- Bom, reuni todos vocês aqui hoje porque surgiu uma ideia que, na minha visão, pode ser muito proveitosa – declarei convicta, me referindo à Lisanna, seu irmão mais novo Elfman, Cana Alberona, Gajeel e Jellal, que se juntara à nós apenas como um espectador. Com a ajuda de Lisanna, havia reunido pessoas as quais eu tinha a impressão de que compactuariam com a sugestão que meu irmão havia dado à mim e à Lisanna alguns dias antes, e marcamos um encontro em uma cafeteria no centro da cidade. – Lisanna e eu, apoiadas por Jellal, pensamos em organizarmos uma chapa para a eleição do Grêmio Estudantil desse ano na Fairy Tail.
- Uma chapa? – Cana riu, largando a pequena garrafa de vidro contendo refrigerante sobre a mesa. – E o que nós temos a ver com isso?
- Por causa das coisas que vêm acontecendo na escola, pensamos que vocês talvez fossem as pessoas que concordariam com nosso ponto de vista – disse Lisanna ao meu lado. – O que fizeram com você, Cana, ou o que fizeram à minha irmã no ano passado, são coisas que não deveriam passar em branco, mas infelizmente é isso que vem acontecendo, e essas coisas sempre se repetem.
- As outras chapas só nos propõe novas ideias para arrecadar fundos para a formatura, ou prometem que lutarão por um destino melhor de viagem para os formandos – eu disse, revirando os olhos. – Não é isso que precisamos. Arrecadar dinheiro para fazer uma festa de formatura não é mais importante do que defender a integridade dos alunos.
- Eu concordo – declarou Gajeel. – Tô de saco cheio desse pessoal engomadinho que acha que tem moral pra diminuir os outros, e nunca tem ninguém pra falar por quem tá sendo oprimido porque os que têm voz preferem se juntar aos opressores.
- E você acha que teremos alguma moral com essa galera? – Inquiriu Cana. – Acho muito difícil a gente ter alguma credibilidade.
- Vou falar como alguém que já estudou na Fairy Tail e agora está se vendo em outra realidade fora de lá – Jellal se manifestou, mas permaneceu imóvel em sua posição despojada sobre a cadeira. – E a verdade é que aquilo é uma porra. O pessoal daqui é muito mente fechada, e isso reflete nessas coisas que acontecem na escola de vocês. Acho que vocês têm credibilidade porque já sentiram na pele o que é passar por uma humilhação. O pessoal lá sempre se junta pra zoar os outros porque todo mundo tá com medo de ser o zoado da vez. Se tivessem alguma segurança quanto à isso, alguém que pudessem recorrer, aposto que esse tipo de coisa ia diminuir um monte.
- E então? – Indaguei depois de um breve momento de silêncio. – Vocês topam?
- Não precisa nem pedir, Jujuba – disse Gajeel, sorrindo alegre. – Com toda certeza, pode contar comigo.
- E comigo também! – Afirmou Lisanna.
- Também estou dentro – disse Elfman. – Nunca vou esquecer de como aquela história abalou minha irmã Mirajane.
Todos sorrimos cumplices, e, em seguida, voltamos nossos olhares para Cana, que, apesar de ainda parecer um pouco em dúvida, acabou abrindo um sorriso divertido antes de declarar:
- Bom, se todo mundo concorda, não vou ser eu a estraga prazeres – ela cruzou os braços atrás da cabeça. – Podem contar comigo também.
~X~
O projeto par a chapa do grêmio fora uma das poucas coisas que me dera inspiração naquelas últimas duas semanas. Não deve ser novidade que a mudança repentina nos horários de Gray conseguira me abalar severamente, afinal de contas, antes disso eu estava começando a lidar bem com tudo, mas acaba se tornando mais difícil superar alguém quando você é forçado a conviver com a pessoa diariamente. Entretanto, eu me esforçava ao máximo para não deixar transparecer qualquer efeito que isso tivera sobre mim, até mesmo para meus amigos que sabiam da história toda. Ele e eu tínhamos algumas aulas juntos, mas a sala possuía vários alunos, e, mesmo tendo se enturmado rapidamente com alguns deles – que ele provavelmente já conhecia antes –, o moreno frequentemente preferia ficar mais no seu canto, passando a maior parte do tempo distante da realidade que o cercava.
E como eu notei isso?
Porque, apesar de manter minha aparência firme e indiferente, eu não conseguia deixar de reparar nele em qualquer momento que tivesse chance.
Nossos horários no clube de natação, no entanto, felizmente não eram os mesmos. Confesso que tornaria tudo mais difícil ter de vê-lo entrar e sair da piscina trajando apenas suas sungas todos os dias em que precisava treinar. Por sorte, seu treino começava exatamente no momento em que o meu chegava ao fim, e no máximo tínhamos que cumprimentar cordialmente um ao outro – sempre agindo como se nada entre nós já tivesse acontecido – quando cruzávamos um com o outro na entrada dos vestiários.
Mas, apesar disso, eu estava feliz em voltar à ativa, mesmo que estivesse um tanto fora de forma, como o professor mesmo havia dito. Estava empenhada em trabalhar duro para voltar a ser o que era, e aproveitava cada momento que tinha na piscina para me aprimorar.
- Já pode ir para o chuveiro, Lockser – anunciou o professor, numa manhã de sexta-feira, quando meu horário chegava ao fim.
Faltava pouco para o intervalo das aulas, e meu estômago já roncava de fome pois, como de costume, havia quase perdido o horário do ônibus e tivera que sair de casa às pressas sem sequer ter tempo para tomar um café. Motivada por isso, não tardei a sair da piscina e tirar a touca de mergulho, deixando meus cabelos se esparramarem ao redor do meu pescoço. Rumei para a entrada do vestiário sem delongas, mas, distraída enquanto tentava guardar a touca dentro da mochila, senti meu corpo trombar com o de alguém quando alcancei a porta.
- Me desculpe – murmurei enquanto ajuntava a mochila que caíra no chão, e quando levantei o olhar para ver quem era, deparei-me com um Gray Fullbuster encarando-me com um discreto sorriso nos lábios.
- Relaxa, eu também tava distraído – disse ele. – Pode ir na frente.
O moreno deu espaço para que eu passasse e logo adentrei no vestiário feminino, amaldiçoando a mim mesma por ter corado em diante dele. Não era surpresa esse tipo de encontro inesperado ocorrer, mas isso não significava que era algo que eu gostaria, afinal até mesmo seu cheiro ainda me atraía.
Suspirei nervosa e adentrei em uma das cabines com chuveiro para tomar um rápido banho, animada com a ideia de que logo poderia ir ao refeitório comer alguma coisa. Depois de enxaguar meus cabelos, fechei o registro e enrolei-me na toalha branca que carregava comigo na mochila, indo até a pia do banheiro, onde um grande espelho estava disposto, ouvindo, ao fundo, o som do corpo de alguém chocando-se contra a água durante um mergulho, e a voz grave do professor incentivando a nadar mais rápido.
Passei uma das mãos sobre o vidro embaçado para que pudesse olhar meu próprio reflexo, e antes que pudesse encontrar o creme hidratante que carregava comigo dentro da necessaire, ouvi um sonoro assovio vindo da minha direita e, quando desviei o olhar para a direção de onde vinha o som, imediatamente juntei minhas mãos sobre o peito, segurando a toalha o mais firme que podia, sentindo minhas bochechas novamente corarem perante a figura de Gray.
- O que está fazendo aqui? – sussurrei, temendo que alguém pudesse estar ao lado de fora.
- Estava esperando você sair do banho – ele deu de ombros, como se não fosse nada, e com um sorriso malicioso nos lábios.
- Você é doido! – Eu disse balançando a cabeça. – Se alguém te achar aqui estará encrencado.
- Por isso tranquei a porta – ele deu de ombros novamente. – Agora só vão saber que estou aqui se você continuar falando alto desse jeito.
Dei alguns passos para trás à medida em que ele começou a aproximar-se de mim, e indaguei-me se aquele era mais um daqueles sonhos malucos que eu tinha com ele, mas a sensação das minhas costas chocando-se contra a parede úmida me fez ter certeza de que era real. Ele finalmente me alcançou, encurralando-me.
- Você precisa sair daqui – murmurei, tão nervosa que sentia minhas pernas tremendo.
- Fique quieta – ele sussurrou, enquanto segurava meu rosto com uma mão. –, ou eles irão nos ouvir.
Dizendo isso, ele uniu seus lábios aos meus num beijo calmo que eu nem sequer hesitei em corresponder. Cada vez mais pressionava seu corpo contra o meu, e logo minhas mãos afrouxaram o aperto na toalha, que caiu sobre o chão deixando meu corpo completamente à mostra, e rumaram para suas mechas negras, com as quais entrelacei meus dedos conforme o beijo se tornava mais lascivo.
Ele levou ambas suas mãos até minhas pernas, suspendendo-me em seu colo e, em seguida, colocando-me sentada sobre a pia, sem romper nosso toque. Tratei logo de tirar o casaco de moletom preto que ele usava, e logo sua camisa também fora removida. Ele depositava beijos e algumas mordidas mais fortes, que já deixavam pequenas marcas na minha pele, por todo o meu pescoço e sua mão foi de encontro à minha intimidade, massageando-a suavemente enquanto ele sussurrava em meu ouvido:
- Eu quero você, Juvia.
Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, e obriguei-me a reprimir um gemido quando ele penetrou dois dedos em minha vagina. Uni nossos lábios novamente, e minha mãos rumaram para seu cinto, abrindo-o sem dificuldades e desabotoando suas calças em seguida, as quais deslizaram até o chão, juntamente com sua cueca, deixando sua ereção à mostra.
Ele encaixou-se entre minhas pernas e, sem delongas, penetrou-me de uma só vez. Mordi seu pescoço com força para reprimir outro gemido e ouvi-o tentar conter um também. Entrelacei minhas pernas em sua cintura para ajudá-lo com os movimentos, e meus braços rodearam seu pescoço. Beijamo-nos novamente e encostei minha testa à dele sentindo sua respiração tão ofegante quanto a minha chocar-se contra minha bochecha.
Ele agarrou meus cabelos, fazendo-me arquear a cabeça para trás e deixando meu pescoço mais uma vez livre para que sua língua traçasse caminho até o meu lóbulo.
- Vire de costas – ele sussurrou novamente em meu ouvido.
Prontamente obedeci, descendo da pia e apoiando meus cotovelos sobre a mesma, de costas para ele, e empinei a bunda para que ele adentrasse em mim mais uma vez, encarando-me através de nosso reflexo no espelho, dando início a movimentos mais intensos que me obrigavam a esforçar-me mais para não fazer barulho. Uma de suas mãos rumou para um dos meus seios, enquanto a outra novamente foi de encontro à minha intimidade, massageando-a mais uma vez. À medida que seus movimentos ficavam mais fortes e rápidos, senti que meu limite estava próximo, e, quando arqueei o corpo chegando no ápice de meu prazer, ele retirou-se de dentro de mim e senti um líquido quente ser despejado sobre as minhas costas.
Em seguida, o moreno debruçou-se sobre mim, ofegante e suado, e depositou um beijo sobre meu ombro.
- Acho que você vai ter que tomar outro banho – ele riu, e eu assenti. – Bom, saiba que eu vou fazer o mesmo, então se quiser se juntar à mim, sinta-se convidada.
Eu sorri maliciosamente e prontamente aceitei o convite, segurando sua mão enquanto ele ia na direção do box.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.