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História Apples - A Parceira Perfeita


Escrita por: folklorewriter

Capítulo 5 - A Parceira Perfeita


Fanfic / Fanfiction Apples - A Parceira Perfeita

"A intimidade transcende o físico. É um sentimento de familiaridade que não se trata de proximidade, mas de pertença. É um lindo espaço emocional onde duas pessoas se tornam apenas uma."

— Steve Maraboli.

 

Essa manhã de segunda foi um pouco peculiar, mas não foi tensa, consegui me concentrar. Ando focada na leitura dos documentos de uma obra em finalização, a qual precisa de muito cuidado ao processada. Storybrooke tem tudo: cinema, shopping, praia e até uma praça para passearem com as crianças e os animais de estimação. Mas faltava uma diversão a mais. Foi quando um dos meus assessores concedeu-me a melhor ideia: um parque de diversão temporário, que funcionasse uma vez no ano. Concordei e ainda pedi para que fosse perto da orla para que, no topo mais alto da roda gigante, eles tivessem a visão do mar.

Quando chego na parte monetária dos equipamentos, que precisa de mais atenção, o meu celular toca dentro da gaveta. Suspiro fundo em aborrecimento, até que pego o aparelho e vejo quem é.

— Detetive? Algum problema?

— Oi! — A voz dela soa do outro lado do celular. — Então, eu sei que os nossos horários são até meio-dia, mas eu creio que precisarei de mais tempo hoje.

— Por quê?

— Regina, todas as anotações, os relatos e os vídeos de vigilância estavam uma bagunça quando eu cheguei. Muitos papéis parecendo que estão faltando, e as datas das filmagens estão trocadas. Eu nem pude estudar direito, porque passei o dia organizando tudo, sem falar que nada foi passado para um relatório oficial ainda.

Franzi as sobrancelhas, aquilo não era possível, eu tenho certeza de que tudo estava no seu devido lugar quando estive lá pela última vez, e o xerife avisou que passaria tudo para uma documentação oficial. — Isso explica a incompetência do meu xerife e da minha delegada. Eu gosto muito de David, mas não sei o que aconteceu com ele nesse caso.

— É, meio estranho, mas eu estou tão focada na arrumação que seria péssimo parar agora, ia perder toda a adrenalina.

— Adrenalina em arrumar papéis? — Solto um sorriso para o seu jeito ansioso.

— Sim, você nunca sente isso? — Ela parece ficar animada. — É como um quebra-cabeça, você está tão mergulhada em algo, que seria um corte de concentração gigante parar naquele momento.

— Eu sei bem como é. — Sou sincera. — Sinto isso quase todos os dias, tanto que eu nem perceberia o horário se não fosse por você me ligando.

— Dessa forma, eu poderia te ligar mais vezes — Diz Emma em um tom mais baixo. Estava demorando... — Para te descontrair de tanto trabalho.

É impossível, e eu tentei, não deixar uma risada leve escapar. — Passar muito tempo na mesma casa que eu já não vai ser o suficiente para te cansar da minha companhia, Srta. Swan?

Porém, eu já deveria ter aprendido que Emma sempre levaria qualquer coisa que eu falasse para o lado mais cínico de todos.

— Você quer mesmo que eu responda isso?

Reviro os olhos para não focar no emaranhado de emoções despertadas no colo da minha barriga. — Não precisa. Você ligou para o quê mesmo?

— Perguntar se você precisa ir para casa agora, ou poderia esperar eu terminar aqui? Não é bom você está sozinha na mansão.

E eu nem quero.

— Pode terminar, detetive — afirmo. — Às segundas e quartas, Henry sai 15h da escola, creio que eu posso ficar aqui até esse horário.

— Seria mais do que o suficiente, tem certeza que não te atrapalha? Eu posso terminar amanhã tranquilamente.

— Tenho certeza, não se preocupe. Eu sempre levo trabalho para casa e fico horas no escritório, creio que seria mais do que conveniente continuar o trabalho aqui na prefeitura. — Eu quis assegurá-la.

— Faz sentido. Está bem, avise-me qualquer coisa.

— Até breve. — Desligo o celular, antes que mais alguma coisa pudesse ser dita.

Guardo o aparelho e tento voltar ao trabalho, precisando de mais foco que o normal após ter conversado com a detetive. Bebo água e tento olhar a minha volta até a sua voz sumir da minha mente. Quando recupero a minha concentração e não fico pensando nela a cada 10 minutos, o meu celular toca de novo.

Dessa vez, busco pelo aparelho mais esperançosa do que estressada. Vai entender. Quando vejo quem é, encosto-me na cadeira para atender. — Sim?

— Acabei aqui e estou prestes a sair da delegacia.

— Pode ir para casa, você tem a sua chave — falo sem entender bem o que ela quer. — Ou não, você tem até 15h para fazer o que quiser.

— Eu sei, mas eu estou com fome e eu estava pensando em passar em algum lugar para comer. Pensei que estaria com fome também e poderíamos ir juntas.

Repasso a sua fala várias vezes na mente. — Isso é um convite?

— Sim, podemos almoçar e depois você busca Henry. — Consigo escutar o sorriso em sua voz. — É bom que falamos do caso.

Bom, eu não consigo me concentrar mesmo e estou curiosa sobre o caso, sem falar que não como nada desde o café da manhã. Só por isso posso aceitar. — Soa como uma boa ideia.

— Isso é um sim? — A sua voz chega carregada com um pouco de entusiasmo.

— Sim, estou com fome e, para a sua sorte, conheço o melhor restaurante dessa cidade. — Digo, soltando mais um sorriso naquela manhã..

— Perfeito, só me manda o endereço e a gente se encontra lá em 20 minutos.

— Certo, até mais — respondo e desligo a chamada, enviando a localização do RedGreen, o restaurante da minha irmã e da minha cunhada.

Ao chegar, Emma já está me esperando na varanda do restaurante, um sorriso enorme no rosto.

— Por que você está sorrindo assim? — pergunto.

— Hum? — Ela pisca os olhos e parece voltar à realidade. — Ah, apenas feliz que eu estou indo almoçar. Vamos? — Ela aponta para a entrada do restaurante com a cabeça, antes de começar a andar lado a lado comigo.

— Como foi o seu trabalho hoje? — Ela pergunta.

— Estressante.

Eu pensava que isso cortaria as suas simples indagações, mas ela só me encara com mais cuidado. — Você dormiu bem? Está com cara de cansada.

— Sempre que eu penso muito sobre o caso, eu tenho dificuldade para dormir — Respondo da maneira mais sincera que eu posso.

Consigo nos direcionar até a mesa que eu gosto, antes dela tentar mais uma pergunta. — Tem algo em que eu possa ajudar?

Deus, a preocupação dela às vezes é irritante. Ela não precisa fingir que se importa. — O relatório de hoje?

Emma franzi as sobrancelhas, mas se senta na mesa comigo. Seja lá o que ela pensou, resolveu ignorar. — Primeiro, eu preciso perguntar: como estava o estudo do caso antes?

— Bom, primeiro eu recebi uma carta, aquela mais antiga que você leu, que ainda parecia mais um admirador secreto. Depois de alguns dias começaram a aparecer algumas fotos minhas. Foi quando eu contatei David e falei da carta e das fotos.

— Você o acompanhou nas investigações? — Ela se vira para buscar o caderno na mochila.

— Sim, ele tinha a delegada como a parceira dele, e eles me davam os resultados de algumas pesquisas. Todos estão lá na delegacia.

— Onde está essa delegada?

— Jamie está de recesso há algum tempo, mas ela vai voltar em breve e pode te ajudar no caso.

— Certo, preciso perguntar por que os arquivos estavam tão bagunçados daquele jeito. David disse que a última vez que os guardou estavam organizados e só quem tinha acesso eram eles dois. Então, gostaria de uma explicação, antes de acreditar que alguém de fora invadiu e sabotou a delegacia — diz Emma, anotando algumas coisas como lembretes. Ela só me olha depois de um tempo, com uma certa hesitação. — Você já teve algum caso no passado com o xerife ou com a delegada? Algo romântico?

— Não — respondo tão rápido que não disfarço minha cara de desgosto. —  David é casado há dez anos. Já eu e Jamie nunca fomos chegadas, nem na faculdade e, sinceramente, ela não faz o meu tipo. Jamie nunca pareceu ligar para o trabalho, não gosto de pessoas desleixadas.

É impossível ler a feição de Emma agora. Ela parece se concentrar em algo, antes e coçar a garganta. — Parceira dos sonhos — ironiza. — Se for assim, vou colocá-la só para supervisionar as câmeras.

— É alguma coisa. — Dou de ombros.

— Mas durante as investigações, os resultados chegavam certos até você? — Volta para as perguntas.

— Sim, sempre sem muitas informações, mas chegava pequenas coisas. Quando a insistência do perseguidor aumentou, fizemos a busca por Robin, os dois ajudaram e fizeram fielmente o seu trabalho.

— Robin? É o nome do pai de Henry?

— Sim, isso me lembra que eu fiz as listas que você pediu ontem. — Busco por alguns papéis na minha maleta.

Ela ia falar alguma coisa, mas a garçonete se aproxima e passa na sua frente. — Bem-vindas ao RedGreen, gostariam de pedir agora?

Enquanto Emma buscava pelo cardápio que havia ignorado até agora, viro-me para a menina — Vou querer o mesmo de sempre, Anna, por favor.

— Certo, prefeita Mills. — Ela anota o pedido e olha para Emma. — E você?

Ela olha para Anna e aponta para mim. — Qual é o habitual dela mesmo?

— Salada de salmão grelhado com suco de limão, senhorita.

— Claro que é. — Emma revira os olhos, revira os olhos, e ri baixo. Que mulher petulante, meu Deus. — É, definitivamente não. — Volta a folhear o cardápio. — Quero esse hambúrguer de costela desfiada com fatias de queijo emmental, por favor.

Anna anota tudo e sorri para nós duas. — É para já!

Estou em descrença. — Hambúrguer de costela? — Com esse corpo?

Ela só ri. — Desculpe-me, eu deveria ter feito uma melhor impressão em nossa primeira saída? Não se preocupe, depois eu peço um suco para equilibrar.

Eu travo. Não me atrevo a dizer nada, ousadia só funciona se for alimentada. Como se você não tivesse alimentado até agora. Ignoro tudo e busco pela papelada. — Aqui estão as listas.

— Certo. — Emma busca os papéis como se nada tivesse acontecido. Eu não sei como ela faz isso. — Vinte e sete pessoas, Regina?!

— Acredite, essa é a lista curta.

— Tudo bem — Emma fala quase aflita. — Talvez eu precise de uma semana só para investigar essas pessoas.

Afirmo com a cabeça, mas ela não está mais olhando para mim. Está alisando os papéis, parecendo analisá-los, olhando mais para o seu aspecto do que para as suas palavras. Eu ia perguntar o que ela estava fazendo, mas sou cortada por uma pergunta sua.

— De onde você arrumou esses papéis, Regina?

Estranho a indagação — São os da prefeitura, os que são direcionados a mim. Precisei usá-los, porque são os únicos que eu tenho na minha sala.

— Quem tem acesso a eles?

— Eu e todos os meus funcionários, detetive. — Estou começando a ficar um pouco aflita. Chego para frente, quase sussurrando. — Por quê?

— Regina — ela me encara com uma certa empolgação desenhada no rosto, olhos verdes conseguindo ficar ainda mais claros —, esses papéis são mais grossos e tem um aspecto mais áspero e amarelado que os normais.

— Sim, precisei mudar a marca do nosso papel quando encomendei uma nova máquina de fax para alguns dos postos oficiais — explico, chegando ainda mais para perto. — Mas, ainda não entendi o que você quer dizer.

— Eu sei que a gente precisaria chegar na mansão para conferir. — Emma respira fundo. — Porém, esse é o mesmo tipo de papel usado nas cartas do seu perseguidor.

— O quê!? — Quase grito, recebendo alguns olhares a minha volta. Olho por cima de Emma e percebo que até Anna parou no meio do corredor com as nossas comidas, mas logo volta a caminhar até a mesa. Eu sentiria uma leve vergonha, se eu não estivesse um pouco surpresa.

— Aqui estão seus pratos, senhoritas. — Anna tenta um sorriso, olhando para a mesa cheia de papéis para decidir onde colocar os pedidos.

— Obrigada, Anna, pode colocar aí na ponta.

— Certo. Mais alguma coisa?

— Não, está ótimo. Obrigada — Emma responde, claramente ansiosa para voltar para o caso de novo. E eu entendo, pois me encontro no seu mesmo nível de empolgação. Quando Anna se retira, ela se vira para mim.

— Eu pensei que não haveria como achar uma pista pelo aspecto físico das cartas, porque eram digitalizadas e não escritas a mão. Também julguei que ele poderia ter comprado um papel mais duro para ter certeza que você não perdesse a carta, ou porque ele é algum tipo de pintor ou desenhista. — Emma devolve-me os papéis. — Mas, não, Regina, ele é um servidor seu. Ele utilizou as folhas do próprio trabalho sem perceber.

— Emma, isso nos dá a certeza que é alguém infiltrado em algum órgão oficial — digo impressionada, sentindo uma nova esperança surgindo. — Inclusive, você não percebeu esses papéis lá na delegacia?

— Não, eu passei o dia arrumando os papéis não-oficiais e checando as câmeras e as suas datas certas — explica. — Porém, era só uma questão de tempo para eu perceber.

— De fato, mas isso só nos ajuda a saber o âmbito profissional do perseguidor.

— Não só isso. — Emma sorri e aponta a sua caneta para mim. — Quando foi que você encomendou essa nova máquina de fax?

— Deixe-me ter certeza. — Busco pela minha agenda na maleta. Nunca foi bom ser tão metódica e sistemática, eu anoto absolutamente tudo. Passo pelas várias páginas com infinitos números e códigos, até achar a página com o título "Encomendas da Prefeitura". É impossível não sentir uma adrenalina boa ao saber que estamos avançando no caso. — Têm oito meses que eu comprei.

Olho para Emma e a encontro ainda boquiaberta, quase perplexa. — Regina, você é perfeita. — Ela está respirando fundo, quase soltando uma risada.

Eu não esperava ver pura admiração em sua face, o que é desconcertante. Busco algo para fazer com as mãos, o que é uma péssima ideia. No auge da minha inteligência, só consigo colocar algumas mechas de cabelo atrás da orelha. Péssimo, péssimo. E agora as minhas bochechas estão queimando. — Nunca desconfiaria que seria um nível extremo de organização o que te deixaria excitada, detetive. — Era para amenizar minha situação, mas consigo piorar a minha agonia com essa fala.

Emma não percebe ou não liga. — Creio que todos nós temos as nossas manias. — Ela continua a brincadeira e, como se fosse algo natural, estica a mão para alisar os meus dedos. Pela primeira vez na vida, sinto o peso de cada osso do meu corpo, tudo petrificado e pesado. O pior é que Emma só parece perceber o que está fazendo dois segundos depois. Ela puxa a sua mão de volta e coça a garganta. — Certo, 8 meses. Pegando essa lista, quais pessoas trabalharam para você nos últimos 8 meses?

Eu também faço um grande esforço para voltar para a realidade. Busco a lista devagar, depois pego uma caneta para riscar alguns nomes. Nada disso ajuda a ignorar o formigamento na minha mão.

— Bom, boa parte não trabalhou comigo no último ano, até porque eu busquei pelos mais estranhos e evasivos para colocar nessa lista e, geralmente, eles não duram muito. — Tento revisar a lista. — Vejamos. Esse tem mais de dois anos que não vejo. Esse também. Não tenho certeza. — Fui riscando um por um até chegar ao último. — Pronto, removi aqueles que eu estou certa que não estavam presentes quando a nova máquina chegou.

— Saímos de vinte e sete para treze pessoas. — Emma já estava séria de novo. — Já alivia muito.

— Continua sendo milhares de pessoas se não forem esses, Emma. São muitos órgãos, departamentos e secretarias.

— Mas podemos começar com a sua lista. — Ela explica, os seus olhos voltando a brilhar. — Depois, temos as câmeras da cidade, onde vemos você passeando na hora certa que você afirmou que seria o momento de algumas imagens. Mesmo que nenhuma tenha pegado o fotógrafo misterioso, ainda temos os horários marcados nas filmagens de vigilância.

Foi quando algo veio a minha mente. — Poderíamos saber quem estava no trabalho nesses horários e quem não!

— Exatamente, Mills. — Emma sorri. — Você sim, parece ser a parceira perfeita.

Decido que perdi total controle do meu corpo quando me pego sorrindo de volta. Como eu queria que Emma parasse de falar essas coisas. Ou não…

— Ainda é muita gente — Emma continua. Não sei como ela não fica nervosa. —Primeiro, falaremos com aqueles da sua lista que não estavam no trabalho nos horários mostrados pelas câmeras. Se ainda não acharmos ninguém suspeito, você faz uma nova lista, seguindo a mesma lógica de maior para menor convivência.

— Praticamente quem apenas falou comigo mais que o necessário ou me conhece há mais tempo?

— Sim, eu sei que parece pouco ainda. — Ela me concede um sorriso pequeno. — Porém, a cada dia irei avançar mais.

— Eu sei que sim. — Imito o seu sorriso de leve incentivo.

Nada mais para dizer, passamos a nos encarar. Só consigo sentir aquela névoa de adrenalina pelas novas descobertas e sei que ela também está sentindo. Desço o olhar para a suas mãos, quase esticando o braço. Regina. Mudo o olhar antes que eu possa fazer uma besteira. Deus do céu.

É quando percebo que não tocamos na nossa comida. — Que horas são? — Olho o relógio e quase me assusto. — Está na hora de buscar Henry!

— Vá buscá-lo — Emma diz. — Vou pedir para colocar isso para viagem e comemos na mansão.

— Ótimo. Vou pedir um prato para Henry também, então. — Arrumo a maleta e chamo por Anna

— Pois não, Srta. Mills? — Anna pergunta.

— Anna, coloque nossos pratos em embalagens para viagem e adicione um macarrão com molho branco e brócolis, por favor.

— Certo — fala, anotando tudo e pegando os pratos de volta.

— Obrigada.

Busco pela minha carteira, até que percebo Emma fazendo o mesmo e estico a mão para pará-la. Ela percebe na hora e abre a boca para reclamar. — Não, Regina. Pod-

Meu corpo age primeiro do que eu e, antes que eu consiga me segurar, aliso os dedos pela sua mão e sussurro: — Você paga o nosso próximo almoço.

Percebo o convite que fiz no mesmo momento que Emma. Bom, agora já foi. Ela apenas concorda, seus olhos parecendo ler os meus. — Certo. Tudo bem.

Puxo minha mão de volta, mas não quebro nossa troca de olhares. Não sei quanto tempo passa, até que atrapalham o nosso transe.

— Olá, senhoritas. Aqui está — Anna fala, colocando um milk-shake de morango na mesa.

— Desculpe-me, não pedimos isso — aviso um pouco confusa.

— É da casa — explica. — Quando estão celebrando qualquer tipo de aniversário aqui, concedemos uma sobremesa. No caso de vocês, aniversário de casamento.

Eu ainda estou presa no comentário da garota quando escuto Emma rindo, rindo, e para piorar, porque Emma tem essa desconfortável habilidade, ela completa: — Querida, no máximo, estamos apenas no nosso primeiro encontro.

— O quê? Emma! — Tenho a capacidade de repreendê-la, antes de me voltar para a garçonete. — Não estamos saindo juntas dessa forma.

— Regina, relaxa. — Emma continua rindo. — Eu estou apenas brincando, claramente confundiram a mesa.

O que eu já sei que é improvável, ninguém nessa cidade me confunde.

Anna olha estranho para a gente. — Vocês não são Regina e Emma?

Os olhos de Emma parecem me chamar, já sei que vou sofrer pela sua próxima fala só pelo jeito que ela está sorrindo agora. — Nem um pedido de namoro primeiro, Mills? — Pelo visto, ela conseguia ficar mais ousada a cada minuto. Culpa sua. Ninguém merece. Reviro os olhos, mas ela não para por aí. — Ou um beijo? — Emma sussurra apenas para mim, que a ignoro totalmente.

— Onde está sua chefe, menina? — Pergunto para a pobre coitada que parecia mais perdida do que a gente. A menina apenas olha para o balcão e sigo o seu olhar. Respiro fundo em irritação ao pôr os olhos na minha cunhada que sorria feito criança. — Pode ir, Anna.

Ela assente, mas, ao buscar pela bebida na mesa, Emma puxa a taça para si. — Bom, ela pode não estar celebrando o nosso casamento., mas eu certamente estou. — Ela brinca, fazendo-me morder ainda mais forte o canto da boca para não rir. Aquilo era tão errado.

— Está tudo bem, Anna. — Ruby diz, se aproximando da mesa. — A bebida era para te dar as boas-vindas, detetive, mas eu tive que aproveitar a minha oportunidade de brincar um pouco com a minha querida cunhada.

— Espero que você tenha gostado da sua brincadeira sem graça. — Falo com repressão, mas ela só me dar de ombros.

— Nossa, eu me divertir horrores. —Se vira para Emma e estica a sua mão. — Ruby Mills-Lucas, prazer.

Emma estica a sua mão de volta. — Emma Swan.

— Peço desculpas pela brincadeira — Ruby continua ao soltar a sua mão. — Claro que vocês não estão-

— Emma! — Interrompo em instinto ao ver Emma indo beber o milk-shake. — Não tome isso antes de almoçar de verdade, não importa que sua comida já não seja saudável o suficiente.

— Sim, senhora. — Emma ergue as mãos e deixa a bebida de lado. — Vou pedir para colocarem na sacola de viagem junto com o nosso almoço. Quem sabe até divido com o garoto lá na casa.

— ... casadas de verdade. — Ruby completa a sua fala.

Emma, como esperado, age com naturalidade.  — Oh, tudo bem. Eu ganhei um milkshake de graça e a cara que Regina fez também valeu a pena.

Suspiro em desistência para as duas mulheres e pego minha bolsa. — Falo com você mais tarde, Ruby. Tenho que buscar Henry na escola agora. — Levanto-me e encaro a detetive. — Emma, eu já passei do horário, estou indo no balcão pagar e você leva as sacolas para a mansão, pode ser?

— Pode ir, eu preparo tudo lá antes de vocês chegarem.

— O que houve que vocês não tocaram na comida? Também vim perguntar se estava ruim — Ruby indaga.

— Nada a ver com a comida, meu bem. — Asseguro, antes de encarar a loira para continuar respondendo. — Nós apenas estávamos mergulhadas em uma adrenalina de organização que não dava para ser cortada.

Emma solta um sorriso sincero e pisca em minha direção, e eu tenho que me concentrar para ignorar a palpitação que cresce em meu peito. Divido o sorriso, antes de dar um beijo na bochecha da sua cunhada. — Não pense que eu vou esquecer disso.

— Tchau, Regina. — Ruby ri e toma o meu lugar na mesa.

Vou para o balcão pagar, e antes de sair, só escuto Ruby perguntando. — Foi impressão minha ou vocês estavam de mãos dadas antes do milkshake chegar?

Reviro meus olhos, mas logo solto uma risada ao escutar Emma não demorando para rebater. — É impressão minha ou você está me interrogando?

É, elas se dariam bem. Emma aguentaria a ousadia de Ruby já que a sua era bem pior. Solto um sorriso com isso e saio pela porta.


Notas Finais


Então...?


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