História Aquelas garotas - Romance Lésbico (Primeira Temporada) - Capítulo 1

*****Max*****

Desço as escadas do internato as pressas, pelo visto eu sou umas das últimas a chegar no grande salão pois ele já estava praticamente lotado com todos em pé de um lado e do outro deixando um enorme vão das portas fechadas da entrada até o palco onde a diretora e a equipe gestora fazem as apresentações.

- E aí? Qual a boa nova? (Perguntei me aproximando da minha tropa que havia deixado um espaço para mim e ficamos todos bem na frente do vão junto com os outros alunos).

- Sei que é nova, agora se é boa não sei. (Nattasha falou ao lado de Will).

- Ah não amor, mau a garota chegou e já tá de implicância com ela. (Will falou para ela que apenas deu ombros).

- Só quero saber se ela é gostosa. (Meghan falou arrumando sua inseparável touca moletom laranja cabelo e eu ri).

- Pode tirando os olhos que ela já é minha. (Falei maliciosa).

Meghan assim como eu é lésbica, os únicos heteros do nosso grupo é meu melhor amigo Will que namora com minha amiga Nattasha, e Kenah que é hetero também mas está solteira. Apesar de o meu gaydar apitar perto dela mas a mesma nunca falou nada sobre homossexualidade comigo apesar de sermos melhores amigas.

- Caramba Max, tu quer tudo para ti. Bixa egoísta. (Meghan bufou e eu dei de ombros rindo debochada).

- Puta que pariu, mau a garota chegou e vocês já estão disputando ela. (Kenah finalmente falou estando ao lado de Meghan).

Quando eu abri a boca para responder a professora que estava a nossa frente nos interrompeu.

- Silêncio, mostrem educação. (Ela falou séria e nós nos calamos).

Não sou de acatar ordens tão fáceis assim mas não estou afim de briga por hoje, estou curiosa com a chegada da novata. Será que ela bonita? Porque entrou no internato só agora no meio do semestre? Conheço tudo aqui, e sei como é difícil conseguir vaga nessa época do ano.

Então as portas se abrirem e a diretora começa a andar juntamente com um casal atrás dela, conheço bem esses sorrisos forçados de pais que odeiam ter que vir a um internato, é a mesma cara que meus pais fazem quando tem que vir aqui porque eu aprontei algo. A diretora sorria simpática como sempre e apesar de ser uma pessoa rígida ela é sempre muito legal conosco, megera mesmo é a nossa supervisora que graças aos céus está de folga hoje.

Tenho que me segurar para meu queixo simplesmente não dispensar, andando atrás do casal está uma das garotas mais linda que já vi, acho que talvez a mais bonita. Ela andava de cabeça baixa, parecia triste, talvez decepcionada e eu não lhe julgaria, ninguém fica feliz ao saber que passará a viver seus dias infurnada nesse lugar. Até mesmo eu que vivo aqui desde meus 12 anos e já estou acostumada, as vezes me sinto sufocada. Mas ela era linda, seu estilo me chamou muito atenção, suas roupas e principalmente seu cabelo que era azul.

- E aí Max, te agradou? (Will sussurrou para mim malicioso).

- Demais. (Respondi maliciosa rindo de lado e voltei a me concentrar na novata).

- Silêncio por favor. (Disse a diretora já no palco com, provalmente, os pais da novata e a própria novata). - Tenho o prazer de apresentar apresentar a vocês sua nova colega de colégio, essa Julie Christie. Ela passará a estudar aqui e esses são seus pais Peter e Ruana Christie. (A diretora falou). - Repassarei umas últimas informações a eles mas antes quero que já dêem as boas vindas a nova colega de vocês. (Ela falou e tínhamos que cumprir o protocolo de boas vindas).

- Seja bem vinda, Julie. (Todos nos alunos falamos bem alto como em um enorme coral como sempre fazíamos na chegada de um novo aluno).

A coitada da Julie parece ter ficado envergonhado e apenas abaixou a cabeça, não era para menos. Odeio essa exposição de boas vindas, não é atoa que quando foi a minha primeira vez aqui com 12 anos eu dei o dedo do meio para todo mundo. Sim, sempre fui muito afrontosa.

- Gatinha você em, Julie. (Ouvi um garoto gritar do outro lado do grande salão).

Era Rubens, um babaca que se acha o machão do internato.

- Deixa de ser babaca, Rubens. (Grito de volta sorrindo debochado cruzando os braços e vi ele fechar a cara ao ouvir todos gritaram um "Uhhh!").

Rubens chegou aqui uns dois anos depois que eu entrei e nossos santos não batem desde a época que ele tentou da em cima de mim e eu dei uma joelhada do amiguinho dele.

- Controlem-se por favor! (A diretora interviu séria). - Agora todos para seus quartos que em breve levarei Julie ao dela. (Completou e todos os alunos começaram a se dispersar).

- Se ela ficar no nosso quarto espero que ela seja gente boa, ou vou asfixiar ela com o travesseiro. (Nattasha falou enquanto estávamos saindo do salão e todos gargalhamos).

- Larga de ser besta, ainda nem conhecemos a garota. Ela tem cara de ser mó da hora. (Kenah falou e eu concordei com a cabeça).

- Vamos para o quarto ouvir uma música e tomar uns refrigerantes? (Meghan perguntou).

Na verdade, bebemos cervejas e bebidas quentes mas somente a noite quando não tem risco de alguém nos ver.

- Partiu, eu vou também. (Will falou colocando o braço ao redor do pescoço de Nattasha).

E andamos até nosso quarto no dormitório das meninos onde os meninos podiam ficar apenas durante a noite, mas essa regra não valia de nada. Já teve até garota que saiu grávida daqui.

Mas o rosto de Julie não saía da minha cabeça e estou torcendo para que ela fique no nosso quarto.

[...]

*****Julie****

- O histórico escolar da sua filha é excelente, não tínhamos como recusa-lá em nossa unidade. (A diretora Amanda do internato falou para meus pais).

E eu bufei entediada de tanta formalidade e enrolação, estáva sentada em um sofá na sala da direção desse lugar enquanto meus pais conversávam com diretora sentados com ela em sua mesa.

- Nós que agradecemos, precisávamos colocar em um internato urgentemente. (Papai falou).

Esse "urgentemente" me deu vontade levantar e ir bufar na cara dele para ele perceber o quanto aquilo era chato e antiquado.

- Urgentemente? Algum problema? (A diretora perguntou preocupada).

- Não, apenas indisciplina mas nada que não mudará com um castigo. (Mamãe explicou e olhou para mim que na mesma hora revirei os olhos para ela).

- Sendo assim, tenho a certeza que nossa equipe fará o melhor possível por sua filha. (A diretora Amanda se levantou da mesa estendendo a mão a eles).

- Temos a certeza disso. (Papai falou e eles apertaram as mãos).

- Agora se despessam dela que eu irei mostra-lá seu quarto que dividirá com seus colegas. (Amanda falou).

Affs, já não basta ficar nesse lugar ainda que dividir quarto com outras pessoas que nem conheço. Sou filha única, nunca dividi nada com ninguém que não fosse meus amigos.

- Fica bem tá. (Papai falou passando a mão no meu cabelo e eu virei o rosto).

- Juízo. (Apenas ouvi a voz de minha mãe sem me dá ao luxo de olhar para ela e ouvi a voz da sala bater com eles saindo).

Ainda estou muito magoada com essa atitude totalmente preconceituosa deles de me trancar nesse lugar só porque descobriram que eu sou lésbica.

- Vamos lá conhecer seu novo quarto, Julie. (Amanda falou e eu bufei me levantando do sofá com minha mochila nas costas e minha maleta de maquiagem nas mãos).

Não falei nada e saímos da sala, comecei a segui-lá por uma série de corredores enquanto um homem talvez um dos seguranças daqui trazia minha malas, aqui tudo tem um ar meio rústico e meio antigo mas é até bonito se eu não considerasse uma prisão para mim. Depois de subir algumas escadas entramos em um corredor repleto de portas de dormitórios e seguimos até a última porta do corredor onde pude ouvir os gritos e gargalhadas animadas de longe junto com a música alta, pelos menos meu quarto é animado. Isso pode ser uma salvação ou um suplício.

Então a diretora bate na porta e eu vejo a meus olhos se arregalaram e minhas bochechas coram ao olhar para a garota que abriu a porta para nós. Meu Deus, que gostosa do caralho.

Continua...