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História Après la tragédie - Jasper Hale - Capítulo 2. Escola Nova


Escrita por: Rougeperle_

Notas do Autor


Boa noite, um capítulo novo para vocês espero que gostem 😁🧡🧡

Capítulo 3 - Capítulo 2. Escola Nova


Fanfic / Fanfiction Après la tragédie - Jasper Hale - Capítulo 2. Escola Nova

Os últimos dias se passaram mais rápido do que eu esperava. Minha tia, meu irmão e eu ficamos altas horas assistindo filmes ou fazendo alguma palhaçada, mas eu sabia ambos só queriam encobrir e deixar um pouco de lado a saudade e a dor. Não dormi bem na primeira noite, mesmo depois de chorar. Só consegui dormir depois das duas da madrugada, com o ruído constante da chuva e do vento no telhado.

Aplico pequenas doses nas profundas olheiras que marcavam meus olhos. Guardei tudo na minha nécessaire antes de me levantar do banquinho e me olhar no espelho; o cabelo ruivo trançado em uma trança tradicional, levemente frouxa, mais aberta e despojada; a blusa larga de manga longa verde musgo e a calça preta rasgada nos joelhos.

Suspiro fundo e olho pela janela só o que eu conseguia ver era uma neblina densa. Desço pulando as escadas, vendo Skyler sentado em uma banqueta alta de madeira.

— Bom dia, Sky — desejei dando um beijo em sua bochecha, enquanto sentava na outra banqueta alta.

— Bom dia, Ary. Dormiu bem? — perguntou, passando creme de leite na torrada.

Eu o olhei e abri um pequeno sorriso. Se eu mentisse, ele saberia, séria mais fácil ficar em silêncio. Skyler apenas balançou a cabeça em negação.

— Onde está tia Amália? — perguntei, me esforçando para comer meu leite com mirtilo e morango.

— Cheguei aqui na sala e só encontrei a bancada pronta, tia Amália não...

Ouço passos vindo do andar de cima, das escadas, até tia Amália aparecer vestida com uma calça que cobria toda sua perna, uma blusa azul cheia de bolinha branca e seu jaleco em seu braço.

— Bom dia, queridos — ela disse, dando dois beijos em nossas bochechas.

— Bom dia, tia, não vai tomar café? — perguntou Skyler, deixando suas torradas de lado e olhando para tia Amália que já pegava sua bolsa e as chaves do seu carro.

— Tomei assim que terminei de fazer a mesa, não se preocupe. Deviam se preocupar em como irão a escola — ela retrucou com um sorrisinho.

— A senhora pode nos dar uma carona até a escola? — perguntei, levantando para deixar minha tigela na pia.

— Acho que não será preciso, tenho uma surpresa para vocês — a veja pegar alguma coisa em cima da cômoda e jogar para Skyler que a pega no ar antes de cair na mesa. — E ela está lá fora, esperando por vocês. Agora, tchau, queridos.

Eu e Skyler nos entreolhamos e depois para as chaves em suas mãos.

— Eu vou escovar os dentes, deveria fazer o mesmo... Está com bafo — murmuro antes de subir as escadas e ir para o banheiro.

Olhei para o espelho que havia no banheiro enquanto escovava os dentes, talvez fosse a luz, mas eu já parecia mais pálida, doentia. Minha pele podia ser bonita — era muito clara —, mas tudo dependia da cor. Não tinha cor nenhuma ali.

Enxaguei a boca o mais rápido possível para sair daquele banheiro, desci as escadas e peguei minha mochila do sofá quando vi que acima da pequena lareira na minúscula sala adjacente, havia uma fileira de fotos. Primeiro, uma foto da formatura de tia Amália e minha mãe em Oregon; depois, uma de nós cinco no hospital em que eu e Skyler nascemos, tirada por uma enfermeira prestativa, seguida pela procissão das nossas fotos em família no natal do ano passado. Pego a foto onde eu e Skyler no colo dos nossos pais e de tia Amália que segura nossas mãozinhas.

— Éramos muito pequenos nessa época, queria ter pelo menos uma lembrança desse dia — escutei a voz de Skyler sobre meu ombro. — Não faço a mínima ideia de onde estávamos.

— Acho que em uma praça, por causa das pequenas árvores atrás de nós — sussurrei enquanto deslizava o dedo pelos rosto dos nossos pais. — Você acha foi o certo deixá-los?

— Nós nunca o deixaremos, Ary, e eles também nunca nos deixaram — ele passou os braços pelos meus ombros me abraçando. E continuou. — Podemos voltar para vê-los sempre que pudermos, e é claro que eles concordariam com a atitude de tia Amália. Eles nos criaram para sermos fortes, Ary, para resolver qualquer problema juntos; vai ser difícil ser forte agora, eu sei, mas vamos conseguir isso juntos.

Eu deixei a foto em cima da pequena lareira e me virei para abraçá-lo tão forte, mais tão forte que ouvi ele balbuciar alguma coisa que não entendi.

— O que você disse?

— Eu disse que... se você não me soltar... vou desmaiar — ele murmurou dando tapinhas em minha costa.

Eu o soltei mais rápido possível, antes de escutar ele rir.

— Certo, podemos ir agora.

Não queria chegar cedo demais na escola, mas não conseguia mais ficar ali. Vesti meu casaco— que parecia ser um pouco grande demais — e ele vestiu o dele e saímos para a chuva.

Ainda estava chuviscando, não o suficiente para nos ensopar enquanto Skyler pegava a chave da casa e trancando a porta. Paramos, paralisados ao ver uma BMW X6 estacionada na frente da cama; Skyler apanhou a chave que tia Amália lhe deu do bolso do casaco e apertou um dos dois botões, destravando o carro. Comecei a empurrá-lo na direção do carro, estava com pressa para sair da umidade nevoenta que envolvia nossas cabeça e grudava em meu cabelo por baixo do capuz.

Dentro da BMW estava agradável, seco e quente. Os bancos com estofado cinza cheirava levemente hortelã, um cheiro bem incomum. O motor pegou rapidamente, era um pouco barulhento. Bom, talvez seja de segunda mão. O rádio funcionava, pelo menos.

Sintonizei o rádio em uma emissora que tocava música, mas ao ver a letra e escutar a melodia, a rápida memória do dia em que essa mesma música ticou me vem a mente. Essa música havia tocado um dia antes daquele trágico dia, meus pais, Skyler e eu estávamos em casa preparando algo para o almoço; mamãe sempre gostava de cozinhar ouvindo uma música no rádio ou no celular, até que sua música preferida começa a tocar e papai a puxa para dançar. Eles dançavam em um ritmo perfeito, enquanto eu e Skyler riamos dos dois.

A emissora e trocada, parando a música e me puxando para a realidade; sinto a mão de Skyler apertando a minha.

Não foi difícil encontrar a escola, embora nos nunca tivéssemos ido lá. Como a maioria das outras coisas, ficava perto da rodovia. Não parecia uma escola — o que fez Skyler parar foi a placa, que dizia ser a Forks High School. Era um conjunto de casas iguais, construídas com tijolos marrons. Ele estacionou na frente do primeiro prédio, que tinha uma plaquinha acima da porta dizendo SECRETARIA. Ninguém mais havia estacionado. Saí sem vontade nenhuma respirando fundo antes de abrir.

Lá dentro o ambiente era bem iluminado e mais quente do que eu imaginava. O escritório era pequeno; uma salinha de espera com cadeiras dobráveis acolchoadas, carpete laranja manchado, recados e prêmios atravancando as paredes, um relógio grande tiquetaqueando alto. Havia plantas em toda parte em vasos grandes de plástico, como se não houvesse verde suficiente do lado de fora. A sala era dividida ao meio por um balcão comprido, abarrotado de cestos de arame cheios de papéis e folhetos de cores vivas colados na frente. Havia três mesas atrás do balcão, uma delas ocupada por uma ruiva grandalhona de óculos

A ruiva olhou para nós.

— Posso ajudá-los?

— Eu sou Aryela Kershaw e este é Skyler Kershaw — informei-lhe, e logo vi a atenção iluminar seus olhos.

— Só um minuto, queridos — ela disse. E cavucou uma pilha instável de documentos na mesa até encontrar o que procurava. Ela pareceu reconhecer nossos nomes, então a fixa caiu, éramos esperados, um assunto de fofoca. E como um assunto de fofoca pode percorrer uma cidade pequena? A resposta já está na própria pergunta. Me arrepio só de pensar. — Seus horários estão bem aqui, e há um mapa da escola. — Ela trouxe várias folhas ao balcão para nos mostrar.

Ela indicou nossas salas de aula, destacando a melhor rota para cada uma delas no mapa, e nos deu uma caderneta que cada professor teria que assinar e que nos deveríamos trazê-la de volta no final do dia. Ela sorriu para nós e nos desejou boa sorte.

Quando voltamos à BMW, percebi que a chuva havia parado, mas o céu ainda continuava escuro e nublado. Outros alunos começavam a chegar, Skyler seguiu o mini trânsito. Os carros estacionados eram, em sua maioria, mais velhos, O carro mais legal aqui era um Volvo reluzente, e este se destacava. Mas, com a chegada de um carro desconhecido não passaria despercebido pelos alunos; Skyler desligou o motor logo que achou uma vaga que ficava longe dos outros carro para que não chamasse a atenção mais do que já tínhamos.

Observei Skyler puxar e percorrer os olhos por todo o mapa da escola tentando decorá-lo, mas o histórico da nossa família não tinha uma boa memória, nem quando era para algo de extrema importância. Revirei os olhos, puxei seu celular do bolso do seu casaco, arranquei o mapa de suas mãos e bati uma foto enquanto escutava suas reclamações.

— Deixe de ser tapado, seu estúpido, nunca tivemos uma boa memória e nunca teremos, então use a cabeça — eu disse, estendendo a mão para que ele pegasse seu celular.

— Eu uso a cabeça todos os dias, só não tive essa ideia antes — escutei ele responder enquanto pegava meu próprio celular para bater a foto do mapa. Dei uma última olhada no meu horário antes de o guardar no bolso da mochila; por fim soltei o ar e saí da BMW.

Conectei meu fone no meu celular e selecionei uma música, e antes de ficar completamente absorta de tudo avisei Skyler:

— Se quiser falar alguma coisa comigo toque no meu ombro, vou escutar música no máximo.

Ele assentiu.

Enquanto caminhávamos, sentia olhares sobre nós, e, como se fosse combinado, eu e Skyler colocamos os capuzes para tenta não chamar atenção. Nossos casacos pretos e simples não chamavam a atenção, como percebi com alívio.

Depois de chegar ao refeitório, foi fácil localizar o prédio três. Um grande “3” estava pintado em preto num quadrado branco no canto leste. Quando dei apenas dois passos, senti um par de mãos em meus ombros; parei, tirei meus fones e olhei Skyler.

— Nos separamos aqui, tenho aula de física que por acaso é no prédio dois — ele indicou um prédio que podia ser visto pela janela do refeitório, um grande “2” estava pintado em preto, assim como do prédio três.

— Ótima maneira de começar o dia, não? — ironizei, antes de dar um beijo em sua bochecha e dar um tchau.

Senti aos poucos que começava a ofegar à medida que me aproximava da entrada. Deixei a música soar em meus ouvidos novamente enquanto sibilava a letra. Passei pelo arco da porta da sala de aula.

A sala de aula era pequena. As pessoas que passavam do meu lado pararam junto à porta para pendurar os casacos em uma longa fileira de ganchos. Imitei-as. Havia duas meninas, uma loura com a pele cor de porcelana, a outra igualmente pálida, com cabelo castanho-claro. Pelo menos minha pele não se destacaria aqui.

Entreguei a caderneta ao professor, um careca alto cuja mesa tinha uma placa identificando-o pelo nome, “Sr. Mason”. Ele me encarou surpreso quando viu meu nome — não foi uma reação que me encorajasse. Mas pelo menos ele me mandou sentar numa carteira vazia no fundo da sala, sem me apresentar à turma. Era mais difícil para meus novos colegas me encarar lá atrás, mas de algum jeito eles conseguiram. Mantive os olhos baixos na bibliografia que o professor me dera. Era bem básica: Brontë, Shakespeare, Chaucer, Faulkner. Eu já lera tudo e isso era reconfortante. Tinha apenas que reler a de Chaucer que não me lembrava muito bem.

Quando tocou o sinal, uma buzina anasalada, um garoto magricela com problemas de pele e cabelo preto feito uma mancha de óleo se inclinou para falar comigo.

— Você é Aryela Kershaw, não é? — Ele parecia direitinho o tipo prestativo de clube de xadrez.

— Eu mesma — todo mundo num raio de três carteiras se virou para me olhar.

— Qual é a sua próxima aula? — perguntou ele.

Tive que olhar na minha mochila.

— Hmmm, sociologia, com Madelyn, no prédio seis.

Para onde quer que eu me virasse, encontrava olhos curiosos.

— Vou para o prédio quatro, posso mostrar o caminho... — Sem dúvida, superprestativo. — Meu nome é Eric, olhos e ouvidos desse lugar. Se precisar de alguma coisa, um guia turístico, companhia para o almoço, um ombro pra chorar. — acrescentou ele.

— Eu prefiro ficar sozinha quando vou chorar. Ou as vezes na companhia do meu irmão — resmunguei sem olhá-lo.

Pegamos nossos casacos e fomos para a chuva, que tinha aumentado. Eu podia jurar que várias pessoas atrás de nós se aproximavam o bastante para ouvir o que dizíamos.

— Ah, você tem um irmão? — perguntou ele, com uma curiosidade evidente.

— É aquele ali na frente — apontei para Skyler que estava parado, mexendo no seu celular. — Sky!

Ele olhou na nossa direção e acenou.

— Oi, Ary — ele me abraçou, mas se separou assim que viu Eric. — E você é...?

— Eric, muito prazer — ele estendeu a mão para que Skyler apertasse, este que apertou de bom grado.

— Por que está parado aqui? — perguntei.

— Estou tentando achar a rota mais prática para chegar na aula de sociologia — ele resmungou, voltando a olhar o celular.

— Que maravilha, estou indo para lá. Eric disse que mostraria o caminho.

Voltamos pelo refeitório até os prédios do sul, perto da sala. Eric nos levou à porta, embora tivesse uma placa bem evidente.

— Então, boa sorte — disse ele enquanto eu pegava a maçaneta. — Talvez a gente tenha mais alguma aula juntos. — Ele parecia ter esperanças.

Sorri vagamente para ele e entrei logo atrás do meu irmão.

A professora era a típica boazinha que nos liberou para sentarmos nas cadeiras. Eu sentei ao lado de uma menina de cabelos castanho-escuros, pele bem pálida. Não era de falar muito, mas os olhares que eram direcionados a ela, já respondia a minha pergunta.

— É chato todos esse olhares, não é? — murmurei para que apenas ela ouvisse.

— Sim, odeio ser o centro das atenções — ela também murmurou.

— É nova aqui?

— Sim.

— Sou Aryela Kershaw... E você é?

— Bella Swan.

Eu diria outra coisa se não fosse pela professora chamando nossa atenção, para que parecemos de conversar e prestássemos atenção aula.

O resto da manhã se passou do mesmo jeito. Depois do sinal tocar, puxei Skyler para apresentá-lo a Bella, que saíram juntos para a próxima aula. Uma menina se sentou ao meu lado nas aulas de trigonometria e espanhol e nos (eu, Skyler e Bella) acompanhou até o refeitório na hora do almoço. Era baixinha, vários centímetros menor do que meu metro e sessenta e sete, mas o cabelo escuro, rebelde e cacheado compensava grande parte da diferença entre nossas alturas. Não conseguia me lembrar do nome dela, então eu sorria e assentia enquanto ela tagarelava sobre professores e aulas. Não tentei acompanhar sua falação.

Sentamos à ponta de uma mesa cheia de vários de seus amigos, que ela nos apresentou. Esqueci o nome de todos assim que ela os pronunciou. Eles pareceram impressionados com sua coragem de falar conosco. O menino da aula de inglês, Eric, acenou para mim do outro lado do salão.

Foi ali, sentada no refeitório, tentando conversar com sete estranhos curiosos, que eu os vi pela primeira vez.



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