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História Aprendendo a Amar - Klaroline - Verdade


Escrita por: SraWillTraynor

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 4 - Verdade


Fanfic / Fanfiction Aprendendo a Amar - Klaroline - Verdade

Verdade

Parada no pequeno quarto do seu chalé, Caroline se olhou no espelho e balançou a cabeça, horrorizada. Como poderia trabalhar daquele jeito? Parecia uma daquelas mulheres que se vê saindo de algum bar numa noite de sexta-feira ou de sábado. O tipo de mulher que se enfia dentro das roupas sem se importar que sejam menores que seu tamanho. A costureira não poderia ter errado nas medidas, já que ela experimentara a roupa, não uma, mas duas vezes. Ela virou para se ver de costas, e estremeceu. De costas estava ainda pior. O tecido grudava às suas nádegas e parecia chamar a atenção para as curvas generosas. Seus nervos já estavam em frangalhos, e pegar o novo uniforme na costureira piorara seu precário estado mental. Ela o vestira tremendo, mas ele não parecia lhe servir de qualquer ângulo que olhasse. Muito curto e apertado, e o tecido sintético se esticava sobre seus seios fazendo com que parecessem enormes. Caroline não queria usar roupas que a deixassem consciente do seu corpo curvilíneo, nem emplastrar o rosto com uma maquiagem que não sabia como aplicar. Porém, Alaric lhe dera uma aula sobre rebeldia e ela acabara cedendo, assim como concordara em se livrar dos sapatos baixos e usar saltos tão altos que mal conseguia andar. Sob o rímel e o gloss, ela se sentia uma fraude, mas não estava em posição de discutir. Como poderia fazê-lo quando se colocara numa situação injustificável? Alaric ignorava que ela se comportara como uma tola ao deixar que um completo estranho a beijasse de um jeito que ainda a deixava vermelha só de lembrar. Só que, no caso, o completo estranho acabara sendo um príncipe, um hóspede de honra que logo chegaria ao hotel com sua comitiva. Um príncipe mentiroso e fingido, ela pensou com amargura, que achava engraçado exercer seu poderoso fascínio e se distrair com uma mulher ingênua e estúpida que se deixara encantar. Era assim que ele se divertia, brincando com subalternos?

Depois que ele saíra do hotel na semana anterior, bastaram apenas alguns minutos para que Caroline deduzisse que o homem de olhos dourados não era um pintor, mas o príncipe Klaus. Ela procurara na internet e vira seu retrato oficial. O belo rosto que a encarara na tela do computador era muito diferente do homem de jeans que a beijara com natural sensualidade. No site oficial dos Astrid, Klaus vestia algum tipo de uniforme de gala, com um paletó escuro cheio de medalhas penduradas. O cabelo claro estava mais liso que ondulado e ele estava sério, com uma expressão severa. Ela tentara resistir, mas se inebriara com sua beleza antes de se lembrar que ele a enganara deliberadamente. Ela esquecera o retrato e pesquisara a história da ilha em forma de lua crescente, Astrid — um paraíso encravado no mar Jônico, perto da Grécia, não longe do extremo sul da Itália, rica em ouro e em outros minerais preciosos. A família Mikaelson era extremamente rica e possuía imóveis e investimentos em todas as partes do mundo.

Caroline deu uma última olhada na estranha imagem que a olhava do espelho e concluiu que não poderia adiar o inevitável. Estava na hora de enfrentar o homem que ela beijara impetuosamente e que, por um momento de estupidez imprevisível, fizera seu coração florescer. E depois? Rezar para que ele não contasse ao seu patrão que ela se comportara com tamanha falta de profissionalismo e para que ele a deixasse em paz com suas lembranças embaraçosas. O dia ensolarado de verão lhe proporcionou uma linda caminhada através de alamedas verdejantes e folhas amareladas. Embora ainda fosse cedo, quando chegou ao hotel viu uma limusine preta estacionada na entrada e um vigia corpulento parado à porta.

— Eu trabalho aqui — ela disse, em resposta ao olhar hostil que recebeu ao se aproximar.

— Identificação? — Ele disse bruscamente.

Caroline pescou a carteira de motorista na bolsa, entregou-a e esperou que ele comparasse o rosto dela com o da fotografia no documento. O homem lhe deu passagem. Seguranças não precisam ter habilidade no trato com pessoas, ela pensou secamente. Depois de trocar os tênis pelos sapatos de salto e de guardar a bolsa, olhou ao redor, maravilhando-se ao descobrir como um pouco de cuidado e de atenção causa tamanha transformação. As paredes haviam sido pintadas num tom claro de ocre que ampliara o espaço e lhe dera um ar de limpeza. As teias de aranha e o pó haviam sido tirados dos candelabros que pendiam do teto, numa cascata cintilante. Enormes vasos de flores se espalhavam pelo ambiente e faziam uma enorme diferença. Íris azuis e rosas brancas acrescentavam perfume e beleza às salas do térreo. Na noite anterior, Caroline fizera a cama na suíte do príncipe, com os lençóis de algodão egípcio trazidos especialmente de Londres. Ela passara os dedos no tecido fresco e se espantara com o que Alaric estava gastando para receber o honrado hóspede. As cortinas novas de veludo que pendiam do dossel da cama haviam mudado a aparência do quarto, e a iluminação fora remanejada. Até o velho banheiro fora desmontado e substituído por uma versão top de linha. Ela repuxava o uniforme muito curto quando Alaric entrou na recepção, com um ar de satisfação.

— O príncipe chegou? — ela perguntou, nervosa.

— Ele está a caminho. Um de seus homens me ligou.

O coração de Caroline acelerou. Ela não queria vê-lo. Mentirosa. Você não parou de pensar nos olhos dourados e nos lábios macios.

— É melhor que eu vá...

— Espere um minuto.

Caroline reparou que Alaric não tirava os olhos dela, olhando-a de cima a baixo, e pensou que, quando o príncipe olhara para ela da mesma maneira, por mais que ela achasse ser errado, sentira-se aquecida, como se ele houvesse acendido uma chama em seu íntimo que ela não desejava apagar. Sentira-se como se ele tivesse lhe dado vida. Quando Alaric olhava para ela, tudo o que sentia era náusea e um arrepio de nojo.

— Você está maravilhosa — ele disse em voz rouca. Ela se virou para sair, mas ele a pegou pelo braço. — Não se mexa, Caroline. Deixe-me olhá-la direito.

—Alaric...

— Muito bonita — ele disse. — Muito bonita mesmo. Que pernas incríveis você tem! Onde você se escondeu durante todo esse tempo?

Caroline escapou de responder porque ouviram o ruído de passos. Soltou-se da mão de Alaric e se virou a tempo de ver os olhos do homem que entrava pela porta. O olhar dele estava duro e frio como o aço. Ela se preparara para o encontro desde que confirmara sua identidade na internet, mas nada poderia prepará-la para o choque de vê-lo com sua verdadeira aparência pela primeira vez. Não havia um fiapo de jeans, nem manchas de lama. Ao entrar daquela forma arrogante, ele não poderia ser confundido com nada além de um príncipe. Sua estatura e sua impressionante presença transmitiam imponência e autoridade. Ele irradiava força e poder. Por mais que dissesse a si mesma para não olhar, Caroline não conseguia desviar os olhos dele. O terno escuro lhe caía com perfeição. O tecido caro delineava e chamava a atenção para seus músculos. Uma camisa branca como a neve contrastava com a pele e com os cabelos claros. Porém, os olhos tudo dominavam, brilhantes e perigosos, fitando-a de um jeito devastador. O pulso de Caroline acelerou. Sentiu medo e constrangimento. Deveria fazer uma reverência? Ela só vira reverências em filmes e sua tentativa de imitar o gesto resultou num desastre. Ela se arrependeu ao vê-lo sorrir com desdém.

— Não faça reverência... Não quero formalidades — Klaus declarou, mas a fúria que fervia dentro dele não se devia ao fato de ela ter quebrado algum código de conduta. A razão de sua fúria estava em algo mais básico que a etiqueta. Algo de inexplicável acontecera e não o agradara: por mais que ele não esperasse nem quisesse, a pequena loura o deixara obcecado. Uma camareira!  Uma humilde empregada mal paga que ele deveria ter esquecido na mesma hora.


Notas Finais


Olá leitores maravilhosos!
Espero que vocês tenham gostado desse capítulo, e se preparem pois Klaus Mikaelson não deixará Caroline em paz! hehehe


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