História Arbitrage - Signs

Arbitrage

Capitulo Quatorze: Signs
"Eu tinha o seu coração, mas sempre o quebrava" - Lykke Li
 

 

Luhan fitava aquela foto com certo asco e raiva, olhava para aquela capa de revista como se tivesse um verme em suas mãos.  Sabia que aquela imagem não era real, mas uma grande farsa. Porém,  quanto mais a olhava mais sentia que precisava salvar Kyungsoo das garras daquele homem.

A imagem era clara;  estavam em um evento social, Kyungsoo e Jongin seguravam-se as mãos enquanto se olhavam com uma bela expressão apaixonada. 

Ah, se o mundo soubesse. Não! Se Kyungsoo soubesse. 

Apertou os lábios com força com a respiração acelerada e jogou a tal revista com agressividade na mesa de recepção do hospital e levantou-se com pouca de vontade de encarar aquele homem.

-Espero que esteja feliz- Jongin indagou com um tom debochado, seu olhar demonstrava estar completamente irritado.

Após Kyungsoo ter desmaiado, o loirinho correu até e tentou ajuda-lo a levantar enquanto pedia ajuda aos alunos que passavam e viam a cena, mas nesse mesmo instante Jongin chegava na faculdade com uma expressão brava e preocupada,  mas ao ver o seu esposo desmaiado ao lado de Luhan sentiu o pânico lhe invadir. Levaram o menor para o hospital mais próximo no qual era o mesmo quando o casal sofreu o acidente.

 

-Feliz? Somente ficarei feliz quando Kyungsoo souber toda verdade... -Luhan ameaçou e sentindo certo prazer em ver a expressão preocupada do moreno- Espere ele acordar, não irei mais ficar parado vendo essa palhaçada!

 

-Isso!- Jongin exclamou travando o maxilar e  olhando de modo mortal ao loirinho- Conte a ele. Conte Luhan! E então você será o responsável por piorar o estado de Kyungsoo, sendo que ele esta aqui por sua culpa.

 

Um aperto se formou no coração de Luhan em ouvir aquelas palavras do moreno, esperava vê-lo já que sentia tanta falta do mesmo, sua consciência pesava em deixa-lo nas mãos daquele homem, porém não esperava que fosse acontecer tal situação.

 

Nesse instante Sehun chegava ao hospital e observou Luhan que mantinha uma expressão abalada e Jongin com seu continuo olhar ameaçador. Sehun se aproximou de Luhan pondo aos mãos no ombro do mesmo, sentindo a necessidade de ampará-lo.

 

-Luhan...

 

-Eu sinto nojo de você- Luhan declarou ignorando Sehun ao lado e encarando Jongin- Acha que o que? Que sendo todo carinhoso vai conseguir conquista-lo? Ainda mais no estado que ele estar? - O loirinho riu debochando do moreno e bateu palmas sem ligar para os olhares da recepção,  deu alguns passos querendo ficar frente a frente com ele- Parabéns,conseguiu ser mais filho da puta do que já era. Eu só espero o dia que o Kyungsoo se lembrara de tudo que você fez e voltar a odiá-lo como sempre foi, já que, ele nunca te amou e nunca vai.

 

Os punhos de Jongin se fecharam com força com aquelas palavras, suas unhas apertavam com força a carne tentando obter algum controle. Porém não resistiu ao ouvir aquela risada do loiro e então com toda sua força o empurrou fazendo Luhan ir ao chão com tamanha brutalidade.

 

-Finalmente mostrando seu verdadeiro eu, não é Jongin- Luhan indagou encarando o maior.

 

O moreno respirou com força e foi na direção do menor, porém Sehun se pôs na frente segurando o amigo.

 

-Não tente machuca-lo- Sehun aconselhou com um olhar sério- Ele é meu problema e eu cuido disso.

 

Jongin encarou o amigo e revirou os olhos se afastando do mesmo e indo em direção ao quarto onde seu esposo estava.  Sehun fechou os olhos suspirando e então virou-se para encarar Luhan que já se encontrava em pé o observando.

 

-Porque você sempre gosta de dificultar? -Sehun indagou dando uma risada.

 

-Somente quando o nome da situação se chama "Kim Jongin".

 

-Se você não cooperar ele poderá lhe impedir de ver Kyungsoo.

 

-Não, não vai. Porque eu posso começar agora mesmo namorar um médico que me dará acesso livre- o loiro provocou com um sorriso.

 

-Sabe que não gosto desse tipo de piada-Sehun respondeu balançando a cabeça

 

-Estou começando a achar que você não gosta de nada...-Luhan brincou, porém Sehun continuava sério,  mordeu os lábios- Eu posso ver o Kyungsoo?

 

-Isso vai depender se você não criar uma briga a cada vez que ver o Kai.

 

-... Tentarei, pelo Kyungsoo. 

Sehun então deixou um leve sorriso transparecer enquanto Luhan deu um longo sorriso, como se por aquele ato eles se agradecessem. O mais alto fez um sinal com a cabeça, para segui-lo.

 

Jongin sorriu ao vê-lo acordar, como se finalmente todo o ar que prendia pudesse ser solto. Levantou-se de sua poltrona e se aproximou admirando seu pequeno.

 

-Oi... -Cumprimentou sussurrando sem deixar aquele sorriso sumir.

 

Kyungsoo piscava várias vezes e coçava os olhos, como se tivesse acabado de acordar de um leve cochilo.  Olhou para Jongin a sua frente e não pode deixar de sorrir levemente.

 

-Oi.

 

-Como você está? -Indagou acariciando o rosto do esposo, o olhava como se fosse a pessoa mais importante que seus olhos pudessem alcançar.

 

-Um pouco tonto... Mas bem.

 

-Me assustou.

 

-Desculpa- Kyungsoo sussurrou de volta com um leve sorriso- Foi tão rápido,  em um segundo eu estava o olhando e no outro...

 

-Esta tudo bem agora, dentro uma hora você receberá alta e então cuidarei do meu esposo do jeito que ele merece.

 

Kyungsoo sorriu junto com o marido enquanto segurava a mão dele, amava aquele olhar, porque era especialmente seu, mesmo quando fingia não notar.
Nesse instante a porta do quarto foi aberta no qual Sehun e Luhan entravam, Jongin na mesma hora se levantou encarando Sehun como se ele tivesse enlouquecido.

 

-Oi- Luhan disse enquanto se aproximava do menor sentindo seu corpo se arrepiar- Oi Kyung, sou o Luhan.

 

-O que pensa que esta fazendo?- Jongin sussurrou onde apenas Sehun pudesse ouvir,  estava nervoso com aquela aproximação.

 

-Tudo bem, ele disse que vai colaborar- Sehun respondeu completamente confiante enquanto os dois observavam a interação entre Luhan e Kyungsoo.

 

 

~*~

 

Uma semana havia se passado e Kyungsoo sentia-se completamente feliz. Havia retornando para faculdade no qual teve que implorar a Jongin,  já que o mesmo era contra,  porém Kyungsoo deixava-se completamente a disposição do marido sendo em satisfazer seus desejo sexuais, ele era atencioso consigo e sempre o enchia de carinhos e presentes caros.

 

Conversava bastante com Luhan sempre que o via na faculdade, porém sentia que o loirinho sempre estava incomodado com alguma coisa, mas que recusava a expor.

 

Estava terminando suas aulas onde estava reaprendendo com as aulas de piano, guardou seus pertences em sua bolsa e assim que saiu encontrou Luhan o esperando com a famosa câmera em mãos.

 

-Como foi?- O loiro indagou se pondo ao lado do amigo.

 

-Difícil, às vezes  minha mente se perde nas explicações.

 

-Se lembrou de algo?- Um brilho surgiu no olhar de Luhan.

 

-Nada... Jongin diz que eu não deveria forçar e sim deixar com que venha naturalmente.

 

-Porque para ele o convém!- Luhan exclamou revirando os olhos.

 

-Vocês dois deveriam para de implicar- Kyungsoo comentou dando uma risada.

 

-Não é tão simples assim, Kyung- Luhan murmurou virando o rosto para o outro lado com tristeza.

 

-Porque diz isso?- Kyungsoo o parou com uma expressão curiosa.

 

-É uma situação tão complicada, mas  Jongin não é tão confiável quanto você imagina.

 

Kyungsoo ficou calado encarando e tentando entender o motivo daquilo,  confiava em seu marido plenamente, pois ele sempre estava o ajudando por causa de sua memória, talvez Luhan apenas tivesse ciúmes de amigo.

 

-Olha Kyung,  eu tenho um amigo pra visitar então se importa se eu for na frente?- Luhan declarou enquanto guardava sua câmera

 

-C-claro. Até amanhã então.

 

O loiro abraçou o menor então se despediu indo em direção oposta do mesmo. Enquanto caminhava pela calçada onde por hoje mostrava-se bem movimentada pensava em Kyungsoo,  tinha que se controlar para não contar toda a verdade e dizer o que Jongin era, porém poderia prejudicar sua saúde w deixa-lo em risco.

 

-Com licença, Luhan?- Uma voz grossa chamou o loiro no qual o observou ficando nervoso com os dois centímetros de altura e bíceps.

 

-Depende para você.

 

-Meu chefe gostaria de  ter uma conversa com você- O segurança explicou sério.

 

-Por acaso quem é ele?- O loiro indagou dando um passo para trás,  estava pronto para correr-O que ele quer conversar?

 

-Ele diz que ambos têm o mesmo interesse... Acabar com Kim Jongin.

 

Luhan engoliu a seco encarando aquele segurança com tamanha desconfiança,  em sua mente pensava que podia ser alguma trama de Jongin para cima de si, não seria a primeira vez que ele usa seus métodos ilegais contra o loirinho. Porém dessa vez tinha uma carta na mangá.

 

-Tudo bem, me leve até esse seu chefe- Disse Luhan mantendo convicção em sua voz- Só um momento para eu fazer uma ligação, preciso cancelar um compromisso.

 

O segurança acenou com a cabeça,  Luhan deu um sorrisinho forçado se afastou um pouco pegando o celular e discando aquele numero que era tão conhecido para si.

 

-Luhan, onde você  esta?

 

-Desculpa a demora Lay, mas eu preciso que me faça um favor- Luhan apertava o celular bem firme e sussurrava onde somente o amigo pudesse ouvir.

 

-Claro, qualquer coisa! - Lay respondeu, porém sentia desconfiança do que seu aluno podia fazer.

 

-Me encontra no parque dentro de duas horas, se eu não aparecer nesse meio tempo quero vá até Kyungsoo e conte tudo o que eu lhe disse.

 

-Luhan, o que você esta aprontando?- Lay indagou completamente preocupado, sabia que o loirinho estava metido em algo.

 

-Temos que ir. - Disse o segurança já impaciente.

 

-Luhan? De quem é essa voz? -  Lay indagava cada vez mais.

 

-Não posso explicar agora, mas faça o que disse Lay.

 

Então Luhan rapidamente desligou o celular e entrou no Volvo preto não conseguindo deixar de ficar impressionado com o mesmo, porém completamente assustado.

 

~*~

 

-Ah Luhan! Seja bem-vindo,  sente-se,  sente-se!

 

Luhan sentia o nervosismo exalar em todos os poros de seu corpo, enquanto estava dentro do carro o medo o invadia cada vez mais quando se afastava do centro da cidade. Porém,  ao chegar ao destino local ficou convicto de que não era Jongin por trás e ao entrar no famoso restaurante no qual estava completamente vazio com apenas um homem com um sorriso indecifrável imediatamente achou que talvez fosse seu fim.

 

-Não fique ai parado, sente-se!  Não fechei esse lugar para desperdiçar desse jeito.

 

-Quem é você? - Luhan indagou enquanto caminhava até o mesmo.

 

-Me chamo Kim JunMyeon, mas você pode me chamar de Suho.

 

-Não o conheço.

 

-Mas sei que vai adorar depois desse almoço-  Junmyeon declarou dando um sorriso desafiante- Mas primeiro, o que gostaria de comer?  Peça o que quiser, o que quiser, temos chefes de ótima qualidade aqui.

 

-Er... Qualquer coisa esta boa para mim- Disse nervoso enquanto ficava frente a frente com o tal homem- Porque não me diz logo o que quer?

 

-Como seu segurança já bem disse, temos o mesmo proposito- O homem mordeu um pedaço de bife ao molho de vinho tinto apreciando o gosto- Acabar com Jongin.

 

-Mas você é um Kim!- Luhan rebateu sem entender.

 

-Isso obviamente não me impede de destruir meu primo da mesma forma que ele me destruiu.- Junmyeon respondeu enquanto levantava a taça de seu vinho como se brinda-se por aquilo.

 

-E o que eu tenho a ver com isso? -  Luhan indagou erguendo a sobrancelha, em sua frente havia seu prato com comida e bebida, porém estava tão intrigado com o mesmo.

 

-Você, querido Luhan, tem todas as respostas que eu preciso.

 

~*~

 

-Como foi à faculdade hoje? -Jongin indagou encarando o esposo que saboreava seu jantar.

 

-Estou aos poucos voltando a tocar- Kyungsoo respondeu com desdém

 

-Estou ansioso para vê-lo em prática, logo estará tocando com os maiores- O moreno o incentivou enquanto se se encostava à cadeira e bebia um pouco.

 

-Luhan disse que eu era, quer dizer, sou fã do pianista Yiruma. Fui pesquisar sobre ele e se você pudesse ver como ele toca, fiquei muito encantado- Kyungsoo comentava com um brilho no olhar.

 

-Ah é? E o que mais Luhan lhe disse?- Mas para Jongin tinha um olhar apreensivo com relação ao loirinho.

 

-Pequenos detalhes como que eu gostava muito de cozinhar, praticar, livros e esses tipos de coisa- Kyungsoo sorria ao comentar como o marido- Ele tem me ajudado muito, mas nada que fizesse minha memória voltar.

 

-É como eu disse, meu amor. Tem que deixar tudo ao seu tempo.

 

-Eu sei, mas... Você não sente vontade que eu lembre dos nossos momentos juntos?- O menor indagou fascinado enquanto olhava para o esposo, demonstrando como queria aquilo.

 

-Temos memórias muito boas agora!- Jongin rebateu bebendo o vinho em um gole só,  nervoso.

 

-Eu sei, mas eu queria lembrar como nós conhecemos, de como eu tocava ou o que eu fazia no tempo livre...

 

-Já chega Kyungsoo! - A voz do moreno se elevou assustando o menor que o olhava espantado- Não force o impossível!

 

Kyungsoo engoliu a seco fitando o marido com certa tristeza, como ele podia isso? Como podia dizer que nunca voltaria a ter as antigas lembranças.  Desviou o olhar do mesmo piscando várias vezes, não queria chorar.

 

-Kyung, me desculpa... - Pode ouvir a voz mansa e cheia de culpa do moreno- Me desculpa eu não queria dizer isso, eu apenas... -Pode ouvir os passos do mesmo em sua direção e então sentindo ele segurar seu rosto com o olhar arrependido- Apenas fiquei preocupado, sabe que se forçar sua memória poderá trazer consequências perigosas a sua saúde.

 

Kyungsoo queria se desviar do mesmo, porém ele continuava segurando seu rosto com aquele olhar, porém não gostará do modo como ele disse, havia o magoado.

 

-... Eu quase te perdi uma vez, não suportaria isso de novo- Jongin acariciou o rosto alvo do esposo logo dando leves selinhos pelo local-... Me perdoa- sussurrou ao pé do ouvido do mesmo podendo sentir o corpo dele se arrepiar.

 

O moreno segurou na mão de Kyungsoo fazendo o levantar enquanto com a ponta do dedo segurava o queixo do mesmo.

 

-Suas palavras me magoaram, Jongin. - Declarou olhando sério para o maior- Não sabe o quanto isso é difícil para mim, é como se uma enorme borracha tivesse apagado metade da minha vida.

 

-Eu entendo...

 

 

-E ouvir o homem que eu amo dizer isso, me machucou ainda mais.

 

Jongin sentiu seu corpo se arrepiar com aquelas palavras, todas as vezes que Kyungsoo dizia "eu te amo" era a prova de que havia conseguido seu proposito e que não devia cometer deslizes desse tipo.

 

-Você esta certo, completamente certo, fui um idiota- O moreno se culpava enquanto o encarava- Pode me bater se isso aliviar.

 

-Não seja tão ridículo- Kyungsoo declarou dando uma risada.

 

-Então,  como devo me redimir meu senhor?- O olhar provocador do moreno caía sobre o esposo.

 

-Dormir no sofá bem que seria bom- Comentou dando um sorriso maldoso.

 

-Tenho algo melhor, será uma bela sinfonia para você treinar.

 

Naquela noite eles fizeram amor encima do piano.

 

~*~

 

-Tudo bem nós vemos na próxima aula-  Disse por fim o professor de música encerrando a aula.

 

Kyungsoo guardou todos os seus pertences na bolsa, sentindo-se feliz nesses últimos dias, pois havia progredido e tanto nas aulas de música que até mesmo seu professor havia o elogiado, ele sabia de sua situação por isso era bem paciente consigo. Ao sair da sala sentiu seu celular vibrar alertando uma mensagem.

 

"Sai cedo hoje,  tenho um ensaio no centro. Cinema mais tarde? XD - Lulu"

 

"Irei pensando no seu caso já que você me abandonou hahaha - Kyung"

 

Guardou o celular dando uma risada enquanto caminhava pelo corredor vazio, estava sentindo-se com muito sono, já fazia alguns dias essa indisposição, mas com certeza era pelos varios trabalhos da faculdade.

 

-Olá Kyungsoo.

 

O menor observou o homem que estava ao seu lado e sorriu.

 

-JunMyeon! Quanto tempo!- Exclamou logo ambos se abraçarem.

 

 

-Sabe é como um homem de negócio- Declarou dando uma piscada e um sorriso provocador.

 

 

-Vejo que não perdeu esse charme- Brincou rindo com o mesmo- Mas o que faz aqui?

 

-Esqueceu que tenho várias propriedades.

 

-A faculdade é sua?!

 

 

-Na verdade do pai, mas logo será já que estou assumindo todos os bens da família- JunMyeon respondeu se pondo a caminhar junto com o menor- E você?

 

-Eu estudo aqui, música. - Kyungsoo explicou com um sorriso bobo.

 

-Combina com você.

 

-O-obrigado. Vá me ver algum dia tocar.

 

-Com certeza irei- JunMyeon adorou o rosto corado do menor, era  uma gracinha- Gostaria de tomar um café ou algo assim para por o assunto em dia.

 

Kyungsoo imediatamente lembrou quando Jongin disse para se manter afastado de JunMyeon,  porém gostava do mesmo, era alguém divertido e também sentia vontade de conversa com ele.

 

-Por que não?  Direi ao motorista para ir junto- Kyungsoo respondeu logo pegando ao celular.

 

-Não é necessário,  eu te convidei então passo lhe levar para casa- JunMyeon sugeriu galantico.

 

-Ah, então tudo bem- O menor disse por fim enquanto enviava uma mensagem para o motorista dispensando o serviço e então seguindo JunMyeon até uma cafeteria.

 

.

 

Jongin sentia um dor se alojar em sua garganta enquanto ouvia o motorista lhe dizer que Kyungsoo havia dispensando seus serviços,  pois tomaria um sorvete com um amigo, porém sua irritação só aumentou ao saber que esse tal amigo era JunMyeon.

 

-Esta dispensado- Jongin respondeu ao motorista que saiu rapidamente do recinto

 

O moreno se levantou da cadeira de seu escritório e passou a andar de um lado para o outro. Conhecia o primo muito bem e sabia que quando ele se aproximava de alguém nunca era por vontade e sim por interesse. Será que ele ainda mantinha aquele ódio por si? Talvez não, pois já tinha tempo.

 

E quanto mais os minutos passavam, mas o moreno sentia as veias de suas têmporas pulsarem, sua mente criava uma cena o primo aproveitava para jogar aqueles galanteios e sorrisos provocadores sobre o esposo. Podia ir até eles e arrastar Kyungsoo para casa, mas deveria ser exatamente isso que JunMyeon queria.

 

Odiava esperar. Odiava não ter o controle. Odiava aquele silêncio.

 

E foi então que ouviu o barulho de carro, andou até a janela vendo seu esposo sair do carro do primo com um enorme sorriso.

 

-Foi muito divertido, obrigado Jun- Kyungsoo agradeceu.

 

-Tenho certeza que foi já que você comeu sete cupcake - JunMyeon respondeu dando uma risada só em lembrar.

 

-Sente uma vontade louca de comer assim que os vi, acho que ainda quero mais.

 

-Então nós vemos na próxima, até.

 

Kyungsoo acenou vendo o Volvo sumir no horizonte,  deu uma risada e caminhou até sua casa sentindo uma vontade de comer algo crocante. Assim que entrou percebeu o silêncio e se indagou se Jongin já havia chegado.

 

-Pelo visto se divertiu- A voz do moreno fez Kyungsoo se assustar e logo da uma risada ao ver que era o marido.

 

 

-Que susto, amor- O menor comentou tirando o caso e indo até o moreno segurando o rosto para um beijo, porém o mesmo o virou- O que foi?

 

 

-Por que estava com ele?- Jongin indagou completamente sério enquanto encarava o esposo.

 

-O que?... Ele apareceu por acaso hoje na faculdade e me convidou pra um café.- Kyungsoo explicou erguendo as sobrancelhas.

 

-Pelo visto já são bem íntimos- O moreno debochou dando uma risada.

 

 

- Somos amigos, apenas.

 

 

-Mas eu disse que não era para se aproximar dele... - No mesmo instante Jongin segurou os dois pulsos de Kyungsoo com força enquanto o encarava friamente.

 

Kyungsoo ficou sem reação pelo maior, sentia ele aperta seu pulso e isso dói, aquela era uma imagem que jamais imaginou para o maior.

 

-Mas Jongin ele é apenas meu amigo, seu primo... -Rebatia enquanto tentava soltar seus pulsos daquele aperto, seu rosto demonstrava o quanto nervoso estava.

 

-Foda-se! - Ele gritou e imediatamente Kyungsoo fechou os olhos com medo- Eu disse que não queria você perto dele...

 

 

-Me solta...

 

 

-Mas você nunca me escuta! - Jongin continuava apertando ignorando o pedido do menor, estava com raiva e ela borbulhava dentro de si- Olha para mim!

 

 

-Jongin, ta me machucando! - O canto dos olhos do menor já se enchia com lágrimas e o desespero surgia- Me larga!

 

 

 

Então logo sentiu o maior lhe empurrando com tamanha força contra uma das prateleiras,  o impacto forte fez com que alguns livros caísse o Kyungsoo senti-se uma enorme pontada nas costas o fazendo imediatamente ir ao chão.  Porém nesse mesmo instante conseguiu ver algo.

 

- Olha para mim! – Jongin ordenava em um tom feroz e raivoso.

 

Mas o Kyungsoo não o olhou, por medo.

 

-Eu mandei que olhasse pra mim!- Jongin ditou mais uma vez e desta vez ele olhou e imediatamente levou um tapa com tamanha força que o fez virar o rosto ficando profundamente avermelhado no local"

 

Kyungsoo ficou estático com a lembrança, sentia o choro preso em sua garganta,  era como se nessa lembrança não pudesse reagir apenas aceitar. Como se soubesse que ia levar aquela tapa e que não podia evita-lo. Olhou para Jongin e imediatamente uma lagrima caiu, levantou-se mesmo sentindo dor e correu para seu quarto onde entrou no banheiro, trancando a porta e finalmente pudesse chorar, aquele choro que estava preso em sua garganta que chegava a doer.

 

Olhou para sua imagem no espelho e a viu vermelha pelo choro, então olhou seu pulso e as marcas dele continuavam lá, então num impulso começou a vomitar.

.

Abriu a porta do quarto e o encontrou deitado na cama de costas para a porta, devidamente tomado banho e o leve perfume de lavanda pairava sobe o quarto. Ficou bastante tempo dentro do escritório se alto punindo pelo seu enorme deslize, porém sempre fora desse modo, era difícil segurar dentro de si a raiva. Odiava o fato de os olhares de Kyungsoo pertencer a outro, desde quando ele era prostituto o tinha somente para si para que outros o jamais o tivesse, sim, era sua obsessão.

Suspirou.

Fechou a porta e caminhou até a cama deitando-se sobre ela, sentiu o menor se afastar e encolher o corpo, sabia que ele o repudiava agora, porém não resistiu e pôs seu braço na cintura do menor e o puxou para perto de si e ele não reagiu. O rosto do moreno ficou entre o ombro e o lado da têmpora e ele não reagia. Kyungsoo apenas deixava o maior tomar conta de seu corpo enquanto sua mente estava longe, com raiva.

 

- Me desculpa, Kyungsoo- Jongin pediu como se finalmente soltasse seu ar, ele pedia com o coração doendo e a culpa corroendo- Sei que exagerei, agi como um completo idiota mais uma vez e me dói vê-lo dessa forma e por minha causa.

 

O menor continuou calado fitando qualquer ponto do quarto, não ligava o que fosse, mas em sua mente aquela memoria se repetia junto com o acontecimento de alguns minutos. Sentiu um nó se formar em sua garganta.

 

-Kyungsoo, eu sei que esta sentindo raiva de mim... –Jongin continuava enquanto dentro de si odiava aquele silencio do esposo- E t-tem toda razão, mas, por favor, diga algo mesmo que seja para me punir ou xingar, eu mereço.

 

Kyungsoo fechou os olhos deixando uma lágrima silenciosa cair, em sua mente tanta coisa se passava, será que Jongin o batia mais vezes? O porquê daquela tapa? Odiava saber que todas em essas repostas estavam presas dentro de si. Sentiu o braço de Jongin o puxar mais para si então fechou os olhos mais uma vez e uma lágrima caiu.

 

-Eu só quero esquecer tudo isso, Jongin- Disse Kyungsoo por fim.

 

~*~

Continua