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História Aprofundando Laços - NARUHINA - Expectativa


Escrita por: nhaddicted

Notas do Autor


Este capítulo está chegando mais cedo em agradecimento à marca de mais de 400 favoritos. Não tenho palavras para descrever minha emoção e gratidão. Tudo começou de maneira bem despretenciosa, mas se tornou parte da minha vida e do que eu sou. Cada notificação de voto e comentário me traz um sentimento único de felicidade. Essa fanfic só me trouxe coisas boas, então só tenho a agradecer. Obrigada a todos que acompanham. Boa leitura!
Betada pela querida @mymaelstrom

Capítulo 36 - Expectativa


Fanfic / Fanfiction Aprofundando Laços - NARUHINA - Expectativa

Foi com um grande mal humor incomum que Hinata sentiu o fluxo de líquido quente entre suas pernas. A desagradável sensação havia despertado-na. Desvencilhou-se do, agora familiar, aperto do esposo e correu para o banheiro, torcendo para que estivesse enganada. Sentou-se sobre o vaso, baixando a calcinha e constatando, com frustração, a pequena mancha de sangue na peça íntima. O dia de suas regras havia chegado e a menstruação havia comparecido pontualmente, para a sua decepção. Não entendia por quê. No último mês havia feito amor com Naruto simplesmente todos os dias, alguns dias, mais de uma vez. Alguns dias até, várias vezes.

Estava convencida de que engravidaria. Não tinham usado nenhum método contraceptivo e, apesar de, em algumas ocasiões, o ninja ter-se derramado em sua boca ou em suas mãos, na maioria delas, o havia feito em seu interior. Qual era o problema? A expectativa de observar a reação de Naruto com a notícia de que teriam um herdeiro havia sido tamanha, que ela dera aquilo como praticamente certo. Repentinamente, sentiu-se inútil. Vazia. Uma lágrima inconveniente formou-se em seu olho, escassamente represada pela pálpebra inferior. Rolou devagar, atingindo o queixo e caindo no dorso de sua mão, que repousava em seu colo.

O sofrimento silencioso foi interrompido por batidas na porta, sobressaltando-na.

— Hina, tudo bem aí? — A voz de Naruto soava preocupada.

Hinata limpou o rosto rapidamente, forçando uma tranquilidade em sua resposta que não condizia com seu estado interno.

— Sim, Naruto-kun. Está tudo bem.

— Você levantou de repente… Vi você sair correndo pro banheiro, depois ficou tudo silêncio aí dentro… fiquei preocupado.

Hinata abriu a porta, forçando um sorriso.

— Foi minha menstruação que veio, por isso saí depressa. Só isso.

— Você está sentindo dor? Vou pegar o remédio!

O ninja já estava se virando para ir em busca da medicação, quando Hinata colocou a mão em seu ombro, impedindo-o.

— Não precisa, está tudo bem, de verdade. Não estou sentindo nada.

O loiro olhou em seus olhos, buscando pela verdade neles. A morena sustentou seu olhar, sorrindo. Não iria preocupá-lo com suas besteiras. Ela estava apenas sentindo-se um pouco para baixo. Talvez fossem apenas os hormônios da tensão pré-menstrual agindo. Não valia a pena compartilhar aquilo com ele.

Naruto sorriu, aliviado por ela estar bem.

— Hum… Que tal tomarmos um banho juntos então? — O sorriso tornou-se malicioso.

Ele a envolveu, beijando seu pescoço e passando a ponta do nariz na pele sedosa. Hinata não estava no clima, mas, preocupada em manter a fachada da normalidade, meneou afirmativamente a cabeça, fazendo um som nasal de confirmação.

Naruto despiu a ela e a si mesmo e entraram no box. Ele a beijou, cheirou, apertou, sob as gotas do chuveiro. Hinata lutava para desanuviar a mente, mas a desilusão teimava em não abandoná-la. De alguma forma, aquilo a havia atingido mais profundamente do que imaginava.

Até então, ela estava animada para engravidar, entretanto, aproveitara os dias com Naruto da melhor forma, curtindo cada minuto, cada abraço, cada beijo, cada toque, cada orgasmo intenso. Parecia-lhe que engravidar seria apenas uma questão lógica e de tempo – pouco tempo. No entanto, a chegada de sua menstruação aterrissara como uma bomba sobre seu paraíso particular. Algo dentro de si ponderava que ela estaria sendo muito dramática, fazendo uma tempestade em copo d'água, mas a certeza do resultado fazia a decepção ganhar proporções inimagináveis dentro de si. 

— Hime, você está bem?

A voz do esposo sobressaltou-a. Ele estava penetrando-a, porém, perdida nos próprios pensamentos, Hinata tinha o espírito em outro lugar. 

— S-sim, tudo bem! Desculpe… talvez esteja um pouco desconfortável por conta da menstruação. — Mentiu sobre seus motivos.

— Você devia ter me falado logo, Hinata. Se eu não perguntasse, você iria ficar calada, mesmo desconfortável? — A expressão de Naruto estava indignada, o que fez o semblante de Hinata ruir. Seus olhos marejaram, sobressaltando o Jinchuuriki. 

— Hime, o que você tem? O que está acontecendo? Me fale a verdade.

— Desculpe, amor, eu acho que são os hormônios… Estou me sentindo sensível sem motivo… Sim, é a TPM, com certeza.

— Tudo bem, não tem problema, não precisa se desculpar. Mas, quando você não estiver se sentindo bem pra fazer amor, quero que me fale. Não quero que você faça nada forçado pra me agradar.

— O-ok.

Naruto a encarou de maneira firme, tentando deixar claro a importância do que havia falado.

Abraçaram-se.

— Tome banho primeiro, eu volto depois.

Naruto enrolou-se na toalha e saiu. Sozinha, Hinata pode deixar as lágrimas caírem, misturadas à água do chuveiro.

Alguns dias se passaram, porém a tristeza da kunoichi continuava a fazer-lhe companhia. Numa tarde livre, foi até à biblioteca da Vila, onde buscou por volumes sobre reprodução humana e gravidez. Cogitou submeter-se a uma consulta médica com Sakura, entretanto, não se sentia preparada para dividir aquelas inseguranças com mais ninguém no momento. Queria saber o que estava fazendo de errado. Se, após suas pesquisas, julgasse que o problema era mais grave do que esperava, aí então buscaria ajuda médica. Nenhum de seus amigos ou família mereciam se preocupar com ela em vão. 

Estudou sobre o ciclo menstrual e o período fértil, alimentação mais indicada para promover uma melhor saúde dos ovários, todos os tipos de dicas e manobras que poderiam favorecer o aumento da fertilidade masculina e feminina. Passou horas no prédio, esquecida da hora. Quando finalmente consultou um relógio, sobressaltou-se, saindo às pressas, de volta para casa. Chegou poucos minutos antes de Naruto.

— Tadaima! — O ninja descalçou as sandálias e entrou no recinto, aproximando-se de Hinata e beijando o topo de sua cabeça. — Tudo bem, Hime?

Hinata, que acabara de pôr um avental para preparar o jantar, respondeu.

— Tudo, querido. O jantar vai atrasar um pouquinho hoje. Perdi um pouco a noção do tempo.

— Tudo bem. Vou tomar banho. 

— Ok.


Durante o jantar, Naruto perguntou como havia sido o dia da kunoichi e ela, por algum motivo sobre o qual não queria refletir muito, omitiu a visita à biblioteca. Teria que explicar o que buscava, algo que estava fora de cogitação naquele momento. Aquela tarde havia reavivado seu ânimo e ela sentia-se preparada para tentar novamente. Iria tomar todos os cuidados, seguir todas as recomendações que retirara dos livros, readequar a dieta de ambos. Deu um sorriso triunfante, arrancando outro de Naruto, que a observou, com curiosidade.

— O que foi, Hime? Você ficou tão sorridente de repente… No que está pensando?

— Pensando que meus hormônios me deixaram um pouco pra baixo, mas estou bem melhor agora, com saudades.

Desde o dia do banheiro, Naruto tinha se mantido afastado. Mesmo após os dias de sangramento, ele continuava receoso de aproximar-se e forçar alguma situação indesejada a Hinata. Era a primeira vez que estavam passando por algo assim, então ele não sabia muito bem como lidar. Hinata parecia um pouco introspectiva, o que o alarmava um pouco, mas no fim, sempre sorria de maneira estonteante, tranquilizando-o.

— Fico muito feliz de ouvir isso. Se eu tivesse o poder de nocautear esses seus hormônios intrometidos, com certeza o faria.


Naquela noite, Hinata deu início àquela nova fase, na qual levaria a sério o objetivo de engravidar. Se amaram algumas vezes, tranquilizando Naruto de que tudo voltara à normalidade. 

Utilizando os últimos aprendizados, a Uzumaki fez contas e descobriu as datas de seu período fértil naquele mês. Por azar, conseguiria passar com o marido apenas o último dia do período, pois ele acompanharia o Rokudaime em compromissos diplomáticos, retornando para a aldeia apenas na véspera do fim.

Quando o Uzumaki pôs os pés em casa, uma Hinata com bochechas rosadas que combinavam perfeitamente com a curta camisola rendada que usava, na mesma cor, o interpelou, na entrada. Pasmo, Naruto admirou as curvas perfeitas, bem delineadas pelo tecido justo e o decote profundo que revelava boa parte dos montes de alabastro, tão atraentes. Ele estava cansado da longa viagem, mas seu corpo reagiu como um honrado guerreiro que não foge à luta.

— Seja bem vindo. — Hinata pulou em seu colo, entrelaçando as pernas ao redor da sua cintura. 

Estava embaraçada, mas não perderia um minuto do precioso dia. E também seu corpo sentia a falta do corpo de Naruto. Seus músculos rígidos e o peso dele sobre si. Afora o fato de estar no período fértil, o que fazia seus músculos vaginais contraírem-se só de ver o olhar escandaloso do loiro em seu decote.

Foi uma noite longa e de trabalho árduo para o Uzumaki. Após as duas primeiras vezes, seu corpo havia protestado, lembrando-o da fadiga da viagem, no entanto, Hinata parecia possuída, beijando-o em todos os lugares e acariciando-o de muitas maneiras que o levavam à loucura. Ela estava muito disposta e mal descansava entre um orgasmo e outro, seus olhos transmitiam uma determinação que o impressionava e excitava.


~◇~


Hinata estava fazendo o máximo para conter sua ansiedade. Sua menstruação devia ter vindo no dia anterior, mas, até então, não dera as caras. Passou o dia com a cabeça nas nuvens, rindo à toa. 

Ela não queria se precipitar, então aguardou um pouco mais. No quinto dia de atraso, decidiu ir até uma farmácia e comprar um teste de gravidez. Procurou discretamente pelas gôndolas, até encontrar o que buscava. Pegou alguns outros produtos supérfluos, na tentativa de disfarçar o produto, o que não adiantou muito, pois, quando a funcionária passou a caixa no leitor de código de barras, encarou-a, dando um amplo sorriso.

Hinata saiu dali com o coração aos pulos, ansiosa por chegar em casa. Teve de conter-se para não correr o restante do caminho. O rosto pasmo de Naruto não saia de sua mente e ela sorria, boba. Assim que atravessou o batente da porta de entrada, foi até o banheiro, aos tropeços. Agora ela ria, em alto e bom som, imaginando o susto e deleite do esposo. Leu as instruções e pegou o potinho, no qual deveria coletar um pouco de urina. Suas mãos tremiam, já não sabia se ria de divertimento ou de nervoso. Levantou a saia e baixou a calcinha às pressas. Seu riso foi interrompido abruptamente. 

Ali, na peça íntima, jazia uma enorme poça de sangue. Branca como papel, Hinata sentiu seu estômago despencar três andares. Não, não, não! O desamparo a paralisou ali por longos minutos. O que estava acontecendo? Ela não entendia. Sua menstruação, sempre pontual, havia atrasado cinco dias. Cinco longos dias! Cinco dias nos quais ela permitiu-se sonhar. Imaginar um rostinho. Roupinhas. Um quarto decorado em tons pastéis com um berço no centro. E agora, isso? 

Não querendo render-se fácil, Hinata higienizou-se, postou o pequeno pote próximo à sua entrada e urinou. Mergulhou a pequena haste ali e aguardou o tempo aconselhado, com as mãos sobre os olhos, tentando acalmar-se, tentando pensar que existiam mulheres que sangravam, mesmo gestantes.

Perdeu a noção do tempo que passou na mesma posição. Precisou reunir coragem das profundezas do seu ser para movimentar-se e encarar a realidade. Ali, naquele teste, havia apenas um tracinho. Queria estar enganada, mas ela sabia o que aquilo significava. Leu as instruções mais uma vez, apenas por desencargo de consciência.

A realidade a atingiu como uma katana afiada, bem no meio do estômago. O choro veio como uma avalanche. Soluços escandalosos tomaram o ambiente e Hinata parecia viver uma experiência extracorpórea, mal se reconhecendo ali. As lágrimas copiosas encharcaram seu rosto e molharam sua blusa. O som dos soluços preencheram o ar.

Passados longos minutos, a Uzumaki conseguiu controlar-se. Dentro de uma hora, Naruto estaria vindo da Academia para casa, para almoçar. Ela não teria a mínima estrutura para encará-lo naquele momento e fingir que estava tudo bem. Pegou o telefone e discou o número da diretoria.

— Academia Ninja de Konohagure, diretoria. Iruka falando.

— Iruka-sensei… É Hinata…

— Hinata! Ao que devo a honra? Aconteceu alguma coisa?

— N-não, só queria um favor… o Senhor poderia dar um recado ao Naruto?

— Se você quiser, posso pedir pra chamá-lo aqui. Aguarde só um minutinho.

— NÃO! Quer dizer, não precisa, ele deve estar no meio da aula, não é nada importante… Prefiro que o Senhor dê o recado mesmo.

— Tudo bem, pode falar.

— Diga a ele pra almoçar no Ichiraku. Estou um pouco indisposta, coisa de mulher, mas já tomei remédio, fale pra ele, caso fique preocupado. Só quero descansar um pouco mesmo.

— Ok, Hinata. Mas você tem certeza que está tudo bem mesmo?

— Sim. — Hinata colocou o máximo possível de firmeza na voz. — Só preciso descansar pro remédio fazer efeito completo, mas já estou me sentindo bem melhor. — Mentiu.


Notas Finais


Foi com dor no coração que escrevi esse cap. Era pra ter sido publicado antes, mas foi difícil. Embora adore ler drama, tenho dificuldade de escrever o gênero, ainda mais tratando-se desse casal, que considero meu cristalzinho. Não fiquei muito satisfeita com o resultado, mas foi necessário. Nem tudo são flores.
Agradeço, novamente, pelo carinho, comentários e favoritos. Vcs moram em meu coração.


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