dia a pessoa irá voltar. E é assim que ele iria fazendo, sabia que nunca iria esquecer ela, mas prescisava seguir em frente, mesmo que doa e que a saudade espanque todos os dias...

Estava absorto em seus pensamentos, as coisas aconteciam rapidamente e de forma dolorosa em sua vida. O Rap era de certa forma um refúgio para todas essas coisas que aconteciam ao seu redor. Ontem, de madrugada, depois da discussão com Sakura, e ela indo embora, a primeira coisa que o Uzumaki fez foi apagar a letra da música que compôs a ela de seu computador. 

Havia sido tão idiota. Imagina se alguém descobrisse sobre essa música, o garoto de olhos azuis séria a maior piada da cidade. "Uma música para uma menina que nem se importa" Com toda a certeza o Uzumaki era péssimo em títulos. Mas, pelo menos ninguém mais saberia daquele vexame de música. 

O loiro suspirou pesadamente, levantando-se de sua cama e arrumando-se preguiçosamente para o colégio. Já podia escutar as vozes dos seus pais lá em baixo, pelo visto haviam retornado cedo naquele dia. Bagunçando mais ainda seus fios rebeldes, ele deu uma última olhada no espelho e colocou sua mochila nas costas, desceu as escadas sem muita pressa ou interesse.

Estava tão absorto em pensamentos, que quando chegou na cozinha, parecia que ainda estava sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo. Seus pais estavam sentados ao lado de uma Sakura muito sorridente. "Porque caralhos essa filha da puta está aqui?!" Questionou-se mentalmente.

- Err... Olá. 

Curioso, tentou entender a situação. Todos notaram sua presença, e o sorriso de cada um aumentou cada vez mais. Sua mãe e Sakura com o sorriso largo de sempre, e o seu pai somente com o tradicional sorriso de canto.

- Filho! - Kushina correu para abraça-lo, parecendo uma mãe superprotetora - Estava com tanta saudade, espero que não tenha feito uma festa. Porém, estou um pouco chateada com você, moleque. - Virou a face, fazendo beicinho.

- Eu juro que não fiz nenhuma festa, mãe, eu juro! - O Uzumaki mais novo ajoelhou-se no chão temendo por sua vida.

- Não é nada disso, idiota. - Kushina desferiu um cascudo na cabeça do filho - Porque não me disse que você e a Sakura começaram a namorar? A coitada me revelou hoje, por acaso você estava querendo brincar com os sentimentos dela, não assumindo seu relacionamento?! - Ela questionou - Olha aqui, Naruto Uzumaki, não criei filho meu para ser um cafajeste igual ao Jiraiya.

Naquele instante, dentro da sua cozinha, olhando com os olhos arregalados para a rosada sorridente na mesa de café, sendo mais falsa do que uma nota de três reais.

Naruto soubera...

Sakura era a maior filha da puta que já passou por sua vida.