POV SHAY
Quando Amy me explicou mais ou menos o motivo de Rose ter sumido, eu fui direto para sua casa. Quando cheguei, ela me explicou melhor o que havia acontecido e me disse que Rose estava no quarto, dormindo.
Abro a porta e vejo Rose dormindo tranquilamente, caminho com cuidado até a cama e me deito ao seu lado, abraçando-a. Ela acaba acordando e eu pude ver como ela estava triste, o que fez com que meu coração se apertasse. Vê-la assim, toda tristinha é de partir meu coração.
Posso imaginar como dever está sendo difícil para ela. Não deve ser fácil, depois de ficar casada por tanto tempo com alguém, descobrir que essa pessoa é totalmente diferente do que a gente imaginava.
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Acordei e Rose ainda não havia acordado, levantei devagar para não acorda-la, e fui ao banheiro, fazer minha higiene matinal. Assim que termino, desço e encontro com Amy na cozinha, tomando café.
- Bom dia. – Me sento na cadeira a sua frente.
- Bom dia. – Diz me entregando uma xicara de café. – Ela ainda está dormindo? – Afirmo com uma aceno, enquanto tomava um gole do café.
- Amy... – Espero ela me olhar. – Quando acordei, notei algumas marcas no braço dela. Você acha que ele pode ter a machucado?
- Marcas? Ontem não reparei em nada disso. – Diz pensativa.
- É, e tipo... – Dou uma pausa. – Não é a primeira vez que vejo isso no braço dela.
- Como assim? Aquele filho da mãe batia nela? – Amy me olha confusa e ao mesmo tempo com raiva.
- Não tenho certeza. Ela nunca me confirmou se foi ele, mas... – Paro de falar quando Rose entra na cozinha e se senta ao meu lado.
- Bom dia. – Diz pegando um pouco de café. – Pararam de falar quando eu cheguei por quê? – Eu e Amy trocamos olhares e depois olhamos para os braços de Rose.
- Bom dia, minha irmã. Você está melhor? – Amy muda de assunto, e pela cara que Rose fez, ela não gostou muito.
- Não muda de assunto, Amy. – Rose para de olhar para Amy e direciona seu olhar em mim. – Do quê vocês estavam falando?
- Já que você quer mesmo saber... – Rose volta olhar para Amy, que respira fundo e logo depois volta a falar. – Estávamos falando sobre essas marcas em seu braço.
Assim que Amy termina de falar, Rose passa a mão em seus braços e respira fundo.
- Rose... – Seguro de leve em sua mão que ainda estava em seu braço, e ela levanta seu olhar para me olhar nos olhos. – O que aconteceu ontem? Ele te machucou? – Ela respira fundo, olha para Amy e depois volta seu olhar para mim.
- A gente acabou perdendo o controle quando estávamos discutindo. – Da uma pausa. – Ele perdeu a cabeça e me pegou pelos braços, prendendo-me contra a parede.
- Não acredito nisso! – Amy se levanta, batendo com o punho na mesa, assustando eu e a Rose. – Eu vou matar aquele desgraçado! – Diz transtornada.
- Amy, calma. Não fala uma coisa dessas. – Rose se levanta e se aproxima de Amy.
- Calma? Como posso me acalmar, Rose? Esse idiota te agride, e você me pede calma? Você vai denuncia-lo, né? – Rose passa a mão em seu cabelo, e Amy a olha, confusa.
- Rose? – Me aproximo das duas, estranhando o comportamento de Rose. – Você não vai deixar isso passar, ou vai? Não é a primeira vez que ele faz isso com você. Não é possível que você não vá denuncia-lo. – Rose me olha e depois olha para Amy.
- Eu vou passar na advogada primeiro, e depois vou à delegacia. – Diz depois de um tempo em silencio, apenas nos olhando.
- Ótimo! Você quer que eu vá com você? – Amy pergunta.
- Não precisa. Você tem que ir trabalhar. Eu vou sozinha mesmo.
- Tem certeza? – Rose afirma com um aceno.
- Se quiser, eu vou com você, Rose. – Ela me direciona um sorriso fraco.
- Não precisa, meu bem. Você está cheia de serviço em sua empresa.
- Eu posso conversar com meu irmão, ele vai entender.
- Não se preocupe. Eu vou sozinha mesmo. – Ela sorrir fraco, e apesar de eu querer acompanha-la, respeito sua decisão.
- Tudo bem. Então eu vou indo, se não, irei me atrasar. – Amy pega sua bolsa que estava na cadeira ao lado da que ela estava sentada minutos atrás. – Qualquer coisa é só me ligar, tá bom? – Rose afirma com um aceno, e elas se abraçam. – Tchau, Shay. – Diz assim que se afasta de Rose e me abraça.
- Tchau, Amy. – Ela sorrir e sai da cozinha.
- Você contou a ela sobre as marcas de aquele dia, né?! – Volta se sentar e eu me sento ao seu lado.
- Desculpa, amor. Sei que havia prometido não contar para ela, mas fiquei bastante preocupada quando vi essas marcas novamente em você.
- Tudo bem. Sei que você só quer me ajudar. – Sorrir fraco e depois respira fundo.
- Quando você vai à advogada?
- Mais tarde. – Apoia o braço na mesa, sustentando a cabeça. – Minha vida tá uma bagunça.
- Ei... – Seguro em sua outra mão. – Vai ficar tudo bem. Estou com você, tá bom? – Ela sorrir fraco e eu lhe dou um beijo na bochecha.
- Obrigada, meu bem. – Faz carinho em minha mão. – Você é um anjo, sabia? – Abro um sorriso e ela me beija logo em seguida.
- Queria muito poder passar o dia todo ao seu lado, mas infelizmente, tenho que ir. Preciso passar em casa antes de ir para empresa. – Digo assim que nos separamos.
- Eu entendo. Não se preocupe, vou ficar bem. – Sorrir fraco.
- A gente se ver mais tarde? – Ela afirma com um aceno e me da um selinho. – Se cuida, tá bom?
- Você também. – Nos levantamos e ela me abraça forte.
Nos despedimos e eu fui para minha casa, trocar de roupa e pegar alguns materiais que irei precisar na empresa.
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O dia passou mais rápido do que imaginei, e já estava terminando o meu terceiro horário de aula. Ainda não encontrei com Rose pela faculdade, mas havia conversado com ela mais cedo por mensagem e ela disse que iria vir dar aulas hoje.
- Como a Rose está, Shay? – Ash pergunta enquanto saiamos da sala.
- Ela diz que está bem, né? Mas da pra ver que ela não está.
- Ela vai ficar bem. – Troian diz segurando de leve em meu ombro.
Fomos para a lanchonete, compramos algo para nós comer e depois fomos para o pátio. Como as mesas estavam todas ocupadas, fomos para uma área que era gramada e ficamos conversando enquanto lanchávamos.
- Meninas, irei procurar a Rose. A gente se ver depois. – Me levanto e vou em direção à sala dos professores onde Rose poderia estar.
Parei em frente à porta que estava aberta e fiquei admirando aquela mulher maravilhosa, conversando com outras professoras.
- Gente, como pode uma pessoa ser assim tão linda? Que sorriso maravilhoso, que mulher maravilhosa! – Penso comigo mesma.
Fico por não sei quanto tempo admirando minha querida professora, até que um dos professores me tira do meu transe e acabo me assustando.
- Precisa de alguma coisa, Senhorita Lautner? – Ele me olha desconfiado.
- Meu Deus, que susto! – Digo um pouco alto e coloco a mão no peito. – É... Não. Eu só queria...
- Senhorita Lautner? Algum problema? – Rose aparece atrás de mim, me interrompendo.
- Não, professora. Eu só queria conversar com a senhora sobre a matéria.
- Ah, sim, tudo bem. – Um silêncio constrangedor se forma entre nós, até que Rose direciona seu olhar mortal para o professor.
- Bom... Com licença, senhoritas. – Diz sorrindo igual a um idiota para Rose, e eu reviro os olhos.
Assim que o professor entrou na sala, fomos para uma área onde não havia muitas pessoas. Nos encostamos de lado na parede, ficando de frente uma para a outra, e acabo me perdendo em seus olhos por alguns segundos.
- O gato comeu sua língua, foi? – Abre aquele sorriso maravilhoso e levanta a sobrancelha. – Shay?
- Foi mal, viajei aqui. – Digo meio sem jeito e ela sorrir.
- Sei. – Sorrir de lado.
- Como você está?
- Estou melhor, meu bem. Não se preocupe.
- Você foi à delegacia com a advogada?
- Fui, sim. Fiz a denuncia. E logo a advogada entrara com o pedido de divorcio.
Infelizmente não pude ficar mais tempo conversando com ela, pois já estava na hora de eu ir para a próxima aula. Nos despedimos discretamente por causa de algumas pessoas que estavam por perto e cada uma seguiu seu caminho.
As aulas se passaram e na hora de irmos embora, encontrei com Rose no estacionamento. Conversamos um pouco e depois nos despedimos, já que hoje eu vim para aula no meu carro.
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