POV ROSE
Meu nome é Rose Catherine, tenho 32 anos, 1,75m de altura, sou professora na Universidade PUC-RIO. Sou casada há cinco anos com Ian Somerhalder, um dos melhores advogados do Rio de Janeiro.
Nos apaixonamos na faculdade, namoramos alguns anos e depois nos casamos. Ele sempre foi muito carinhoso, presente, um bom marido, mas ultimamente está sendo totalmente ao contrário do Ian que eu conheci e me apaixonei. Chegando sempre tarde em casa e bêbado, já não estou reconhecendo mais o meu marido.
Quem me conhece logo tem a primeira impressão de que sou uma mulher forte, que não tenho medo de nada e nem ninguém, mas a realidade é totalmente diferente, tenho meus medos, mas não deixo ninguém saber deles, pois não quero que pensem que sou fraca, então visto minhas máscaras e finjo que sou forte, que tenho tudo sempre ao meu controle.
Porém, nos últimos dois dias as coisas não estavam mais ao meu controle, neste momento estou sentada em uma mesa na biblioteca da faculdade com um livro em mãos, mas não estou conseguindo me concentrar, pois não saem da minha cabeça os últimos acontecimentos desses dois dias.
Flashback On
São 04h25min da manhã, estou andando de um lado para o outro no meio da sala de minha casa, com celular em mãos, Ian não voltou para casa até agora e estou começando a me preocupar. Mesmo ele estando sempre chegando em casa tarde, ele nunca se atrasou tanto igual hoje. Já liguei no celular, no escritório e ele não me atende.
Quando já estava indo pegar as chaves do carro e ir procurar ele pela cidade, a porta da sala se abre, coloco o celular no bolso do meu moletom e vou ao seu encontro, e como já imagina ele está cheirando forte a álcool.
- Ian! Onde diabos você se meteu? Estava aqui toda preocupada e você bebendo como se não tivesse mulher em casa te esperando, seu desgraçado! – Digo mostrando minha raiva e acabo não me controlando, dou uns empurrões em seu ombro.
Ele segura meus braços com um pouco de força, e tenta me beijar com aquele bafo de cachaça, viro meu rosto e ele aperta mais forte meus braços.
- Deixa de fazer cú doce, Rose. Eu sei que você me quer, sei o quanto você gosta que eu te pegue de jeito. – Diz beijando meu pescoço e depois tenta beijar meus lábios novamente.
- Me solta você está me machucando, Ian. – Viro meu rosto novamente.
- Você é minha mulher, tem que me satisfazer quando eu bem entender! – Grita e aperta com mais força meus braços.
- Isso mesmo, sou sua mulher, e não sua cachorra! Me larga agora, Ian! – Mordo o braço dele e o empurro com força para trás.
- Aí, sua desgraçada! Agora você vai ver! – Diz vindo em minha direção, mas pego minhas chaves que estavam ao meu lado e saio de casa correndo. Entro no meu carro, dou partida e saio o mais rápido possível dali.
Fico rodando pela cidade, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, e depois de algum tempo, finalmente consigo me acalmar um pouco. Decido ir ao hotel de um amigo, pois não queria voltar para casa essa noite.
Entro no quarto do hotel, tranco a porta e me deito na cama, e depois de chorar por algumas horas, finalmente pego no sono.
__________
Acordo já no horário de almoço, como estava sem fome decido tomar um banho. Depois saio do banheiro e me deito novamente na cama.
Não estava acreditando no que estava acontecendo. Desde quando o Ian tornou-se aquele monstro? Sempre tivemos nossas brigas, coisa normal entre casais, certo? Mas ele nunca chegou a ser agressivo e principalmente tentar me agarrar à força.
Passei a tarde toda no hotel, deitada tentando entender como o homem que eu amo se tornou essa pessoa monstruosa. Quando estava anoitecendo resolvi voltar para casa, pois amanhã terei que ir dar aula na faculdade. Mas no meio do caminho meu carro quebra e como não peguei minha bolsa com a carteira quando saí de casa, tive que ligar para minha irmã para ela me ajudar.
_________
Depois daqueles momentos estranhos no carro com a Shay, respirei fundo e entrei em casa. Fechei a porta, passei os olhos pela sala e o Ian não estava, respirei aliviada.
Fui em direção às escadas e me assusto quando o vejo descendo e vindo em minha direção.
- Rose, meu amor, finalmente você apareceu! – Diz descendo os degraus rapidamente. – Eu estava preocupado com você, amor. Te liguei várias vezes e você não atendia, te procurei por todos os lugares. – Me abraça, mas eu logo saio de seus braços.
- Fica longe de mim, Ian. – Digo me afastando.
- Amor, me desculpa, eu não sei o que deu em mim ontem. Por favor, me perdoe, Rose. – Começa a andar em minha direção novamente, mas para quando eu dou alguns passos para trás. – Não precisa ter medo de mim, não vou te machucar, amor.
- Eu não sei se posso confiar em você mais. – Digo mostrando minha mágoa.
- Rose, você pode confiar em mim, você sabe disso... Amor, ontem eu não estava bem, me desculpa se te magoei, não era eu ali, por favor, me perdoa.
- Você não só me magoou, você me machucou, seu idiota! – Digo em um tom um pouco alto.
- Machuquei? Meu Deus, Rose! Por favor, me desculpa, eu realmente não sei o que aconteceu. Isso foi a bebida, amor. Você sabe que jamais encostaria em você.
- Eu já não sei de mais nada, Ian. Não te reconheço mais, você não é mais aquele homem por quem me apaixonei e casei. – Tento conter minhas lágrimas. – Você mudou muito, não para mais em casa, sempre chega tarde e bêbado. Ontem para mim foi o limite.
- Amor, me desculpa, isso não vai mais acontecer, eu prometo. Eu sei que os últimos meses não tenho sido o marido que você merece, mas eu prometo que vou mudar. Por favor, só te peço mais uma chance.
- Não sei se consigo confiar em você mais. – Digo isso e percebo que ele começou a chorar.
- Rose, você sabe que eu te amo mais que tudo, você é tudo para mim. Eu sei que errei, me desculpa, eu não estava no meu estado normal, mas te prometo que isso não irá mais acontecer, eu vou parar de beber mas, por favor, me da mais um chance, não deixe nosso amor acabar assim, por favor! – Segura em minhas mãos e me olha com os olhos cheios de lágrimas.
- É a última chance que vou te dar, Ian. Espero que você realmente faça tudo isso que está me prometendo e nunca mais faça isso. Olha o que você fez em meus braços. – Mostro a ele os hematomas – Eu não vou aceitar esse tipo de coisa novamente, você sabe que odeio isso.
- Eu sei, amor, e eu realmente estou arrependido. Prometo que vou fazer valer a pena esta chance que você está me dando. – Me beija de leve – Espera aqui que já volto. – Disse isso e subiu as escadas, depois de alguns minutos voltou com um buquê de rosas em mãos e me entregou. – Eu sei que isso não irá apagar o que fiz, mas é só para mostrar que estou realmente arrependido.
- Obrigada, são lindas. – Forço um sorriso. – Vou subir e tomar um banho.
- Isso vai lá, que vou preparar nosso jantar, vou caprichar para você. – Me deu um beijo e foi em direção á cozinha.
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Tomei um banho e me deitei na cama um pouco, pensando em tudo isso. Ainda estou magoada com o Ian, mas vou dar essa chance para ele porque eu o amo e eu realmente espero que ele cumpra com suas promessas.
Levanto-me, visto uma roupa confortável e vou para frente do espelho pentear meus cabelos, fico olhando meu reflexo por um tempo e quando dou por mim, começo a me lembrar dos toques de Shay, em como meu corpo reagiu com seus toques, em como não havia nenhum lugar onde eu queria estar naquele momento, era somente ali em seus braços sentindo seus carinhos.
- Rose Catherine, pare de besteira! Não me venha com essas loucuras, não! – Digo para mim mesma tentando tirar esses pensamentos da minha cabeça.
Termino de me arrumar e desço para jantar com o Ian, depois subimos e ele ficou fazendo carinho em meus cabelos para eu dormir. Mas não sei explicar, estava diferente, por mais que eu ame meu marido, naquele momento de alguma forma eu queria aquela garota ali comigo.
Meu Deus, eu tenho que me afastar dessa garota, isso está ficando perigoso de mais.
Flashback Off
Fecho o livro que estava em minhas mãos e vou em direção à prateleira onde o peguei, coloco no lugar e fico a procura de outro. Percebo que alguém se aproximava devagar, olho para ver de quem se tratava e dou de cara com a Shay, volto a olhar para a prateleira e respiro fundo.
- Oi. – Ela fala num tom de voz suave e parece estar com certo receio, que de alguma forma achei fofo.
Meu Deus o que está acontecendo comigo? Só de ouvir a voz dessa garota meu coração já está disparando, e que palhaçada é essa de achar ela fofa? Não! Não posso estar virando sapatão! Não, isso jamais! É só coisa da sua cabeça, Rose. Esquece isso e fica longe dessa garota que isso vai passar.
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