Na noite seguinte, Hinata e Naruto estavam diante de Hiashi.
- Hiashi-sama, preciso conversar com o senhor.
Hiashi o olhou, inquisitivo. Naruto susteve seu olhar, enquanto Hinata entrelaçou a mão na sua.
- Pode falar.
Naruto respirou fundo, dando um breve aceno de cabeça para Hinata, que assentiu em resposta.
- Eu gostaria de pedir a mão da Hinata em casamento.
Hiashi manteve uma expressão de pedra por um longo minuto. Em seguida, olhou de um para o outro e, finalmente, suspirou, entre a resignação e o alívio.
- Vocês têm a minha bênção.
O casal entreolhou-se, sorridente.
- Vocês já pensaram em uma data?
Eles encararam-se mais uma vez, confusos, então responderam, em uníssono:
- Não.
- Bom, então devemos estabelecer uma agora mesmo. Estamos no fim do verão. Acredito que o início da primavera seja uma data auspiciosa.
- Seis meses?!? - Naruto exclamou - Nós estávamos pensando em algo mais próximo, tipo, mês que vem?
- Não seja tolo, Naruto. Vocês têm muito o que resolver. Tem toda a questão da festa. Claramente, não será nada menos do que grandiosa. Temos que pensar em todos os detalhes. O local, a decoração, a comida, os convidados... E também, tem a questão de onde vocês vão morar. Comprar uma casa, ou construir, mobilhar... tudo isso leva tempo.
"E dinheiro", pensou Naruto. Sentia seu ânimo afundar conforme ouvia as palavras de Hiashi. Não havia parado para pensar na parte prática da coisa toda. Tinha suas economias. Provavelmente poderia dar entrada numa casa. Não podia realmente esperar que uma Hyuuga fosse obrigada a se casar e ir morar no seu pequeno apartamento quarto e sala. No entanto, toda a questão da festa grandiosa que o futuro sogro esperava e Hinata merecia, ele não sabia se conseguiria dar conta disso.
Hiashi continuava enumerando todas as providências que precisavam tomar, embora o pânico houvesse momentaneamente tornado os ouvidos de Naruto moucos. Depois do que pareceu uma eternidade, Hinata finalmente o acompanhou até os portões do Distrito.
- Naruto-kun? Você não me parece bem... está sentindo algo?
Pálido, Naruto ainda levou alguns segundos para processar a pergunta.
- Hã? Ah... Não, não. Está tudo bem.
- Você tem certeza?
- Sim, sim.
Desatento, Naruto deu um selinho rápido na noiva e despediu-se.
- Até amanhã.
- A-até amanhã, Naruto-kun...
Naruto recostou a cabeça fervilhante em seu travesseiro. No dia anterior, quando pediu Hinata, pensava apenas na vida que teriam juntos. Agora todos aqueles detalhes que Hiashi expusera estavam tirando-lhe o sono, fora a perspectiva de passar mais seis meses na tortura daquele namoro rígido. Haviam conbinado de, no dia seguinte, começar a visitar fornecedores para orçamentos da festa. Ele fez uma anotação mental de que precisaria também fazer um levantamento de suas economias. Casar com a filha primogênita do líder de um dos clãs mais proeminetes de Konohagakure no Sato não era brincadeira, Naruto estava começando a descobrir.
Na manhã seguinte, a maioria dos integrantes do clã Hyuuga já comentava que a princesa do Byakugan estava de casamento marcado com o grande herói da quarta guerra ninja. Não demorou muito para que a notícia se espalhasse como rastilho de pólvora por toda a vila, ainda mais quando o grupo composto por Hinata, Hiashi e Naruto caminhava pelo centro, eventualmente entrando em locais que forneciam aparato para eventos festivos. Primeiramente, foram à floricultura Yamanaka. Ino os atendeu com um sorriso amplo no rosto, explicando os detalhes sobre todas as opções de paisagismo disponíveis para o tipo e tamanho de recepção que eles gostariam de dar. Foi o primeiro quase infarto do dia de Naruto. Não acreditava no quanto podia-se pagar por algo tão efêmero quanto flores! Hiashi fez questão de lembrar que a recepção seria algo poucas vezes visto em Konoha, no que concerne a requinte e grandiosidade. Ele e Ino estavam animadíssimos, enquanto Hinata não deixara de notar o tom pálido que a pele de Naruto voltava a adquirir. Eles começaram a fazer uma lista de convidados ali mesmo, já que essa informação era essencial para determinar a quantidade da maioria das coisas, como, por exemplo, bebida e comida. A lista demorou mais de uma hora para ficar pronta, já que, no fim das contas, abrangia praticamente a população de Konoha em sua totalidade, além de um grande número de pessoas das demais nações.
Saíram da floricultura para visitar alguns restaurantes. Naruto teria ficado feliz se houvessem ido direto ao Ichiraku e acertado com o velho Teuchi uma vasilha de lámen para cada convidado, no entanto, logicamente, Hiashi quis visitar os ŕestaurantes mais refinados da Folha. Um mais caro que o outro. Claro que todo o dinheiro que Naruto tinha, e o que não tinha, ia descer goela abaixo de todo o mundo. O ninja estava secretamente tecendo um plano para raptar Hinata na calada da noite.
Depois de visitar fornecedores de bebida, locais que trabalhavam com decoração e até mesmo, costureiras, eles foram almoçar. Naruto comeu uma quantidade surpreendentemente pouca. Quem sabe se comecasse a economizar com mais afinco poderia pagar pelo menos o juiz de paz.
Após a refeição, separaram-se. O Uzumaki foi até a torre do Hokage para seus estudos. Sua cabeça latejava numa intensidade desconcertante, parecendo muito próxima de explodir.
- Nossa, Naruto, você está com uma cara péssima! - comentou Iruka, adentrando a sala que normalmente usavam. - pensei que te encontraria radiante depois dos rumores que ouvi de que você e Hinata vão oficializar a união...
- Iruka-sensei, por algum acaso, você sabe quais órgãos que a gente pode vender e viver sem?
Iruka deu uma grande gargalhada da piada, até o momento que percebeu que não se tratava de uma piada, a julgar pelo olhar aflito com o qual o aluno aguardava a resposta.
- O que aconteceu, Naruto?
- Argh... Tudo o que eu queria era casar com a Hinata, mas acho que vou precisar economizar uns trinta anos primeiro pra poder bancar a festa. E ainda tenho que providenciar uma casa e tudo mais que tem dentro de uma casa... eu estou bem fodi...
- Naruto! - Iruka o interrompeu, antes que completasse a palavra de baixo calão. - Você vai arcar com todos os custos?
- Bem, sim, né? Quem mais arcaria? Eu, com certeza, não pedirei pra Hinata rachar comigo.
- Só estou falando porque existe um costume bem antigo do pai da noiva ser o responsável financeiro pela festa. E, se tratando do clã Hyuuga, e a forma como são tradicionais, achei que o Hiashi-sama faria questão de manter a tradição.
Naruto pareceu ponderar sobre aquilo. Não tinha conhecimento daquele costume, pois nunca antes se interessara por cerimônias de bodas.
- Mas se for o caso de você realmente ser o responsável, - continuou Iruka - tenho certeza que podem fazer uma cerimônia simples, só pra familia. Todos haverão de entender, afinal, você não possui a fortuna do seu futuro sogro. Se precisar de ajuda, eu estou inteiramente ao dispor. Na verdade, faço questão de ajudar!
A declaração melhorou levemente o ânimo do rapaz. Volta e meia, através de gestos como esse, o antigo professor demonstrava seu apreço por ele. Mas algo ainda o incomodava.
- Você vai me achar meio maluco, Iruka-sensei, mas, se esse for o caso, digo, do Hiashi-sama bancar tudo, ainda assim vou me sentir mal... Não sei se me entende.
- Acho que sim. Você se sentiria mal por outra pessoa bancar a sua festa de casamento por completo. Mas pense assim: esse é o último grande mimo que o Hiashi-sama pode fazer pela Hinata. Depois do casamento, ela vai ter sua própria vida, não sendo mais responsabilidade dele. Então, pra um homem de posses como ele, acho que é uma alegria poder fazer isso uma última vez por ela.
Naruto refletiu sobre aquilo e lembrou-se o quanto o líder dos Hyuuga parecera feliz e animado aquela manhã.
- Mas, de qualquer forma, - continuou Iruka - você precisa ter certeza da situação. Já falei que, se precisar, estou aqui!
O Uzumaki estava sentindo-se bem melhor e agradeceu ao mais velho.
- Mas não pense que vou liberar você da aula! Chega de conversa. Vamos começar!
Naruto deu um muxoxo fraco.
Ao anoitecer, visitou Hinata. Ela sabia que havia algo de errado desde a manhã, embora o noivo afirmasse que tudo corria bem. Naruto estava tão empolgado quanto ela para o casamento, porém, de repente, murchara, e ela não conseguia compreender o motivo. Após refletir um pouco, chegou à conclusão de que, se iriam tornar-se um só, não poderiam mais esconder problemas e sentimentos um do outro. Teriam de dialogar sempre.
- Naruto-kun, eu sei que há algo errado. Se vamos nos casar, você precisa aprender a dividir seus problemas comigo. Você não está mais sozinho. Me conte o que está acontecendo.
Naruto olhou nas profundezas peroladas dos olhos da morena e, de algum modo, sentiu-se muito feliz. Por muitos e muitos anos, esperara por alguém que dissesse essas palavras. Que ele não estava mais sozinho. E agora aquilo finalmente era uma realidade. Ele nunca mais estaria sozinho.
- Hinata...
Hinata sentiu que suas palavras o haviam tocado fundo, embora não fosse exatamente sua intenção, pois as límpidas gemas azuis transbordavam uma emoção espontânea. Acariciou seu rosto, sem perder o contato visual. Estavam no banco do jardim de sua casa, local que frequentavam agora praticamente todas as noites.
- Você pode me falar, por favor. - encorajou-o mais uma vez.
- Bem, é que... - ele finalmente averteu o olhar, envergonhado. - estou preocupado. Com a festa de casamento. Eu não sei se vou poder arcar com os custos de uma festa tão pomposa. Na verdade, não. Eu realmente não tenho como.
Hinata, que ainda segurava frouxamente seu rosto, intensificou o aperto, fazendo com que ele a encarasse novamente.
- Você não precisa se preocupar com isso! O meu pai vai cuidar de tudo!
- Mas, mesmo assim... Me sinto mal em deixar tudo nas mãos dele! Que tipo de marido eu vou ser desse jeito?
Hinata levantou-se, tentando puxa-lo.
- Vem, vamos falar com o papai. Vamos esclarecer tudo.
- Não sei não, Hina... eu fico com vergonha... ele nem vai mais querer que a filha se case com um pé rapado como eu, que fica se preocupando com esse tipo de coisa.
- Naruto-kun, vamos, por favor! Por mim.
Pedindo dessa forma, era difícil negar qualquer coisa à Hinata. Então, ele a acompanhou até à casa, embora preferisse estar a sete palmos do que ter aquela conversa.
Quando Hiashi escutou os receios de Naruto, fez um som que mais parecia um resfolegar e pouco combinava com sua postura austera, enquanto balançava as mãos à frente, dando a entender que aquilo era desnecessário.
- Naruto, é uma questão de honra pra mim poder proporcionar isso à Hinata. Não quero que vocês se preocupem com nada relacionado à dinheiro. Isso é uma tradição e eu faço questão de segui-la. A cerimônia realmente precisa ser grandiosa, não apenas pela Hinata, que é a nossa maior pérola, nossa princesa do Byakugan, mas também por você. Você já era considerado um herói na nossa Vila e, após a guerra, conquistou status e prestígio a nível das cinco grandes nações! Os kages das cinco aldeias ocultas o respeitam e estimam, e todos sabem que você está sendo preparado para, num futuro próximo, assumir o comando de Konoha. Esse é um evento importantíssimo! E eu tenho muito orgulho de poder ser o seu anfitrião.
Naruto ouvia o discurso do Hyuuga com os olhos arregalados. Nunca havia se dado conta de que era reconhecido daquela maneira. No entanto, o líder de um dos clãs de maior prestígio estava falando aquelas palavras. Sentiu-se orgulhoso e pensou em seus pais e no Ero-Sennin. Será que eles estariam sentindo o mesmo? Sentiu seu coração aquecer e soube que sim.
- Obrigado, Hiashi-sama!
- Não há pelo que agradecer. Quero apenas que vocês preocupem com a moradia de vocês. Vocês poderiam morar aqui no distrito, se quisessem, mas vou entender se preferirem um local mais ao centro.
- Sim, papai. Obrigada. Vamos pensar sobre isso.
Encaminharam-se para a saída. Hinata acompanharia Naruto até os portões como sempre fazia. No meio do caminho, Após ambos manterem um silêncio contemplativo, Naruto comentou:
- Bom, agora só resta mais um problema.
Caminhavam de mãos dadas. Hinata virou o rosto para olhar o perfil do Uzumaki.
- Qual?
Ele parou, obrigando-a a fazer o mesmo. Virou-se para ela, aproximando-se.
- O maior problema de todos.
- Que é?
Hinata olhava-o, sobressaltada. Ele permanecia sério. A despeito disso, aproximou-se ainda mais, ficando a poucos centímetros de distância.
- O que diabos eu vou fazer pra aguentar mais seis meses longe de você?!?
Eles não estavam distantes. Pelo contrário. Estavam muito próximos, de modo que ela podia sentir a respiração dele bater-lhe o rosto. Mas ela sabia ao que ele se referia.
- Eu não sei. Isso é realmente um grande problema.
Seus olhos estavam fixados um no outro e Naruto soube, naquele momento, que Hinata sentia-se tão aflita quanto ele. Encostou a testa na dela, fechando o último espaço que havia entre seus corpos.
- Imenso.
- Gigante.
A última palavra de Hinata saiu apenas como um murmúrio entrecortado e Naruto quis morrer pelo fato de não poder agarrar seu traseiro naquele momento e aperta-la contra a própria virilha. Viu-a ofegar, com os lábios entreabertos, enquanto suas íris lilases dividiam atenção entre os olhos e boca de Naruto. Percebeu então que ele mesmo encontrava-se ofegante.
Reunindo todas as forças de seu ser, Naruto afastou-se, a contragosto. Não iria beija-la. Seria muito fácil perder o controle.
- É melhor eu ir embora.
Seriam longos, seis longos meses.
~◇~
As semanas seguintes foram recheadas de compromissos pre-nupciais, porém, o que o casal mais gostava, sem dúvida, era a busca pela futura casa. Hinata e Naruto haviam descartado a ideia de morar no distrito Hyuuga. Seria bom manter uma certa distância e privacidade. Hinata também comunicara ao noivo que fazia questão de pagar parte do valor do imóvel e mobília. A princípio, Naruto mostrara-se bastante contrário à ideia, no entanto, Hinata logo o convenceu, argumentando que aquele seria o lar de ambos e não era pelo fato de ser mulher que passaria a ser sustentada pelo marido. Possuía seu trabalho e economias, provenientes de muito suor. Naruto compreendeu rapidamente e passou a admira-la ainda mais, pela mulher forte que havia se tornado e que nunca deixava de surpreende-lo.
Divertiam-se a cada casa que visitavam, tentando imaginar a disposição dos móveis e decoração. Era uma experiência estranha para Naruto, pois desde que se entendia por gente, já morava só no seu pequeno apartamento. Sentia um frio na barriga ao lembrar que sua vida mudaria drasticamente e saber que a sua rotina e coisas às quais estava habituado seriam modificadas, mas era uma sensação boa, como quando você se prepara para mergulhar no mar e, embora saiba que sentirá frio, no início, logo seu corpo se ajustará à temperatura e você experimentará um topor maravilhoso.
Ainda que fosse divertido, eles ainda não haviam se decidido por nenhuma das residências que haviam visitado até então. Isso mudou num dia frio de outono, quando depararam-se com uma simpática casa, de formas circulares. Possuía dois pavimentos e localizava-se numa área residencial tranquila, não muito longe do centro. Apresentava uma área frontal gramada, na qual Hinata facilmente imaginou-se cuidando de plantas. Eles adentraram e uma sensação familiar de aconchego os preencheu, tornando muito fácil visualizarem-se ali, vivendo uma vida agradável.
Naruto buscou o olhar de Hinata, que prontamente o devolveu, com um sorriso singelo.
- Hinata, eu acho...
- Que encontramos!
O sorriso de ambos alargou-se. A corretora que os acompanhava pediu que eles a seguissem para o andar superior, onde localizavam-se os quartos.
Por último, visitaram a suíte principal. A corretora os permitiu um momento de privacidade, fechando a porta e aguardando no corredor. Estava tudo do agrado deles. Era arejado, tinha um bom tamanho, o banheiro adjacente era ótimo.
- Nossa cama vai ser enorme e vai ficar bem aqui! - Naruto indicou o local, com um sorriso infantil.
Hinata gargalhou do estusiasmo dele e aprovou. Ele a puxou para os braços.
- Por que você está rindo de mim? - falou, com uma expressão marota.
- Não é isso, eu apenas estou feliz, muito feliz! - ela continuou sorrindo, pois parecia impossível parar.
- Eu também!
Naruto tomou seus lábios, de maneira terna. Foi um beijo cheio de carinho e sentimento. Eles se afastaram, porém continuaram encarando-se, abraçados, com o olhar cheio de paixão.
- Nós poderíamos estrear esse quarto agora mesmo. - Naruto falou, após um tempo.
Hinata arregalou os olhos, corou, mas depois sorriu e respondeu.
- A casa ainda não é nossa, e a moça está aguardando lá fora. Quando assinarmos todos os papéis, talvez possamos dar uma passada aqui e estrea-la devidamente.
Naruto adorava aquela sua faceta atrevida, que permanecia a maior parte do tempo escondida, mas dava o ar da graça nos melhores momentos.
- Isso é uma promessa? Por que eu vou cobrar...
Ele entrou na brincadeira, provocante, sussurrando as palavras ao pé do ouvido da morena, depois lançou-lhe um olhar sedutor, que sempre fazia Hinata ficar ligeiramente sem ar.
- S-sim. É uma promessa.
Hinata e Naruto estavam a cerca de duas semanas sem um encontro íntimo. Na maioria dos seus compromissos pré-nupcias, estavam acompanhados pelo próprio Hiashi, ou várias outras pessoas ao redor. Uma tarde, haviam conseguido uma escapadela rápida, que ajudara a aliviar a saudade momentaneamente, entretanto, desde então, igual oportunidade não havia surgido mais. Claro que Naruto estava subindo pelas paredes, enquanto Hinata, na maioria das noites, tinha dificuldade em dormir, sentindo falta do toque do amado. Naquela noite, estava tão feliz com a escolha do novo lar, que rapidamente adormeceu, assim que encostou a cabeça no travesseiro. No entanto...
No entanto, haviam os sonhos. Vez por outra, eles aconteciam e a frequência estava gradativamente aumentando, para o desespero da kunoichi. Naquela noite, sonhou que estavam de volta ao seu jantar de noivado, no campo de treinamento, sob a cerejeira. Porém, estavam a sós. Nenhum de seus amigos encontravasse lá. Curiosamente, não estavam à mesa e, sim, deitados sobre uma toalha quadriculada, sobre a grama. A lua estava cheia e o céu, bastante estrelado, embora fosse difícil contempla-los, porque Naruto resolvera sussurrar coisas em seu ouvido. Nada indecente. Juras de amor. Mas a proximidade e o seu hálito quente despertavam arrepios por toda a sua pele. Logo, eles estavam se beijando. Um beijo quente, que rapidamente expandiu-se para os lábios do loiro em seu rosto, sua orelha, seu pescoço. As mãos dele passeavam por toda a extensão de seu corpo, parecendo onipresentes. Hinata fechou os olhos por dois segundos e, quando voltou a abri-los, suas roupas haviam desaparecido, restando em seu corpo apenas o conjunto de lingerie lilás. Naruto estava completamente nu, em toda a sua glória de músculos e a rigidez pulsante de seu membro. A visão a fez arfar. Ele sacou um dos seios de dentro do sutiã e logo o cobriu com os lábios, entre murmúrios abafados sobre a sua beleza e gosto. Hinata sentiu um dedo invadir-lhe, num movimento de vai e vem que gerava barulhos sensuais muito mais altos do que qualquer som da noite. Só não mais altos que os gemidos dela. Dali a pouco, Naruto a cobria e penetrava, movendo-se num ritmo perfeito, que espelhava as batidas de seu coração. Ele contorcia os músculos facias de prazer e chamava o seu nome. Hinata estava muito, muito, muito perto de...
Ela acordou, sentando-se na cama num movimento brusco. Seus olhos custaram a ajustar-se à penumbra de seu quarto, na mesma lentidão que ela levava para recordar-se de onde estava. Fora um sonho, muito embora sua respiração estivesse descompassada e sentisse uma umidade pertubadora entre as pernas. Droga, fora apenas um sonho, embora sentisse calor naquela noite fria, até mesmo para os padrões do outono. Embora sentisse seu íntimo latejar.
Teve vontade de tocar-se, curiosa em saber se estava realmente tão molhada quanto sentia-se. Hesitou, porém acabou levando a mão lentamente até à região íntima, passando por sob o pjama e calcinha. Nossa, aquele verdadeiramente fora um sonho intenso, a julgar pelo seu estado atual. Uma lembrança repentina invadiu sua mente: Ino falando que havia se aliviado com a mão. O que ela estava pensando? Desde quando tornara-se uma pervertida? A resposta era clara: desde que experimentara o corpo de Naruto. A sua presença, o seu toque e, agora, até mesmo a sua lembrança, despertavam isso nela. Fechou os olhos, deixando que flashs do sonho a invadissem. Ofegou, percebendo que seus dedos haviam involuntariamente começado a movimentar-se. Fez de conta que eram os dedos do loiro. Imaginou-o dando-lhe um de seus sorrisos enviesados, enquanto assistia ela perder lentamente o controle. Imaginou sua boca sugando-lhe com fervor, embora os dedos não conseguissem reproduzir nem de perto a sensação. Mas a lembrança a excitou ainda mais, fazendo ela aumentar o ritmo. Preenchida por todos os tipos de memórias sensuais do amado, atingiu o orgasmo, desejando, mais do que tudo, estar em seus braços.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.