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História Aquela Que Me Inspira - Esquina do Senin


Escrita por: RavenaAilee

Notas do Autor


Mais um e rapidinho...
Como eu disse, é uma fic mais curtinha
Perdoe meus erros e bora para a leitura
Qual referencia marcada com um * estará nas N/F.

Capítulo 3 - Esquina do Senin


   

  Hinata tinha passado o restante do dia ajudando seu primo Neji no parto da égua, e por volta das cinco da tarde Mel dera a luz ao pequeno poldro de cor preta e carinhosamente batizado de Marshmlow por conta de uma única mancha branca no focinho.

      Já com o banho tomado Hinata resolveu ir tocar um pouco de violino no seu quarto. Era seu momento de descanso e de calmaria, apesar de há muito tempo não compor nada inspirador. Tocando de frente a janela, qualquer som poderia sair algo conhecido ou não, era esse o seu momento. Sem perceber, a melodia lhe trouxe imagens que a muito ela tentava esquecer, tudo estava ali diante de seus olhos e ouvidos, a sua ultima inspiração, seu ultimo som, seu ultimo anseio.

       Bufou frustrada com as lágrimas que ainda teimavam em rolar por seu rosto delicado.

-Por quê? –Fez essa pergunta pela milésima vez. Quando ia parar? Quando seguiria em frente? Quando abandonaria a amargura que se apossou de seu coração?

        Perguntas como essas vinham vez ou outra, quando as memórias surgiam para lhe atormentar. Quando se olhava no espelho e não via mais a artista que fora um dia.

-Hina, posso entrar? –Ouviu a voz de Tenten batendo na porta e tratou logo de limpar o rosto.

-Só um instante... –Segurou o violino com firmeza e continuou a tocar. –Pode entrar. –Ouviu o clique da maçaneta quando a namorada de seu primo passou pela porta.

-Vim saber sobre o parto da Mel, tive uma emergência e não deu para vir mais cedo.

-Ocorreu tudo bem... –Ela parou de tocar notas aleatórias e encarou a amiga.

-Eu vi o filhote, já o examinei e passei todas as instruções para o Neji.

-Obrigada Tenten...-Sorriu docemente.

-Mas eu vim para fazer uma pergunta para você e não aceito não de volta.

-Se estiver ao meu alcance...

-É claro que está! Bem, hoje é o aniversário do Jiraya e...

-Não... –Respondeu antes mesmo de Tenten terminar de falar.

-Mas Hina...

-Você sabe que onde Jiraya está, ele também está... E ela...

-Hina...

-Por favor, Tenten, pelos nossos anos de amizade não tente me convencer.

-Hinata meu bem, já se foram três anos! Está na hora de seguir.

-E estou seguindo! Na minha paz, no meu lugar. Eu não quero passar por aquilo de novo, a dor, a angustia, a vergonha. Olha o que me sobrou Tenten? Veja o que sou, o que sobrou de mim é isso, e eu não posso perder. Por que eu sei que assim que por os olhos sobre eles tudo vai desabar e não sobrará nada... –Pegou o violino e o colocou sobre a cama de casal.

-Eu entendo, mas, bem... Aqui está o horário... –Deixou um papel próximo ao violino –Se quiser ir será bem vinda. Eu desejo de verdade amiga, que você volte a ser aquela luz que iluminava toda Harper. –E saiu.

    Hinata se manteve em pé encarando aquele papel. Não seria bom, na verdade seria muito ruim ir a essa festa. Mas há quanto tempo não se juntava com amigos para beber, cantar no Karaokê, trocar passos de dança dos quais ela sabia pouco, mas lembrava do quanto era divertido.

-Não! Não posso cair na da Tenten, não preciso sair posso ficar em casa sozinha, é melhor.

    Ignorou aquele pedaço e o jogou para debaixo da cama, guardou o violino e se deitou a fim de dormir e não acordar tão cedo. E assim conseguiu.

 

                                                                                                  ***

        Sasuke acordou com o gosto ruim na boca por conta das várias horas de sono, e não lembrava em que momento cochilou, só sabia que estava vendo o novo coelho de Aymi quando ele começou a ficar sonolento daí não lembrava muito como veio parar do pequeno cercado do animal, para seu pequeno quarto nada luxuoso na casa da família Uchiha.

         Levantou cambaleante indo ao também pequeno banheiro que possuía em anexo ao quarto, ele ficara muito feliz por poder se limitar aquele espaço, não precisaria ficar transitando pela casa, exceto se fosse para brincar com Aymi.

-Você está uma droga... –Falou olhando para o próprio reflexo refletido no box.

         Retirou a roupa por completo e começou a tomar banho, seus luxos de cantor ainda poderiam ser mantido através dos produtos caros que Kakashi organizou em sua mala. De banho tomado, fez a barba, nem lembrava mais quando fora a ultima vez que ele mesmo fizera tal ato. Enquanto saia do banheiro enrolado em uma toalha pode ouvir Itachi bater na porta.

-Entre... –Ele enxugava o cabelo enquanto o irmão entrava no quarto.

-Você pegou no sono muito fácil, veio quase batendo nas paredes de tanto que cochilava.

-Acho que foram os remédios que me deram, talvez ainda estão em meu organismo...

-Bom, vim dizer que você se arrume que você vem comigo e a Konan no aniversario de um amigo.

-Nem morto... –Vestiu a cueca ali mesmo na frente do irmão, que se assustou com a atitude, mas somente verificou se a porta estava realmente trancada.

-Ahh você vai sim, já chamamos uma babá para Aymi e prometi para Kakashi que ti tiraria de casa.

-Me diz o que eu vou fazer em um lugar que não conheço ninguém?

-Sasuke você precisa sair da bolha, conhecer gente diferente. Quem sabe você conhece a mulher da sua vida em Harper?

-Deus me livre! Dessa loucura só você sofre. –Vestiu uma calça jeans e uma blusa preta lisa com uma jaqueta de couro por cima. –Mas você pode me deixar em uma lanchonete qualquer, estou morrendo por um sanduiche. S é que aqui existe uma lanchonete descente...

-E como você pretende voltar?

-Quando estávamos vindos para cá eu vi um desses Motéis de beira de estrada, posso alugar um quarto e depois você vai me pegar ou...

-Ou que?

-Eu sei que você tem a velha Harley em algum celeiro...

-Nem pensar! Eu não vou deixar você pilotar uma moto, principalmente a minha!

-Qual é Itachi? Eu vou e prometo que volto...

-Negativo! Você em cima daquela moto e o dinheiro que Kakashi lhe entregou, é capaz de atravessar esse deserto até Dallas e sabe lá Deus quando volta. Se ARRUME E VOCE VAI COMIGO AGORA!

-EU NÃO VOU!

-Se você for, deixo você pilotar a Harley...

-Hum... –Sasuke ficou pensativo. Tudo que ele sempre quis foi andar naquela moto, desde que ele se entendia por gente aquela Harley trouxe momentos felizes com seu irmão. Sempre pode comprar uma moto igual, mas não era AQUELA. Pensou se valeria a apena passar um momento no meio de um bando de caipiras se caso ele pudesse uma vez sentar naquele banco, pilotar por um caminho deserto, sentir o vento em seu rosto, ter aquele momento de paz diferente de todos os dias que vinha tendo nos últimos anos. Sim. Ela valera a pena.

-Iai? É pegar ou largar.

-Eu aceito. –Itachi riu debochado, ele tinha certeza que Sasuke faria qualquer coisa para andar na sua velha Harley. Ela era especial e o mais novo sempre a quis desde que tinha dez anos. Ele se lembrava dos olhinhos negros em breu que seu irmãozinho tinha e o quanto eles se iluminavam quando ele subia na moto e brincava que estava a toda velocidade. O Sasuke de dez anos não era nem uma mínima lembrança naquele homem de vinte e seis anos.

-Então termine de se arrumar, vamos ficar esperando. –Saiu deixando o mais novo no quarto sozinho. E Sasuke já se sentia mais animado, poderia ter um momento de paz, só teria que aguentar as músicas ruins e os caipiras por algumas horas, nada poderia mudar os seus planos para o outro dia. Nada mesmo...

                                                                                               ***

 

        Hinata já estava há meia hora dentro de sua camionete do outro lado da rua onde ela podia ver as luzes e a movimentação dentro do bar de nome estranho. Esquina do Sennin é um bar estranhamente controverso. Primeiro não era em uma esquina, segundo tinha decorações alegres como um Dinner e em terceiro a musicalidade no ambiente era feita tipicamente de country, o que chegava a ser comum em uma cidade como Harper.

        E lá na frente estava ela observando todo passante que entrava naquele ambiente tão intimamente conhecido, e cada pessoa que entrava seu coração pulava uma batida. Já tinha visto Lee empurrando a cadeira de rodas de Guy. Ela se lembrava do primo falar sobre um acidente de carro que deixara o antigo soldado de cadeiras de rodas. Viu também quando Konan, Itachi e outro homem descer do carro e entrar. Imaginou que o homem de andar desleixado e boné enterrado na cabeça devia ser o tal cunhado.

          Respirou fundo, encostou a cabeça no volante de olhos fechados.

-Vamos Hinata! Você consegue... –Falou para si. Respirou fundo mais uma vez e saiu do carro antes que desistisse. Travou o carro e olhando para seu reflexo no carro ao lado pode se analisar. Estava mais magra do que de costume, o rosto estava mais afilado e as maçãs do rosto estavam menos corada. De resto era a mesma. A roupa era menos parecida com seu antigo estilo de menina doce, e mais lembrava uma amazona ou peoa. Calça jeans cintura alta e colada, uma camiseta branca e uma jaqueta caramelo, nos pés uma bota texana cano longo e salto levemente alto. Estava bonita, sexy até. Nos rosto uma maquiagem leve, e os cabelos preso em um rabo de cavalo alto.

-Hinata? –Ela ainda se analisava quando ouviu a voz de Ino. Loira, alta e bela, Ino fora sua amiga no colegial e na época que tudo desandou fora uma das poucas pessoas que não zombaram de sua situação, pelo contrario, cortara ligações que ela tivera a vida inteira, só por não concordar com certas atitudes.

-Oi Ino... –Sorriu simpática enquanto atravessava a rua.

-Meu Deus! Eu não acredito que você veio! –Abraçou a amiga.

-Tenten insistiu.

-E fez bem. Todo mundo vai ficar feliz, você está sempre ocupada e nunca tem tempo para uma saída.

-Como anda o pequeno Inoji? –Mudou de assunto com medo do rumo que poderia dá a conversa. Tinha decidido que tentaria dominar nas conversas caso alguém perguntasse sobre sua vida, assim evitaria constrangimento de ambas as partes.

-Ahh ele anda tão esperto! Hoje é a primeira vez que nós saímos desde que ele nasceu e está sendo uma dor no peito deixa-lo com a babá.

-Hum, mas vocês precisam de um tempo para vocês não é? Vi o Sai indo fazer uma entrega na escola esses dias, e ele parecia bem cansado.

-E está! O coitado está se dividindo entre o gabinete de polícia e me ajudar na floricultura, por conta do Inojin que requer uma atenção maior.

-Desejo que vocês consigam se organizar. –Sorriu simpática passando todas as boas vibrações que ela desejava para a amiga.

-Vamos entrar? A meia-noite Jiraya vai fazer uma surpresa.

-Surpresa! Ele é o aniversariante né não?

-Mas você o conhece né, aquele velho tarado sempre tem algo em mente... –A loira saiu puxando Hinata para dentro, quando passaram pelas portas a prova de som, o ambiente estava como ela sempre lembrava, exceto que dessa vez o ambiente estava, mas escuro e luzes piscavam coloridas sobe o pequeno palco onde uma picape de som comandada por Kankuro tocava as musicas preferidas do velho dono do bar, todas eram country de raiz, sons entre os anos 80’s e 00’s. Mesas se espalhavam ao redor do lugar deixando um espaço grande o suficiente para as pessoas dançarem. As mesas não eram tão bem visíveis assim, então ela precisava forçar bem a vista para enxergar um rosto ou outro.

        Ino a levou para a mesa em que Sai dividia com Shikamaru, secretário do prefeito e sua esposa Temari que também era professora na escola em que Hinata trabalhava. Gaara, irmão de Temari chegava à mesa com muitas cervejas num balde.

-Hinata? Eu não acredito nos meus olhos! –Temari saltou da mesa indo cumprimentar a Hyuuga.

-Oi Temari. –Ela se aproximou do ouvido da mulher para ela escutar melhor.

-Ei Hinata! –Gaara a abraçou por trás antes mesmo que ela se virasse e a girou. Ela gritou de surpresa, mas quando ele a colocou no chão ele a virou de repente e beijou sua testa. –Quanto tempo eu não lhe vejo! –Falou com os lábios colados na testa dela, que corou fortemente.

-E-Eu não sabia que você tinha voltado.

-Minha pós já acabou... –Ele há soltou um pouco, mas ainda mantinha uma mão na cintura dela e passava a mão sobre os cabelos dela, para falar ao pé do ouvido. Eles continuaram lá conversando durante um tempo. Gaara tinha sido um namorico de curto tempo antes de seu ex, fora que seu primeiro beijo tinha sido com o ruivo, e sempre havia aquela intimidade excessiva, que antigamente poderia a incomodar, mas nos tempos atuais ela sabia que sempre fora a única com quem o Sabaku No tratava com intimidade.

-Ei Gaara deixa um pouquinho para os outros... –Shinno um dos melhores amigo de Hinata surgiu a arrancando de perto do ruivo que o encarou chateado.

-Qual é cara? Você a ver ela direto.

-Hum... –Apenas saiu a arrancando de perto. Shinno juntamente com Kiba sempre foram seus portos seguros, os protetores e principalmente os defensores. Os dois quase já foram presos por sua causa e ela sempre se sentia protegida com eles. Não era nada amoroso, era sempre amizade acima de qualquer coisa. –Por que não me avisou que vinha? –Shinno perguntou quando já estavam afastados do som e encostaram-se ao canto do balcão onde o Aburami pediu duas cervejas.

-Eu decidi de ultima hora... –Ela desviou o olhar tristonho, Shinno tinha a habilidade de identificar todos os sentimentos da Hyuuga.

-Você sabe que aquele idiota vai vir não é? –Ela confirmou com a cabeça –Eu não vou suportar lhe ver triste aqui e logo Kiba também vai chegar e você sabe que ele é mais descontrolado do que eu. Se algo lhe acontecer, isso vai virar uma merda grande.

-Por favor, controle-se e controle o Kiba. Eu vou ficar bem, vou beber, vou dançar, vou curtir e preciso que vocês façam tudo isso comigo. –Deu um beijo no rosto do Aburami rapidamente –Vamos beber? –Ela pegou uma das garrafas de cerveja e bebeu de um gole.

-EI! Não brindamos! Lembra o que Kurenai fala? Beber sem brindar é dez anos sem...

-TRANSAR! –Ela completou batendo de leve uma garrafa na outra.

         Assim ela começou sua noitada, bebendo com amigos e dançando, tudo na mais perfeita animação. Pessoas a cumprimentaram, homens a convidavam para dançar, Gaara até tentou chegar mais perto, mas ficara mais impossível quando Kiba, outro melhor amigo e veterinário na cidade, chegou e não largou mais a Hyuuga exceto quando deu meia noite e o aniversariante entrou todo pomposo em suas típicas camiseta de flanela, calça e bota. Um chapéu de cowboy branco sobre a cabeça. Jiraya subiu ao palco e começou os agradecimentos.

-Ai como vocês me fazem um velho feliz... –Ele olhava para todos, piscava e sorria ladino para todas as garotas possíveis. –Agradeço a presença de todos os meus amigos, companheiros de longa data nesse dia tão especial. Olha quantas moças lindas temos aqui!

-CUIDADO COM A TSUNADE! –Gritou alguém no meio da plateia e algumas pessoas abriram caminho para a mulher mais velha que estava no canto do palco com cara de pouco amigos.

-Ahh minha linda flor do deserto... –Ele sorriu de canto e estendeu a mão para a mulher que balançou a cabeça em negação, Hinata estava muito atrás e não viu muito do que se passava no palco. Apesar da relutância, Tsunade acabou subindo. –Vejam pessoal, não é a mulher mais linda desse mundo. Ela sabe que só tenho olhos para ela. -A mulher apenas girou os olhos entediados. –Durante muitos anos ela me dispensou me chutou e desdenhou do meu amor. Hoje eu completo cinquenta e cinco anos e a pouco menos de um ano ela resolveu me dá uma chance. –Tsunade começou a ficar apreensiva com aquela conversa, o encarava firme prestes a pular na garganta dele –Não posso dizer em palavras o quanto ela me fez feliz após dizer Sim, ao meu convite chulo de caipira, á um passeio simples e um jantar sem requintes. E hoje espero que mesmo com todos os meus defeitos, ela também possa dizer Sim ao meu pedido de casamento. –Todo mundo se surpreendeu e caiu em vivas quando homem se ajoelhou de frente a mulher que mesmo se fazendo de durona algumas lágrimas surgiram em seus belos olhos quando ele lhe pôs o anel de noivado no dedo. Um beijo simples foi dado quando ele ficou em pé novamente e logo voltou a pegar o microfone. –Como eu sou um excelente dançarino, convido a minha amada Tsu, para dançar comigo uma música que não tem nada a ver com o momento, mas eu sei que ela adora e tem um significado especial para nós dois.

         O homem desceu e ajudou a mulher a ir para o centro da multidão que se espalhou fazendo um circulo. Hinata podia vê-los melhor agora, percebeu tardiamente Kiba subir ao palco e se sentar no banco atrás da bateria, Neji estava no violão e Tenten no microfone e um pandeiro na mão.

-Gostaria de desejar o meu enorme parabéns para esse casal que já estava mais do que na hora de se resolver. –Tenten falava enquanto regulava a altura do microfone. –Sei que estavam loucos para me ouvir cantar, mas existe alguém hoje que tem a voz bem melhor do que eu. –As pessoas gritavam e assobiavam. –Gostaria de convidar ao palco, a luz de toda Harper e o passarinho mais cantante de nossa cidade. Sobe aqui Hinata.

          A Hyuuga travou e quase engasgou com a cerveja que bebia. Tudo ficara em câmera lenta, Tenten lhe chamava, as pessoas gritavam e a puxavam, Shinno até tentara segurar seu braço, mas alguém o impediu. Hinata não ouvia nada, mesmo vendo toda aquela agitação, tudo parecia calmo e estranhamente familiar e ao mesmo tempo conturbador. Seus pés tocaram o palco e tudo girava. Pensou que podia ser a bebida lhe pregando uma peça, mas quando o microfone foi colocado em sua mão sua cabeça deu um clique e tudo voltou a funcionar como antes, os gritos ensurdecedores, o casal que esperava ansioso no centro do salão, os muitos rostos conhecidos surgiam no meio da multidão e a voz de Kiba se fez presente.

-Tenten não! Fala para ela Neji... –Kiba rosnava baixo tentando disfarçar.

-Tenten! –Neji tentava, mas todos já estavam meio altos, nada adiantaria, nada pararia a Mitsashi e sua ideia de fazer Hinata cantar. Logo ela tão tímida e nervosa.

-Hinata desce... Você não vai cantar... –Kiba cochichou no ouvido da amiga ao mesmo tempo em que o nome de Hinata ecoava por todas as vozes presentes.

-Não seja estraga prazeres Kiba! Hum! –Neji tentava segurar o animo da namorada. Hinata por sua vez compreendia que Tenten devia mesmo está bêbada, em sã consciência ela jamais colocaria a amiga para cantar aquela música que surgiu em suas mãos o papel com a letra.

            Hinata tremou mais ainda quando leu o título. Ela não precisaria do papel para cantar a letra perfeitamente da canção de Dolly Parton. A Hyuuga odiava aquela música com todas as suas forças. Como Jiraya e Tsunade gostavam daquela música? A cabeça dela se torturava em segundos que pareciam uma eternidade. Olhou para o caos que estava os três atrás de si brigando por uma coisa que dois deles acreditavam ser incapaz para ela. Respirou fundo e prendeu o microfone no cachimbo do pedestal, sorriu nervosa para algumas pessoas que já se questionavam o que era aquela confusão no palco. Seria sua ultima música cantada, a última depois de anos sem fazer isso. Respirou fundo e começou sem esperar o acompanhamento de ninguém ela começou.

                                                                                         *  Jolene *

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene

Estou implorando pra você, por favor, não tome o meu homem

 

(O silencio se fez presente enquanto o casal bailava em meio às pessoas, instantaneamente os três que brigavam olhavam surpresos para Hinata, mas cada um foi para seu lugar e começou a acompanha-la)

 

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene

Por favor, não tome apenas porque você pode

 

(Hinata fechava os olhos tão fortes, e desejava com todas as forças que tudo acabasse num piscar de olhos, a maioria das pessoas estavam focadas no casal, algumas outras pessoas começaram a dançar também, mas outros estavam concentrados nela)

 

Sua beleza é incomparável

Com flamejantes fios cacheados de cabelo castanho avermelhado

Com pele de marfim e os olhos verde esmeralda

Seu sorriso é como um sopro de Primavera

Sua voz é macia como chuva de verão

E eu não posso competir com você, Jolene

 

(Abriu os olhos e lá estavam eles, aqueles que a colocaram em três anos de letargia ao mundo. Será que Deus lhe pregava uma peça nesse momento? Os olhos ardiam e ela podia contar cada passo que somente ele deu em direção ao palco)

 

Ele fala de você enquanto dorme

E eu não posso evitar de chorar

quando ele chama o seu nome, Jolene

E posso compreender facilmente

Como você poderia facilmente levar o meu homem

Mas você não sabe o que ele significa para mim, Jolene

 

(Não venha! –Gritava seu coração, ela colocou sua alma ali naquelas estrofes, e encarou seu maior medo. ELA. Aquela mulher, aquela que lhe tirara tudo! Sua felicidade, seu futuro, sua inspiração...)

 

 

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene

Estou implorando pra você, por favor, não tome o meu homem

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene

Por favor, não tome apenas porque você pode

 

(As lágrimas queriam sair, mas continuou colocando seu coração ali, para todos verem, ela seria novamente o assunto da pequena cidade. Seria aquela que nunca superou, a eterna amargurada. E enquanto seus olhos acinzentados encaravam a mulher de olhos esmeraldinos, ELE se aproximava cada vez mais. Shinno o interceptou no caminho, o caos estava cada vez mais próximo, mas ainda tinha o gran finale)

 

Você poderia ter sua escolha dos homens

Mas eu nunca poderia amar novamente

Ele é o único para mim, Jolene

Eu tinha que ter esta conversa com você

Minha felicidade depende de você

E de qualquer coisa que você decida fazer, Jolene

 

(Aquele final não fazia sentido. Sua Jolene se chamava Sakura Haruno, não possuía cabelos avermelhados e sim rosados, tinha os mais belos olhos verdes e em suas mãos aquele que já fora o melhor noivo do mundo: Naruto Uzumaki. Não dependia de mais ninguém para permanecer ao lado da Hyuuga e seu coração já não era mais dela, se é que fora um dia)

 

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene

Estou implorando pra você, por favor, não tome o meu homem

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene

Por favor, não tome, embora você possa.

Jolene, Jolene

 

         Muitas palmas foram ouvidas, Hinata sentiu as mãos de Kiba em seus ombros, mas ela dispensou a pena, agradeceu engolindo o choro. Em uma contagem regressiva interna começou pelo número vinte. Era a contagem de passos até a porta. E lá se fora ela apressada, passando pelas pessoas que estavam lá para felicitar o mais novo noivado da cidade. Lá está a porta, alguém a segura meio aberta, quem é pouco importava, ela apenas queria passar por ali e ir embora.

          Esse era o fim de seu espetáculo, o ultimo suspiro da Julieta que fora um dia.


Notas Finais




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